saaimee Ana Carolina

Otoya e Tokiya sabiam que chegariam atrasados na festa de Halloween, porém ao abrir a porta de entrada perceberam que não deveriam nem ter saído de casa. 「Otoya × Tokiya」 ✼ Postar esta estória em qualquer página sem a minha autorização é completamente proibido. Plágio é crime e eu tomarei providências.


Fan-Fiction Anime/Manga Alles öffentlich. © Os personagens desta estória pertencem a Uta no Prince-sama. Todos os direitos sobre eles são reservados a © Broccoli.

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Kurzgeschichte
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Capítulo Único

A tarde já estava alcançando o crepúsculo trocando a luz do sol pelo frescor da lua. Tokiya estava sentado na poltrona ao lado da janela assistindo a bela mudança da natureza enquanto aguardava impaciente pelo amigo que parecia estar trancado no banheiro há horas.

Normalmente ele não se importaria com esse tipo de coisa, mas hoje era noite de halloween e os dois grupos, Starish e Quartet Night, tinham terminados as tarefas e resolveram aproveitar para passar esse tempo juntos em uma festa privada.

Tokiya, organizado como sempre, tinha se aprontado com antecedência na expectativa de evitar atrasos, contudo Otoya, despreocupado como sempre, não fez o mesmo planejamento.

Nesse momento o rapaz estava vestido em uma fantasia escura de bruxo com direito a chapéu de veludo e capa de seda aguardando enquanto se questionava se deveria bater na porta ou gritar dali mesmo para o outro se apressar.

Ele nem precisou se levantar quando ouviu a porta ser destrancada abrindo lentamente.

— Desculpa a demora. – Sorridente como sempre, mas com fragmentos de embaraço pela demora o garoto apareceu diante do outro mostrando sua fantasia de demônio que revelava os braços e o abdômen. — Ficou bom?

Tokiya já sabia da vestimenta, entretanto não tinha o visto provar antes e, por isso, não sabia o que esperar. A surpresa ficou clara em seu silêncio. Ele podia ver o lado adulto do amigo, mas ao mesmo tempo as asas, os chifres e o rosto animado ainda mostravam seu lado infantil adorável.

— Ficou... bom. – Se esforçando para esconder o rubor no rosto respondeu se levantando sem dar tempo para que fizesse mais perguntas. — Podemos ir agora?

— Sim!

Apressado e animado como um cachorro atrás do brinquedo Otoya correu até a cozinha logo ao lado do cômodo procurando pelo bilhete que tinha deixado em cima do armário. Afastando papéis e canetas ele encontrou a nota onde o endereço tinha sido escrito rapidamente pela mão do senpai.

Não demorou para Tokiya alcançá-lo vendo, por trás dele, os números já imaginando o quanto teriam de andar dali até o destino e como isso só iria atrasa-los ainda mais.

— Rei-chan falou que é só seguir isso e a gente chega lá.

— Sei... – Engolindo a vontade de reclamar sobre tudo o que tinha acontecido na última meia hora, respondeu desconfiado. — Então vamos.

Depois disso não demorou quase nada – Tokiya fez de tudo para evitar mais dispersões vindas de Otoya – para estarem na rua caminhando em rumo ao destino.

Era uma noite fria onde era fácil encontrar algumas pessoas fantasiadas se divertindo pelo caminho, algo típico da estação. Em circunstâncias normais a rua estaria vazia e daria para ouvir claramente a voz incomodada de Tokiya dar broncas em Otoya, porém, desta vez, o olhar dele era quem falava mais alto.

Otoya conhecia exatamente a situação em que tinha se colocado, mas preferiu fingir ignorância fazendo comentários sobre o tempo e as fantasias alheia.

Entre uma reclamação e outra, uma brincadeira e outra eles seguiram o rumo indicado no papel. Estava tudo muito normal até notarem que não havia mais pessoas na rua além deles e automaticamente perceberem estar em uma área desconhecida da cidade.

O sentimento de incerteza se apossou deles a cada passo relutante que davam no meio do escuro. Os postes de luz iluminavam a calçada com dificuldade sendo atrapalhados por árvores que talvez nem devessem estar ali. As casas em fileira pareciam normais, porém a falta de vida no local questionava essa normalidade.

