Rádio Minimies Follow einer Story

Escrito por: Min_YoonD2 | Aria_msm

Notas Iniciais: Olá pessoal!

A rádio Minimies, após muitos anos sem escrever, é minha primeira fanfic. Por favor, dêem carinho a ela.

Gostaria de dedicar os meus agradecimentos a todos os envolvidos do projeto pela oportunidade, mas especialmente para a @tsukinojojo pela betagem e a @Saturnflower pela capa. Ambos incríveis! 💛

Boa leitura!

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30 de maio de 2020

Em pleno sábado, um novo brilho lunar surgia no céu, trazendo iluminação àquilo que era para ser escuro e tornando o estrelado da noite ainda mais belo e reconfortante. A semana de Yoongi havia sido cheia, não houvera tempo nem mesmo para descansar, e admirar as estrelas, ainda que olhando apenas pela janela do carro — o automóvel que o conduzia até a empresa —, recarregava suas energias.

No simples ato de abaixar suficientemente o vidro, o vento gélido da noite soprou fortemente contra o seu rosto com a velocidade em que o veículo andava, causando-lhe arrepios no encontrar do frescor com sua pele quentinha. Desajeitado pela pressa, fechou-o novamente, assustando-se ao olhar-se no espelho retrovisor interno e notar que suas madeixas escuras estavam completamente diferentes de quando saiu de casa, uma bagunça.

Durante o trajeto até a Big Hit, Yoongi — enquanto arrumava seu cabelo desalinhado — sentia uma estranha inquietação invadir seu coração que se comparava com o acelerar das batidas ao se apaixonar pela primeira vez ou então com o sentimento de euforia ao reencontrar alguém importante após muito tempo distante. Em suas profundezas internas, sabia exatamente qual era a causa da sua agitação: Park Jimin era a causa. O mais novo despertava sensações no Min, essas que nem o próprio entendia o porquê de sentir com tanta frequência, afinal, era apenas o seu dongsaeng, não tinha razão para se preocupar, ao menos achava que não.

O rapper, tão imerso em seus pensamentos, nem se dera conta de que já havia chegado em frente à empresa, sendo necessário o aviso de um staff para que voltasse ao universo real e saísse de dentro do veículo. Caminhou a passos rápidos até a grande entrada, cumprimentando a todos que passavam por si em seu percurso direto para o ambiente de onde seria transmitida a rádio Honey FM. Tinha sido decidido que os convidados — os membros do grupo — fariam presença na transmissão semanalmente, um por vez. E o Min, correndo contra o tempo, já estava atrasado para receber o convidado daquele dia, Jimin.

Adentrou a sala como um furacão, assustando o staff — que o aguardava para prestar auxílio com a organização dos equipamentos — com o barulho estrondoso da porta ao atingir a parede, pedindo desculpas logo em seguida, constrangido, enquanto apenas obtivera risos e um “tudo bem” em resposta.

No minuto seguinte após sua entrada triunfal, Yoongi terminava de arrumar os equipamentos no lugar em que escolhera fazer o seu “show”, uma sala com livre acesso para todos os conviventes na empresa. Naquele momento, faltando pouco tempo para a vinda do Park, encontrava-se ansioso, acomodado em sua cadeira, com olhos fixos na porta e desviando o olhar apenas para ver as horas no relógio de parede. Quanto mais os minutos se passavam, mais se podia ouvir as batidas do seu coração acelerado.

A ponto de pensar que havia acontecido algum imprevisto e Jimin não poderia mais comparecer, já estava pronto para fugir de volta para casa, quando, repentinamente, um som tão bonito quanto um instrumento de percussão soou em forma de “toc toc". Eram batidas na porta. Já sabendo de quem se tratava, tentou parecer calmo ao proferir de forma bem audível um “entre".

Como o esperado, era ele. Jimin entrou na sala saudando os que ali estavam: Yoongi e um membro da equipe.

