sahsoonya sahsoonya

[KaiSoo] [OneShot] [menção KrisTao] [+18] KyungSoo é um universitário tímido que anda conversando com o homem de seus sonhos, via chat. Eles acabam de decidir um local e hora para oficializarem o namoro. Kai é um garoto que mantém contato com um possível amigo colorido por um site de relacionamentos. Eles acabam de decidir um local e hora para se encontrarem. O que aconteceria se estes dois desconhecidos acabassem se esbarrando por pura ironia do destino?


Fan-Fiction Bands/Sänger Nur für über 18-Jährige.

#kaisoo #kristao #yaoi #college #engano #sahsoonya #lemon #slash #ua
Kurzgeschichte
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Then, who are you?

Notas: Eu gostaria de poder postar todas as fanfics hoje, mas não sei se será possível. Espero que todos estejam tendo um dia lindo! Viva KaiSoo!!! Boa leitura!


Tricked


- Olha, olha! Ele me respondeu, Tao! – o rapaz sorriu, enquanto seu amigo se aproximava para fitar a tela do notebook.


- Calma, não surta. – o jovem esguio ajeitou a jaqueta de couro que usava e sentou-se ao lado do amigo na cama.


- Você não entende... Esse cara é... Ele é o cara. – o menor fitou seu amigo, com aquele brilho apaixonado nos olhos.


- Sei. – Tao deu um tapinha no ombro de KyungSoo – Vocês estão nessa faz tempo e nada... Quando finalmente vão se conhecer pessoalmente? Começo a achar que esse garoto não existe.


KyungSoo deu seu tradicional olhar atravessado ao amigo. A verdade é que seu amigo nunca havia apoiado essa “relação” que ele possuía com um garoto misterioso que conheceu pela internet. Mas, desta vez as coisas seriam diferentes, pois o objeto de sua admiração e por quem estava apaixonado há meses finalmente acabara de lhe mandar uma mensagem combinando o local onde se conheceriam pessoalmente pela primeira vez. Um sorriso em formato de coração se formou em seus lábios cheios ao ler a mensagem, respondendo imediatamente que topava e combinando o local e horário.


A verdade é que aquele rapaz que conheceu por coincidência num site aleatório era a personificação de seu tipo ideal. Apesar de não ter uma foto do garoto, todas as suas atitudes e as experiências que compartilhou com KyungSoo, fizeram o menor crer que ele era perfeito em vários aspectos... Sempre gentil e fazendo juras de amor tão sinceras. Era a primeira vez que KyungSoo se sentia tão ligado a alguém. Tinham tanto em comum que o estudante de literatura acreditava ter encontrado o amor de sua vida, apesar dos protestos de seu amigo.


- Vamos nos encontrar em três dias... – falou convencido, vendo o amigo dar de ombros, emburrado e contrariado.


KyungSoo sempre foi muito gentil, porém tímido e por essa razão não tinha muitos amigos e era bastante importunado pelos colegas na época de escola. Na faculdade, as coisas não tinham melhorado muito, mas ele era capaz de se expressar melhor, apesar de não ter conhecido ninguém interessante até então. Ao descobrir que o homem de seus sonhos estudava na mesma faculdade que si, uma animação fora do comum tomou conta de si... Afinal, quais as chances de se conhecer o amor de sua vida via internet? Estava nas nuvens.


***


Os dois jovens tomavam seu milk-shake animadamente. O vento forte despenteava seus cabelos, mas os dois não se importavam.


- Então está mesmo planejando isso? – SeHun sentou-se no meio fio, olhando para seu amigo que digitava calmamente em seu celular, uma mensagem para o garoto com quem trocava mensagens há duas semanas.


- Estou sim, por que? – Jongin dirigiu seu sorriso malicioso ao amigo. – Quer que eu consiga um arranjo parecido para você?


SeHun bufou.


- Veja bem... Estou cansado – sugou o conteúdo do copo colorido pelo canudo, antes de prosseguir – Essa é a solução perfeita pra sair da seca sem dores de cabeça. É genial, meu amigo...


O maior sorriu, tirando os cabelos loiros dos olhos antes de continuar:


- Você ainda vai se encrencar, Kai. Nós dois sabemos que você não consegue fazer isso. Se apega fácil e sofre por qualquer um...


O amigo mostrou-lhe a língua.


- Dessa vez vai ser diferente, seu idiota.


A brincadeira era muito simples. Se encontrar, transar em um local marcado previamente e depois manter contato para novas aventuras esporádicas. Jongin não poderia imaginar arranjo melhor, afinal, não era dado à relacionamentos e estava falando com esse rapaz há duas semanas por um chat de um site de encontros, sempre tentando encontrar o horário perfeito para uma foda casual entre os dois. Mas, seus horários nunca batiam e eles apenas mandavam mensagens.