— Eh... – Otoya parou de andar olhando o papel na mão fazendo Tokiya o imitar alguns passos à frente. — Rei-chan fez um bom trabalho. – Seu comentário veio seguido de um sorriso nervoso ao levantar o rosto para olhar a casa ao lado deles. — Só de olhar já dá medo.

Atrás de altos portões de ferro uma casa antiga parecia ter sido esquecida. Não havia luz vindo das janelas e menos ainda se ouvia qualquer sinal de pessoas ali dentro. Os dois encararam o local por alguns instantes com expressões diferentes no rosto questionando o tamanho exagerado da morada para uma simples festa.

— Otoya, tem certeza que é o lugar certo?

— Tenho. Olha. – Indo ao lado do rapaz ele ofereceu o papel permitindo que visse as anotações em meio a pouca luz. Não havia engano o que os fez hesitar antes de dar qualquer passo.

— Bom... É o Rei-chan... Acho que nem deve ser tão horrível lá dentro...

— Você parece assustado.

— Eh? – O comentário o pegou de surpresa não só pela voz séria, mas pelo olhar desafiador que o encarava. — Eu não... tô... – A falta de sinceridade fez Tokiya suspirar irritado.

— Ah... vamos logo. – Sem esperar ele partiu na frente empurrando o portão enferrujado para os lados.

— Tokiya, espera!

Os pés se apressaram pela trilha de cimento rodeada pelo gramado estranhamente raso que levava a porta. Não tinha quase nada para se ver ao redor no escuro e não era como se estivessem muitos curiosos para saber o que se escondia por ali.

Rapidamente chegaram a entrada onde, Tokiya sem paciência, deu três batidas na porta. O som que deveria ser suave na madeira conseguiu ecoar por toda a casa os permitindo ouvir a ampliação dos toques.

Sabiam que estava silencioso demais por ali, mas isso também não deveria ter acontecido. Otoya deixou bem claro seu desconforto enquanto o outro, engolindo a saliva, avançou para mais um toque.

Nesse momento ele percebeu uma fresta entre a porta e o batente. Seus olhos se prenderam ali por alguns instantes se perguntando se a porta já estava aberta quando chegaram ali ou se alguém de dentro tinha feito isso sem que percebessem.

Com receio levou a mão até a madeira dando um empurrão fraco suficiente para dar passagem. Na entrada puderam ver o interior escuro da casa os incentivando a se afastarem dali. Entretanto, relutantemente, eles decidiram dar outro passo à frente.

Não dava para ver nada além daquilo que estava bem próximo deles: alguns móveis terrivelmente empoeirados e, com a luz da lua vindo da porta deixada aberta, conseguiram identificar a entrada para outros dois cômodos, um na esquerda e outro na direita deles.

Otoya grudado as costas do amigo rapidamente pegou o celular ligando a lanterna para facilitar a visão. A luz amarelada foi o suficiente para confirmar suas suspeitas. Havia realmente outros cômodos e o local estava ainda mais sujo do que parecia. Era uma casa normal com móveis normais, porém era quase como se tivesse sido abandonada há anos.

Havia também uma escada coberta por carpete escuro bem próxima deles onde levava para o segundo andar confirmando que a casa era muito maior do que a festa merecia.

Tokiya aproveitou a iluminação e procurou pelo interruptor na parede, contudo, como já imaginava, não tinha energia.

— O que raios ele planejou?

— Ah... Rei... Rei-chan, a gente chegou... – Otoya ficou com medo de gritar e chamar algo além do nome enquanto sorria nervosamente. — Pode aparecer já.

Em silêncio aguardaram sem receber qualquer resposta. Tokiya já estava perdendo a paciência quando se virou planejando ir embora contudo som de passos rápidos vindo do andar de cima o fez parar e Otoya soltar um som abafado de grito interno.

Ainda em silêncio eles aguardaram para ver se os pés vinham em sua direção até que o som parou. Incomodados pelas ilusões em suas mentes eles se entreolharam questionando as mesmas coisas.

