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Imagine se Mulder conseguisse capturar um alienígena. E esse fosse o senhor Spock?


Fan-Fiction Series/Doramas/Soap Operas Nicht für Kinder unter 13 Jahren.

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S01#02 - TREKKERS

INTRODUÇÃO AO EPISÓDIO:

Fade in.

Mulder liga o caminhão. Um soldado sinaliza pra ele partir. Mulder dirige.

MULDER: - Temos um alienígena aí atrás, todinho nosso!

SCULLY: - E pensa que vai conseguir sequestra-lo?

MULDER: - Você pode vê-lo?

Scully vira-se e tenta olhar a parte de trás do caminhão, por uma janelinha.

SCULLY: - Nada. Está escuro.

Mulder dirige até ficar fora da vista dos soldados. Pára. Desce do caminhão.

SCULLY: - O que vai fazer, Mulder?

MULDER: - Vou olhar o que estamos carregando.

SCULLY: - Mulder, você está louco? E se for radioativo, alguma coisa que...

Mulder abre as portas do caminhão. Está escuro lá dentro, iluminado apenas pelo facho de luz que vem da porta. Close num pé usando uma bota, que se posiciona no facho de luz. Close de Spock, com as mãos sobre o rosto, evitando a luz.

Mulder olha para trás, e então vê a nave entre as árvores.

Close da nave alienígena com as inscrições NCC-1701.

VINHETA DE ABERTURA: A VERDADE... A FRONTEIRA FINAL...


BLOCO 1:

3:44 A.M.

Scully entra no carro de Mulder. Cabelos amarrados, cara de sono, olheiras enormes, de camiseta, casaco e calça de cotton. Mulder liga o carro e sai em disparada.

MULDER: - Nossa! Você está horrível!

SCULLY: - O que você esperava, me acordando às 3 e meia da manhã? Você também não está nada apresentável pra um agente do FBI.

Mulder sorri.

MULDER: - Pelo menos estou barbeado.

SCULLY: - O que é tão urgente, Mulder?

MULDER: - Você não vai acreditar. Skinner me ligou. Está em Utah, numa conferência. E você não vai querer saber o que está acontecendo em Utah...

SCULLY: - Mulder, chega de suspense e vai logo me dizendo por que estou com você, nesse carro, vestida como uma louca à 4 da manhã?

MULDER: - (EMPOLGADO) Há um movimento estranho de militares. Parece que alguma coisa ‘caiu do céu’.

SCULLY: - (COM CARA DE DESESPERO) Mulder, você não me acordou em plena madrugada de sábado pra caçarmos discos voadores!

Mulder sorri.

SCULLY: - Oh, não! Mulder, ao contrário de você, eu tenho uma vida, tenho coisas a fazer.

MULDER: - Como o quê?

Scully abre a boca, mas desiste de falar. Respira fundo.

SCULLY: - Vamos caçar supostos marcianos verdes? O que você fez ontem? Bebeu?

MULDER: - Tive um encontro.

Scully arregala os olhos. Encara-o, esperando resposta. Mulder continua quieto. Ela não resiste.

SCULLY: - E... Eu conheço a garota?

MULDER: - Não foi com uma garota. Me encontrei com o Frohike e os rapazes. O tradicional boliche da sexta-feira.

Scully fica séria. Mulder continua dirigindo.


Floresta de New Valley – Utah – 7:00 A.M.

Mulder para o carro na estrada, em frente a um bloqueio militar. Um do soldados vai até o carro.

SOLDADO 1: - Senhor, é melhor pegar outra direção. Estamos com um problema de vazamento químico nesta área. Ninguém pode passar.

Mulder dá a volta no carro.

MULDER: - Acreditou neles, Scully?

SCULLY: - Mulder, há centenas de soldados, pode ser um vazamento de substância tóxica e...

Dois tanques de guerra passam por eles.

MULDER: - Uau, Scully! Vão usar toda essa força pra controlar um vazamento químico?

Scully cala-se. Mulder freia rapidamente e entra com o carro no meio do mato.

SCULLY: - Enlouqueceu? O que está fazendo?

Mulder pára o carro. Desce. Scully o segue.

MULDER: - Se não podemos ir pela estrada, vamos por um atalho.