- Isso vai ser interessante... – disse SeHun, meneando a cabeça para o amigo, em sinal de represália.


***


Após vários minutos esperando em frente àquela praça, KyungSoo começou a pensar que tinha sido enganado e que o rapaz com o codinome “K” havia lhe dado um bolo. Suspirou cansado, xingando-se mentalmente por não ter escutado Tao. Sentindo-se bobo e manipulável, saiu chutando as pedras da calçada, até que avistou um rapaz andando apressado até si.


Analisou o rapaz meio desconfiado. As descrições batiam: era alto, cabelos castanhos, magro, porém atlético, e estava sorrindo pra si. Kyung o achou mais bonito ainda do que imaginara e permitiu-se sorrir timidamente para a figura diante de si.


Jongin caminhava a passos apressados até o rapaz de pele leitosa. Estava surpreso. O garoto era mesmo muito bonito... Mas, o estilo era um tanto diverso... Usava ambas calça e camiseta brancas, bem diferente do que SuHo apontou como característica pessoal. Além disso, “Suho”, como o outro se nomeara a si, não havia mencionado que tinha lábios tão sedutores, nem olhos tão grandes e brilhantes. Estava muito satisfeito com seu parceiro de foda. Quando finalmente diminuiu a distância entre os dois consideravelmente, colocou ambas as mãos nos bolsos, tímido por ser a primeira vez que fazia aquilo, e disse com um sorriso amigável:


- Você é o cara do chat?


O menor assentiu.


- Se quiser chamar assim, K. – Jongin achou engraçada a forma como o outro lhe chamara, já que em suas conversas SuHo jamais usou tal derivação de seu nome.


- Estou muito feliz de te conhecer... – disse Jongin, avaliando seu mais novo ficante. Achou interessante que ele corou ao encontrar seu olhar, o que era no mínimo estranho. Pelo pouco que conhecia de SuHo, ele era bem ousado e malicioso. Aquela pose tímida não condizia com sua personalidade. Não sabia por que, mas estava gostando daquele joguinho.


- E eu também... – a voz grave de KyungSoo fez Jongin sorrir instintivamente.


- Sua voz é muito gostosa de se ouvir... – falou, chegando mais perto. – Adoraria escutá-la bem perto do meu ouvido, se quer saber.


KyungSoo estava chocado. K estava se mostrando muito saidinho, em sua opinião. Eles sempre tiveram conversas inocentes até então, mas havia gostado muito da investida do moreno. Seus olhos arregalados chamaram a atenção do rapaz, que se aproximou, pegando sua mão. A do menor estava muito gelada, devido ao nervosismo, enquanto a de K estava quente. O contato das mãos fez com que Kyung estremecesse e sorrisse.


- Vamos sair daqui? – Kai disse sedutoramente e KyungSoo, seduzido por sua lábia natural, o seguiu pelas ruas, tendo o braço do outro escorado em seus ombros displicentemente, enquanto se inebriava pelo perfume delicioso que desprendia de sua camisa azul marinho listrada.


***


As mãos corriam, urgentes, pelo corpo alvo abaixo de si. Estava em êxtase... O rapaz que o olhava com aqueles olhos enormes um tanto quanto arregalados lhe estava deixando muito excitado com aquelas atitudes castas. Ele quase não lhe tocava, estava muito vermelho e até desviou o olhar quando ele retirou a camisa. Ele era um ótimo ator mesmo.


Desta vez dera certo, enfim e o moreno estava mais que satisfeito com tanto os atributos físicos, quanto as atitudes do rapaz baixinho diante de si. A única coisa que o estava deixando meio encabulado é que o rapaz era muito mais baixo e branco do que se lembrava de ter ouvido quanto o outro se descreveu. Além disso, o menor estava jogando com ele... Não que Jongin não tenha gostado do jeitinho inocente que o outro fingia ter, mas as muitas mensagens trocadas por eles não condiziam com aquela falta de experiência fingida do menor. Ele era muito mais bonito e educado do que tinha imaginado.


Se inclinou um pouco mais, envolvendo as laterais do corpo do menor com as mãos grandes, vendo as marcas de seus dedos bem demarcados no tronco do outro. Havia erguido levemente a camiseta dele, enquanto distribuía beijos molhados pelo pescoço alvo e cheiroso. O rapaz tremeu abaixo de si e fechou os olhos, desejoso. Os dois estavam prestes a transar e ambos não podiam estar mais felizes... Jongin por encontrar seu parceiro de foda, agora seu favorito... E KyungSoo por encontrar o amor verdadeiro... Mas, algo estava errado entre aquele encontro e ambos não faziam ideia de que tudo aquilo era um engano.



