karimy Karimy Lubarino

Eu estava morrendo de medo, tão assustada quanto nunca, e não conseguia entender isso. Aquilo era tudo o que eu queria, mas, ainda assim, minhas mãos estavam suadas, meu coração acelerado e minha boca seca. Ele era lindo, muito mais do que eu imaginava, e sua presença era tão intimidadora que sequer conseguia olhar em seus olhos...


Fan-Fiction Anime/Manga Nur für über 18-Jährige. © Os personagens encontrados nesta história não me pertencem. São propriedade intelectual de Masashi Kishimoto. História sem fins lucrativos, criado de fã para fã, com direito do enredo reservado.

#pwp #erótico #bdsm #sasusaku
9
8.9k ABRUFE
Abgeschlossen
Lesezeit
AA Teilen

Submissa

Aquela não seria só mais uma noite. Não com ele agarrado a mim, com a promessa silenciosa de que sempre estaria ali. Sempre. Quando eu precisasse.

Dizer quando tudo começou seria hipocrisia, pois isso já estava enraizado em mim desde sempre, mas contar como descobri não é tão difícil.

Meus olhos verdes, pele clara, corpo esbelto com os seios medianos e quadris largos, além de um exótico cabelo cor de rosa, era como um convite para os predadores que me rondavam. Mas meu pai já havia me preparado para tudo aquilo, e eu não tinha medo de mostrar minha verdadeira força. Então, acabei namorando tarde, com vinte e dois anos, que foi quando perdi minha virgindade.

Gaara foi um achado entre os homens deste século, ele me respeitava, me valorizava e era como um apoio para mim. Um homem de verdade, trabalhador, honesto e correto. Era tudo o que eu precisava. Ao menos era o que eu achava.

Sempre gostei de fazer as tarefas de casa, lavar passar, cozinhar, me sentia bem com isso, melhor ainda quando via que meu esforço era reconhecido. Minha mãe me ensinou a ser assim. Só que longe de casa as coisas eram bem diferentes, eu não era uma simples mulher, dona de casa. Eu trabalho em uma das mais renomadas empresas de advocacia de Konoha como advogada criminal.

Sou muito bem-sucedida, respeitada e com um salário que faz jus a todo meu esforço. Mas o meu sucesso financeiro não estava sendo o suficiente para me trazer a felicidade que eu tanto precisava, nem mesmo meu namoro com Gaara.

Ele era o exemplo de homem que toda mulher gostaria de ter, mas eu nunca fui uma pessoa comum, a começar pelos desejos que tentava reprimir. E as coisas começaram a desandar quando ele foi promovido na empresa que trabalha, quando resolvemos que deveríamos sair para comemorar. Naquele dia eu me produzi inteira, comprei uma lingerie de presidiária, até algemas. Nunca tinha vestido uma fantasia na minha vida, mas eu sabia que ele tinha esse fetiche, e eu gostava de agradar.

Depois de jantarmos, fomos para um motel, e ele ficou deslumbrado quando me viu saindo do toalete vestida daquele jeito. Ver a satisfação nos olhos dele foi algo incrível para mim, só que a noite havia acabado de começar. Gaara me tratou como uma verdadeira puta. Ele me algemou, me lambeu inteira, falou sacanagens no meu ouvido, me penetrou de maneira violenta e me deu tapas fortes na bunda. Eu fiquei extasiada, nunca tinha gozado tanto na minha vida, nem nunca imaginaria que poderia gozar tanto. No dia seguinte, perdi até o horário de trabalho, de tão cansada que estava. Mas, então, a vida seguiu seu curso e tudo voltou ao normal.

O problema é que depois do que ele tinha feito comigo, o sexo comum já não me agradava mais, então, resolvi conversar com ele sobre isso. Ele me ouviu, foi atencioso e se propôs a tentar ser mais ativo, como naquele dia. Só que não deu muito certo. Eu o amava, realmente amava, mas já não sentia nenhuma atração sexual por ele. Então, vivi infeliz ao seu lado por mais alguns meses, até que ele me propôs em casamento.

Foi ali, naquele exato momento, que eu pude enxergar a besteira que estava fazendo com minha vida, e com a dele também. Não conseguia me enxergar feliz ao lado dele mais, assim como também já não acreditava poder fazer ele feliz mais, então, nós terminamos tudo. Foi difícil, muito difícil, quase entrei em depressão por conta de todas as dúvidas que me martirizavam, mas eu sabia que tinha feito a coisa certa. Então, ergui minha cabeça, decidida a recomeçar, mesmo sem saber de onde.

Depois disso, conheci vários outros caras, mas nenhum deles conseguia me agradar. Era como se eu não me encaixasse nesse mundo, já estava me sentindo deslocada. Em um desses dias tristes, onde eu me sentia completamente desmotivada, resolvi procurar um filme na internet para assistir. Estava chovendo muito, era final de semana, e essa era a única atividade que eu tinha para fazer no momento. Então, resolvi que deveria relaxar um pouco.

Fiz pipoca, me enrolei no cobertor e o filme começou. Estava tão chato no início que eu já estava pensando em me levantar para procurar outro filme, até que a ação começou. A protagonista do filme, que era uma santa pessoa; esposa perfeita, com a vida perfeita, marido perfeito e filhos perfeitos, na verdade tinha uma vida dupla.