— Olá, hyung-nim! Olá! — Sorriu gentilmente para as duas pessoas à sua frente.

O homem recém-chegado estava bonito na visão do Min, o cheiro tão familiar do Park, ainda que numa distância considerável, adentrava as narinas de Yoongi, deixando-o deveras embriagado. Encarava há tantos segundos a figura atraente a poucos passos de distância, que suspirou envergonhado ao se dar conta de que estava olhando-o demais. Limpou a garganta, desviando ligeiramente o olhar daquele que o encantava e o saudou de volta, junto a um balançar de cabeça.

— Olá, Jimin! Por favor, sente-se. — Afastou a cadeira da mesa, criando um espaço entre os dois para que Jimin pudesse, enfim, sentar-se.

Visto que sobravam bons minutos antes do início da transmissão, Yoongi e Jimin aproveitaram o curto período de tempo para terem uma conversa íntima, curiosos sobre como estavam se sentindo ou se já tinham feito coisas simples, tal como, comer. E uma vez que o bater da hora chegou, Suga, na ação de confirmar se já era o momento de dar início, acenou para o staff — que mantinha-se presente — querendo atenção para si e, assim que recebeu uma afirmação, ele, juntamente de Jimin, colocou o fone.

— Vamos dar início, sim? Você está pronto? — O mais velho certificou-se de saber se seu dongsaeng estava preparado, visto que Jimin parecia um pouco acanhado.

— Sim, podemos começar. — Seu hyung parecia mais charmoso naquele momento. Jimin demonstrava-se desconcertado, balançando as pernas por debaixo da mesa e passando frequentemente as mãos no cabelo.

Para Yoongi, cada vez que Jimin tocava seus fios escuros, jogando-os para trás, o nascimento de uma fada acontecia. Brincadeiras à parte, ainda que por fora parecesse sereno, por dentro gritava o quanto o Park era a causa do seu surto. “Por que tão lindo?”, pensava.

Sem mais prolongar a demora, iniciou-se a música introdutória, “Fire", e logo o locutor começou sua transmissão.

— Estamos no final do mês de maio. — Aspirou fugaz, retomando, em seguida, ao que começara a argumentar. — Maio deveria ser um mês em que você passa mais tempo com outras pessoas. Ficar em casa em clima quente pode te deixar entediado. — Sem sequer parar para respirar, emendou o que falava em sua última frase: — É hora de animar com Honey FM, sábado à noite, 30 de maio, ao vivo com o DJ Suga.

Yoongi parou a música após alguns segundos, prosseguindo com a apresentação e relembrando que fazia mais um mês desde que dera início à rádio. Desse modo, após a abertura, finalmente apresentou seu convidado, Park Jimin, que até então dedicava-se a admirar a doçura de seu hyung fazendo o que gosta.

— Temos um convidado hoje. — Sua voz mudou para um tom baixo, dando uma impressão insinuante. — Minimies, Tom e Jerry, Tony Montana e insubstituível. — Seguidamente às nomeações, as cordas vocais do DJ voltam a emitir o som normalizado. — Eu o reconheço como o membro mais engraçado do BTS, Jimin-ssi!

No momento em que Suga termina de apresentar Jimin, seus olhares se encontram, fazendo ambos sorrirem singelos um para o outro e, em pouco tempo, desviarem o olhar timidamente. O rapper, indisposto a mostrar-se envergonhado com o clima criado por eles, saudou o Park com quase um grito, de tão alto o volume de sua voz.

— Olá, Jimin!

O cumprimento do mais velho atingiu uma nota de grau elevado, causando um riso afobado em Jimin, que se demonstrou um tanto assustado com o “escândalo” do outro.

— Olá, Suga! — Mesmo não conseguindo cessar o riso, elogia-o: — Você está fazendo um ótimo trabalho, hyung!

— Eu pareço um DJ profissional, não? — A risada do moreno, contagiante, acabou instigando-o a rir junto.

