Lá fora o vento uivava gravemente. Incapaz de se mover, observava de soslaio o desenrolar do clímax resenhado em palavrões e muitas vezes um golpe árido na parede rebocada de argamassa. A pequena fechadura, agora abrigo, era o portal para a realidade, uma realidade paradoxal que se repetia como o trabalho diário de um relógio.
Enrolada em grossos casacos pendurados, a frágil criatura contava quantas casas de botoes iam se fechando. O tempo ali era infindável , mas a pratica leva à perfeição e as noites no pequeno abrigo haviam à ensinado a ser um ser. Um ser meio só, fechando casas de botoes.
Os gritos lá fora aumentavam seguidos pelo choro abarrotado de quem lhe dera à luz. Não que seis anos e meio e alguns dias te fazem ser gente grande, e gente grande não canta quando sente medo, mas cantar afugentava seus demônios. Não cabiam dentro do guarda roupa, eram grandes demais pra quem é gente pequena.
Talvez fosse ela um botão, sim, um botão daqueles bem pequenos, escondido em sua casinha.
Casinha ou guarda roupa, logo tudo acabaria. Não seria mais botão e sim criança e seu mundo de botão.
Vielen Dank für das Lesen!
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