Ela mantinha um caso amoroso com um homem, e quando eles foram se encontrar, ao chegar no motel, ele colocou uma coleira nela. Na hora que eu vi aquela cena fiquei abismada, achei um tremendo de um absurdo, só que então ele teve sua primeira fala: "Minha. Você é minha." Aquilo foi o suficiente para que todos os pelos do meu corpo se arrepiassem, eu não estava sequer entendendo o que estava acontecendo, mas eu sabia que era aquilo que eu queria.

O filme não mostrou tudo o que eu queria ver, então, curiosa, comecei a pesquisar para saber o que realmente estava acontecendo naquela cena, até que encontrei a resposta que precisava em um fórum na internet. BDSM: Bondagen; dominação, submissão e masoquismo. Procurei tudo sobre o assunto, estava realmente interessada, apesar de não concordar com certas práticas. Até que resolvi entrar em uma sala de bate papo, que era destinada a praticantes dessa "modalidade" de sexo. Precisava saber mais sobre aquilo tudo.

As semanas se passaram, eu recebia várias chamadas de conversa, mas não tinha coragem de responder nenhuma delas. Só que uma angustia crescia em meu peito e eu já estava ficando louca com tudo aquilo, com todas as dúvidas que tinha, então, resolvi tentar. Olhei cada mensagem que havia recebido e, depois de muito nervosismo, resolvi responder justo a pessoa que menos se pronunciou, deixando apenas um "Oi!" como mensagem.

Fiquei na frente do computador por horas, fingindo que estava trabalhando, mas na verdade só estava esperando para ver se era respondida, trocando de página de minuto a minuto, só para ter certeza de que não tinha deixado a resposta dele passar por desapercebido — mesmo sabendo que se ele respondesse, o som de alerta de mensagem tocaria. Só que minha resposta não veio.

Fui dormir decepcionada, pensando que talvez ele não tivesse respondido porque o destino quis assim. No dia seguinte, fui normalmente para o trabalho, já tentando esquecer aquela frustração, mas o primeiro tempo livre que tive, no meu horário de almoço, entrei no bate papo de novo. E lá estava minha resposta.

Começamos a conversar sobre coisas simples, tentando conhecer um pouco mais um sobre o outro. Sobre onde morávamos, em que trabalhávamos, o que gostávamos de fazer... Até que ele me perguntou o que eu procurava no BDSM. Eu simplesmente não soube responder.

Sasuke era muito cordial, sabia usar as palavras de forma correta, morava num bairro não muito longe do meu — porém muito mais caro que o meu — era um engenheiro sênior de hardware de sucesso e gostava de corrida de carros. Resumindo; rico, atraente e demonstrava ser uma pessoa de confiança, então, resolvi me abrir para ele. Contei tudo, sobre todas as coisas que pensava, meus medos e inseguranças, e ele me ouviu pacientemente, já estava me sentindo mal por ele.

Então, Sasuke me mandou uma foto sua, e eu mandei várias minhas para ele. Fui dormir me sentindo a pior pessoa do mundo por ter tirado foto da minha bunda, com uma calcinha fio dental no espelho e mandado para um total desconhecido. Deveria estar ficando louca. Nem queria conversar com ele mais no dia seguinte, só que eu simplesmente não conseguia deixar de responde-lo.

Ele começou a me ensinar sobre o que era o BDSM, e eu comecei a seguir todas as regras, sem nem mesmo saber com certeza se era aquilo que eu queria. Já não mais o chamava de você, o chamava de senhor, o respeitando como o dominador que ele era. Comecei a deixar todos os meu desejos e vontades de lado, apenas para estar ali, para ele. O único desejo que eu tinha era satisfazê-lo. O que era uma completa idiotice, já que nem nos conhecíamos de verdade.

"Sakura, seja minha?" Aquilo foi o suficiente para que eu visse todas as estruturas do meu ser serem abaladas. Mas eu ainda tinha muitas dúvidas dentro de mim, então, disse que precisaria pensar sobre isso. Tentar entender se era aquilo mesmo que eu realmente precisava. E ele me respeitou, sem nenhuma objeção.

Na noite desse mesmo dia, fiquei rolando em minha cama de um lado para o outro, sem conseguir dormir, então, peguei meu celular e comecei a reler todas as mensagens que já havíamos enviado um para o outro nesse pouco tempo em que estávamos conversando. Duas semanas e meia foi o suficiente para que ele conseguisse que eu contasse para ele coisas minhas que pensava que jamais teria coragem de contar para ninguém, de mandar fotos e áudios que eu nunca achei que seria capaz. E fiquei ainda mais espantada ao perceber que eu praticamente conversava sozinha.

As mensagens dele eram sempre curtas, contendo apenas o essencial, enquanto eu o enviava textos atrás de textos. Me senti muito mal ao perceber aquilo, só que então, no outro dia pela manhã, já enxergava as coisas de uma forma diferente. Ele estava ali por mim, ele tinha ouvido sobre todas as besteiras mais absurdas — quase teorias da conspiração criadas em uma mente perturbada — e em nenhum momento ele me julgou, muito pelo contrário, ele tentou me entender, e tentou me fazer entender que eu era única porque era daquele jeito. E, então, pela primeira vez na vida, eu realmente me senti especial.

Porém, ainda assim, não o respondi. Disse que ainda estava pensando sobre tudo aquilo, e era verdade. Só que nossas conversas estavam ficando cada vez mais íntimas, e eu, cada vez mais perdida. Cada vez que soava o toque de mensagem do meu telefone, eu olhava afoita para saber se era ele, e quando não era, me sentia triste. Estava ficando cada vez mais dependente de seus mínimos carinhos, seus pedidos indecorosos e de sua atenção.