— Sim, eu gosto da sua voz.

O locutor não soube o que dizer após receber um elogio vindo do outro. Encontrava-se experimentando aquelas sensações estranhas novamente, inquietação, respiração pesada e até mesmo suor, mas não poderia transparecer, havia um dever a ser cumprido. Portanto, apenas balançou a cabeça, para que o Park soubesse que tinha a sua atenção para o que ele dizia.

Já Jimin, percebeu o quanto o Min parecia um pouco agitado, mas, ao mesmo tempo, tentava não demonstrar, induzindo-o a tomar a iniciativa de diálogo, apresentando-se descontraído.

— Olá! Eu sou Jimin, também conhecido como o membro mais engraçado do BTS.

Por mais que já tivesse consciência de como o mais novo estava, pediu a ele que falasse sobre isso, afinal, os armys não sabiam.

— Olá, Jimin-ssi! Por favor, diga ao army como você está.

— Nós filmamos muito conteúdo, não vemos os armys há um tempo. Eu também descansei.

Yoongi novamente se pôs a assentir em concordância, não se comunicando tanto como inicialmente, quando começou a transmissão. Tentava não olhar muito para Jimin, sabendo que, se olhasse para ele, voltaria a se sentir “diferente". Mas o que Yoongi não sabia era que o mais novo já estava percebendo suas ações.

— Você sabe, você e eu somos chamados de Miniminis — iniciou um assunto sobre o qual tinha curiosidade há alguns anos.

— Por quê?

— Talvez seja por causa dos nossos nomes — respondeu Suga, meio incerto.

— Sim.

— Ou talvez seja... porque não somos muito altos? — questionou, mais para si mesmo.

— Você sabe o porquê — insinuou.

— Eu estou um pouco acima da média. — Empenhou-se em mudar o foco do assunto, tentando evitar um possível aprofundamento.

— Eu também. Parece que você está me ignorando. — Jimin mostrou-se claramente chateado.

— Não, como eu poderia? — Riu, desacreditado. Não estava ignorando Jimin, apenas se dedicando a avançar a rádio sem algum tipo de constrangimento no caminho.

Uma vez mais, a falta de percepção do Min para com o que propriamente acontecia em seu interior impediu-o de enxergar atentamente o que estava ocorrendo consigo e com o homem a pouca distância de onde estava sentado.

[...]

Chateado com Jimin por ele não ter comparecido no set de "Daechwita", Suga não pôde deixar de questioná-lo sobre isso durante sua transmissão.

— Por que você não veio me ver no set do meu MV? — Havia ficado realmente sentido com aquilo; mesmo não dizendo ou demonstrando, queria Jimin ao seu lado em uma filmagem importante.

— Você ficou chateado? — Observou as mudanças de expressão do Min, preocupado, mostrando-se igualmente sentido ao curvar os cantos da boca.

— Eu estava ansioso pela sua visita. Por que você não veio? — Um grande bico se formou em seus lábios, deixando um Jimin abobado e com vontade de morder.

— Eu quero que você me queira mais. — Separou um lábio do outro, destacando um belo sorriso em meio à coloração rosada de suas adoráveis bochechas.

Pane no sistema. Yoongi resistia o máximo que conseguia, mas Jimin não parecia querer colaborar com ele, e o Min não sabia mais o que fazer para evitá-lo.

[...]

Seguidamente, após o choramingo de Yoongi sobre Jimin não ter comparecido ao set do MV de Daechwita, os dois rapazes foram interrompidos pela aparição inesperada de Namjoon, líder do grupo, dispersando-os da entrevista por alguns instantes, pelo menos até que ele se retirasse. Assim, antes da interrupção, como o Min havia pedido, alguns fãs deixaram comentários e o locutor começou a lê-los.

— Quem é o Tom entre vocês? Os dois parecem o Jerry. — O Min ponderou por segundos antes de responder a pergunta. — Hum... Jerry e Jerry. Na minha opinião, eu sou o Tom.