SCULLY: - Mulder, tem militares por todos os lados...

Mulder vai na frente dela e não lhe dá ouvidos.

[Corte]

Eles caminham alguns quilômetros. Param. Há movimentos de soldados à frente, em um acampamento. Os dois agentes se agacham atrás da vegetação e observam por entre as árvores. À frente, bem ao fundo, percebe-se uma nave imensa, entre as árvores. Há uma luminosidade ao redor dela, como se fosse um campo de força. Tanques miram a nave. Mulder olha pra Scully.

MULDER: - Aposto que caberia a população de Utah inteira ali dentro.

SCULLY: - M-Mul...der...(PASMA) É-é uma na-nave!

MULDER: - Até que enfim, Scully, você viu alguma coisa! Só não vou aplaudir pra não fazer barulho!

A atenção deles se desvia ao verem chegar o Canceroso, fumando um cigarro, enquanto conversa com um Coronel.

CANCEROSO: - Ele falou alguma coisa?

CORONEL: - Negativo. Já fizemos testes e parece que não há radiação no tripulante e na nave. Vamos levá-lo para o Centro de Controle de Moléstias.

CANCEROSO: - É algum dos nossos conhecidos? (SOPRA A FUMAÇA)

CORONEL: - Negativo, senhor. É uma espécie de humanoide, mas com características diferentes das nossas.

Corta para a floresta. Mulder e Scully ainda agachados.

MULDER: - Eles têm um alienígena vivo, Scully!

SCULLY: - Mulder, não podemos passar por eles...

Mulder levanta-se.

SCULLY: - O que vai fazer?

MULDER: - Tem um caminhão baú ali. Vamos nos esconder.

SCULLY: - Mas...

Mulder sai correndo. Scully vai atrás dele. Entram no caminhão do exército. Há algumas fardas por ali.

MULDER: - Scully, eu não sei se você gosta da cor verde, mas...

Mulder começa a se despir e põe a farda. Scully, vira-se de costas pra ele e veste uma também. O coronel abre a porta traseira do caminhão. Mulder e Scully ficam atônitos.

CORONEL: - O que estão fazendo aí? Mexam-se! Levem a carga até o segundo bloqueio. De lá serão escoltados até o destino final. Sabem suas ordens!

O coronel afasta-se. Os dois descem do caminhão e entram na cabine. Lá atrás, há agitação de militares empurrando alguém pra dentro do caminhão. Mulder liga o caminhão. Um soldado sinaliza pra ele partir. Mulder dirige.

MULDER: - Temos um alienígena aí atrás, todinho nosso!

SCULLY: - E pensa que vai conseguir sequestrá-lo?

MULDER: - Você pode vê-lo?

Scully vira-se e tenta olhar a parte de trás do caminhão, por uma janelinha.

SCULLY: - Nada. Está escuro.

Mulder dirige até ficar fora da vista dos soldados. Pára. Desce do caminhão.

SCULLY: - O que vai fazer, Mulder?

MULDER: - Vou olhar o que estamos carregando.

SCULLY: - Mulder, você está louco? E se for radioativo, alguma coisa que...

Mulder abre as portas do caminhão.

[Som: Star Trek Theme]

Está escuro lá dentro, iluminado apenas pelo facho de luz que vem da porta. Close num pé usando uma bota, que se posiciona no facho de luz. Close de Spock, com as mãos sobre o rosto, evitando a luz. Mulder olha para trás, e então vê a nave entre as árvores.

Close da nave alienígena com as inscrições NCC-1701.

Mulder fica estático. Scully com os olhos arregalados. Spock desce do caminhão.

SPOCK: - Quem são vocês? Logicamente não são soldados para terem uma atitude dessas.

MULDER: - Scully, ele fala a nossa língua!

SPOCK: - É claro que falo a língua de vocês.

MULDER: - Você é o quê?

SPOCK: - De acordo com as leituras anteriores que fiz, em sua época eu sou um alienígena. Mas prefiro ser chamado de Vulcaniano.

MULDER: - Nossa! Você tem orelhas grandes.

SPOCK: - E você tem um nariz enorme.

SCULLY: - Mulder, temos que tirá-lo daqui.