Eu fazia tudo o que ele pedia, mesmo quando achava que era algo absurdo. Ele já conhecia meu modo de pensar, meu jeito de vestir, assim como cada parte do meu corpo, apenas por conta das mensagens que trocávamos. Estava me envolvendo mais a cada segundo, me contorcendo pela vontade que sentia de tocá-lo, de poder ouvir sua voz. Até que ele me ligou.

Fiquei apavorada, não sabia o que dizer para ele, nem mesmo como atender o telefone. Aquilo tudo era muito incomum para mim, que sempre sabia como fazer as coisas, que sempre fui muito segura de mim, e eu estava adorando cada pedacinho daquilo. Venerando a capacidade que ele tinha de me dominar com o mínimo do mínimo.

A voz dele era grave, porém suave, ele era sério, mas descontraído. Se tivéssemos nos conhecido de outra maneira o julgaria uma pessoa normal, só um pouco cordial demais e sério demais. Eu sempre soube conversar, sempre tinha vários assuntos diferentes na ponta da minha língua, menos com ele. E Sasuke parecia estar entendendo tudo aquilo com mais facilidade do que demonstrava, pois conduzia toda a conversa, tentando me deixar à vontade com sua voz, com seu jeito de falar.

Eu tinha tantas perguntas para fazer a ele, mas eu não tinha coragem o suficiente, estava me tornando uma estranha para mim mesma. Ele me extasiava, e acho que sabia disso. Então, as mensagens que se limitavam a "quero te tocar, quero que seja minha, quero te dar prazer..." começaram a ficar diferentes, mais carinhosas.

A demonstração de afeto dele para comigo era pouca, mas o suficiente para que eu soubesse que ele realmente me desejava. Eu, por outro lado, me derramava em amor, expurgando todo aquele sentimento que eu tinha por ele, e sequer entendia, em poesias românticas, mensagens de eu te amo e todos os tipos de coisas que eu jamais imaginei que escreveria ou diria para um homem.

Então ele fez a proposta mais uma vez, só que de forma diferente: "Seja minha cadelinha. Só minha." Aquilo deveria ser algo humilhante para mim algum tempo atrás, mas nesse momento era tão atrativo que quase gozei ao ler aquela mensagem. Então, cansada de me fazer de rogada, disse que sim, que eu queria ser dele, que ele era tudo o que eu precisava para ser feliz e que o único propósito da minha vida era fazer ele feliz.

Passaram-se duas horas e ele não havia me respondido. Fiquei me sentindo perdida, inconformada, uma idiota. Sim eu era uma idiota. Imbecil por ter me exposto tanto para alguém. Mas, então, ele me respondeu, pedindo para marcarmos um encontro, e aquilo foi o suficiente para me abalar mais uma vez. Eu já não estava mais conseguindo aguentar aquelas minhas variações de humor, aquilo tudo estava sendo terrível para mim. E por mais que eu quisesse muito responder ele naquele mesmo momento, eu não o fiz. Fui malcriada, birrenta, me recusando a escrever qualquer coisa que fosse para ele. E ele também não escreveu mais nada para mim. Até que uma hora depois — que mais se pareceu uma vida — eu disse que aceitava me encontrar com ele.

Inicialmente foi difícil marcarmos um ponto de encontro. Tudo parecia estar dando errado, mas estávamos ambos empenhados naquilo. Então conseguimos entrar em um consenso. Sábado, sete horas da noite. "Você vai ser minha a noite inteira. Não pense que te deixarei ir antes do amanhecer." Ah... Droga! Aquele homem estava me matando aos poucos, e eu estava me sentindo uma mosca presa em uma teia de aranha gigante.

Comi todas as informações possíveis que consegui encontrar sobre o BDSM, tentando me preparar para o que estava por vir. Só que palavra nenhuma era capaz de descrever meu nervosismo. Não conseguia me lembrar onde, realmente, tudo aquilo havia começado, toda aquela insegurança e todo aquele sentimento intenso que eu tinha por ele.

E se ele fosse um louco, um psicopata? E se ele me matar e depois jogar meu corpo em um mato, uma vala qualquer? E se ele não souber respeitar meus limites, me deixando toda lanhada, ensanguentada? E se ele for abusivo, não me respeitar, tentar me forçar a fazer coisas que eu não queira? E se... Tinham muitos "e se" na minha mente, tantos que eram incontáveis.

De sexta para sábado eu não consegui dormir. Pensei em mandar mensagem para ele, mas não queria incomodar e iquei a madrugada inteira envolta em uma grande confusão mental.

Droga! Mil vezes droga! O que eu estava fazendo com minha vida?

Quero dizer; sou uma mulher responsável, bem-vista pela sociedade, completamente independente, não sou rica, mas ganho bem. Tenho um bom carro, uma boa casa, pais que me apoiam em tudo o que faço, inteligente, sempre fui muito segura de mim e, mesmo assim, estava sucumbindo diante de um homem que sequer conhecia pessoalmente.

Depois que eu o começamos a nos falar, minha vida mudou da água para o vinho. Eu só pensava nele, eu respirava ele, eu... Eu estava vivendo algo que não entendia, mas que desejava mais do que qualquer coisa. E como se não bastasse isso, era uma pessoa completamente diferente com ele; insegura, medrosa, submissa, completamente entregue aos seus desejos. E por mais que eu achasse isso estranho ou errado, eu gostava. Gostava porque sentia que aquele era o meu verdadeiro eu e que podia contar com ele para poder me soltar.

