Aimé Follow einer Story

         Kojiro deixou um pequeno sorriso se formar em seus lábios ao olhar para a pessoa ao seu lado. Os cabelos espalhados pelo travesseiro branco e a expressão serena — tão diferente de quando estava desperto —, nunca deixariam de ser a visão mais bela que ele poderia ter em suas manhãs.

         Ele soube que o Yukihira lhe daria trabalho assim que reparou nele pela primeira vez. O brilho no olhar daquele moleque ruivo o assustava, e sempre iria assustar. Era uma determinação pura demais, algo forte que parecia lhe contagiar até o fundo da alma.

      Quando Doujima determinou que o Shokugeki seria contra Tadokoro, amiga do ruivo, um alívio brotou em seu âmago na mesma proporção de sua decepção. Queria ver de que aquele atrevido era capaz, saber até onde ele chegaria... Entretanto, assim que observou o garoto, sua concentração e acima de tudo sua incrível habilidade na cozinha — não importava o que estivesse fazendo, se era o chef ou o sous-chef —, ele era bom demais. Superior demais à qualquer um que já houvesse enfrentado.

         Shinomiya nunca esqueceria como estivera errado em pensar que havia se livrado do garoto, errado em cogitar que não veria mais o brilho daqueles olhos felinos e estava à salvo daquele sentimento forte que brotou assim que ouviu a voz do pequeno delinquente, mas não contava em encontrar o outro diante de seu novo restaurante, pedindo para que ele cuidasse de si de uma forma tão cordial que por um momento pensou que Yukihira estivesse lhe pregando uma peça. Ainda que o brilho de seus olhos continuasse ali, provocativo.

           A cada dia que passava junto dele, cada detalhe que observava, cada pequeno trejeito do garoto, era como uma isca lhe chamando para a armadilha. Mal sabia o Yukihira que Kojiro já havia mordido a isca e se deliciado com ela há tempos.

         Foi numa noite qualquer que recebeu o garoto em seu restaurante. Eles não haviam marcado nada, Shinomiya apenas estava testando uma nova receita — coisa que geralmente fazia na própria casa — quando ouviu batidas na porta já trancada. Abriu pensando encontrar algum funcionário que houvesse esquecido um pertence e se deparou com o ruivo que povoava seus sonhos.

         Ele não teve tempo de falar e nem ponderou a ideia depois que o outro lhe puxou para baixo e colou os lábios de ambos em uma frase muda.
— Você é um idiota. — Foi a primeira coisa que Soma disse ao afastar seus lábios minimamente. — Nunca pensei que um ex-membro da Elite dos dez pudesse ser tão burro.

       Kojiro tentou falar algo, todavia não sabia o que dizer enquanto o mais novo reclamava sobre as várias pistas e indiretas que atirou na face do mais velho como um descarado e mesmo assim ele não havia aproveitado nenhuma.

O garoto riu quando Shinomiya fez cara de bobo ao confirmar que as frases de duplo sentido faladas pelo baixinho eram realmente duplo sentido, e não algo criado pela mente pervertida do mais alto.

         Ele sempre iria lembrar daquela noite quando Yukihira o fez esquecer de sua receita premiada para que eles passassem várias horas se amando naquele local tão significativo para os dois, no entanto seria eternamente agradecido por aquele acontecimento e isso se refletia em seu rosto todos os dias quando acordava e sentia a pele do outro junto da sua, ou quando provava dos lábios de sabor indescritível e envolvente quando o mais novo tinha vontade de lhe surpreender com um beijo sem motivo aparente.

       Shinomyia sempre lembraria porque além da presença de seu amado — e futuro marido — ali para lhe fazer recordar daquela noite maravilhosa, ele também possuía o Souma, seu prato mais famoso e saboroso de todos os tempos, batizado em homenagem ao amor de sua vida.