SPOCK: - Concordo com ela. Se estivesse com meu comunicador, poderíamos sair daqui.

MULDER: - O que sugere, Scully?

SCULLY: - Eu não sei, mas os militares estão vindo.

MULDER: - Me sigam!

Mulder entra na mata, em direção à Enterprise. Eles vão atrás. Spock pára.

SPOCK: - Não é lógico essa atitude.

MULDER: - Não é lógico ficarmos esperando por eles. Vamos!

SPOCK: - São seu povo. Não vão lhe fazer mal.

MULDER: - Não aposte nisso, Orelhudo. Depois de você, eu sou o maior alvo de perseguição desses caras. Vamos!

Scully segura Mulder pelo braço.

SCULLY: - Ele tem razão, não conseguiremos fugir.

Spock caminha até a frente da Enterprise. Os três são teletransportados. Os militares chegam. Ficam procurando por eles.

SOLDADO: - Estavam aqui, senhor.

CORONEL: - (COÇANDO A CABEÇA/ PERPLEXO) Eu sei! Mas não estão mais!


BLOCO 2:

USS ENTERPRISE

Movimento de câmera acompanhando Kirk que caminha pelos corredores da  nave.

KIRK (OFF): - Diário de bordo, data estelar 19911.0. A Enterprise caiu numa brecha espaço-tempo e retornou ao século 20. A nave está avariada e fizemos um pouso forçado. Isto atraiu a atenção dos governos militares da época. Estamos sob proteção do campo de força para não sofrer mais danos. O Sr. Spock desceu para fazer leituras e foi capturado, tendo seu comunicador tomado pelos soldados.

A porta se abre. Kirk entra na sala de transporte. Scott e McCoy estão ali. Mulder, Scully e Spock se materializam. Scully olha para todos os lados, perplexa e incrédula. Spock desce. Mulder, boquiaberto o segue.

KIRK: - Captamos seu sinal, Senhor Spock. Creio que seus amigos também precisavam de ajuda.

SCULLY: - (INCRÉDULA) Quem são vocês?

KIRK: - Bem vindos à nave estelar Enterprise. Sou o Capitão James Kirk, este é o Dr. Leonard McCoy, o Engenheiro Montgomery Scott e este, como já devem saber, o Primeiro Oficial, Sr. Spock.

SCULLY: - (SORRI) Capitão?

Scully olha para Kirk, sentindo-se atraída.

KIRK: - E quem são vocês?

MULDER: - Agentes Mulder e Scully, do FBI.

SCOTT: - FBI?

KIRK: - Uma espécie de oficiais de polícia do século 20, senhor Scott. Creio que vocês estão cansados e precisam de roupas limpas.

Kirk aperta um botão no painel de transporte.

KIRK: - Tenente Uhura, por favor providencie roupas e alojamento para nossos visitantes.

MULDER: - Eu não estou entendendo nada!

KIRK: - Agente Mulder, somos seu futuro. Explicando da maneira mais simples, fomos dragados para seu espaço-tempo, e nossa nave caiu avariada. Pertencemos à uma frota estelar, cuja missão é buscar novas civilizações e explorar o universo. Fazemos isso em companhia de outras raças, de vários planetas.

MULDER: - (BOQUIABERTO) Isso é... fascinante.

Spock levanta as sobrancelhas e olha para Mulder.

SPOCK: - Fascinante não é um termo lógico para isso.

KIRK: - (SORRI) Perdoem o Sr. Spock. Vulcanianos são regidos pela razão e não pela intuição ou emoção, como nós humanos.

Mulder cochicha no ouvido de Scully.

MULDER: - (DEBOCHADO) Creio que você achou sua alma gêmea, Scully. E o mais engraçado nisso, é que ele é um extraterrestre, coisa em que você não acredita.

Scully encara-o furiosa. A Tenente Uhura entra.

UHURA: - Por favor, senhores, queiram me acompanhar. Mostrarei seus alojamentos.

Mulder e Scully vão atrás dela. Kirk olha para McCoy.

KIRK: - Magro, não sei se foi uma boa ideia trazê-los à bordo.

MCCOY: - Não tínhamos escolha, Jim.

