hinadono Taty Price

À primeira vista, Todoroki Shouto parecia perfeito. Midoriya tinha certeza de que, se eles fossem parte de uma história fictícia, aquele garoto seria o personagem principal. Mas essa foi apenas uma primeira impressão. Nada é tão perfeito depois que olhamos uma segunda vez.


Fan-Fiction Nur für über 18-Jährige.

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Há Falhas Em Nossa Perfeição

Você não está tentando me mudar

Mesmo que eu seja louco

O dia havia começado com uma chuva amena naquela sexta-feira de primavera - estação favorita do jovem rapaz de dezessete anos. Por um instante, Todoroki Shouto deixou-se enganar. Talvez aquela péssima semana que estava tendo teria um final razoavelmente agradável. Com sorte, ele poderia até mesmo passar algum tempo com seu melhor amigo depois da escola. Talvez ir ao cinema...

E então, o instante passou.

Tolice. Acho que peguei a doença do "pensamento positivo" de Izuku.

Aquele seria um dia ruim.

Ultimamente todos os dias estavam sendo ruins, então Todoroki sabia dizer. E ele não tinha ninguém além de si mesmo para culpar.

Suspirando, o garoto pegou sua mochila e seguiu em direção à cozinha. Seu plano inicial era roubar uma pera do cesto de frutas e encaminhar-se para a escola sem nenhum alarde. É claro que sua sorte - ou seria a falta dela? - tratou de frustrar seus planos.

Não que Todoroki estivesse de todo surpreso por encontrar seu pai estagnado no meio do corredor, impedindo sua passagem. Na verdade, sua tentativa de esgueirar-se casa afora sem ser notado era exatamente para evitar aquele encontro.

Aquele homem.

Aquela conversa.

- Aonde pensa que vai? - perguntou Todoroki Enji, encarando o filho de cima.

- À escola.

Para o Todoroki filho, uma resposta óbvia. Para o pai, um sinal de desrespeito que deveria encontrar repreensão imediata.

O som estralado de um tapa ecoou pelo corredor. O rosto do rapaz ardeu. Quase tanto quanto as chamas no rosto do Flame Hero.

Herói... Que piada.

Ironicamente, o lado que quase saiu de controle depois do tapa, foi o esquerdo. O lado amaldiçoado pela individualidade de seu pai.

Errado!

Sua individualidade! Não de Endeavor! As chamas pertenciam à Todoroki e ele já havia aceitado-as. Não ia deixar que aquele homem o afetasse mais.

Respirando fundo, conseguiu manter a calma. Voltou, então, seus olhos heterocromáticos para seu pai, usando de sua habitual expressão neutra.

Não fosse pela tensão palpável no ar, Fuyumi - que tinha ido ao quarto do irmão ver o porquê da demora - nem desconfiaria que uma agressão havia ocorrido ali, segundos antes. Ou talvez desconfiasse, já que seu pai raramente aproximava-se de seus filhos com outro propósito além de agredi-los verbal e, no caso de Shouto, fisicamente.

- Shouto?

- Saia daqui, Fuyumi! Shouto e eu estamos no meio de uma conversa.

- M-mas o caf-fé... - Ela não conseguiu evitar gaguejar diante do olhar hostil de seu pai. Não era forte como seu irmão, apesar de mais velha.

Todoroki, aproveitando-se da distração que sua irmã proporcionou, escapou de seu pai e seguiu pelo corredor enquanto falava:

- Na verdade, eu já estou de saída. Não vou comer nada, nee-san. Perdi o apetite.

- SHOUTO! Volte já aqui!

O rapaz parou no meio do caminho e com a voz monótona de sempre, disse:

- Conversaremos essa noite. Não se preocupe, não vou fugir. - Virando seu rosto para encarar seu pai, continuou: - Também tenho algumas coisas para te dizer, Endeavor.

Endeavor. Não pai. Já fazia tempo que Todoroki não chamava o Flame Hero de "pai". Talvez o mesmo retribuísse o favor depois daquela noite.

***

Todoroki aguentou. Aguentou até afastar-se quilômetros de sua casa. Aguentou até chegar a um parque, vazio aquela hora da manhã, não muito distante da U.A., e então... Não conseguiu aguentar mais. Liberou a fúria do seu lado direito, congelando tudo que estava ao seu alcance.