***


Não sabiam ao certo quando foi que o sorvete que prometeram dividir acabou ali naquele quarto de motel. Talvez fosse a conversa interessante, ou a beleza alheia, que levou os dois garotos a agirem tão impulsivamente. Em um momento estavam tomando um sorvete em silêncio... KyungSoo admirava o queixo anguloso, os olhos desafiadores e os traços fortes do rosto alheio, sentindo a língua adormecer levemente devido à sensação gelada do sorvete de chocolate, até que Jongin se aproximou, o olhando divertido antes de correr com a língua pela lateral da boca do menor, sentindo com prazer o sabor do doce, que antes havia sujado o rosto de KyungSoo, enquanto fitava os olhos arregalados do outro. Ali, com os outros conectados, e sentindo o calor que desprendia dos corpos tão próximos, foi que Kai teve a iniciativa de beijar o outro, sem saber mais que seu nome... Ou melhor, achando que sabia seu nome.


KyungSoo estava sentindo coisas que nem imaginava, pela primeira vez na vida. Não que nunca tivesse beijado alguém, mas aquela sensação ao toque das línguas geladas, o sabor refrescante da menta lhe envolvendo o paladar, foi muito para si. Quando finalmente aprofundaram o beijo, pendendo um pouco a cabeça para o lado, a fim de maior profundidade, os músculos se acariciando, foram o estopim para uma explosão de sensações que se abateram sobre os dois jovens, que até se esqueceram das casquinhas que seguravam. KyungSoo agarrou a camisa do maior, retribuindo o beijo com sofreguidão, enquanto sentia as mãos do mesmo descerem para sua cintura.


Nem se importarem de estar no meio da rua. Mandaram o juízo às favas e se entregaram à sensação, que além de nova, era enlouquecedora. Quando o ar fez-se necessário, Jongin se afastou, vendo a face corada do outro, enquanto ele tentava desviar o olhar, inutilmente tentando recolher o sorvete que derrubou no chão.


- Desculpe, estava sujo e com essa boca... Não pude me controlar. – mordeu os lábios ao dizer isso, vendo com divertimento, o outro derrubando novamente o sorvete que acabara de recolher do chão.


Aquele seu jeito casto estava lhe deixando a cada minuto mais interessado em explorar todo o ser do menor.


- O que faremos com isso? – perguntou, apontando os doces no chão e disfarçando, enquanto escondia o rosto corado.


- Podemos sair daqui bem depressa... – disse Jongin, já envolvendo a mão menor com a sua.


- E-e pra onde iríamos?


Kai sorriu, guiando o menor até sua parada planejada...



***


Apesar de ser sua primeira vez estando com alguém de forma tão íntima, Kyung não pensou em como não haviam conversado quase nada antes de irem para aquele motel. Era muito difícil raciocinar quando se tinha alguém acariciando seus mamilos com a língua, enquanto se roçava despudoradamente em sua pélvis. Ele e K já haviam falado muitas vezes como seria sua primeira vez juntos, mas aquilo fugia de qualquer expectativa que ele já teve sobre isso. K, ou aquele que deveria ser K era muito mais experiente do que havia lhe dito, e de alguma forma aquilo o tranquilizava. Seria estranho estar com alguém que não faz ideia do que está fazendo... E seu namorado virtual estava se saindo muito bem em surpreendê-lo positivamente.


Seu corpo estremecia em espasmos enquanto o maior fazia uma trilha de beijos por seu peitoral, indo em direção àquela área que parecia queimar de desejo por ele. Este era um caminho sem volta, mas KyungSoo sentia que desta forma eles seriam capazes de vir a se gostar ainda mais.


- Você é lindo... E delicioso... – Jongin disse, baixando as calças do menor, após abrir o botão lentamente. KyungSoo respirou fundo, prendendo um gemido na garganta, assim que sua boxer azul foi abaixada, revelando seu membro, já totalmente desperto.


Jongin sorriu, diante do membro grande, vendo a forma obscena com a qual o outro o olhava. Agora sim, ele está mostrando como é - pensou.


Antes que o outro desviasse novamente o olhar, envolveu o falo alheio entre seus lábios, sugando apenas a glande em movimentos cadenciados, sem desprender os olhos do rosto alheio nem por um segundo. O suposto SuHo ofegava, cravando as unhas curtas nos músculos de seus braços torneados, tentando encontrar naquele movimento, um alívio para todas as sensações que se acometiam sobre si. Quase que instintivamente, agarrou os cabelos alheios, guiando seus movimentos, empurrando levemente a cabeça de Jongin para que se aprofundasse no que fazia, vendo o outro envolver seu pênis até onde conseguia, tremendo ao se sentir comprimido pela garganta alheia. Respirou fundo, não conseguindo conter o gemido arrastado que escapou por seus lábios, sorrindo descontroladamente, surpreso pelas reações que seu corpo virgem podia sentir. 