KIRK: - Sr. Scott, continue tentando consertar o reator. Precisamos sair daqui o mais depressa possível. Senhor Spock, vamos para a ponte.

Kirk, mãos para trás, aproxima-se da porta, que se abre. McCoy e Spock o seguem.

[Corte]

Mulder entra na ponte de comando, vestido com um uniforme amarelo da frota. Fica admirado com a porta que abre e fecha.

MULDER: - Temos isso nos aeroportos e shoppings centers... Queria uma dessas no meu apartamento.

Kirk, sentado em sua poltrona, sorri.

KIRK: - Bem vindo, agente Mulder. Ficou muito bem nessa roupa. Daqui podemos ver o que nossos amigos estão fazendo.

Close no telão da sala de comando. Vê-se os tanques de guerra cercando a Enterprise. Soldados por todos os lados.

MULDER: - Por que não lhes dizem quem são?

KIRK: - Temos uma diretriz de não interferência. Já interferimos demais trazendo vocês aqui.

Kirk observa o celular de Mulder.

KIRK: - O que é isso?

MULDER: - É um telefone celular. Nos comunicamos com as pessoas.

KIRK: - Como funciona? (CURIOSO, APROXIMA-SE DE MULDER)

MULDER: - Você disca o número da pessoa com quem quer falar. Ou aperta uma tecla com o número já programado na memória.

KIRK: - Ah! Se parece com isto. (E MOSTRA O COMUNICADOR)

MULDER: - Isso é um celular? Qual o alcance?

KIRK: - Bem, digamos que se você quer falar com um parente em Plutão, é só levantar a tampinha. Ou se quiser falar com um parente em outra dimensão...

Mulder olha pro seu celular, aborrecido.

MULDER: - É, aposto que no futuro vocês não se preocupam com linhas ocupadas ou ligações fora da área de cobertura...

KIRK: - Posso?

Kirk pega o celular. Analisa-o.

KIRK: - Sou um colecionador de objetos do século 20, agente Mulder. Gostaria de ter um desses.

MULDER: - Depois de ver o seu ‘celular’, capitão, pode ficar com este aqui. É todo seu.

Kirk guarda o celular com carinho. Scully entra na ponte, num vestido azul da federação.

MULDER: - (SURPRESO) Ora, Scully... Modelito mini-saia?

SCULLY: - Sem brincadeiras, Mulder. Eu não sei mais no que acreditar... Tudo é tão estranho... Alienígenas e homens do século 24... Isto parece um sonho!

MULDER: - Desculpe minha parceira, capitão. Ela é uma cientista.

KIRK: - Bem, os cientistas de nossa época também são difíceis de convencer. Não é, Magro?

McCoy olha sério para Kirk. Kirk sorri debochado.

KIRK: - O que faz no FBI, agente Scully? Especificamente?

SCULLY: - Sou médica.

MCCOY: - (SORRI) Ora, é bom ter uma colega por aqui, que fale a minha língua, que seja difícil de convencer com teorias absurdas...

KIRK: - Magro, mostre à Doutora Scully os avanços da medicina em nosso tempo. Ela vai ficar fascinada, como diria o Sr. Spock.

MCCOY: - Com todo o prazer. Venha, Doutora. Vai ficar estarrecida quando entrar em meu laboratório.

McCoy e Scully saem. Mulder olha para todos os lados, eufórico. Observa os computadores, aproxima-se do painel de comando, onde estão Checov e Sulu.


BLOCO 3:

O intercomunicador emite um som. Kirk aperta o botão em sua poltrona.

KIRK: - Fale, Senhor Scott.

SCOTT: - Capitão, não tenho boas notícias. Nosso campo de força não está agüentando. É muita energia consumida. Temos pouco mais de duas horas.

KIRK: - Em quanto tempo estimula os consertos necessários, Sr. Scott?

SCOTT: - A estimativa não é muito boa, capitão. Calculo que levaremos umas 4 horas para conseguir força novamente...

KIRK: - (SORRI) Sr. Scott, o seu bom e velho truque não vai me convencer. Devo entender que em menos de duas horas tudo estará sob controle?

SCOTT: - Vou fazer o impossível, capitão.

KIRK: - Faça, Sr. Scott. Senhor Spock, conseguiu alguma coisa?