Não sabia de onde tinha tirado forças para conseguir resistir ao impulso de revidar aquele tapa. Ele poderia parecer uma pessoa calma, chata até, mas a verdade é que dentro de si existia uma fúria escondida que faria até mesmo Bakugou Katsuki, seu colega de classe explosivo, hesitar antes de provocá-lo. Se soubesse da existência dela, é claro. Mas Bakugou não fazia ideia.

Só uma pessoa, além de Todoroki, sabia da existência deste lado sombrio do mesmo. Só uma pessoa o aceitava independente disso. E era exatamente aquela pessoa que o olhava do outro lado do parque congelado, com um sorriso hesitante.

A única pessoa com quem podia contar de verdade.

Seu primeiro amigo.

Seu melhor amigo.

E seu namorado secreto há sete meses.

- Dia ruim? - perguntou Midoriya Izuku.

Quando eu falo demais, você me leva pra casa

E quando estou todo bagunçado, você me deixa ser eu

- Só mais um dia normal na casa dos Todoroki. - Fez pouco caso de sua explosão de raiva e aproximou-se do menor.

Midoriya não deixou-se convencer pelo semblante calmo do namorado, no entanto. Ele havia chegado ao parque - ponto de encontro dos dois - alguns minutos antes de Shouto, então tinha presenciado toda a cena de descontrole do maior. E ainda que não tivesse, conhecia o namorado o suficiente para enxergar através das rachaduras em sua expressão austera.

- Não acho que isso - fez um meneio com a cabeça indicando a paisagem renovada pelo gelo - seja resultado de um dia normal.

- Digamos que eu havia esquecido que minha família tem um conceito distorcido de normalidade.

Midoriya ficou imediatamente tenso. Sabia que por "família" Shouto referia-se somente a seu pai: o herói número dois, Endeavor. E pensar que um dia havia admirado tal homem...

Hoje em dia, principalmente em momentos como aquele, tudo que sentia por Todoroki Enji era uma raiva sem fim. Raiva por tudo que ele já fez e continuava fazendo com seu namorado; raiva por ele fingir ser um grande herói na frente de estranhos, enquanto atrás das câmeras era o pior vilão para a própria família; e, principalmente, raiva de si mesmo por não poder fazer nada mesmo tendo conhecimento de tudo.

Se ele apenas fosse mais forte... Se já tivesse total controle sobre o One For All...

Então...

Então...

- Midoriya? Ei!

Agora Todoroki era quem parecia preocupado. Sabia que os sentimentos de Midoriya em relação ao seu pai eram iguais aos seus próprios. Ainda lembrava-se com clareza da noite em que tinha finalmente confiado a alguém todos os segredos obscuros de sua família disfuncional...

8 meses antes

Pela primeira vez desde que se conheceram, Todoroki estava vendo seu doce e ingênuo Midoriya Izuku descontrolado. O motivo? Ele tinha descoberto sobre todos os maus tratos que os filhos do herói Endeavor sofriam. E aquele era o resultado.

Individualidade ativada, o esverdeado partira em uma fúria cega em direção à casa dos Todoroki. Suas intenções estavam mais do que claras: ele queria fazer Endeavor pagar.

Mas não conseguiria. Seu pai era forte, Todoroki sabia disso melhor do que ninguém. Por esta razão, correu atrás do amigo, a fim de impedir o que seria um suicídio.

Seu coração errava uma batida toda a vez que perdia Midoriya - que estava pulando de prédio em prédio em alta velocidade - de vista.

Desesperado para alcançá-lo, Todoroki ativou seu lado direito e criou uma barreira de gelo bem na frente do menor, que ao não conseguir desviar dela, devido a alta velocidade, colidiu de cara com a mesma e caiu - o impacto da queda amenizado por mais uma das criações de gelo do maior. Não hesitou em congelar os pés de Midoriya quando este, parecendo nem um pouco afetado pela queda, ensaiou uma tentativa de levantar-se e dar continuidade à sua missão.

- M-Midoriya.. Pare! - exclamou Todoroki, meio sem fôlego devido a corrida.

- Todoroki-kun... Solte-me.

Surpreendeu-se com o tom de casualidade presente na voz dele. Teria deixado se enganar por essa falsa calmaria caso não tivesse visto a tormenta em seus olhos. Aquilo não era apenas raiva... Era ódio. Pura e simplesmente.