Mas, Jongin não se estendeu muito no que fazia. Seu novo parceiro estava no limite e ele próprio tinha um membro duro e necessitado dentro da calça. Se levantou, de modo a retirar as vestes incômodas e então voltou para a cama, surpreso pela face rosada do outro, beijando-o avidamente, enquanto escorregava as mãos pelo abdômen pálido e levemente musculoso, se deliciando com a forma com a qual a pele se arrepiava, e com a temperatura alta da epiderme, como se o menor estivesse em chamas.


KyungSoo queria muito dizer que estava inseguro, mas tinha certeza que aquilo quebraria o clima. Felizmente para si, K sabia que ele era virgem, e prometera que iria com calma consigo, então não tinha com que se preocupar.


Quando dois dedos foram estendidos para si, os envolveu nos lábios sem pestanejar, sabendo o que viria a seguir. Tentou ser o mais sexy que conseguia, mas estava envergonhado demais. O outro o olhava acariciando o próprio pênis, enquanto assistia a cena dele sugando seus dedos eroticamente. KyungSoo se sentiu poderoso por fazer o outro ficar tão excitado e aos poucos seus medos foram indo embora.


Quando foi finalmente penetrado, mal teve tempo para pensar no desconforto, pois estava muito ocupado gemendo por causa dos beijos de Kai em sua clavícula, ou dos carinhos deixados por ele em sua virilha, numa masturbação lenta, para ligar para qualquer eventual dor que pudesse sentir. Teve uma coxa levantada, para facilitar a penetração e gemeu de satisfação a cada nova investida forte de Jongin. Mal conseguia manter os olhos abertos, tamanho o tesão que sentia. Instintivamente, passou a mover o quadril de encontro ao de Kai, gemendo baixinho na curvatura de seu pescoço, perto do ouvido, justo como o moreno havia lhe dito na rua que gostaria que fizesse. O outro aumentou a velocidade no mesmo instante, fazendo os corpos se chocarem com um pouco de força. Soube na hora quando alcançou a próstata alheia, pois teve os cabelos envolvidos pelos dedos trêmulos do menor. Sua cabeça foi puxada pra baixo, e deitou-a no peito do outro, enquanto investia naquele mesmo ponto incontáveis vezes.


Kyung achou que enlouqueceria, tão desesperado estava por chegar a seu ápice. Sentiu seu corpo todo tremer em espasmos quando finalmente gozou, perdendo gradualmente as forças, enquanto ainda tinha o corpo invadido por Jongin. Este último fechou os olhos com força, ao sentir-se ser comprimido pelo corpo do menor, beijando seus lábios afoitamente, despejando seu prazer dentro dele, enquanto abraçava o corpo menor, se aconchegando a ele.


Ficaram em silêncio por um tempo, normalizando as respirações enquanto Jongin acariciava as costas alvas e cheias de pequenas pintinhas. Passado o efeito do orgasmo, o menor começou a se sentir envergonhado de estar daquela forma com o moreno, escondendo seu rosto no pescoço alheio.


- Finalmente nos encontramos... – Jongin disse sem graça, por não ter tido sequer um diálogo decente com o outro.


- Pois é... Esses meses foram difíceis, mas estou feliz que estamos dando esse passo.


- O que? – Jongin levantou a cabeça, fitando o outro um tanto confuso. Como assim meses? Ele e SuHo se conheciam há apenas duas semanas.


Quando Kyung fez menção de falar, o celular de Kai começou a tocar, e ele esticou o corpo para pegá-lo, fitando a tela de notificações que mostrava diversas mensagens.


- Alô?


- Ah, Kai... Até que enfim você atendeu... Sou eu, SuHo.


Os olhos de Kai se arregalaram de tal forma que chegou a assustar o menor, que se enrolou no lençol e sentou ao lado dele na cama.


- Você está bem?


Kai encarou o homem ao seu lado com claro espanto.


- SuHo? – falou, ouvindo a risada do outro na linha.


- É a primeira vez que nos falamos por telefone... Tentei avisar que não pude aparecer no nosso pequeno encontro, por razões de trabalho, mas não havia meio de você responder minhas mensagens então decidi ligar.


KyungSoo o fitava confuso, pois as feições de K estavam aparentando as de alguém que acabara de receber uma notícia muito ruim. Sem nem ao menos responder SuHo devidamente, ele desligou o aparelho e voltou sua atenção ao rapaz pálido e perguntou:


- Q-qual o seu nome?


KyungSoo pendeu a cabeça para o lado, rindo baixinho.