SPOCK: - Capitão, a brecha espaço-tempo em que entramos avariou todos os sistemas de defesa da nave. Estamos sem phasers.

KIRK: - Não vamos atirar em ninguém.

SPOCK: - Capitão, eles não sabem quem somos. A cultura deles acredita que somos inimigos em potencial.

MULDER: - Ei, espera aí. Com quem a humanidade fez o primeiro contato?

KIRK: - O primeiro contato com vida inteligente foi com os Vulcanianos.

MULDER: - E os acinzentados que eu tenho visto?

KIRK: - Falei de vida inteligente, agente Mulder. O que pressupõe tecnologia a serviço da paz. Os greys são cientistas que há muito visitam a Terra em busca de cobaias e acordos com governos corruptos. No futuro, os greys não virão mais à Terra. Assim como outras raças que fujam ao objetivo de pacificação. Esse é o objetivo da Frota. Manter fora qualquer inimigo e proteger os planetas que pertencem à Federação.

MULDER: - Incrível. Estou dentro de uma nave estelar! Não podemos dar uma voadinha por aí?

KIRK: - Estamos com problemas.

MULDER: - O que impulsiona a nave? Qual a tecnologia de vocês?

KIRK: - Utilizamos matéria e anti-matéria, que se juntam na presença de cristais de Dilitium, liberando energia necessária para impulsionar a nave. As velocidades que atingimos são de dobra espacial, superior à velocidade da luz.

MULDER: - Mas e os solavancos que causa?

SULU: - Temos vários neutralizadores de inércia que evitam solavancos ao atingirmos velocidade de dobra.

MULDER: - Vocês, quer dizer, nós, conseguimos dobrar o espaço-tempo?

SPOCK: - Perfeitamente. Isto os tornou dignos de serem reconhecidos por outras civilizações, não como meros animais, mas como uma forma de vida promissora.

Mulder encara-o sério. Kirk sorri.

MULDER: - Esse cara nunca ri?

KIRK: - Não, é da natureza dele, agente Mulder.

MULDER: - Sr. Sulu, me diga uma coisa. Einstein estava certo quanto aos buracos de verme?

SULU: - Sim, senhor. Viajamos através do tempo e nos teletransportamos devido a existência deles.

MULDER: - Eu sabia!

KIRK: - Sr. Sulu, mostre a nave para o nosso hóspede. Mostre os holodecks.

MULDER: - O que é isso?

SULU: - Uma espécie de cinema interativo. Transforma imagens holográficas em matéria. É possível sentir cheiros, ouvir sons, ter contato físico... O senhor vai gostar. Basta imaginar um lugar... Ou alguém especial... A imaginação materializa-se.

MULDER: - Se minha “imaginação” pudesse se materializar... Gostaria de ter um desses no meu apartamento.

[Corte]

Na enfermaria, Scully olha espantada para McCoy.

SCULLY: - Como consegue saber o estado de saúde completo de um paciente com essa... essa coisa, que se parece uma caneta?

MCCOY: - Tecnologia, Doutora Scully. Não temos mais doenças.

SCULLY: - Nem câncer, Aids...

MCCOY: - Nada. Exceto gripe. Ainda temos problemas com isto.

SCULLY: - Estou fascinada.

MCCOY: - O trabalho médico restringiu-se à utilização desses aparelhos e à pesquisa. Só isso. Não há mais salas de emergências abarrotadas de pessoas e trabalhos exaustivos.

SCULLY: - Dr. McCoy... Isso é muito esquisito pra mim.

MCCOY: - Eu compreendo, minha jovem. Mas isto é o futuro.

 

Mulder e Scully passeiam pela Enterprise, na companhia de Sulu, que lhes mostra toda a nave. Mulder não se contém de felicidade, os olhos brilham. Scully permanece séria, receosa. McCoy aproxima-se:

MCCOY: - O capitão os convidou para um drinque em seu alojamento.

MULDER: - Scully, seja a minha relações públicas. Eu vou depois. Quero falar com o Scott pra saber mais sobre o funcionamento da nave.

SCULLY: - Tudo bem.

Scully segue McCoy. Mulder vai com Sulu até a sala da engenharia.

