alex_setubal Riku Absolem

"Podia ouvir o riso fraco de alguém, ecoando pelas paredes daquele cômodo, as estreitando ainda mais e lhe causando uma sensação de sufocamento." ▪TodoShin ▪BNHA


Fan-Fiction Anime/Manga Nicht für Kinder unter 13 Jahren.

#boku-no-hero #todoshin #shinshou #todoroki #drama #suspense #terror
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+ Garotos assustados não sabem amar,
eles não sabem amar.
Eles nem sabem o que é o amor.


Shinshou acordou assustado, a pressão no seu peito parecendo superior a de todas as noites mal dormidas que tivera antes, as olheiras tão costumeiras que nem lhe incomodavam mais. Não conseguiu sentar direito devido à fraqueza das mãos que quase o levou a escorregar quando se apoiou, a dor aguda que sentia no seu quadril só então foi perceptível.


Não precisou se mexer muito para achar que o colchão era mais duro do que o chão e ele realmente não iria duvidava que fosse.


Todavia, que o azar lhe livrasse de ir testar, estava desconfortável naquela cama, mas pelo menos era uma cama, tinha até mesmo um lençol cinza no seu colo, cobrindo a nudez de seu corpo que passava despercebida para si – tamanho era o transtorno que tinha para não reparar que estava nu em um lugar que desconhecia.


Os olhos demoraram a abrir e se passou um pouco mais de tempo para se acostumarem com a claridade excessiva do quarto branco onde se encontrava.Que estranho!


Onde é que ele estava afinal?


Aquela era uma questão importante e nem sabia como responder aquilo, na verdade, ele não podia chegar perto de uma resposta.


Não haviam janelas no cômodo, então não poderia ver a vista lá fora, se estava dia ou noite, se ainda estava na cidade ou lhe levaram para algum canto. Tudo que via ali era uma portinha em um tom azul clarinho, quase esbranquiçado, estava longe da cama então não poderia alcançar.


Talvez nem houvesse visto, ele só notou graças a pequena maçaneta negra que havia nela, juntamente a grade de metal que provavelmente daria vista para lá fora, onde quer que lá fora fosse, isso se tivesse aberto, no caso não estava.


Pensou em levantar e tentou, sem sucesso, mas um fracasso para sua longa lista, enquanto a de sucessos prevalecia vazia, praticamente inexistente. Nem mesmo entrar para a classe dos heróis poderia lhe servir naquele momento, era inútil, tanto quanto ele naquele estado de decadência.


O rapaz arfou baixinho ao perceber a corrente de metal gelada presa a sua perna esquerda, o ferro conectado a viga de madeira da cama em que estava deitado. Tentou puxar com as mãos, fazendo um pouco de esforço, o máximo que pode, mas apenas ficara arrepiado pelo negócio esfregando em sua pele, machucando o próprio tornozelo e os dedos que já estavam mais vermelhos que normalmente.


Era idiotice continuar tentando, não tinha forças para aquilo, nem os homens adultos de jogos mortais tinham, imagine ele.


Estava enfraquecido. Não iria fugir se dependesse apenas de si mesmo.


Estava preso onde quer que ali fosse e nem sequer sabia o que estava acontecendo, sua mente ainda girava e voava longe, lhe enchendo de incertezas que outrora poderia ter feito sentido, no entanto, naquele momento, não era mais do que balbúrdias de um ex-bêbado que prevalecia no seu estado de alcoolismo, sentindo a ressaca lhe faria vomitar a qualquer momento, se não voltasse a desmaiar antes.


Tontura não era algo simples de se lidar, estava de esforçando para ficar sentado e manter a mente calma, evitar se estressar e perder a cabeça antes mesmo de colocá-la no lugar.


Infelizes fossem as pessoas que lhe prenderam ali, ele os faria pagar, sem sombra de dúvidas.


Abriu a boca para chamar por ajuda, mas o grito veio mudo graças a rouquidão em sua garganta, a ardência lhe deixando incapacitado de falar. Não tinha voz ou força o suficiente para aquilo, estava tudo ficando distante novamente, sua vista rodava e podia jurar estar vendo vultos vagando pelo quarto quando não havia nada diante de si, nada além do vazio branco que começava a lhe deixar enjoado.


