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tartareuguinea 9


Baek Hyun sempre soube que era diferente. Seu jeito de observar o mundo era a prova disso. Cansado de sua realidade, ele foge para onde julgava melhor a fim de continuar seus estudos. O que ele não imaginava era que, ironicamente, seria o local onde quase ficaria louco. Principalmente depois da chegada de seu novo colega de quarto.


Fan-Fiction Bands/Sänger Nur für über 18-Jährige.

#exo #chanbaek #hospício #repost #ot12
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Leve (In)consciência




A vida era bastante pacata para Baek Hyun, ele não tinha muitas coisas interessantes para fazer. Principalmente porque se entediava fácil demais com as "burrices" alheias, era muito fácil perceber os erros deles, e seus estudos já tinham os detalhes necessários. Mas Baek Hyun não se sentia superior, ele só era inteligente demais para todos aqueles acéfalos.

Menos um. Aquele de longe não era nem um pouco acéfalo.

E que era justamente o motivo o qual, o pequeno moreno ainda não tinha fugido daquele lugar, já que ele conseguia fazê-lo com maestria. Bom, não só esse motivo, mas era um lugar onde Baek não precisava se preocupar com muita coisa, como dinheiro, alimentação, etc.
Logo poderia focar sua inteligência em coisas mais ... proveitosas.
Baek Hyun sempre foi diferente, além de não fazer muita questão de esconder suas preferências peculiares de seus pais. Sua coleção de livros sobre psicologia; um mapa detalhado do cérebro humano; alguns bonecos de laboratório. Eles nunca se atentaram muito com a quietude do garoto, afinal, seu comportamento nunca lhes torrava a paciência em seus plenos dezoito anos. Até agradeciam-no por isso.

Era uma delícia para ele apenas observar as falhas alheias, era sempre por meio destas que se podia tirar vantagem do inimigo.

Nunca tinha se apaixonado, talvez não tivesse nascido para isso, mas isso não significava que não tinha jogado bastante com o tabuleiro dos humanos antes de entrar naquele local. Foi porque quis. Lá, possivelmente, teria pessoas com uma condição parecida com a sua, isto é, de não aceitarem a realidade e a acharem muito chata para ser "normal". Mas elas nunca seriam tão geniais quanto ele. Mesmo que tentassem. Era um local tranquilo e perfeito para se dedicar em tempo integral aos seus "experimentos".

A observação de pessoas era seu experimento preferido, sentia um prazer quase orgásmico apenas ao convencê-las de algo, ou ao enganá-las, fazê-las de fantoche. Era divertido como a própria mente humana se enganava. Mesmo Baek Hyun fazia isso de vez em quando, inclusive quando conheceu o motivo principal que impedia sua "fuga". Naquela época ele ainda achava sua realidade fraca demais para seus objetivos. Bom...sua opinião mudaria bastante.

Já tinha utilizado seu dom para conseguir algum dinheiro, e tinha a sorte de ser extremamente belo. Isso o ajudava bastante, apesar de ser um pouco relutante em usar sua beleza. Mas naquele recinto, não era necessário tanto. Ainda. Antes de entrar naquele lugar, não era difícil vê-lo se deliciando com a ignorância alheia em alguma casa noturna diferente de seu ciclo social. Fosse porque gostavam de sua atitude, ou porque gostavam de seu corpo.

Entretanto, apesar de todas as suas façanhas com pessoas, ele nunca tinha se entregado para ninguém. Achava que conseguiria se satisfazer sozinho e que nunca precisaria de ninguém; nunca soube o que era paixão, amor de verdade. Mesmo que sua família fosse ótima para si, ele se sentia deslocado. Assim como em alguns ambientes sociais.

A escola já havia terminado há tempos, mas nunca fora interessante porque não havia descobertas ou novidades. As provas que fizera eram como passatempos. Terminava sempre antes e pedia para que seu nome não constasse nos rankings de melhores alunos.
Por essa aparente apatia, Baek Hyun nunca foi de ser muito notado na escola, apesar de seu sorriso fácil e jeito aparentemente conquistador. E isso era muito bom para os seus negócios.

Mesmo que vez ou outra não atingisse a nota máxima, era por puro desinteresse, já que seus pensamentos se concentravam no ambiente. Nos rostos concentrados, na cara de tédio da professora, nos corpos inquietos de ansiedade, nas dispersão dos hiperativos, no quase silêncio mortal da sala, nas formigas visitando os lanches em cima da lousa e até nos barulhos da rua distante.

Conversava com todos de modo igual, sabia descrevê-los até em seus detalhes mais sórdidos, mas não se era possível se dizer a mesma coisa em relação à Baek Hyun. Não havia aprofundamento em suas relações e ele apenas escondia seu lado "menos normal".

Como consequência de sua curiosidade pela humanidade e descontentamento com a escola, ele praticamente se educou sozinho. Era melhor que muitos médicos e advogados com anos de experiência. Lia bastante, acompanhava o que acontecia à sua volta, daquele seu jeito peculiar, que mesmo distante e discreto, ainda se fazia, de certa forma, notável.