Sasuke era meu dono, e ele cuidava de mim como se eu fosse o bem mais precioso que ele tinha. Me repreendendo sempre que eu fazia ou dizia algo de errado, sempre que eu me sentia insegura com algo. Ele estava me tornando uma pessoa melhor, me ensinando a encarar meus medos e todos os desafios que eu evitava enfrentar. Até comecei a aprender a nadar por incentivo dele.

O dia amanheceu, e eu estava aflita, me sentindo cansada por não ter conseguido dormir, ainda com muitos medos, mas também com muita certeza de que era aquilo que eu queria. Tive que me forçar a comer, porque nem mesmo fome eu sentia. Nunca pensei que seria tão difícil como estava sendo, mas eu não ia desistir. Não justo agora.

O dia demorou a passar, parecia que tinha algo conspirando contra mim. Estava dando o meu melhor para não roer minhas unhas e estragar a decoração feita por minha manicure — que escolhi cautelosamente para agradá-lo. Minha lingerie... Bom, ainda estava trabalhando nisso. Comprei três conjuntos de calcinha e sutiã diferentes, todos vermelhos — a cor preferida dele — mas não estava conseguindo optar por um. A roupa era outro problema. Comprei um vestido tubinho, preto, discreto, ele era lindo, perfeito para a ocasião, mas eu estava com medo de ele não gostar.

Cinco e cinquenta e nove. Não consegui mais aguentar. Corri para meu banho, já começando a me arrumar em seguida. Depois de tanta indecisão, nem saberia dizer ao certo qual lingerie escolhi. Estava tremendo, parecia que cairia no chão a qualquer momento. Por que ele fazia aquilo comigo? Por que me deixava daquele jeito?

Liguei para o táxi e sentei no sofá da sala, esperando incansavelmente. Então meu celular tocou. Era ele. Fiquei desesperada, até lágrimas brotaram em meus olhos. Ele deveria estar ligando para desmarcar. Mas não, ele não fez isso, e sua voz parecia ainda mais imponente do que em qualquer outro momento, era quase demoníaca aos meus ouvidos.

Desligamos poucos segundos depois, mas suas poucas palavras foram suficientes para fazer um sorriso enorme brotar em meu rosto. Alguns minutos depois, o táxi chegou, me levando para o local combinado. Estava indo para o abate, e sabia disso.

O táxi parou no centro da cidade, de frente para a prefeitura. O local estava movimentado, com policiais conversando a pouco menos de seis metros de mim, e isso era um pouco tranquilizador. Ainda faltavam cinco para as sete, e eu estava ansiosa demais, minha vida parecia depender daquele encontro. O encontro com um estranho.

Sete horas em ponto um carro prata parou na minha frente, era ele. Ele foi pontual, como disse que seria. O vidro do carro se abaixou, e eu já estava ofegante pela expectativa. Sasuke se inclinou, e vi seus cabelos pretos de relance, abriu a porta do carro por dentro mesmo, tornando a se ajeitar em sua poltrona. Eu estava com minhas pernas tão bambas que achava que cairia a cada passo que dava.

Me sentei e fechei a porta, sem nem mesmo encara-lo, ainda estava tentando normalizar minha respiração. Pois mesmo sabendo que ele já tinha visto fotos do meu corpo inteiro, ainda assim tinha medo de ele não gostar de mim. Coloquei meu cinto de segurança, e só então olhei para ele.

Lindo. Ele era o homem mais lindo que eu já tinha visto em toda a minha vida. Sua pele era clara, contrastando perfeitamente com seus cabelos, assim como com seus cílios espessos. Eu sabia, mesmo com ele vestido de terno e gravata, que seu corpo era perfeito, tudo nele era incrível. Sasuke soltou um sorriso mínimo, lateral, e meu coração pareceu parar. Então, ele segurou em meu rosto com uma das mãos e selou sua boca na minha. Seus lábios eram macios, nem finos e nem grossos demais, seus olhos negros estavam abertos, presos aos meus também abertos, seu cheiro amadeirado fazia meu corpo queimar. E aquilo foi o suficiente para minha calcinha ficar toda molhada.

— Tudo bem? — ele perguntou, se separando de mim após aquele breve selar, que pareceu ter durado toda uma eternidade, só que, ainda assim, não foi o suficiente para mim.

— Sim. Dono — disse temerosa, e ele saiu com o carro.

Eu estava morrendo de medo, tão assustada quanto nunca, e não conseguia entender isso. Aquilo era tudo o que eu queria, mas, ainda assim, minhas mãos estavam suadas, meu coração acelerado e minha boca seca. Ele era lindo, muito mais do que eu imaginava, e sua presença era tão intimidadora que sequer conseguia olhar para ele de novo.

Eu queria dizer alguma coisa, puxar assunto, mas minha garganta arranhava. Estava tão nervosa, brincando com os dedos das minhas mãos, olhando pelo vidro da janela do carona, porém não vendo absolutamente nada. Então, ele soltou um pesado suspiro, e eu tremi. O que era tudo aquilo que ele causava ao meu corpo?

— Minha cadelinha — ele falou, mais para ele mesmo do que para mim, e eu o olhei, sentindo lágrimas arderem meus olhos.

Olhei para suas mãos, tão grandes, tão fortes... segurando o volante de maneira firme. Sua postura era perfeitamente alinhada e correta, seu olhar era intenso, e eu sabia disso mesmo com ele olhando para a estrada. "Minha cadelinha", suas palavras não saíam de minha cabeça, eu já estava começando a sentir meu interior ardendo de desejo, me deixando cada vez mais molhada.