Os flashbacks voltavam e iam embora, porém, no tempinho que ficava, ele podia formar algo. Lembrava do que aconteceu no dia anterior, ou qualquer outro dia que, para si, foi o último, quem sabe a quanto tempo estava dormindo ali, tinha quase certeza de que não estava passando apenas uma noite, as paredes brancas lhe eram familiares, de uma forma mórbida que lhe incomodava, sentia que já vivera aquilo várias vezes e não podia fazer nada. Seria como das outras vezes que acordara, o colocariam para dormir sem ao menos pensar duas vezes, sem conseguir raciocinar antes.


Vamos lá, Shin. Calma. Repetia para si, sendo certeza que não estava sem voz por coincidência.


Ele saiu com Deku e Kaminari para uma boate no Sul da cidade, até aí ele sabia, sua memória continuava dolorosamente confusa, era festa de um dos alunos da classe A e fora chamado para participar — “o novato da sala é quem vai pagar as bebidas”, ouviu dizerem e foi essa mensagem que viu pelos grupos, mas não queria fazê-lo, não mesmo, nem dinheiro o suficiente para isso tinha.


Então preferia ficar em casa, repetiu diversas vezes, desligando o celular para não receber mais mensagens ou ligações. Não tinha motivação para ir.


Contudo, fora arrastado para sair da cama pelo Pikachu falsificado e o menino Hanta, os dois aparecendo na sua casa sem aviso ou convite e Shinshou estava tão sonolento que só tomou banho e os seguiu, sem questionamento, sem ao menos saber quem era o aniversariante, se é que tinha um aniversário.


Se fosse em um dia normal teria os irritado e usado sua individualidade para fazê-los falar, mas sua cabeça dos de uma forma que não fez mais do que bocejar, entrando no táxi com eles sem conferir o endereço.


Festejar um pouco faria bem ao Shinshou, embora naquela altura do campeonato nem lembrasse o porquê de seu desânimo. Mas optou por trocar o balde de sorvete e Netflix por uma calça que expunha até seus ossos e uma regata que mais chamava atenção do que o cobria.


No entanto, como o esperado, em momento algum se sentiu feliz. Ele não estava interessado, aliás, só queria ir embora e voltar para casa o mais rápido que podia.


Mas não pôde, ele definitivamente não conseguiu retornar.


Babaca estúpido.


Shinshou deveria ter gritado quando alguém puxou seu quadril com força e o impediu de ir embora, sozinho, ao contrário de como chegou ali, no entanto – por razões que também não lembrava, ele se sentiu feliz, sorriu como um idiota quando a pessoa disse algo em seu ouvido e beijou sua nuca, da forma que ele tanto gostava e que ninguém mais sabia, ao menos, pensava que não.


Ele não se assustou quando a boca foi tampada por um pano cinza que possuía um cheiro amargo de enxofre, podia sentir o peso do corpo alheio contra o seu, pressão nas suas costelas, no peito, na cabeça.


Mas ele não deveria estar raciocinando direito e, de fato, não estava. Estava em surto na noite anterior, nos dias anteriores, nos últimos meses.


E naquele momento, preso naquele quarto branco, também estava, tinha certeza disso.


Podia ouvir o riso fraco de alguém, ecoando pelas paredes daquele cômodo, as estreitando ainda mais e lhe causando uma sensação de sufocamento.


Era um tanto que desesperador quando não tinha escolhas e não podia fazer nada além de se esvair, sentindo seus olhos pesarem conforme uma voz se aproximava, parando diante de si, ele conseguia sentir o toque suave, mas sabia que ninguém estava encostando em si, que estava sozinho e não tinha ideia de onde era ali.


"Querido, querido." Repetia alguém muitas vezes, cada vez mais perto e de uma forma incessante que fazia sua cabeça pulsar.


Aquilo doía, estava lhe matando.


Não aguentou mais ficar com os olhos abertos.


Shinshou sequer aguentar respirar.


"Querido, querido, não durma agora." Ouvia, mas não podia ver e pela primeira vez sentia algo em contato com seu corpo, o toque gelado da ponta de uma agulha no seu pescoço, perfurando sua pele.


Ele estava apagando, indo embora novamente e não podia fazer nada.


As mãos frias apertavam suas coxas e logo em seguida os seus ombros e ele não poderia fazer nada, não enquanto seu corpo voltava a ser deitado sobre a cama e coberto pelo lençol, não havia sensação quente ao seu redor, só o frio, frio esse que lhe envolvia, consumia e derrubava.

26. Juni 2019 01:25 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

Über den Autor

Riku Absolem Poxa, Lucifer, nao chora.

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