— Vamos subir. – Concordando seguiram em direção aos degraus com passos rápidos. — O que é isso? Festa surpresa?

— Espero que tenha bolo e presente então.

 

Com o ranger da madeira ecoando junto ao som dos passos firmes os rapazes chegaram ao segundo andar. A primeira coisa que fizeram foi mover a luz da lanterna para todos os lados identificando o máximo do local possível.

À frente deles havia um longo corredor com placas enferrujadas coladas as portas de madeira e duas janelas abertas que ajudavam a circular o ar sujo daquele local e não os sufocar com a poeira.

Os dois olharam as cinco portas assumindo serem os quartos. Tokiya estava analisando as portas encostadas quando sentiu uma mão agarrar a manga de seu casaco. Automaticamente se virou com os olhos arregalados encontrando o rosto de cão arrependido de Otoya próximo ao seu. Ele queria reclamar, mas seu o coração acelerado pelo susto o impediu de dizer qualquer coisa e poder somente encarar irritado o rapaz.

— Eu não vou sair do seu lado!

Não havia escolha e ele sabia que também estava começando a se deixar ser levado pela atmosfera assustadora do local.

— Está bem.

Sem perder tempo começaram a caminhar pelo corredor apertado lado a lado. O maior mantinha os olhos atentos a tudo enquanto temia pelo senpai estar escondido em algum lugar se preparando para assusta-los de alguma forma ridícula. Já Otoya, apesar de amedrontado, mantinha a lanterna firme na mão iluminando todos os cantos sem conseguir se concentrar em nada.

Eles logo começaram a adentrar os cômodos. O primeiro era um banheiro tão vazio e abandonado quanto o andar de baixo parecia, o segundo um quarto com móveis que pareciam ter sido esquecidos em outra época e o terceiro era uma sala vazia onde somente uma cortina balançava na janela aberta.

Cada passo, cada barulho ecoando pelo corredor fazia um novo arrepio agitar suas peles. Ambos não queriam continuar ali, mas algo continuava os forçando a andar pela escuridão em busca de respostas. Então, para diminuir o medo, seguiram para o quarto cômodo focados na esperança de que só haviam mais duas portas para abrir e se não houvesse ninguém, nada mais os impediria de voltar para casa. Sem escolha caminharam até o local dando um empurrão forte moveram a porta de madeira pesada para trás.

O que os recebeu foi um ambiente diferente dos demais lugares completamente mobiliado e com decorações típicas de um quarto de criança. Também não havia tanta poeira ali o que os fez sentir menos assustados e ainda mais confusos sobre a casa.

Otoya, mais calmo, se afastou um pouco do amigo curioso para ver de perto as imagens nas fotografias espalhadas pela parede. Tokiya até tentou o impedir de se aproximar, mas acabou sendo levado pelo mesmo sentimento.

Havia fotos de um casal aparentemente feliz na maioria das imagens penduradas enquanto sobre a cômoda algumas poucas fotos deles juntos a um bebe junto passava um sentimento de tristeza e vazio.

— Como Rei-chan conseguiu tantas fotos da mesma pessoa?

A pergunta soou inocente sem qualquer sentimento negativo, mas foi o suficiente para Tokiya se afastar dali e olhar o restante do local com receio.

Antes que pudesse responder eles ouviram o som de passos na madeira vindos do corredor. Automaticamente se calaram prendendo as respirações olhando a porta com olhos arregalados sendo lembrados do medo que cobria suas mentes pouco antes.

Eles aguardaram sem querer saber o que estava se aproximando até que o barulho parou. Otoya não conseguiu desviar o olhar da porta sentindo o corpo todo arrepiado. Ele até pensou em chamar por algum nome conhecido, mas sua voz se recusou interromper o silêncio.

Tokiya tentava dentro de sua cabeça encontrar uma explicação normal para o que estava acontecendo quando notou a sombra de uma silhueta feminina na parede parada bem ao lado da sombra do amigo.

Seu coração parou por um segundo sem conseguir dizer nada. Seu corpo, entretanto, se virou em pânico para frente em busca do corpo, porém não viu nada.

Ofegante se virou para trás novamente vendo somente a sombra de Otoya ao lado da dele.

