* Naruto é um mangá e não me pertence;
* Imagem da capa extraída da internet, créditos ao autor;
* Um dia eu disse que não caminharia no vale do OOC, mas eu caminhei. Deus do ShinoKiba, me perdoe;
* Presente para Trillian Sagan e Tatu Sarutobi, suas fodidas, que me fazem escrever essas coisas.
***
Mais um dia comum.
Desperto preguiçosamente em meu horário matinal – afinal, sou alguém de hábitos que não devem ser quebrados, de uma tetricidade única e de uma singularidade inigualável; não existe no mundo outro como eu, quiçá semelhante. Sou único, espetacular e soberano. Como sei disso? Nunca outro como eu cruzou o meu caminho, é simples.
Gosto de começar o dia com um bom banho, afinal, a higiene é deveras importante. Depois disso, o café da manhã de sempre e uma boa dose de leite que deixam os meus ossos fortes.
É, nada fora dos padrões.
Até que as portas da casa se abrem, com o anúncio preludial de um inferno alegre e vivaz que corre em minha direção e estraga tudo, tudo, tudo.
X
Mais um dia comum!
Estou animado, desperto e pronto para gastar toda a minha energia! É meio difícil estar aqui, cercado por essas paredes de vidro e sem muito o que fazer.
Alguns humanos passam, brincam comigo e até mesmo querem me levar, mas logo desistem. É uma pena, porque eu sou mesmo um filhote incrível! Ele é que saem perdendo!
A maioria dos meus irmãos já foi adotado, mas eu continuo aqui, e não sei bem o motivo de nenhum humano ter me escolhido ainda, mas acho que tem a ver com aquele ditado sobre o melhor ficar pro final.
Mordo um pouco a minha bolinha, cavoco, rasgo o jornal e cheiro meu cocô. Ew! O que andam me dando pra comer?
Mais um humano se aproxima e ensaio meu número! É ele! Estou sentindo que vai ser ele! Vai ser ele, vai ser ele, o deus que vai me adotar!
Ele me vê, faz um cafuné atrás da minha orelha, e eu dou a patinha quando ele pede.
BAM!
O jogo está ganho!
Ele me pega no colo.
− Vou levá-lo. – diz meu novo deus, aquele que adorarei para todo e todo o sempre!
Cara, eu nunca fui tão feliz assim por ser incrível!
X
Ele corre na minha direção.
Desesperadamente, desenfreadamente, e tudo o que faço é saltar graciosamente para o lado vendo-o chocar-se contra a mesinha de centro onde gosto de banhar-me, derrubando o vaso que meu servo trouxe de presente para mim em uma de suas viagens.
O barulho do vidro se espatifando no chão nem me cativa. Tolo, mal chegou aqui e já está causando alarde. Mandarei meu servo colocá-lo para fora por me injuriar assim.
− Kiba! – Ouço o nome incomum ser chamado e dou um salto elegante na direção do chão. O animal espalhafatoso e atrapalhado brinca entre os cacos. Tolinho, vai acabar se machucando. Como o deus misericordioso que sou, pego-o pelo cangote e o afasto dos cacos. – Ahh, Shino, já está cuidando dele? Que gracinha! Eu bem sabia que vocês dois se dariam bem!
O humano mal nota a bagunça deixada na sala. Ele mal nota a minha cara de descontentamento quando pega nós dois no colo, e eu tento afastá-lo de me encher de beijos com uma das patas em seu rosto.
− Shino, esse é o Kiba, e ele é o seu novo companheiro! – O humano diz, em um claro equívoco. Como assim esse pulguento é meu novo companheiro?!
X
Assim que chego, já deixo minha marca registrada através da obra de arte que faço na sala! Queria organizar tudo melhor, mas o Sr. Gato não permitiu, que coisa! Não quis contrariar muito, mas quando ele me agarrou daquele jeito eu fiquei puto pra caralho! Quem ele pensa que é?!
Quando meu deus, intitulado Akamaru, me chama, quero correr na direção dele, mas não consigo me livrar do Sr. Gato que agora sei se chamar Shino. Como ele pode desprezar o nosso deus dessa maneira? Será que ele não é grato por poder estar aqui?! Não entendo! Mas acho que seremos bons amigos já que eu sou incrível e um amorzinho!
X
Estou estarrecido, chocado, ofendido!
Um cão!
Um ser inferior de quatro patas (ok, eu também tenho quatro patas, mas com almofadinhas fofinhas!), cheio de pelos, saliva e pulgas dentro de meu próprio palácio! Como esse humano a quem eu permiti morar aqui em troca de que me alimentasse, me adorasse e até me acarinhasse quando eu permitisse teve o disparate de me apunhalar pelas costas dessa maneira?
Um maldito filhote pulguento, ora pois.
Observo enquanto ele cheira tudo, cativa meu servo com lambidas e até mesmo mordidinhas em sua canela.
Respiro fundo, sem dar a devida importância a isso. Amanhã é um novo dia, e eu reinarei mais soberano do que nunca.
X
Só que no outro dia, Akamaru sai cedo. Ele precisa garantir o meu alimento de cada dia. Observo enquanto ele se aproxima do meu pote de ração, oferecendo a quantia certa para mim e, do outro lado, faz o mesmo para o pulguento chamado Kiba.
− Estou indo agora, Shino. Cuide bem do Kiba, sim? Ele é um filhotinho e ainda não sabe o que faz! – alertou.
Oras, além de tudo eu ainda preciso ficar de babá.