E toda aquela fúria era por ele.

Não por culpa dele, mas por ele.

Quando foi a última vez que isso aconteceu? Alguém já havia se importado tanto com ele a ponto de enfurecer-se dessa forma?

Não. Ninguém... Jamais.

Naquele momento Todoroki sentiu algo romper-se dentro de si. Em um minuto a barragem que protegia seu coração de sentimentos desnecessários estava lá, cumprindo seu papel, no outro... Não mais existia.

De repente, estava sendo inundado.

Transbordando.

Se afogando.

Sentindo tudo de uma vez só.

Lágrimas começaram a percorrer seu belo rosto. Soluços que não conseguia segurar por mais que tentasse, escapavam de sua garganta. Não aguentando a pressão, desmoronou, caindo de joelhos no chão.

Midoriya ficou momentaneamente paralisado pela segunda vez naquela noite. A primeira havia sido quando Todoroki, durante a maratona de Mad Max que eles estavam fazendo na casa de Midoriya, tinha começado a falar sobre sua relação conturbada com o pai.

Sabia o que a mãe do outro rapaz havia feito com ele, então já imaginava que a vida dele não era perfeita como uma vez havia pensado. Mas entre imaginar e ter certeza... Como lidar com aquilo? O que fazer quando seu melhor amigo diz que sofre abusos físicos e verbais, nas mãos do próprio pai, desde os cinco anos de idade? O que fazer quando o pai abusivo em questão é, nada mais nada menos, que o herói número dois? Contar para alguém? Quem acreditaria que um herói prestigiado como o Flame Hero foi capaz de enlouquecer a própria esposa e depois afastá-la dos filhos? Quem acreditaria na palavra de um garoto de dezesseis anos, um mero aspirante a herói, ao invés de no nobre Endeavor, um homem que até minutos antes ele mesmo admirava?

Saber que Endeavor provavelmente usara aqueles fatos para coagir Todoroki e seus irmãos a não contarem nada... Aquilo tinha deixado-o furioso. Uma fúria que ele nunca tinha sentido antes apossara-se de seu pequeno corpo.

Por esta razão, ele só foi perceber o que estava fazendo - correndo como um louco pelas ruas da cidade, One For All ativado e pensamentos indignos de um herói em sua mente - quando Todoroki, normalmente tão sério e controlado, começou a chorar bem na sua frente.

Passado o choque inicial pela situação inesperada, o rapaz usou sua individualidade para desprender os seus pés do gelo à força. Em seguida, cobriu os passos de distância que o afastavam de Todoroki, ajoelhou-se em sua frente e, em um impulso sentimental, o abraçou.

Ele estava sendo abraçado.

Todoroki também não fazia ideia de quando foi a última vez que uma coisa como aquela tinha acontecido. Por um instante pensou em se afastar - ele devia estar parecendo muito patético se até mesmo o tímido Midoriya sentiu necessidade de confortá-lo -, mas não o fez. Ao invés disso, fez o impensável e retribuiu o gesto.

Não sabia o quanto precisava daquilo até aquele momento. Não do abraço em si, mas do abraço dele. Midoriya... Ele cheirava bem. Todoroki sabia disso porque havia apoiado o rosto molhado de lágrimas no ombro do menor. Ele cheirava a abacate, batatinhas fritas, suor e algo mais, algo único, como se fosse um cheiro só dele...

- T-Todoroki-k-kun?

Todoroki congelou como uma das criações de seu lado direito. Inconscientemente, tinha começado a cheirar a pele do pescoço de Midoriya, enquanto passava as mãos em seus cabelos.

Mas que Diabos..?

No entanto, embora soubesse que sua atitude era extremamente inapropriada, não conseguia forçar-se a soltá-lo.

- Desculpe - disse.

- V-Você está bem?

- Não sei.

- O que você tem? Está machucado? - soou alarmado.

- Não... Só não consigo te soltar.

- N-Não consegue? P-Por quê?

- Não sei.

Mentiroso.

- Tudo bem. - Todoroki sentiu a pele de Midoriya esquentar. - V-você não precisa.

Seu corpo formigou agradavelmente com aquela resposta. Entretanto, ignorou tal proposta e afastou-se, dando as costas para ele.

Olhar para Midoriya naquele momento sem correr para abraçá-lo de novo parecia uma tarefa impossível.

Droga.