— Você? — Jimin ajeitou-se em seu assento, tentando, mesmo que de maneira indiscreta, aproximar-se mais de Yoongi.

— Sim. — Quanto mais próximo Jimin ficava, mais difícil era para Yoongi formular grandes frases.

— Concordo, eu sou o Jerry, que é mais esperto. — Riu divertido ao ver a cara de seu hyung reagindo ao que ele tinha acabado de dizer, como se ele tivesse ouvido um grande absurdo.

— Sim — respondeu, simplista, ou melhor, de acordo com o que seu corpo lhe permitia. Sua mente dizia uma coisa e seu coração dizia outra.

— Mais esperto que você. Hyung é... — Jimin não continuou a dizer o que estava pensando, apenas riu outra vez, deixando em aberto algum entendimento, dando a vez para Yoongi falar.

Os dois continuaram a conversar sobre Tom e Jerry, um desenho que Jimin confessou ter assistido quando era criança, e sobre ter criado uma afeição pelo Tom depois de descobrir que, na verdade, o gato e o ratinho eram amigos. E depois que essa conversa ficou para trás, o DJ Suga questionou o Park sobre um boato, curioso pela resposta.

— Há um boato de que Jimin age mais forte com o Suga do que com qualquer outro membro. O que você acha sobre esse boato? — Desta vez olhou para Jimin, ansioso pela resposta. Realmente queria saber se aquilo era verídico e uma parte de si pedia para que fosse.

— Eu...— hesitou, pensando em que resposta daria. Primeiro, por ter sido pego de surpresa, e segundo, por receio de constranger Yoongi. — Acho que... estou frágil ultimamente e não posso aceitar isso.

Jimin teria prosseguido com a questão, se, pela segunda vez durante a rádio, RM não tivesse entrado sem ser convidado, interrompendo a conversa.

— Park Jimin é frágil! Kim Namjoon é fascinante! — falou em tom brincalhão e, apenas pelos olhares que recebeu em reprovação, se pôs até a saída.

— Desculpem pela interrupção — pediu Jimin para os fãs, já impaciente.

— Olá! — Namjoon lançou um cumprimento aos armys e logo se pôde ouvir o som da porta se fechando novamente, indicando que ele tinha ido embora.

Brincaram com o recente acontecido após a saída do líder, retomando o ponto principal em seguida, que era sobre uma entrevista em que Suga respondeu perguntas que já lhe haviam sido perguntadas antes, no Vapp.

— Eu disse que se eu tivesse que me encarregar de produzir a faixa solo de um membro, eu escolheria Jimin primeiro — iniciou, gesticulando com as mãos ao falar, para assim disfarçar o balançar das pernas causado pelo nervosismo.

— Sim — respondeu curto, não querendo interromper Yoongi.

— Se eu tivesse que levar um membro para uma ilha deserta, também seria Jimin. — Sentiu as bochechas esquentarem, especialmente por saber que o Park o encarava fixamente. Abaixou a cabeça envergonhado, rindo enquanto movia sua cabeça em sinal negativo.

— Você consegue perceber o quanto me quer? — brincou, ao mesmo tempo em que usou um toque de insinuação, deixando Yoongi sem mais palavras, a não ser “hum".

O compositor fazia o possível para não deixar o que estava sentindo ser tão visível, lutando contra si mesmo enquanto tentava disfarçar mudando de assunto e rindo uma vez ou outra. Não via a hora de acabar e poder voltar a respirar de verdade. Jimin mexia muito consigo, aquilo era fato, e não era recente, fazia muito tempo que se sentia diferente ao lado dele, talvez alguns anos, mas para si isso não passava de admiração. Não queria pensar sobre isso naquela hora, não queria tentar entender o que estava sentindo, não queria se questionar se Jimin também se sentia assim ou não, só queria terminar a transmissão.