Scully entra no alojamento de Kirk. Kirk vem recebê-la.

KIRK: - Onde está seu amigo?

SCULLY: - Babando os corredores de sua nave, capitão.

KIRK: - (SORRI) Não se preocupe. Temos o pessoal da limpeza.

Scully sorri. Kirk retribui o sorriso. Serve dois drinques.

KIRK: - Sente-se, Dr.ª Scully.

Kirk lhe entrega um copo com um líquido azul.

SCULLY: - Pode me chamar de Dana.

Scully olha apaixonada para Kirk. Kirk senta-se ao lado dela.

KIRK: - Dana, então você faz o quê, além de ser médica, policial...

Scully olha suspirando para Kirk, voando em pensamento.

KIRK: - Dana?

SCULLY: - Ah, sim... eu... eu... O que você estava falando?

KIRK: - Perguntei o que faz, além de caçar bandidos...

SCULLY: - Caço Ets, vampiros, lobisomens, bruxas, duendes, magos... homens... Ahn, quer dizer, homens foragidos da lei...

KIRK: - Você e o Agente Mulder são mais que colegas...

SCULLY: - Não. O Mulder é um prego no meu sapato... Sempre admirei homens mais velhos... Eles têm mais conhecimento, paciência, carinho... O que é isso que euzinha estou bebendo? (RINDO)

KIRK: - É uma bebida feita pelos Venuzianos.

SCULLY: - É saborosa.

Kirk senta-se ao lado dela. Scully já está meio bêbada.

SCULLY: - Fale mais sobre você. Como é ser capitão de uma nave como esta, lutar pela paz na galáxia...

KIRK: - É um bom trabalho. Não é monótono.

SCULLY: - Aposto que é. E você vai para casa às vezes?

KIRK: - Costumo dizer que a Enterprise é minha casa.

SCULLY: - Adoro seu uniforme, capitão Kirk. Sou uma mulher atraída pelas fardas.

KIRK: - Você é uma mulher muito atraente, Dana.

Kirk e Scully se beijam.

[Corte]

Mulder conversa com McCoy, na sala de transportes.

MCCOY: - A psicologia evoluiu muito, agente Mulder. Os loucos de ontem são os cientistas de hoje.

MULDER: - E eu digo isso a toda hora e me ameaçam com uma camisa de força! Qual foi a reação das pessoas diante de tanta evolução?

MCCOY: - Isto foi conquistado em etapas, como qualquer outro processo. As pessoas foram se acostumando. Mas lhe digo, ainda falta muito para o sonho de paz concretizar-se. Existem raças que, se comparadas com os homens primatas, são muito menos evoluídas.

MULDER: - Gostaria de ir com vocês.

MCCOY: - Acredito que isto seja impossível. Você tem seu tempo, amigo. Nós temos o nosso.

MULDER: - O tempo de vocês será eterno. Vocês nunca passarão. Gerações ouvirão seus nomes e se inspirarão em vocês para transformar, o que hoje chamamos de ficção científica, em ciência do amanhã. Dr. McCoy, ninguém morre, nada acaba. Apenas deixa de estar na presença de nossos olhos, para continuar presente em nosso coração.


BLOCO 4:

Scully sai do alojamento de Kirk, ajeitando o vestido. Mulder passa por ela.

MULDER: - O que houve?

SCULLY: - Nadinha.

MULDER: - Como assim?

SCULLY: - Nada. Tomei uns drinquezinhos com ele e... Ora, Mulder, o que importa a você?

MULDER: - Você fez amor com ele, não fez?

SCULLY: - O que te interessa minha vida particular?

MULDER: - Esse cara é o tipo de conquistador barato das galáxias!

SCULLY: - E você? O que pensa que é? Pelo menos ele não me parece do tipo que guarda fitas “que não são suas” nas gavetas e revistas indecentes.

MULDER: - Ok, Scully. Estou nervoso com tanta novidade. Mas saiba de uma coisa: Você é altamente atraída por homens que caçam aliens. Fato inegável. Isso é lógico! (IMITANDO O OLHAR DE SPOCK)

Mulder sai. Scully vai para seu alojamento, furiosa. Mulder vai para a ponte. Vê Kirk e Spock conversando.