- Verdade. Nem trocamos nomes... Estava certo quando disse que isso tornaria nossa relação mais divertida. Sou o KyungSoo.


O queixo de Kai caiu, enquanto ele se levantava de súbito, bagunçando os próprios cabelos, não acreditando no que estava prestes a dizer:


- KyungSoo... Eu acho que aconteceu algum engano aqui.


O menor engoliu em seco. Naquele instante, suas inseguranças começaram a dar as caras, enquanto imaginava mil motivos para que K lhe abandonasse após a experiência que tiveram. Seu coração começou a martelar descompassado dentro do peito, enquanto se dava conta de que aquilo tudo poderia não ter sido tão perfeito quanto imaginara.


- Como assim?


- Você estava esperando quem lá naquele parque? – perguntou o mais calmo que conseguiu – Alguém que nunca viu?


- Que brincadeira é essa, K? – o menor se desesperou, apanhando a boxer do chão e vestindo-a enquanto Jongin o imitava.


Kai suspirou, se aproximando, enquanto dizia:


- É aí que ‘tá... Eu não sou esse K aí...


Os olhos já grandes do menor se esbugalharam.


- C-como assim?


Kai puxou a mão do outro de modo a fazê-lo se sentar e prosseguiu:


- Ouça... Eu fui lá encontrar uma pessoa que conheci num chat de encontros. Alguém muito parecido fisicamente contigo, e achei que você fosse o cara, mas acabo de descobrir que não é. Atendi pelo nome K, por que meu nome é Kai e achei que você estava... Sei lá, me dando um apelido.


O rosto de KyungSoo empalideceu gradualmente, enquanto ele enfim se dava conta de que em momento nenhum ele deu informações suas ou pediu as do outro. Também notou que o rapaz não o chamara de Soo, como o K costumava fazer. Se sentiu um estúpido, não só por ter dormido com um estranho, mas também por que caso não fosse, teria dormido com quem secretamente namorou por meses de paciência no primeiro mísero encontro.


- Santo Deus...O-o que eu fiz? – pôs ambas as mãos na cabeça, negando veemente, enquanto pensava em K esperando por ele naquela praça, desapontado enquanto ele sentia prazer nos braços de outro. Sim, prazer pois Kai, quem quer que fosse, tinha o feito sentir coisas extraordinárias e não podia negar que tinha gostado e muito, do sexo.


Jongin tentou consolar, colocando a mão no ombro alheio, vendo o outro se encolher, envergonhado.


- Me perdoe... Eu devia ter perguntado mais sobre você, mas pra ser sincero... Eu estava me encontrando com esse cara hoje, apenas para sexo casual, por isso não me importei de questioná-lo sobre suas informações... – o moreno tentou reparar a situação.


KyungSoo levantou de súbito, irado consigo mesmo, olhando para Jongin enquanto recolhia suas roupas e gritou, histérico:


- Você tem noção do que acabei de fazer? Acabei de transar com um completo desconhecido... Perdi a droga da virgindade com um desconhecido!


Jongin tampou a boca com a mão, surpreso pelo fato de nunca ter dormido com um virgem antes. Secretamente, essa era uma de suas muitas fantasias, mas jamais externaria isso naquela situação. Resolveu ficar calado para não piorar as coisas.


- Ele vai me odiar... Nunca vai querer olhar na minha cara! – KyungSoo fechou os olhos e respirou fundo, colocando de volta suas roupas, decidido a sair dali o mais rápido possível – Qual o seu nome mesmo? – massageou as têmporas.


- K-Kai... – disse, vestindo-se. – Eu sinto muito mesmo... Me perdoe por ter agido sem pensar... Era pra eu estar me encontrando com um namorado... – Kai fez menção de falar, porém foi impedido – Ouça, não quero que se sinta culpado... Eu que fui idiota de não ter dito nada. Me desculpe... Olha, vamos esquecer que isso aconteceu, ok?


Jongin suspirou. Ele entendia a posição do menor, mas de alguma forma não queria deixa-lo. Realmente tinha gostado dele, apesar de não ser quem esperava.


- KyungSoo...


- Não, por favor. Já sinto-me humilhado o suficiente. Podemos, por favor, esquecer o que houve aqui? – Kai não teve escolha, senão concordar com a cabeça.


Ambos se vestiram em silêncio. Kai não conseguia desviar os olhos do menor, sentindo-se impotente, quando na verdade queria envolve-lo em seus braços e dizer-lhe que estava tudo bem. Se sentiu um crápula por se aproveitar de um garoto inocente, mesmo que inconscientemente. Por um momento parou, se dando conta de que nem sabia se o rapaz era de menor ou não.


- Meu Deus... Você é maior de idade?


Kyung revirou os olhos.


