Essa fanfic fez parte do desafio Amor de frases, do Inkspired. O desafio consiste em criar uma história em cima de uma das praxes disponibilizadas no site.
Essa é minha primeira fanfic sobre esse casal que eu amo, espero que os honre.
Imagem da capa retirada do Pinterest e editada por mim, não achei o artista.
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"Não se atreva a dizer que o homem esquece mais rápido que a mulher, que seu amor morre mais cedo. Eu tenho amado somente você, mais ninguém." - Jane Austen.
Ela me disse adeus em uma sexta feira à tarde, depois que comemos duas fatias de torta de maçã compradas na padaria da esquina.
Ela me disse adeus enquanto a nossa música tocava baixinho no rádio de pilha que ficava no balcão da cozinha.
Ela me disse adeus e se levantou da cadeira, prendeu os fios loiros em um coque bagunçado e levou o prato para a pia. Não me voltou o olhar mais nem uma vez, e eu observei suas costas e sua enorme tatuagem a mostra entre o tecido de seu vestido.
Quando ela me disse adeus eu não entendi, achei que ela estivesse blefando e que ela voltaria atrás - Eu estava tentando consertar as coisas, juro por minha vida que eu estava.
— Não me diga adeus assim, ainda podemos consertar. Eu ainda te amo tanto. - pedi baixinho, assim que levantei e andei em sua direção.
A olhei em seus olhos castanhos mas ela baixou o olhar. Mordeu o lábio como se estivesse ansiosa e soltou um suspiro de pesar antes de me dizer com ternura.
— Nós tentamos meu amor, mas nós mudamos. Você não é mais aquele cara e nem eu sou mais a sua garota. Você sabe disso tanto quanto eu sei.
Ela me beijou pela última vez e me olhou com compaixão. Acariciei o seu rosto e a pedi que não fosse embora, mas ela, decidida como sempre fora e forte como ainda é, apenas me disse adeus.
Mergulhei na melancolia dos meus dias, me embriagando com um vinho barato, enquanto olhava as fotografias da nossa última viagem a Madri. Ela sorria em cada foto e eu me perguntava se nesse momento ela realmente me amava e se ainda achava que eu fosse “aquele cara”.
O sexto cigarro já chegava no filtro, o vinho barato quase no fim e a porra da minha dor de cabeça me fez lembrar a merda da data. O dia dos namorados só é comemorativo pra quem é amado, para infelizes como eu, que ouvem da boca da mulher amada que ela não é mais sua e que você não a amou o bastante, essa data poderia ser arrancada do calendário.
Levanto-me do sofá e abro a janela. Se eu me forçar um pouco ainda posso enxergá-la regando as margaridas no jardim, como sempre fazia em tardes quentes como essa.
“O amor é como as flores” Riza me disse uma vez, enquanto arrancava algumas lagartas do rosal. “Se você não regá-lo, se não mantiver as traças longe, se não cuidar que o Sol o seque ou que o frio lhe arranca as pétalas, ele murcha e morre, assim como as flores”.
Eu, em toda a minha ignorância para as coisas do coração e minha incapacidade de compreender a sabedoria do amor, apenas sorri e lhe disse em uma sabedoria que eu pensava que possuía.
“O contrário também é válido. Se você regar demais as flores morrem afogadas”.
Riza me sorriu docemente e falou baixo, como quem reza em uma capela nos domingos pela manhã.
“Me parece muito melhor morrer de excesso de amor do que morrer na incerteza se fui amada ou não. Não acha?”
“Me parece uma morte dolorosa igual. - Constatei, ainda em meu tom de doutor em assuntos emocionais. — Morrer de qualquer jeito é terrível de se imaginar.”
Riza sorriu, mas eu não soube dizer o quanto de tristeza ela trazia em si, então só a observei voltar a cuidar das rosas.
“Ora, Roy. Às vezes você fala como um covarde. - Adubou as rosas com uma terra apropriada e continuou. — Pode ficar tranquilo, o amor do homem sempre morre mais cedo e ele sempre esquece mais rápido que a mulher”.
Quando Riza me pediu o divórcio poucas semanas depois de nossa conversa sobre rosas e minha covardia, naquela época eu não entendi, mas agora eu compreendo. Riza se foi porque ela era uma rosa delicada, que precisava ser regada com palavras, adubadas com atitudes e que eu a protegesse com a minha segurança. Porém eu, um infeliz que não sabe sequer cuidar de samambaias, não soube cuidar de sua delicadeza primaveril e deixei seu amor por mim morrer.
Ela me disse adeus porque eu não soube amá-la, não por maldade minha, talvez o meu máximo não fosse o suficiente. Eu tentei, oh santo Deus, como eu tentei que ela não fosse embora, depois tentei que ela retornasse e só parei de tentar quando eu vi que a perdi.
Riza, mesmo com toda sua sabedoria - Que é bem superior que a minha, confesso. - em assuntos do coração, errou em duas coisas de todas que já me ensinou. A primeira delas, errou em dizer que o amor de um homem morre primeiro. Ora, o meu ainda está aqui, dormindo comigo na minha cama vazia e andando nos restos secos do que um dia fora o meu jardim.
Cada gole de vinho, cada nota de música, cada carta que eu escrevo e rasgo sem enviar a minha destinatária, me prova que ao contrário do seu amor já falecido por mim, o meu ainda vive por ela.
A segunda coisa que Riza se enganou, foi sua petulância em dizer que os homens esquecem rápido. Ora, que grande absurdo!
Em todos esses 34 meses que passaram depois que ela me disse adeus, eu continuo amando somente a ela, a ela e a mais ninguém.
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Espero que vocês tenham gostado, apesar de estar curtinha. ❤️
Vielen Dank für das Lesen!
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