KIRK: - Não há outra alternativa, Senhor Spock. Checov! Quero você no grupo de descida. Tenente Uhura, avise o doutor McCoy para me encontrar na sala de transporte. Sr. Spock, vamos. O plano é descermos e atrairmos a atenção para nós, enquanto o sr. Scott tenta consertar o reator de fusão. Sr. Mulder, já usou um destes?

Kirk mostra o phaser.

MULDER: - O que isso faz?

KIRK: - É mais possante que um laser. Paralisa, ou se necessário for, desintegra.

MULDER: - (ADMIRANDO O PHASER) Acho que vou colocar minha Glock fora.

SPOCK: - É perigoso para ele, capitão. Acredito que deva permanecer na nave.

MULDER: - Eu quero ir com vocês.

KIRK: - Tem razão, sr. Spock. Agente Mulder, sua ajuda será necessária aqui dentro. Permaneça na ponte. Se quiser, pode sentar na cadeira de comando. Sr. Sulu, pegue o tricorder. Phasers carregados. Regulem para apenas paralisar.

Eles saem. Uhura permanece sentada à frente do rádio. Mulder senta-se na cadeira de Kirk.

MULDER: - Uau! Atenção, velocidade de dobra 8 à frente, senhores. Aqui quem fala é o capitão Mulder!

Uhura olha séria pra ele. Mulder encabulado, abaixa a cabeça, mas não disfarça a felicidade de estar ali sentado. Parece uma criança. Scully entra.

SCULLY: - O que pensa que está fazendo aí, Mulder?

MULDER: - Deixa eu ser criança, Scully. Não estraga!

 

Mulder acompanha pelo telão. Os militares avistam o grupo de descida. Partem em perseguição.

MULDER: - Como posso ficar aqui parado deixando que eles sejam perseguidos pelo Canceroso?

Mulder levanta-se da poltrona.

UHURA: - O Capitão deu ordens para que permanecesse na nave, sr. Mulder.

MULDER: - Tenente Uhura, eles estão em perigo. Sei que tem phasers, mas nós temos balas. E balas resolvem muita coisa neste século. Também fomos treinados para atirar. Scully, está com sua arma?

SCULLY: - Sim.

MULDER: - Vamos para a sala de transportes. Eu sempre quis dizer isso: Tenente Uhura, assuma o comando.

Mulder e Scully correm para a sala de transportes. Mulder ativa o teletransporte. Eles se posicionam e desaparecem. Materializam-se na floresta.

SCULLY: - Eu não sabia que você sabia mexer no transporte!

MULDER: - Não me pergunte como, Scully. Mas eu sabia.

SCULLY: - Vamos, Mulder.

O Canceroso aproxima-se deles.

CANCEROSO: - Ora, mas que bela surpresa.

MULDER: - Olha aqui, seu desgraçado... (EMPURRA-O CONTRA UMA ÁRVORE, MIRA A ARMA NA CABEÇA DELE)... Dê ordens para seus homens se afastarem.

CANCEROSO: - Virou defensor de alienígenas, Mulder?

MULDER: - Estou defendendo coisas mais importantes que alienígenas.

CANCEROSO: - Você não vai atirar.

MULDER: - Você não me pega mais com essa. Não me teste. Pode se surpreender.

Mulder engatilha a arma. O Canceroso recua. Kirk e os outros chegam.

KIRK: - Agente Mulder, não é preciso fazer isso. Não pode matar este homem.

CANCEROSO: - Eu lhe disse isso, mas ele não acredita.

MULDER: - O dia em que acabar com esse verme, vou livrar o mundo dos absurdos que ele faz.

Kirk afasta a arma de Mulder da cabeça do Canceroso.

KIRK: - Agente Mulder, homens como ele não podem morrer. Eles são necessários para que a humanidade atinja o grau de evolução de que lhe falei. Quando a Terra descobrir a existência desses homens e as artimanhas e mentiras que eles pregam em nome da humanidade, o mundo todo se dará as mãos para buscar a verdade. Para buscar a paz. E evitar assim que a Terra caia novamente nas mãos de governos corruptos, mentirosos e conspiradores.