- Todoroki-kun.. Tem certeza que está bem?

Balançando a cabeça para espantar os pensamentos inconvenientes, Todoroki voltou a olhar Midoriya. Ele parecia completamente diferente de alguns minutos atrás. Tinha voltado ao normal. Voltado a ser o mesmo Midoriya prestativo, gentil e esforçado de sempre.

- Mais importante... Você está bem? Saiu correndo pela cidade do nada...

O semblante do menor começou a mudar. Então, antes que ele resolvesse fugir, Todoroki segurou-o pelos ombros.

- Seja lá o que estiver pensando em fazer, esqueça. Não há nada a ser feito. Não agora.

- Você quer que eu finja que não sei de nada? É isso?

- Exatamente.

- Como eu posso fazer uma coisa dessas, Todoroki-kun? - Midoriya perguntou, soltando-se. - Como posso fingir que ele não... Que você não...

- Midoriya, te contei isso porque... Porque confio em você. Só peço que confie em mim também. Não preciso que faça nada além disso.

- Mas...

- Por favor!

Ambos os garotos surpreenderam-se com o tom de súplica por trás das palavras. Todoroki parecia desesperado. Midoriya não entendia bem o porquê, mas não queria causar mais problemas ao rapaz, por isso concordou. Ele não sabia se conseguiria controlar-se por muito tempo, mas tinha de tentar. Afinal, era Todoroki, o mais prejudicado por tudo aquilo, quem lhe pedia calma.

Que ironia.

- Tudo bem.

- Obrigado - respondeu, aliviado. Alívio esse que não durou muito, no entanto, devido às próximas palavras ditas pelo esverdeado:

- Mas se ele tocar em você de novo, eu o mato.

***

Todoroki tinha quase certeza que aquelas foram palavras vazias, ditas no calor do momento, mas não estava disposto a arriscar. Era por isso que agora, quase um ano depois dos acontecimentos daquela noite, ele olhava tão preocupado para o namorado. Não permitiria que seu doce Izuku fosse corrompido pela maldade daquele homem.

Aproximou-se, encostando sua testa na dele e repetiu as palavras daquela noite:

- "Só peço que confie em mim também. Não peço nada além disso." Lembra-se?

- Sim...

- Ótimo.

Continuaram olhando-se, ambos corados pela repentina aproximação, desesperados para acabar com aquela ínfima distância.

Surpreendentemente, foi Midoriya quem deu fim àquela tortura silenciosa ao colar seus lábios nos de Todoroki.

Foi um beijo suave e profundo. Do tipo que faz o mundo ao redor girar lentamente e todos os problemas esperarem por eles para serem resolvidos depois.

Um beijo enganador, e muito, muito curto.

Segundos depois o mundo voltava a girar em sua cacofonia de sempre.

- Venha - Midoriya chamou pelo namorado. - Já está quase na hora do sinal tocar.

Acenando positivamente, Todoroki o segue. Os dois rapazes caminham lado a lado em direção à escola. Talvez aquele dia ainda tivesse salvação.

24. April 2018 16:31 2 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Iara Coelho Iara Coelho
EITA PORRA ABRAM ALAS PRO MEU OTP PASSAR!!!!! Gata, adorei sua história!! Sério!! Mano, eu amo TodoDeku, sou apaixonada por esses bolinhos lindos e a sua história tem tudo pra dar certo!!! Estarei acompanhando fielmente e pode se acostumar cmg pq vc vai me ver sempre por aqui rsrsrrsrs O ENJI DEVIA APROVEITAR O FOGO DELE E QUEIMAR O PRÓPRIO CU!!!!! AH Q ÓDIO!!!! Vc é mto talentosa viu? Um grande bjo ❤️ Ps- mulher to respostando o coment aqui pq eu comentei no dois sem querer e nn sei consertar rsrsrsrrssr
April 24, 2018, 17:44

  • Taty Price Taty Price
    Oi! Primeiro de tudo, obrigada pelo comentário (acho que foi o primeiro k). Eu tbm AMO todeku, espere muito mais desses dois :) e cara de boa kkkk eu tbm ainda tô aprendendo a mexer no site e já excluí duas fics sem querer kkkkkk parece que os comentários não podem ser editados e nem apagados... enfim, comente mais vezes (eu vendendo meu peixe kk) bjs April 24, 2018, 20:42
~

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