Não conseguia entender como algo como aquilo era possível; ele mal havia me tocado, e eu já estava quase gozando sozinha. Olhei para frente ao sentir o carro trepidando, estávamos em uma estrada de terra, onde não havia nada, a não ser mato em volta. Comecei a entrar em pânico. Até o ar dentro do carro pareceu ter ficado mais pesado, mas ele continuou como estava, imponente, como se nada pudesse atingi-lo.

Começaram a aparecer casinhas simples no meio do caminho, um posto de gasolina, um restaurante, mais casinhas, um posto de saúde e um motel. Um motel enorme. Apertei minhas mãos em punho, carregando o tecido de meu vestido junto.

Deus! Eu estava enfartando!

Ele parou o carro na entrada da garagem, abriu o vidro e começou a falar no interfone com uma atendente. Tentava ficar calma, respirando profundamente para ver se conseguia acalmar meu coração. Ele era só um homem, um homem comum, me deu provas disso em nossas conversas, mas esse pensamento não me ajudava. Ainda o via como um dominador, meu dono.

O enorme portão começou a se abrir lentamente e o barulho das engrenagens estava me desesperando. Após cruzar aquele ponto, não teria mais volta. Eu poderia parar a nossa cessão quando quisesse, mas sabia que não teria coragem para isso. Ele mexia demais comigo, e eu estava dando a ele toda a liberdade para isso.

A garagem do quarto 203 estava aberta, a nossa espera. Ele colocou o carro lá dentro, o desligou e saiu, sem me dizer uma palavra. Comecei a abrir a porta do carona, sentindo minhas mãos tremendo. Quando saí, achei que cairia, mas não, continuei firme, tentando ao máximo não transparecer meu nervosismo.

Sasuke apertou o botão na parede, para fechar a porta da garagem, e veio em minha direção. Que confusão. Queria correr dele, mas ao mesmo tempo, queria correr em direção a ele. Me lançar em seus braços e dizer que estava cansada de me sentir insegura, que precisava de tudo o que ele disse ter para me oferecer.

— Como se sente? — ele perguntou com sua voz rouca e pesada. Entreabri minha boca, deixando meu corpo se amolecer com seu toque em minha cintura.

— Nervosa! — disse, sentindo meus lábios tremularem. Ele moveu um pouco a cabeça, soltando novamente aquele pequeno sorriso lateral. Meu coração disparou.

— É bom saber isso — ele disse mais sério, e eu fiquei com mais medo ainda.

Sua boca tomou a minha com tanta rapidez que sequer tive tempo para me preparar. Suas mãos envolveram completamente meu corpo, e eu me senti uma criança em seus braços. Minhas mãos ficaram presas em nosso meio, e a única coisa que consegui fazer foi agarrar seu paletó e corresponder seu beijo afoito como podia.

Ele era controlado, cada passada que dava com sua língua na minha, parecia uma calculada investida, que ia me acalorando cada vez mais, me deixando ainda mais ofegante e excitada. Ele possuía uma firmeza indescritível em seus atos. Ele estava no controle de tudo, e sabia bem disso.

Nossas bocas se separaram, e eu não consegui abrir meus olhos, estava ofegante, sentindo uma pressão prazerosa em meu baixo ventre, então senti seu carinho em meus cabelos. Algo terno e delicioso, que durou por pouco tempo, antes que ele me soltasse, mas foi tempo suficiente para que eu me acalmasse um pouco mais.

Ele se afastou de mim, e meu corpo sentia uma falta imensa do seu, abriu a porta do quarto do motel e fez sinal com a mão para que eu entrasse. Segui temerosa, tentando não olhar para sua face, e fiquei a olhar o quarto, enquanto ele voltava para seu carro.

O lugar era luxuoso e possuía detalhes lindos em sua decoração. O quarto possuía paredes brancas, os móveis eram também brancos, com luminárias embutidas na parede, uma mesa, uma banheira de hidromassagem, um banheiro e, atravessando o quarto, havia uma porta de vidro, que dava acesso a uma outra área, onde tinha uma piscina.

A porta do quarto se fechou, e eu fechei meus olhos, sentindo meu corpo vibrando com o barulho da tranca que ecoou em minha mente. Me virei para olhá-lo, mas Sasuke passou direto por mim, carregando uma grande mala em suas mãos. Grande o suficiente para que coubesse meu corpo ali dentro. Balancei minha cabeça em negação, tentando afastar aquele absurdo que pensei. Ele abriu a mala, que estava repleta de acessórios; chicotes, cordas, algemas, coleiras, velas, óleos... Toda espécie de coisas que eu sequer sabia para que serviam ou o motivo de tanta variedade.

— Tira a roupa — ele ordenou.

Sasuke me conhecia melhor do que qualquer pessoa, às vezes chegava a pensar que ele me conhecia melhor do que eu mesma, então, com certeza, sabia que eu estava morrendo de vergonha. Ele sabia que aquilo tudo era novidade para mim, que eu não conhecia nada além das coisas que havia pesquisado e que ele havia me dito sobre o BDSM. Mas eu sabia que, se realmente quisesse descobrir como era, teria que arriscar.

— Tudo? — perguntei, enquanto ele continuava de costas para mim, organizando suas coisas em cima da mesa.

— Tudo.

Engoli em seco.