Mulder empurra o Canceroso. Ele afasta-se dali, devagar. O comunicador emite um som.

KIRK: - Kirk.

SCOTT: - Capitão, a nave está pronta. Vamos partir imediatamente.

KIRK: - Certo, sr. Scott. Desligo.

Kirk aproxima-se de Scully.

KIRK: - Foi uma honra conhecê-la, Dana.

SCULLY: - A honra foi minha, capitão Kirk.

Os dois se beijam. Mulder olha incrédulo. Scully abraça McCoy.

SCULLY: - Dr., desejo boa sorte para o senhor.

MCCOY: - Pra você também, minha jovem.

Scully abraça todos eles. Kirk aproxima-se de Mulder.

KIRK: - Precisamos ir. Foi uma honra conhecer o passado.

MULDER: - A honra foi minha em conhecer o futuro.

Mulder aperta a mão de McCoy, Sulu e Checov. Aproxima-se de Spock.

MULDER: - Gosto de você, Orelhudo. Sou seu fã.

SPOCK: - Orelhudo é um termo lógico. Ilógico para um narigudo.

MULDER: - Ele fez uma piada!

SPOCK: - Piada? Piada não é uma coisa lógica.

Eles riem de Spock que permanece sério, sem entender nada.

MULDER: - Você não vai entender o que isso significa, pois você não entende de emoções. Mas significa muito pra mim.

Mulder abraça fortemente Spock, como se abraçasse um velho amigo de infância. Spock arregala os olhos e as sobrancelhas. Mulder entrega sua arma para Sulu.

MULDER: - Sei que você coleciona essas coisas.

SULU: - (SORRINDO) Muito obrigado!

MULDER: - Capitão... Espero que possamos nos encontrar novamente.

KIRK: - Quando formos embora, tudo isso não passará de um sonho. Vocês não se lembrarão de nada. Agente Mulder, vida longa e próspera, pois a verdade está lá fora.

Kirk pega o comunicador.

KIRK: - Kirk para a Enterprise. Transporte para cinco.

Eles se desmaterializam na frente de Mulder e Scully. Mulder abraça Scully, enquanto observam a Enterprise subir e atravessar a dobra espacial, tornando-se um ponto de luz no céu.

SCULLY: - (OLHANDO PRO CÉU) Eu não dormi com ele.

MULDER: - (OLHANDO PRO CÉU) Por que me conta isso? Sei que você gosta de homens mais velhos e que as mulheres não resistem ao Capitão James Kirk...

SCULLY: - (OLHA PRA MULDER) Ele não pertence ao nosso mundo, Mulder. Não quero estragar outra estória.

Scully se afasta. Mulder a acompanha com os olhos.

[Corte]

[Som: Star Trek Theme]

Scully entra no escritório. Mulder apoiado na escrivaninha, a cabeça abaixada sobre as mãos, dormindo.

SCULLY: - Mulder!

Mulder acorda-se de sobressalto.

MULDER: - Sim, capitão?

SCULLY: - Capitão? Mulder, você estava sonhando! Já são 11 da noite, sexta-feira, o Skinner acaba de ir pra Utah e você está aí dormindo? Vamos embora!

MULDER: - (FRUSTRADO) Era um sonho... Era só um sonho!

SCULLY: - E pelo visto foi muito bom. Você roncou aí e nem ouviu o celular. Procurei por você, tentei o telefone.

Mulder procura o celular.

MULDER: - Acho que perdi meu telefone. Não sei onde eu...

Mulder sorri. Pega seu casaco. Abre a porta. Vira-se pra Scully.

MULDER: - Te vejo na segunda.

Mulder faz o gesto trekker.

MULDER: - Vida longa e próspera, Scully.

Mulder sai. Scully não entende nada. Olha sobre a mesa. Vê um distintivo com o símbolo da Federação.

Fade out.



In memoriam para DeForest Kelley, meu querido Dr. McCoy, que agora está muito mais próximo das estrelas, na paz dos anjos.


07/10/1999

16. November 2018 11:37 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

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Lara One As fanfics da L. One são escritas em forma de roteiro adaptado, em episódios e dispostas por temporadas, como uma série de verdade. Uma alternativa shipper à mitologia da série de televisão Arquivo X.

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