O ano era 2016 e eu estava no último ano do ensino fundamental quando resolvi mudar, fazer algo novo, então, juntei meus amigos e montei uma chapa no grêmio da escola, afinal, éramos novos e populares, o que tínhamos a perder?
Foram algumas semanas de discussão, planejamento e propostas, mas em pouco tempo, nossa chapa estava montada. Éramos a Nova Geração, com propostas bobas e repetidas, porém uteis e fáceis de executar dentro da escola. Uma chapa forte e incrível, foi surpreendente e gratificante ver o potencial de alunos do 9º ano no período da tarde! Modéstia a parte, eles tinham a mim como líder e presidente.
Com os cargos separados, propostas decididas e opiniões ouvidas, começamos então o nosso horário político, que nada mais é do que passar de sala em sala, em todos os períodos, apresentando nossas propostas e ouvindo sugestões. Primeiro de manhã, depois no nosso período (tarde) e por último, de noite. Não parece ser difícil quando se tem uma oratória boa e amigos engraçados que conseguem cativar até o professor mais chato de toda escola. Essa eleição tinha tudo e mais um pouco para ser nossa.
A ordem dos grupos a se apresentar foi decidida em sorteio, sendo o meu o terceiro papel a ser tirado. Ser a terceira apresentação me parecia ser ótimo, eu teria tempo para elaborar perguntas para as outras chapas, ouvir as propostas, ver seus erros e seus acertos na apresentação e, assim, ser bem melhor que todas!
A primeira apresentação foi um desastre, vendo que os alunos eram da 5º série, não se esperava mais. Propostas absurdas como se tivessem saído do mundo dos sonhos, falas gaguejadas e um cartaz sem nexo nenhum, se é que aquilo poderia ser chamado de cartaz... Mas, foram bem recebidos, escutados e aplaudidos no final. São só crianças, onde isso poderia nos dar ameaça?
A segunda apresentação era de alunos do ensino médio, 2º ano para ser mais específica. Eu era amiga de alguns, então rimos e trocamos ameaças de maneira saudável. Foi uma boa apresentação, propostas bem colocadas, postura e tudo muito bem ensaiado. Alguns rostos eu nunca tinha visto e acabei gostando de todos, em específico o ultimo da fila, um garoto de óculos, cabelo castanho, rosto liso, nariz enorme e perfeitamente triangular e uma pinta bem chamativa na bochecha. Mão no bolso, nenhuma fala, me parecia tímido e ao mesmo tempo, aparentava não querer estar ali.
Comentei baixo com as minhas amigas:
- Que menino bonitinho!
Responderam que ele não era tudo isso e logo continuamos a prestar atenção no resto da chapa na nossa frente, que falava confiante e sem parar. Quando finalmente acabou, aplaudimos e, fiquei alguns dias sem ver nem pensar no garoto que chamará minha atenção naquela tarde.
Vielen Dank für das Lesen!
Wir können Inkspired kostenlos behalten, indem wir unseren Besuchern Werbung anzeigen. Bitte unterstützen Sie uns, indem Sie den AdBlocker auf die Whitelist setzen oder deaktivieren.
Laden Sie danach die Website neu, um Inkspired weiterhin normal zu verwenden.