Justamente por isso, em uma de suas muitas tardes de imersão nos pontos mais obscuros de sua mente, acabou chegando à conclusão que estava chamando muito a atenção alheia,  e isso parecia realmente péssimo. Principalmente para alguém como ele. Como realizaria seus "experimentos" se conseguisse ser reconhecido sem grandes obstáculos por alguém? Não tinha amigos por esse motivo, e também, ninguém parecia digno de sua confiança.

Nunca se sabe quem te apunhalará pelas costas.

Naquela mesma tarde conversou com seus pais sobre um emprego que havia sido chamado, por suas boas notas na escola, convencendo-os que era o melhor para si, já que não possuía muitos laços, nem se interessara por nenhum curso na faculdade. Mostrou-lhes os papéis com o convite, a proposta, os lucros e, de fato, não era nada mal. O papel também dizia que a empresa lhe cederia uma boa instalação até sua total estabilidade. Sim, porque era em outra cidade.

— Pai, mãe… —  chamou-os, já ao pé da escada, se encaminhando à sala de jantar, onde os dois estavam.

— Sim, meu amor? Tem algo a nos contar? — Sorriu, terna, a mãe do castanho, convidando-o, também, a se sentar na mesa.

— Sim, eu tenho. É bastante importante e acho que vocês vão gostar também.

— Pois diga.

— Me chamaram para trabalhar na empresa que eu contei para vocês — disse, quase inocente. — E eu quero muito ir. Eles disseram que podem me ajudar em tudo: na instalação, na casa, no escritório. É um bom jeito de começar minha vida.

— Mas que ótima notícia, meu filho. Nosso bebê já é um homem feito, querido.

— Parece que há um ótimo salário, também, não é?

— Sim, pai. Eu vou poder visitá-los, algumas vezes, eu acho.

— Se você quer ir, nós não vemos problemas, não é? —  respondeu a mãe, novamente, terna e abraçando o filho.

— Ah! Que bom. De verdade, eu fico muito feliz por vocês me entenderem.

Era uma pena que naquelas palavras e daquele abraço a mais velha não pudesse ver o sorriso sádico do filho e os olhos tão turvos que poderiam esconder todo o planejamento por trás daquilo.

Tudo parecia conspirar para o sucesso.

O que não era uma mentira.

Só que os pais de Baek Hyun não sabiam, e o garoto não lhes iria contar, era que além de não haver emprego nenhum, não havia apartamento nenhum, não havia remorso nenhum naquele plano. Só havia a cidade, que ele mesmo tinha mudado o nome. A sagacidade de Byun o fez construir em menos de duas horas, um plano para finalmente se livrar daquela vida movimentada. Escreveu contratos, cláusulas, criou falsas assinaturas, falsos telefones. Finalmente o dinheiro que havia conseguido com seus "experimentos da metrópole" lhe seria útil.

Livraria sua família de algumas boas merdas, por mais que não fosse muito chegado, conseguia manter sentimentos, ou resquícios deles, apenas pelos dois que o criaram, e ainda nunca mais seria reconhecido.

Já sabia exatamente para onde iria. O lugar em que, ironica e posteriormente, ficaria louco.

Ao sair de casa, deu um último abraço forte em sua mãe e em seu pai. Nunca mais os veria, então, tentou transmiti-los o máximo de carinho que conseguia. Daria notícias sempre que pudesse. Mas nunca voltaria para casa. Disse que talvez não os contataria com facilidade.
Em sua mochila havia apenas seus materiais necessários como um celular e seu querido bloco de notas, algumas poucas peças de roupas pra situações diversas, alguns sapatos e um atestado para que conseguisse atingir seu objetivo.

Não soube ao certo quando cogitou o lugar mais paradoxal que poderia ir, mas a ideia de fazer cobaias com pessoas de condições mentais tão contrastantes e ao mesmo tempo tão parecidas consigo lhe era um pouco mais que tentadora. Não havia traços de maldade em si, isso era o que julgava, apenas curiosidade e sadismo. Mas obviamente era notável que se encontrava mais próximo do ápice da razão, do que de qualquer ponte com a emoção. E não se sentia nem um pouco mal com isso.

❤❤❤❤

Sorriu com a lembrança. Não conseguia esconder a alegria quando seus planos se realizavam com perfeição. Ainda sim, pouco demonstrava por fora, ainda era péssimo com emoções em relação à si mesmo, ainda tinha um pouco do antigo Baek Hyun, embora soubesse interpretar o que fosse necessário para seus planejamentos.

Já estava naquele lugar há 1 mês. Não foi nem um pouco difícil entrar lá.

Seu atestado de transtorno de bipolaridade caiu como uma luva para sua aparência, agora, castanha e mais inocente do que nunca. Causou comoção até nas superioras, sim, Baek Hyun tinha entrado em um hospício administrado por uma igreja.