Estava sendo tão difícil com aqueles olhos lindos e brilhantes o encarando. Yoongi amava os olhos de Jimin e, para ele, quem olhasse diretamente para aqueles olhos, poderia se apaixonar instantaneamente. E era exatamente isso que lhe acontecia toda vez que os via: sentia-se apaixonado, mesmo que pensasse ser apenas coisa da sua cabeça.

Jimin não estava diferente em relação a mergulhar em devaneios. Questionava-se em pensamento sobre o comportamento do seu hyung, quando quase não o olhava ou quando mudava sempre de assunto ao insinuar algo. Gostava dele há muito tempo, e esse modo de agir do Min o deixava chateado. O mais velho não sabia sobre os sentimentos que nutria por ele, mas esperava que entendesse suas intenções e tomasse alguma iniciativa. Embora quase tivesse a certeza de que ele não o correspondia amorosamente, ainda tinha esperança.

O segmento continuou, ambos conversaram sobre a música "People", que era para ter sido cantada por Jimin. Suga falou pela vigésima vez que daria uma música para o Park, e, enfim, chegou o momento da história "A Cigarra e a Formiga". Com alguns efeitos sonoros de fundo, Jimin cantava a canção da cigarra tão bem, tão melodiosamente, que Yoongi sorria diante daquilo e sentia-se finalmente confortável para elogiá-lo.

— Jimin-ssi, eu quase acreditei que você era uma cigarra desde que cantara a canção dela tão bem. — Sorriu gengival, animado com a interpretação de Jimin.

— Você gostou? — perguntou, fazendo poses divertidas, acompanhadas de caretas para tentar tirar um riso do seu hyung e para ter certeza de que havia feito um bom trabalho atuando.

— Park Cigarra — rindo da palhaçada do mais novo, brincou em resposta positiva, fazendo analogia ao nome de Jimin.

— Eu sei, eu sou uma cigarra. — Havia ficado contente por Yoongi ter gostado da sua atuação na história, demonstrando sua satisfação através dos risquinhos que seus olhos formaram ao mostrar seus dentes em um belo sorriso.

Conversaram um pouco mais sobre a história que tinham acabado de interpretar, mencionando a moral dela e fazendo provocações um ao outro sobre suas atuações. Mas então, quando aquele assunto se encerrou, o DJ falou sobre o outro segmento da Honey FM: um questionário sobre expressões novas.

— Sinceramente, eu não conheço essas novas expressões. — Enquanto penteava os fios escuros do seu cabelo com os dedos, para o lado, Yoongi antecipou que lhe faltava conhecimento sobre tais expressões.

— Você sabe, na sauna... — Jimin, ao lembrar-se de uma brincadeira feita por eles em uma sauna, compartilhou-a com o Min.

Pensou por instantes, até que trouxe à tona a memória de um jogo semelhante que fizeram em um dos episódios de Run BTS. — Sim, eu me lembro.

Deram início a esse segmento, descobrindo diversas expressões e seus significados. Eram vinte e cinco questões, não conheciam nenhuma, mas se divertiram tentando adivinhar o que as palavras significavam. Passaram bons minutos fazendo aquela brincadeira, logo já estavam quase no fim da transmissão.

Yoongi se sentia mais leve naquele momento. Apesar de ter agido estranhamente durante um tempo, interagir com Jimin de forma divertida e despreocupada o deixava calmo. E Jimin já não mais reclamava mentalmente pela falta completa de atenção, estava tão contente em poder brincar com Yoongi e fazê-lo rir em alguns momentos que deixara de lado as atitudes questionáveis anteriores.

A dupla minimini, tão imersa no mundinho deles e sem mais estranhamento, nem notou a chegada da hora de encerrar a rádio; deram-se conta apenas ao checar o relógio de parede. Mas, antes de qualquer despedida, o rapper deu abertura para Jimin expressar seus agradecimentos e dizer um “até mais" aos armys, além de tirarem duas selcas juntos. E, assim, quando Jimin saiu do ambiente, disposto a ir para casa, Suga se pôs a ler os comentários de alguns armys, dando respostas e demonstrando sua gratidão ao fandom.