- Sim, sou universitário.


Kai suspirou aliviado. O baixinho passou por si, de cabeça baixa e completamente corado. Jongin segurou seu pulso, fazendo-o parar e fita-lo, antes de dizer:


- Ouça, sei que essa situação foi inusitada e que ambos temos a parcela de culpa, mas não se sinta mal pelo que aconteceu, pois por um momento foi muito bom... Não se envergonhe disso.


KyungSoo deu um sorriso fraco e amargurado. Se sentia mal por ter traído a confiança de seu K, mas feliz que pelo menos tinha perdido sua virgindade com alguém tão bom e responsável quanto seu namorado virtual.


- Você é gente boa, Kai... Sério, desculpe.


Kai fitou as costas do outro enquanto ele deixava o quarto, se sentindo culpado e estranhamente triste por estar sozinho ali. Ainda sentia o aroma do perfume do outro em si, e por um momento teve inveja desse tal K, que tinha alguém tão impressionante como namorado.



***


KyungSoo ficou em uma profunda depressão durante dias, se odiando pelo que fizera. Não teve coragem de mandar mensagens para K, se achava indigno de continuar naquele relacionamento que mal começara e já havia acabado. O outro, estranhamente, não lhe mandara nenhuma mensagem questionando sua falta no encontro, ou mesmo seu sumiço e internamente, ele agradeceu aos deuses por isso.


Estava na biblioteca da faculdade com Tao, enquanto ele tentava convencê-lo a sair daquela bad auto imposta e encarar a realidade:


- Ai, Soo... Chega, já passou. Esquece isso. O tal K não precisa saber que você deu pra outro...


- Você ao menos se escuta, seu inútil? Como eu poderia agir assim com alguém? Está louco? Eu não mereço o K... Além disso...


Tao sorriu, malicioso. É claro que o motivo não era só aquele. Sempre que questionava o amigo sobre o tal cara misterioso com quem o amigo dormira, a reação era a mesma: bochechas rosadas e frases gaguejadas de que era pra parar de falar daquilo. Seja lá o que esse garoto fez, fez muito bem feito - pensou. Seu amigo disse que ele foi muito gentil e compreensivo, mas que ele não quis dar-lhe uma chance de consertar as coisas, mais um motivo pelo qual se odiava.


- Sabe o que estou achando? Que você está gostando do desconhecido... – deu uma piscadela para o amigo.


- Ai, para de falar dele... – as bochechas se tingiram de rubro de pronto.


Enquanto sussurravam, ouviram passos, e ao olharem através de uma das prateleiras, avistaram três dos mais populares alunos da faculdade rindo e conversando mais alto que o recomendável para uma biblioteca. Decidiram ignorá-los, mas a conversa chamou a atenção de Tao quando ouviu:


- E então, Kris... E aquele idiota que você andou enrolando? – um dos meninos cutucou um moreno alto.


- Ah – jogou o cabelo pra trás – Cansei dessa brincadeira. Fiquei meses mandando mensagens e iludindo aquele idiota, esperando o momento certo pra humilhá-lo na frente de meus amigos, mas o bostinha não apareceu no local. Esse mané de literatura deve ter descoberto que alguém estava tirando com a cara dele, só pode. Eu levei câmeras e tudo e ele não foi.


- E o que ele disse em sua defesa? – o outro perguntou, risonho.


- Nada. Fiquei com medo de ele me denunciar e sequer voltei a responder. Além disso, perdeu a graça ficar iludindo aquele moleque... Acredita que o perdedor é virgem? – gargalhou ruidosamente.


Tao semicerrou os olhos, gravando bem a face de Kris, e depois olhou um tanto temeroso para seu melhor amigo, que tinha os punhos cerrados ao lado do corpo e os olhos fechados, tentando controlar seus nervos. Paciência não era o forte do baixinho e saber que uma pequena coincidência o livrara de pagar o maior mico de sua existência.


- Aquele idiota acreditou em todas as lorotas que eu falei, e nem desconfia de que seu par perfeito sou eu... É tão hilário... – Kris desdenhou, acompanhado dos amigos.


Até tomou impulso para agredir o outro... Usaria todas as lições de luta que aprendera nos muitos anos de MMA que lutava, para se assegurar de deixar o maior aleijado mas foi detido por Tao, que segurou seu braço e sussurrou:


- Calma... Vamos nos vingar de um jeito mais divertido.


KyungSoo respirou fundo, se acalmando aos poucos, enquanto saíam de ré da biblioteca, receando terem sido vistos.


- Aquele... Aquele... – ele andava de um lado para o outro, enfurecido.