Obedeci. Comecei a tirar minha roupa devagar, ficando apenas de calcinha e sutiã. Dobrei meu vestido e me sentei na cama, tirando minhas sandálias, para me levantar depois e tirar minha lingerie. Ele não olhou para trás em momento algum. Terminei e fiquei quietinha, brincando com os dedos de minhas mãos, olhando para o chão, sentindo vergonha de meus seios, da minha barriga, das minhas celulites, estrias, de tudo aquilo que eu era, de tudo aquilo que eu não era.

Minha respiração pesou, ele estava vindo em minha direção. Segurou em meu queixo, e eu o olhei, então, ele olhou para todo o meu corpo, de cima a baixo, se demorando tempo o suficiente para eu pensar que ele não estava gostando do que via: era só o que eu pensava com ele tão sério como estava.

— Linda — ele falou, me olhando nos olhos.

Ele segurou meu pulsou, então, estalos metálicos começaram a invadir meu ouvido, o barulho parecia bem mais alto do que realmente era, e meu coração pulava a cada respirar. Pegou em meu outro pulso, o algemando junto com o primeiro. Estava na hora, aquele era o momento. Ele faria o que quisesse comigo.

Sasuke foi mais uma vez em direção a mesa, voltando com uma coleira e uma venda em suas mãos. "Minha cadelinha", foi como ele me chamou. "Minha cadelinha" Não parava de ecoar em minha mente. " Minha cadelinha" Meu corpo estava começando a suar, mesmo com o ar condicionado ligado. "Minha cadelinha" Ele me encoleirou, eu era a cadelinha dele agora. Eu não via mais nada, ele havia tapado minha visão com a venda, e seus lábios selaram os meus rapidamente. Cada carinho dele era como um presente para mim.

— Lembra da palavra de segurança que combinamos? — ele perguntou calmamente.

— Caneta — falei, me sentindo mais calma, mas não entendia o porquê.

— Isso... Boa menina — ele disse, rouco, passando a mão em meus cabelos. — Vem, fica de quatro para o seu Dono — ordenou, me guiando até a cama, que, na verdade, estava bem atrás de mim.

Ele estava sendo cuidadoso comigo, atencioso, como se estivesse tentando me deixar o mais confortável possível, o que estava sendo bem difícil. Fiquei de quatro em cima da cama, e ele espalmou minhas costas, me fazendo agachar um pouco mais, ficando com meus braços esticados, meus seios encostando no colchão e minha bunda para cima, total e completamente exposta. Era vergonhoso, mas ao mesmo tempo tentador. Tentador demais. Eu estava toda molhada, ele veria tudo.

Sasuke se afastou de mim, e aquele distanciamento, junto com o silêncio, estava me deixando completamente apavorada. Tremi, tremi muito, achei que tombaria para o lado. Então, sua mão começou a alisar minha bunda para cima, para baixo e para cima novamente. Então, ele me bateu. Soltei o ar que estava preso em meus pulmões, sentindo uma pequena ardência em minha pele. Foi fraco, quase como um aquecimento. Então, ele bateu de novo, um pouco mais forte, e eu gemi. Gemi de prazer. E então, ele bateu de novo. Bateu com força, muita força, mas só senti uma pequena ardência também. E o prazer que senti nesse momento foi completamente diferente de prazer sexual. Não saberia explicar.

— Minha. Minha — ele disse, se afastando de mim outra vez. Eu estava tão excitada, tão extasiada com seu jeito, que meu corpo parecia implorar por ele.

Não sentia mais ardência nenhuma em minha pele, e agora sentia falta daquilo. Eu queria mais, queria poder entender todas aquelas coisas que estavam me martirizando por todo aquele tempo, queria me conhecer tão bem quanto Sasuke parecia me conhecer, queria me sentir completa e feliz. Verdadeiramente feliz.

Um agudo e cortante barulho ecoou. Era seu chicote estalando no ar. Meu corpo tremeu inteiro, e eu fiquei com medo. Muito medo. Todo aquele tesão que eu estava sentindo instantes atrás foi substituído por um temor terrível em meu coração. Mas eu resolvi confiar, eu queria aquilo, pedi por aquilo. E minha pele queimou finamente, deixando um rastro de fogo onde o chicote havia batido em seguida. Não doeu tanto quanto eu imaginava que doeria; era algo completamente suportável, uma dor muito diferente de todas as outras dores. Não era a mesma coisa que bater o dedo no cantinho de um móvel ou de cair ou se cortar, nada disso. Era uma dor que passava rápido, ardia, queimava e excitava. Então o chicote tilintou no ar mais uma vez, encontrando a carne de minha bunda de novo, me transbordando em prazer.

Em um prazer puro e único, não era sexual, era quase que espiritual. Era como se, a cada chicotada, eu conseguisse sentir que eu realmente estava ali, que estava viva, que eu era real. Ele continuou, segurando sua força, mantendo o ritmo, me deixando cada vez mais à vontade com aquela nova situação.

Já estava gemendo com seu chicote em minha pele, minha carne estava quente, meu corpo começando a suar, meu coração disparado, parecendo que saltaria para fora de meu peito. A adrenalina corria solta em minhas veias, deixando meu corpo eletrizado e amolecido ao mesmo tempo. Eu nunca experimentei drogas ou nada do tipo, mas ainda assim poderia afirmar, com toda certeza do mundo, que aquilo era como uma droga. Estava me deixando perdida, estava me sentindo no céu. Era intenso demais. Então, minha pele, de tão quente, começou a ficar adormecida, e ele parou de me bater, mas eu continuei gemendo como um gatinho manhoso pedindo comida.