— Obrigado pelos seus tweets comoventes sobre o meu show. A hashtag de hoje é #0613FM_0530. Eu me diverti conversando com vocês.

Como a rádio foi iniciada com a música "Fire", para finalizar também foi colocada uma música, mas dessa vez foi "Filter", de Jimin. Sendo assim, enquanto soava a música de fundo, Yoongi dedicava suas palavras finais sobre amizade e relação entre BTS e Army, findando a transmissão com uma última frase:

— Army, você fez um bom trabalho hoje também.

Daquela forma, então, a rádio Honey FM da semana foi encerrada, trazendo uma sensação de alívio para Yoongi, que já estava cansado e finalmente poderia ter um bom descanso. Com a ajuda do membro da equipe, desligou os equipamentos, agradeceu-o formalmente e se prontificou a sair da sala para ir embora.

Jimin, que saía da empresa, lembrou-se da sua conversa com Yoongi sobre não terem comido nada antes da rádio, e de como estavam famintos. Sendo assim, debaixo das madeixas escuras do Park, sua voz mental lhe sugeriu “por que não juntar o útil ao agradável?”. Daquela maneira, decidiu que convidaria Yoongi para jantar em seu apartamento, onde poderiam ficar sozinhos e escondidos de qualquer câmera que pudesse capturá-los em uma cena pessoal e/ou possivelmente íntima.

Firme em sua decisão, apressou-se em correr de volta para dentro da empresa, com receio de seu hyung já ter ido embora. Perder a oportunidade de jantar com o rapper seria trágico ao seu ver, mas por sorte ou destino, encontrou-o no meio do caminho, mais especificamente no meio de um dos corredores.

— HYUNG! Que bom que eu te encontrei! — Suas bochechas cheinhas estavam rubras naquele instante, devido ao caminho percorrido até chegar ali, no meio de um corredor da empresa. A respiração levemente desregulada demonstrava o cansaço.

— Aconteceu algo? Você parece agitado. — O encontro repentino com Jimin o assustou, fazendo-o sentir uma estranha palpitação no coração, mas, ao reparar no estado de seu dongsaeng, era notável a mudança drástica de postura; mostrava-se preocupado.

— Eu gostaria de lhe propor uma coisa. — Jimin acalmou-se para dialogar, tendo em vista que precisou inspirar e expirar calmamente o ar até que a respiração regulasse novamente.

— Sim? O que gostaria de propor? — Podia-se notar curiosidade em meio ao brilho no olhar do Min, além de surpresa, já que não pressupunha receber uma proposta àquela hora. Mas devia confessar, também experienciava a sensação de nervosismo, já que ela viria de Park Jimin.

— Me lembrei da nossa conversa mais cedo, mencionamos não termos comido algo antes da rádio. Então... — Um grande receio parecia tomar o lugar de toda a coragem que havia construído para correr à procura de Yoongi pela empresa.

— Então...? — Seu tom de voz manso e o sorriso que destacava seu rosto eram o que encorajava o Park a prosseguir com o que tinha pretensão em dizer. Talvez fosse essa a intenção de Yoongi com o recente comportamento, transmitir-lhe tranquilidade.

— Hyung, você quer jantar comigo em meu apartamento? — Junto ao pedido também se foi um peso do dançarino, que sentia um grande alívio vendo que Yoongi não reagiu mal ao seu pedido e o belo sorriso que expunha em retribuição seria memorável para o compositor.

— Sim, eu gostaria. — Tentou parecer o mais ameno possível, seria só um jantar, afinal. Além do mais, ver Jimin contente aqueceu seu coração.