- Relaxa, o que é dele ‘tá guardado... – Tao massageou a cabeça, tão bravo quanto o amigo. A diferença é que ele costumava pensar mais racionalmente que o outro em situações de estresse. – Vamos dar um jeito nele, não se preocupe.


- Vamos sair daqui... – disse por fim, após um longo suspiro.


Enquanto andava pelo pátio principal, teve um susto tão grande que quase desfaleceu ali mesmo. Era o Kai, andando em sua direção, acompanhado de um amigo loiro. Seus músculos retesaram na hora. Tao continuou andando, enquanto ele ficou estático no meio do pátio. Péssima ideia, pois sua reação chamou a atenção de várias pessoas em meio à multidão, inclusive Kai, que o fitou em igual surpresa. Tao olhou para trás confuso, e seguiu o olhar do amigo, avistando o moreno atraente e seu amigo.


- É ele... – foi a única frase que foi capaz de articular, tamanho era seu choque de saber que além de Kris, Kai também estudava naquela faculdade.


Kai não pensou duas vezes em ir ao encontro de KyungSoo e o mesmo, tendo tido uma espécie de click em sua mente, saiu em disparada no sentido oposto.


Olhou para trás, constatando que Kai o seguia e apressou seus passos, praticamente se chocando com quem estava em seu caminho, e ouvindo seu nome proferido em tom urgente pelo garoto com quem dormira por engano, várias vezes.


Correu o máximo que as regras permitiam nos corredores, ouvindo os passos apressados de Kai atrás de si, até que passou pela porta da biblioteca e trombou justo com Kris, caindo e levando o outro junto consigo, além dos livros que ele e o outro carregavam. KyungSoo riu, irônico. Só podia ser brincadeira do destino mesmo.


- Olha por onde anda, tampinha... – Kris se levantou, irritado.


Kyung queria sair dali o mais rápido possível, mas Kris segurou seu braço.


- Não vai se desculpar não, garoto?


KyungSoo olhou para ele com tanta fúria, que o maior o largou de imediato, temeroso. Até deu uns passos pra trás.


- A vida deve ser muito chata mesmo, não é K? Pra você importunar a vida alheia com a sua existência maçante... – lançou lhe um olhar de puro ódio, no mesmo instante em que Kai se aproximava e escutava o que disse.


O moreno deu uma boa olhada no maior, que parecia muito chocado por ter sido descoberto.


- Não vai falar nada, seu merda? – KyungSoo apontou pra ele.


Kris estava mudo e Kai aproveitou para se aproximar, agarrando o pulso do menor, assustando o mesmo com sua presença, antes de dizer:


- Então é esse o cara com quem está me enganando?


Todos ao redor ficaram em silêncio, incluindo Kyung, que estava tão confuso quanto Kris, que jazia mudo diante da cena.


Jongin se aproximou, sussurrando no ouvido do menor:


- Eu te devo essa... Vai na minha.


KyungSoo entendeu o recado, e fitou Kris com desprezo, ao dizer:


- Não amor... Isso foi só uma pegadinha que eu fiz com esse cara... Eu nunca trairia você.


- Acho bom mesmo... Me trocar por isso? – apontou com desdém para Kris que abriu a boca em descrença.


- O que foi? Achou que só você era o espertalhão, Kris? Inocente? Namorado? Você me faz rir...


Os amigos do grandão estavam se acabando de rir. Kris abaixou a cabeça, envergonhado.


- Acho bom você pensar bem antes de se engraçar com quem não deve, galã de quinta... – Kai segurou o colarinho do outro, que engoliu em seco. Em seguida sussurrou pra ele – Vê se fica longe dele... Ele não é pro seu nível...


O maior tomou a mão de KyungSoo e saiu andando sem olhar para trás. Quando estavam longe o suficiente dali, porém, se voltou ao menor, vendo que ele sorria amplamente, feliz por ter humilhado o tal K, e lhe perguntou:


- Está se sentindo melhor? – riu baixinho, ao ver a cara de triunfo do menor.


- Me sinto fantástico! – Soo gargalhou, depois lembrando de quem era aquele diante de si. Corou na hora. – Muito obrigado, você é meu salvador, por acaso?


Kai sorriu, coçando a nuca.


- Ele mereceu.


Ambos compartilharam uma risadinha e depois ficaram se fitando, cada um envergonhado de sua forma, para serem capazes de dizer qualquer coisa.


- Então... Como vai? – Jongin disse, soltando a mão alheia, que nem notou ainda estar segurando.


- Eu... Ahm... Estou bem, eu acho – olhou em volta – Por que nunca te notei aqui?


- Eu também não havia te notado... – riu baixinho, fitando seus tênis. A verdade é que estava louco para reencontrar o menor... Tanto que acreditava tê-lo atraído devido à sua vontade desvairada de estar na presença dele novamente. Não conseguia tirar o menor e tudo o que fizeram da cabeça, e havia andado feito um zumbi por dias, se flagelando por não tê-lo detido a tempo de pegar seu contato.


