Me arrisco a dar uma olhada de canto de olho rapidamente e vejo Joy batucar o lápis em cima da mesa, a fitando de forma tão intensa que poderia causar um furo nela. Imagino que sua aparente agonia seja por causa da resposta que ela claramente não sabe. Coitada, não posso culpá-la por estar assim. Não gostaria de estar na pele dela.
– Senhorita Joy, qual é a alternativa certa?
Suspiro pesadamente ao escutar a pergunta da professora Hyojin. Por que Joy não estudou como lhe orientei? Avisei a ela para não bobear nessa matéria, se fosse em qualquer outra.
– Eu não...
– Não sabe? – a indagação soou debochada. Os passos da professora se tornaram mais próximos a medida que ela continuou sua fala. – Uma questão tão importante assim para nós e você simplesmente não sabe?!
– Me desculpe, Sra. Jeon, eu prometo que na próxima aula eu vou saber te responder qualquer pergunta sobre o Dia da Glória – a voz de Joy soa trêmula e eu sinto que a qualquer momento ela vai começar a chorar.
– Ah, minha adorável menina, mas é claro que você vai saber responder. Vou fazer questão de fazê-la compreender isso. Sua mão.
– Sra.Jeon, não há necessidade disso – me peguei intervindo no castigo de Joy sem pensar direito no que fazer.
– Senhorita Yerim, se você não quiser ser castigada junta com a senhorita Joy, sugiro que fique quieta.
– Sim, senhora.
O que eu poderia dizer? Como impedir o que estava prestes a acontecer? Não tenho coragem para fazer algo, ir contra as regras que nos foram impostas por mais que achasse que fosse um erro. Nunca fui corajosa.
– Onde estávamos mesmo? Ah sim, sua mão, senhorita Joy.
Não arrisco mais nenhuma olhada, prefiro não ver. Poucos segundos se passam e a primeira chibatada faz Joy soltar um gemido sofrido. Como um cachorro à beira da morte. O segundo ocorre logo em seguida, e então o terceiro, quarto, quinto, sexto...Paro de contar depois de vigésimo quinto. – Que a senhorita Joy sirva de lição para todas vocês, garotas. O Dia da Glória nunca deve ser esquecido, pois graças a ele somos a imensa nação que somos hoje. Graças a ele, nós mulheres fomos aceitas do modo correto perante a sociedade e todos os demais estão vivos. Não podemos nos esquecer de tudo o que nosso Pai fez para nós.
O silêncio reinou na sala de aula enquanto as palavras duras e precisas da professora ecoavam por todo o lugar.
– Não se esqueçam do porquê de vocês estarem aqui.
Vielen Dank für das Lesen!
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