Jimin e Yoongi foram juntos até a saída da Big Hit, sendo necessário tomarem distância porta afora para que não chamassem tanto a atenção dos criadores de rumor. Infelizmente, como duas figuras públicas, os dois rapazes tinham consciência de que a liberdade e a privacidade não os acompanhavam. Por conseguinte, foram separadamente para o apartamento do dançarino, um em cada veículo, acompanhados por staffs. Jimin, que fora na frente, chegou primeiro à sua residência. Já Yoongi, precisou improvisar um disfarce para conseguir encontrar o Park sem ser fotografado no percurso.

No entanto, mesmo que a dificuldade os tivesse seguido até que chegassem ali, compartilhar da presença um do outro fazia tudo valer a pena no final. Era assim que ambos se sentiam sempre que podiam estar juntos.

E quando Jimin sentiu a sua barriga roncar, ouviu Suga questioná-lo sobre aquilo, envergonhando-se em seguida ao imaginar que o som tinha sido bem alto. Mas, deixando aquilo de lado, visto que a fome que ambos sentiam era imensa, apressaram-se em ir para a cozinha. Quanto antes começassem, logo acabariam e poderiam se alimentar. Porém não aconteceu como o esperado, já que foi Yoongi a fazer quase tudo sozinho, enquanto Jimin se encarregou de cortar alguns legumes e pôr a mesa para os dois.

Em pouco menos de uma hora, já com tudo pronto, os rapazes sentaram-se um de frente para o outro e, mesmo que pudessem ter uma intimidade maior naquele instante, sozinhos, evitavam contato visual, tímidos, especialmente o Min, que insistia em não mirar os olhos de Park Jimin, em hipótese alguma. Poderiam continuar assim por mais tempo se Jimin não se revoltasse com o clima instaurado e tomasse a decisão de quebrar o silêncio.

— Sua voz estava ótima hoje, Yoongi hyung. — Posteriormente, quando fixou o lindo rosto de Yoongi em seu campo de visão, em momento algum desviou o olhar, deixando o produtor musical nervoso. Entretanto, não querendo dar atenção à confusão que acontecia em seu interior, o mais velho reagiu com o costumeiro balançar de cabeça.

— Obrigado, Jimin-ssi.

— Eu gostei de passar um tempo ao seu lado hoje. — Mais uma iniciativa.

— Sim — falou baixo, enquanto mexia vagarosamente na comida.

— Yoongi, eu preciso saber… Tem algo te incomodando recentemente? Você parece diferente. — Estava apreensivo, mas precisava saber o que Suga tinha.

— Diferente? — Se antes já estava nervoso, naquele momento ficou ainda mais; não esperava que fossem ter essa conversa quando aceitou o convite para jantar.

— Sabe por que eu te convidei para jantar comigo, não sabe? — questionou esperançoso.

— Para comermos juntos, não? — Fingiu desinteresse, falhando completamente, bastando que sua voz soasse como um “prossiga, por que me convidou?”.

— Yoongi hyung, eu preciso te contar uma coisa que guardo comigo há um tempo. — Jimin queria dizer o que seu coração estava pedindo. Já que Yoongi não tomava uma atitude, então tomaria ele mesmo.

— Você me assusta assim, Jimin. Aconteceu alguma coisa? Você parece agitado. — Naquele momento estava preocupado, não mais nervoso. Jimin era uma caixinha de surpresas, não sabia o que esperar dele.

— Yoongi, eu não sei o que você vai pensar sobre isso, mas eu preciso lhe dizer antes que minha cabeça tome à frente e eu, novamente, guarde o que meu coração está mandando eu dizer.

Ousadamente, alcançou o rosto do Min, fazendo um leve carinho em sua bochecha, surpreendendo-o com o toque suave dos dedos cheinhos e macios. Durante o ato singelo, ambos se olharam diretamente pela segunda vez naquela noite, e Jimin sentiu que era o momento certo para declarar tudo o que vinha nutrindo por anos.