— Tokiya?

A voz do menor o fez pular no susto surpreendendo o garoto que já estava aterrorizado o suficiente. Ele percebeu pela expressão do rapaz e automaticamente tentou esconder o rosto.

— O que foi? O que você viu?

— Nada... Esse lugar deve estar mexendo com a minha cabeça. – Sussurrando respondeu como se tivesse medo que mais alguém os ouvisse. — Acho melhor ir embora.

Otoya nem pensou duas vezes para concordar com ele e rapidamente saíram do quarto ignorando completamente o último quarto do andar.

Ainda mais próximos do que antes, seguiram pelo corredor na direção da escada quando ouviram o som de algo pesado caindo atrás deles.

A vontade foi de correr, mas ao invés disso seus corpos pararam relutantes em tomar uma decisão.

Otoya com dificuldade virou a cabeça lentamente olhando por cima do ombro vendo nada além da escurão atrás deles. Em seguida sua mão moveu a luz da lanterna para trás sendo acompanhada pelo olhar incomodado do amigo.

Quando a iluminação chegou ao local seus olhos puderam ver um chocalho caído no meio do caminho por onde tinham acabado de passar.

Seus coração se apertaram tanto quanto a vontade de gritar se sufocou em suas gargantas. Eles assumiram que não havia ninguém ali, porém isso os fazia se questionar se deveriam ir ao último quarto ou não.

Otoya começou a andar em direção ao brinquedo quando Tokiya agarrou sua mão o impedindo de seguir.

— Esse é o endereço errado, Otoya. – Sua voz estava ofegante deixando claro os sentimentos se sobressaindo na tensão. — A gente precisa sair daqui.

Forçadamente os dois aceleraram os passos em direção as escadas descendo cada degrau com velocidade e cuidado. Eles não olharam para trás e só tinham em mente a imagem da porta que haviam deixado aberta.

Tokiya estava na frente puxando Otoya já conseguindo ver a saída quando sentiu o amigo parar de andar. Ele se virou pronto para gritar com ele quando viu seu rosto pálido encarar a sala no canto. Ele seguiu o olhar o mais rápido que pôde e nesse momento sentiu o corpo todo estremecer.

Parado em frente à janela havia um homem encarando a rua com a mão no vidro. O corpo dele na iluminação da lua os fazia imaginar coisas além do que realmente existia.

Eles não se atreveram a se mexer e menos ainda a dizer qualquer coisa. Queriam sair logo dali, porém tinha medo de dar um único passo.

No meio de pensamentos e criações de estratégia o celular de Tokiya tocou alto abalando a pouca força que tinham em suas pernas. Como por instinto a mão do mais velho correu desesperada na tentativa de desligar a ligação contudo o mesmo desespero o fez deslizar o dedo para o lado errado.

— Tokii! Cadê vocês?! – A voz de Reiji começou a sair ainda mais alta do aparelho tomando deles qualquer reação rápida que podiam ter. — Não me diz que desistiu. Tokii! Otoyan, traz ele aqui.

Paralisados pelo terror eles assistiram com os lábios entreabertos e os olhos arregalados a figura se mover lentamente para olhar na direção deles. Com a lanterna viram o rosto cadavérico de olhos esbranquiçados os encarar sério antes de mostrar um sorriso infernal.

Ainda ouvindo a voz do senpai pelo aparelho eles se agarraram um ao outro forçando seus corpos a saírem do local o mais rápido que podiam entre berros e tropeções.

Eles não olharam para trás, não perguntaram o endereço certo para Reiji e menos ainda foram para qualquer festa. Naquele momento eles só correram para o mais longe que podiam dali sem querer ouvir ou pensar em qualquer explicação deixando essas memórias de halloween em algum lugar escuro em suas mentes.

31. Oktober 2018 17:44 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

Über den Autor

Ana Carolina Mãe de 32 personagens originais e outros 32 adotados com muito carinho, fanfiqueira nas horas vagas e amante das palavras em período integral. Apaixonada demais e, por isso, sou tantas coisas que me perco tentando me explicar. Daí eu escrevo. ICON: TsukiAkii @ DeviantArt

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