Foi examinado, mas não precisou de muita coisa além de um choro e uma raiva súbita —  muito bem atuada —  para que todos os padres e freiras do local cressem que aquela pequena criança realmente precisava de ajuda.

— É tão injusto! — Gritou, sentado na maca e ameaçando um choro completamente comovente para as pessoas que o assistiam. — Eu nunca fiz mal a ninguém. Mas eu não consigo não descontar quando eu sinto esse incômodo dentro de mim. Argh! Eu poderia não fazer parte desse mundo, mas eu quero melhorar. Sim! Eu quero muito me tornar melhor para as pessoas. — Ele próprio não acreditava em uma palavra do que dizia, mas não era como se fosse conseguir seu objetivo dizendo outras.

— Por favor, meu filho, se acalme! —  Interviu uma freira, quase às lágrimas, vendo o baixinho vermelho de tanto chorar e descabelado.

— Sim! Deus o livrará de tamanho sofrimento, se você for temente — disse outra, aproximando-se, mas sem saber muito o que fazer, ao certo.

— Vocês não entendem como dói. Como dói de tempos e-em tempos acordar se sentindo alguém completamente d-diferente — Os soluços entrecortados eram como lâminas para todas aquelas senhoras.

— Não chores, criança. Vai passar...

Acabou sendo colocado em um quarto até bastante confortável e nenhum de seus objetos foi privado de contato, porque além do escândalo que deu, praticamente fez as noivas do senhor desmaiarem de preocupação, ao dizer que tinha alergia à uma série de medicamentos, por isso, ele mesmo o fabricava e só seria de trabalho dos cuidadores do local dar-lhe o remédio nos horários indicados pelo médico que lhe examinou. Óbvio que o medicamento foi testado em outro paciente com distúrbios parecidos. E como fez um ótimo efeito, aceitaram as condições de Baek Hyun.

Sagaz, ele tinha produzido dois. Um era uma bala e o outro um medicamento de verdade, produzido de forma artesanal. As cápsulas eram iguais, contando com números para diferenciá-las. Logo, não foi difícil se safar.

O teste não foi dos mais pacíficos. E esperto, como sempre, Baek Hyun percebeu que o local onde se encontrava, também não era, de todo, o com as mais puras intenções.

Muitos padres não gostavam dele, e o pequeno foi ligeiro ao perceber isso. Sentia a tensão no ar, mas conseguia se manter seguro. Era um disparate que o olhassem  tão dissimulados. Eram velhos, nojentos e a única coisa que queriam era abusar de seu belo corpo. Baek Hyun sabia que não era um objeto, assim como todas as vítimas de lá também não eram. Não se importava com o rumo que tomariam, mas não gostava do que era feito no laboratório. Logo, completos pecadores para o deus deles, além de inúteis. Seriam os primeiros a ser estudados. Mas o Byun nunca tinha matado alguém. Nunca o fizera apenas por desinteresse.

Não julgava que as vidas mereciam ser poupadas, mas apenas deveriam sofrer mais um pouco enquanto vivessem. Após a morte, não lhes seria possível acontecer nada. E mesmo se acontecesse, ele não poderia saber. A forma a qual ele persuadia os que o deram abrigo era de enlouquecer qualquer um que o visse sem a máscara. Não era muito diferente de sua personalidade na cidade grande, mas agora, além da simpatia habitual, ainda fingia ser um servidor forte de deus. Numa comunidade tão religiosa, não foi difícil conseguir a confiança daqueles com quem tinha mais contato. Isso o faria selecionar, ao invés de ser selecionado.

Diferente dos outros pacientes, Baek Hyun parecia lúcido na maioria das vezes, dando-lhe a oportunidade de não se misturar com o resto, nem com os cuidadores. Podia se divertir com eles à vontade durante seu trabalho de observação e de quebra, ainda era considerado "normal" demais para as experiências que os padres faziam com os outros inquilinos do hospício como forma de tentar contê-los.

Não demorou para que soubesse de tudo o que se passava lá dentro por, simplesmente, observar ou acabar escutando alguma conversa alta das pessoas que passavam em frente ao seu quarto. Às vezes, até alguma cuidadora deixava escapar algo em sua presença. Claro que Baek Hyun se fazia de desentendido, mas induzia de forma não perceptível e espontânea aqueles que conversavam consigo a contar as obscuridades do recinto. No segundo mês, por ainda haver bastante pessoas, Baek Hyun ainda se entretia. Seus "estudos" estavam quase concluídos e ele se tornara apenas mais um problemático sem importância lá dentro.
As freiras já não se surpreendiam mais com sua doçura e calma, mas também arranjaram pacientes mais enfermos. E o moreno só precisou dar dois ataques para que conseguisse continuar seus planos sem muitas intromissões desnecessárias. Era, de longe, o que qualquer um que o visse menos desconfiaria e sua quietude transbordava paz.

E ele não poderia estar mais feliz com isso.

Claro, até arranjarem-lhe um colega de quarto.


1. November 2018 00:01 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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