KyungSoo concordou. Se sentia estranho na presença dele, sabendo que aquela agitação em seu estômago não era só um reflexo do tombo que sofrera a poucos minutos. Algo havia mudado dentro de si desde aquele encontro do destino e simplesmente não podia ignorar as sensações que se acometiam sobre si. As palmas das mãos começaram a suar de repente, e sentiu que o outro estava tão nervoso quanto si mesmo.


- Então... Parece que não foi tão ruim assim não ter encontrado o K naquele dia... – Kyung tentou aliviar a tensão no ar com uma piada.


- Esse idiota não sabe como eu o invejei... – Kai foi sincero. Não podia perder aquela oportunidade. – E enfim, o sortudo fui eu.


KyungSoo desviou o olhar, completamente envergonhado.


- Ei, vou ser sincero com você, okay? Eu não me arrependi do que fiz e não consigo parar de pensar em você. Acho que não devíamos desperdiçar essa oportunidade que o destino nos deu... Sei que parece bobo acreditar nessas coisas, mas se isso fez com que nos conhecêssemos, eu aceito numa boa... – Kai fitou o outro o tempo todo enquanto dizia isso, vendo o quão surpreso ele estava.


- Nem eu... – disse por fim. Kai lhe sorriu, se aproximando – Foi muito bom e você parece ser um cara legal. Sinto muito por ter sido um idiota com você. Tudo que fez foi me ajudar...


Kai olhou em volta, feliz de saber que o outro não sentia aversão por si, apesar de toda a situação.


- Você pode me recompensar, você sabe...


- Ah é? – disse divertido – E como?


O moreno sussurrou no ouvido alheio, satisfeito ao ver a pele branquinha se arrepiar.


- Pode me chamar pra sair... Do jeito certo, dessa vez.


KyungSoo sorriu, acenando com a cabeça.


- Claro, eu adoraria te chamar pra sair do jeito certo... Que tal um sorvete?


Kai sorriu, envolvendo a mão familiarmente fria com a sua própria, enquanto começavam a andar pelo corredor da faculdade, em direção à saída.


- Aliás, meu nome é Jongin... O apelido é Kai.


- Prazer, Jongin. Sou o KyungSoo.


Passaram por Tao, que sorriu malicioso para o próprio amigo, enquanto ele se afastava conversando animado com o moreno. Finalmente seu amigo encontrara um cara legal a seus olhos. E com sua bênção silenciosa, ele observou seu amigo saindo para começar uma possível relação. Desta vez do jeito certo.


Não ficou muito tempo ali. Ele mesmo tinha seus assuntos para resolver. Se desencostou da parede, planejando em sua mente, uma boa vingança...


***


Semanas depois...


- O que está fazendo gracinha? – Kris disse, vendo Tao tirando uma foto sua, enquanto estava nu pós sexo.


O maior não viu o sorriso diabólico que adornou os lábios do outro, enquanto virava de costas, colocando seu roupão.


- Nada não, grandão... Só registrando esse momento. Não é sempre que você se dispõe a realizar uma das minhas fantasias...


Kris sorriu, vendo que seu ficante estava satisfeito, quando após muito insistir, ele finalmente se deixou ser amarrado na cama.


- Mas, você não vai mostrar a foto pra ninguém, não é? – olhou curioso para o outro, que segurava o aparelho de costas para si.


A gargalhada o assustou.


- Ah, querido... É meio tarde pra isso.


Kris arregalou os olhos, vendo a tela do celular e constatando que Tao havia enviado a foto para todos os seus amigos.


- Tao!!! O que você fez?


Tao sorriu, fingindo inocência.


- Ops! Meu dedo escorregou...


Kris pôs ambas as mãos na cabeça, ciente de que seria zoado até o fim dos tempos por seus amigos. Olhou para Tao, que lhe dirigiu uma piscadela debochada. Nem teve coragem de retrucar ou brigar, pois no fim... Sabia que era culpado.


Mas, talvez não estivesse tão arrependido assim, afinal, por causa do que fez... Conheceu Tao e embora isso não fosse lucro para si, por seu intermédio, ele acabou juntando Jongin e KyungSoo e isso nunca seria alcançado, se não tivesse criado aquela infame pegadinha.



                                                           ***** Tricked *****




25. Dezember 2018 14:42 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

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sahsoonya Sahsoonya KPOP, ROCK, ANIME, DORAMA, GAMES, POETRY, HORROR MOVIES, ENGLISH, KIDS EXO - KAISOO "I would prefer not to" - Bartleby the scrivener (Herman Melville)

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