Gemi alto, sentindo uma palmatória de couro passando em minha boceta molhada, seguindo lentamente para cima, até que perdesse completamente o contato com minha pele. Minhas pernas bambearam, e ele não fez nada. Apertei os lençóis da cama com minhas mãos, já sentindo falta do estalar do seu chicote. Estava me segurando para não pedir por mais. Queria aquela sensação gostosa de novo, queria sentir a queimação em minha pele, a adrenalina me fazendo tremer, suar, me contorcer, gemer inconscientemente e querer mais mesmo quando parecia que não aguentaria.

— Você foi uma péssima garota na semana passada. — Oh... Droga! Aquela voz... Aquela rouquidão... Engoli em seco, não seria capaz de falar nada. — Me ignorou, só conversamos porque eu te mandei mensagem — ele estalou a língua, e eu tremi. Ele estava parecendo bem mais ameaçador do que nunca, só que muito mais excitante do que qualquer coisa que eu já havia imaginado. Era surreal. — Vai me ignorar de novo, minha putinha? — ele perguntou, e senti o passar do couro em minha pele outra vez, me causando arrepios.

— Nã-não senhor — sussurrei trêmula, quase febril.

— Ah... garota!

Ah! Que delícia era ouvir aquela voz, serena, séria, rouca, firme, a verdadeira voz de um dominador.

Então, o couro chocou-se contra minha bunda, e meu corpo se movimentou levemente para a frente, com o susto de sua investida, que pinicou minha pele em uma queimação diferente da que foi causada por sua mão ou o chicote. Aquela dor perdurou por um tempo diferente, demorando-se um pouco mais, passando em seguida, deixando minha carne pulsante. Então ele bateu de novo, e eu gemi mais alto. Aquela sensação começava a me tomar novamente, e, de repente, estava viva outra vez.

Quando aprendi a me tocar, sempre imaginava um homem bruto me pegando com força, me usando, me mordendo, me dando tapas, falando sacanagens tão grotescas, que chegava a me sentir mal depois por tanta safadeza que minha cabeça era capaz de inventar. Jamais imaginei que tais coisas se realizariam. E agora, ouvir ele me chamando de puta, sua puta, só sua, era algo avassalador, como se eu fosse a pessoa mais desejada de todo o universo. E eu sabia que era, por ele. Ele me queria. Me queria muito.

Eu já não lembrava mais qual era a palavra de segurança, estava perdida naquelas sensações que pareciam me tirar do mundo real, dos meus problemas, me levando à um mundo de fantasia onde não existia mais nada além de prazer. Estava me deliciando com aquilo, se ele pedisse para eu latir, eu latiria sem nenhuma vergonha. Eu faria qualquer coisa que ele quisesse, beijaria seus pés e uivaria para a lua depois, declarando meus sentimentos para todo o universo de estrelas.

Meu corpo já estava praticamente deitado na cama, minha pele pinicava, pulsava, ardia, queimava, mas era uma dor suportável, algo surreal para mim, que achava que não aguentaria absolutamente nada. Então, ele parou e só a minha respiração era ouvida até que ele me penetrou fundo, com força e precisão, urrando com sua voz grave, e minha boceta latejou, pulsando de desejo, me fazendo gozar por sentir ele dentro de mim, excitado pelos meus gritos, gemidos, meu medo.

— Isso! Goza no pau do seu dono — ele falou calmamente, sem se movimentar, sentindo meu sexo se contraindo, assistindo de cima o meu corpo convulsionando de prazer. Um prazer tão grande que o ar parecia faltar, eu sentia que desmaiaria a qualquer momento. Nunca tinha sentido nada tão delicioso em minha vida, era como se minha alma estivesse deixando meu corpo, este, por sua vez, que se desfazia em mil pedaços, se refazendo novamente com a pressa implorante por mais.

As mãos de Sasuke seguraram meus quadris com ainda mais força, seus dedos apertavam minha carne, se encravando em mim, enchendo meu ser de uma luxuria desconhecida até então. Ele começou a investir com força, entrando e saindo de dentro de mim, e meu corpo estava mole em suas mãos, se arrepiando com o desejo.

O suor pingava do meu corpo, e ele não parava de me estocar, mas as suas investidas não eram descontroladas, elas seguiam um padrão incrivelmente ritmado, onde, em alguns momentos, ele parava um pouco, rebolando dentro de mim, causando calafrios por toda a extensão de meu corpo, me fazendo derreter em suas mãos.

Seu pau deslizada para dentro e para fora de minha boceta, que estava encharcada com meu gozo, que parecia não querer cessar. Isso mesmo, não cessava. Eu estava gozando sem parar, perdendo todas as minhas forças, com o coração disparado como nunca antes, uma coisa enlouquecedora e tão palpável quanto os lençóis ao qual eu me agarrava fortemente.

Eu não aguentava mais tanto tesão, se ele continuasse desse jeito eu desmaiaria, não conseguia respirar direito, estava morrendo de amor. Seu corpo se inclinou por cima do meu, e ele me abraçou pela barriga, me erguendo o corpo até que eu ficasse de joelhos em cima da cama, com nossos corpos colados, enquanto ele retomava suas investidas.

Sua boca capturou a minha. Não era só um beijo quente seguido de um sexo violento, era uma entrega total e completa dele para mim, éramos nós dois nos unindo em um só desejo, nos completando. Não existia um ser superior ali, e só agora eu entendia isso. Não poderia existir um sado, sem uma masoquista, e vice e versa. Éramos o que faltava para o outro ser completo e feliz, a metade de uma alma perdida, que vagada na escuridão procurando por redenção, atenção, carinho verdadeiro e amor. Nos encontramos finalmente, e eu o faria feliz, não importa como, eu me empenharia, daria o meu melhor, pois sabia que depois ele daria seu melhor por mim.