Respiro fundo, olhando na direção de Kiba. O filhote abana a cauda alegremente na direção de meu humano enquanto ele se despede.
Não pode ser tão difícil assim, pode?
X
Zona de guerra, estamos sendo atacados! Atacados! O filhote não para um minuto, deve ter sido dominado por algum parasita alienígena. Tento conversar com ele, mas não existe diálogo possível além da baba que ele espalha em meu pelo.
Urgh! Passarei dias me lambendo antes de ser desinfectado!
Finalmente ele para e adormece. O observo de perto.
Até que ele me agarra. E não consigo me desvencilhar.
X
Em algum momento, noto como ele é quentinho, e acabo adormecendo também.
X
É, não é tão ruim.
X
Quando Akamaru chega em casa, observo a festa que ele faz, como se o meu humano fosse um deus! Pobre alma, eu precisarei ensinar a ele como as coisas funcionam por aqui.
X
No outro dia, decido me comunicar com o pulguento. Ele abana a cauda de um lado para o outro enquanto me observa com alegria estampada no focinho bobo.
− Para que tenhamos uma boa convivência, é preciso ter regras, e a primeira e mais importante de todas é que eu sou um soberano, um deus a ser venerado. E é por isso que, todos os dias, Akamaru me reverencia me dando comida, petiscos e conforto. Como forma de mostrar que ele é alguém querido, deixo que me afague, que escove meu pelo e até mesmo permito, ocasionalmente, que me pegue no colo e me leve em passeios curtos para tomar sol.
Kiba permanece em silêncio, abanando a cauda, o que, para mim, é um incentivo para prosseguir:
− Ele costuma me acompanhar até um parque quando fica em casa, isso acontece a cada vez que a lua muda de forma, mas isso é uma aula que eu ensinarei outro dia, seu cérebro canino não lhe permite aprender muito por vez. Entendeu?
− Então eu também sou um deus?
Coitadinho! Tão inocente!
− Não. Você está mais para... um servo fofinho. – digo, após pensar muito. – Mas tudo bem, pois eu o ensinarei a se portar como um verdadeiro felino.
Ele abanou a cauda, aparentemente contente com isso, mas quem não ficaria?
− Quando começamos?
Abri um sorriso felino. Aquele seria um longo dia.
X
Achei que Akamaru era um deus, mas pelo visto entendi tudo errado! Shino me explicou que ele era um enviado que me salvou a mando dele, e que eu deveria sempre ser grato por isso, mas que não deveria deixar ele pensar que mandava em mim!
Aprendi tudo direitinho, mas a parte mais difícil era a de respeitar o espaço do Shino! Eu gosto pra caralho de deitar pertinho dele e agarrá-lo! Acho que é porque sinto muita falta dos meus irmãos, vai saber.
Me esforcei pra ser o mais gato que um cachorro pode ser, até comi a comida dele! O Shino não gostou muito dessa última parte, mas acho que me saí bem. Se sou incrível como cachorro, por que também não seria como gato?
Posso ser os dois!
X
Claro que nem tudo foi perfeito, mas, no fim das contas, eu treinei esse pulguento o melhor que eu podia. Ele até se portou bem dentro de casa, mas sempre que vamos ao parque seu lado canino fala mais alto. Bem, não posso culpá-lo por ainda ser alguém inferior a mim.
A única coisa da qual ele não abre mão é dormir agarrado em mim. Confesso, no início era sufocante, mas acabei me acostumando.
Esse cachorro é mesmo uma figura.
X
O tempo passou, Kiba cresceu e tornou-se três vezes maior do que Shino. Tornou-se comum que o felino passasse a dormir às costas dele, onde também passeava, como se o grande cachorro peludo fosse uma montaria que levava um príncipe nas costas. Todos olhavam espantados na rua ao verem Akamaru – o dono – passear com Kiba na coleira e o felino sentado tranquilamente sobre ele.
De uma forma estranha, Kiba sempre respeitava o espaço de Shino, exceto na hora de dormir ou quando ele ganhava um petisco gostoso demais para que pudesse resistir!
Ainda assim, aquele cachorrinho que havia chegado perdido e que fora evidentemente acolhido pela bondade felina de Shino, havia se tornado um grande companheiro. Com o tempo, passou até a vê-lo como alguém que poderia substituí-lo em seu trono algum dia... ou não. Talvez apenas estivesse divagando demais.
Ele ainda era um pulguento afinal!
Notas:
Disse que não caminharia no vale do OOC com meu casal, mas caminhei. Kaline, me perdoa!
Mesmo assim, foi divertidinho de escrever! Como a intenção era apenas divertir vocês, espero que alcance o intuito!
É isso aí, Shino gatinho e Kiba cachorro com Akamaru humano! Queria ter feito algo melhor, quem sabe um dia?
Espero que gostem!
Vielen Dank für das Lesen!
Soberano de todas as coisas e deus do mundo vs pulguento
Aquele universo alternativo que você respeita. De um lado: o filhote de cachorro mais energico, fofo e danado que você respeita. Do outro? O gato soberano de todas as coisas e deus do mundo uai! E mesmo esse deus se derreteu todo... venha ler! Qualidade e fofura garantidos!
Wir können Inkspired kostenlos behalten, indem wir unseren Besuchern Werbung anzeigen. Bitte unterstützen Sie uns, indem Sie den AdBlocker auf die Whitelist setzen oder deaktivieren.
Laden Sie danach die Website neu, um Inkspired weiterhin normal zu verwenden.