Rapidamente minhas mãos estavam livres da algema, que caíram pesadamente na cama, e eu passei minhas mãos por detrás de sua cabeça, agarrando seus cabelos, enquanto ainda era beijada e vorazmente penetrada por ele. Nossos corpos estavam igualmente suados, escorregando um no outro.

Meu corpo, que outrora tremia de medo, agora tremia de prazer, tanto prazer que ao ser solta de seu beijo, senti uma tonteira, e então ele me apertou com muita força contra ele, gozando dentro de mim, urrando como um animal selvagem, deixando toda a sua brutalidade escorrer por sua garganta roucamente. E eu sorria. Estava mais feliz do que poderia descrever, do que poderia entender.

Ele soltou me corpo, se retirando de dentro de mim enquanto eu ainda pulsava, e meu corpo caiu na cama, oscilando para cima e para baixo por três vezes antes de se estabilizar no colchão. Então, eu estava sozinha.

Sasuke me deixou caída, praticamente desfalecida, e foi para o banheiro sem dizer nenhuma palavra sequer. Me senti abandonada por uma pequena fração de segundos, mas fechei meus olhos, percebendo o quão quente estava meu corpo ainda. Acabei me esquecendo daquela solidão momentânea que havia me abatido, pensando nas coisas que ele havia me falado, e nas palavras completamente incoerentes e sem nexo que saíram de minha boca enquanto era fodida por ele, usada como a cadela que sou.

— Vai tomar seu banho — ele disse com uma gravidade intensa na voz, parecendo nervoso.

Eu me levantei com dificuldade, estava tão cansada, que meu corpo parecia pesar o dobro do que realmente pesava. Entrei no banheiro, fechei a porta e me encostei na mesma, virando meu corpo para olhar pelo espelho do banheiro como minha bunda estava. Toda vermelha, marcada, mas apesar disso, eu estava extremamente satisfeita, sorrindo como uma idiota, cheia de pensamentos insanos rondando minha mente. Ainda não conseguia entender como ele havia conseguido me fazer ficar tão extasiada.

Acabei me demorando um pouco no banho, ainda deslumbrada com esse novo mundo que estava apenas começando a conhecer, já imaginando várias e várias outras cenas entre nós dois. Quando abri a porta do banheiro, enrolada na toalha, me assustei. Ele estava parado na frente da porta, nu, excitado, sério, sério demais.

— Saaakuuuraa... — ele bradou, como em uma repreensão, com sua voz arrastada e baixa. Meu corpo tremulou de novo, aquele medo me invadiu outra vez. Ele me intimidava tanto, que quando dei por mim, minha toalha estava no chão, e ele me empurrou contra a parede, me virando de costas para ele em um só movimento. Então, ele estava dentro de mim novamente.

O que era aquele homem? Quem ele realmente era e porque tinha tanto poder sobre mim e meu corpo? Eu não sabia, não entendia como tudo aquilo me afetava tanto, mas eu estava adorando tudo nele, tudo o que ele fazia ou deixava de fazer, até mesmo quando ficava nervosa com ele por algum motivo, enquanto conversávamos, logo depois eu me abrandava, porque sabia que tudo o que ele fazia tinha um propósito.

Eu já estava com o corpo mole quando ele terminou, e ele soube disso quando tentou se afastar de mim, já que eu quase desabei no chão. Sasuke me pegou no colo, me levando em direção à cama. Parecia que eu estava sendo carregada por um anjo — um demônio, quem sabe. Ele me deitou na cama, passou por cima do meu corpo, se deitando ao meu lado e me puxando para seu colo, então, o momento que eu tanto esperava começou. Suas carícias iniciaram.

Ele afagava meus cabelos, beijava minha testa, me abraçava como se eu fosse a coisa mais importante em todo o universo. Eu me sentia única, amada, protegida por ele. Nunca fui melosa, nunca gostei muito de aproximação excessiva, mas estava amando isso naquele momento. Era como se eu fosse completamente dependente de seus carinhos e de tudo o mais que ele quisesse me dar. Eu aceitaria tudo. Eu me doaria por completo para ele. Sasuke não dominava apenas o meu corpo, ele era dono de mim, de tudo o que eu era, de tudo o que minha vida representava. Não conseguia entender como esse sentimento em meu peito tinha crescido tanto e tão repentinamente, mas ele estava ali, abalando todas as estruturas da minha vida, me tornando a mulher mais feliz e realizada da face da terra. Ele era a única coisa que eu queria e desejava, o resto não mais me importava, porque estava tudo nas mãos dele agora, era ele quem decidiria tudo por mim. Me isentei de responsabilidades, passei todas elas para o meu senhor, o meu amor. Que cuidaria de mim de maneira incondicional, eu sabia disso. Ele me falou. Ele me fala tudo.

— Eu te amo, Dono.


1. April 2018 20:33 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
4
Das Ende

Über den Autor

Karimy Lubarino Sou preparadora e revisora de textos literários, além de coordenadora da Embaixada Brasileira do Inkspired. Meu compromisso é cuidar do seu sonho garantindo intimidade entre seu leitor e seu livro por meio da língua portuguesa. Siga-me no insta e conheça mais sobre meu trabalho. @karimyrevisa

Kommentiere etwas

Post!
Bisher keine Kommentare. Sei der Erste, der etwas sagt!
~