— Hyung, quando vai perceber que eu te amo? Eu não sei quando o amor por você se apossou do meu coração, mas quando eu te olhei pela primeira vez nutrindo esses sentimentos, aqui dentro... — Levou a mão ao peito. — Gritou bem alto que é por você que ele se atrai e bate forte. Quando está cantando, quando abre um maravilhoso sorriso, quando parece flutuar acompanhando as notas do piano, ao ser tão cuidadoso com os membros, cozinhando... Tudo o que você faz me admira e por muitas vezes não sei como agir estando ao seu lado. — Riu de si mesmo. — Somos adultos, mas eu me sinto um completo bobo apaixonado e não consigo mais esconder esse sentimento.

Yoongi ficou sem palavras com a recente declaração. Tudo o que sentia, Jimin também sentia e, enquanto tentava fingir que tais sensações eram apenas admiração, enquanto negava para si mesmo que gostava de Jimin, ele fazia de tudo para chamar sua atenção.

— Eu...

Naquele instante, Yoongi se fechou em sua mente. Não tinha mais sabedoria sobre o que acontecia à sua volta, era como um filme se passando dolorosamente: quando Jimin sempre o escolhia, quando sempre se lembrava dele, quando se preocupava e cuidava, quando demonstrava carinho, quando queria estar sempre por perto... Jimin o amava, mas Yoongi se vendava tanto que acabou não enxergando o que se mostrava tão evidente. E o mais engraçado é que, bem, também gostava do Park, é claro que gostava. Mesmo ignorando, não conseguia negar nada a ele, também sempre o escolhia, queria estar perto e se preocupava. Yoongi o amava e só precisava dizer.

— Se não sabe o que dizer, tudo bem — sugeriu, compreensivo. Talvez fosse difícil assimilar o que acabara de ser dito. — Eu só queria te falar que...

Depois de muito pensar, muito lembrar de momentos especiais com Jimin que fizeram parte da sua história, Suga voltou para a realidade subitamente, perdendo-se na aura doce do Park ao expressar seus sentimentos, sem perceber que seu próprio corpo se inclinava lentamente na direção do outro, guiando-o para um caminho sem volta. E não tinha problema, não negaria mais o quanto se sentia atraído.

— Y-Yoongi...? — Não conseguiu continuar o que antes dizia; seu consciente bloqueou o envio de informações, o Min estava perto consideravelmente e a pouca distância poderia ser considerada um grande perigo.

— Jimin-ah... — chamou por seu nome, quase sussurrado, causando arrepios em Jimin. — Eu também te amo! — Aquela frase que acabara de ouvir ocasionou um efeito instantâneo em seu peito, Min Yoongi o correspondia sentimentalmente. — Honestamente, eu já sabia que te amava, por anos, eu só negava isso para mim mesmo. Eu sei, sei que poderíamos ter escrito uma história de união juntos, mas fiquei receoso. Se porventura você ou os meninos fossem prejudicados por minha causa, isso me faria sentir muita culpa. Mas entendo que não posso presumir algo antes da hora e que situações surgem imprevistamente. — Àquela altura, Jimin já permitia que lágrimas escorressem por seu rosto. — Não vou mais ignorar meus sentimentos, Jiminie, eu te quero.

Sem mais palavras, os dois encaravam-se com brilho no olhar e um sorriso verdadeiro nos lábios. Não queriam mais esperar, já tinham aguardado por anos e seus corpos pediam ansiosos pelo que viria a seguir. A mínima distância que os separava fora quebrada, por iniciativa do próprio Yoongi, que aproximou seus rostos até que não existisse mais uma lacuna entre eles, unindo suas bocas em um encaixe perfeito. O beijo superava qualquer expectativa que um dia haviam criado sobre como aquele momento seria, continha carinho e desejo reprimido. Não queriam ter que se afastar novamente, seria como acordar de um sonho bom, mas precisavam encarar a realidade, tomar a decisão que poderia mudar suas vidas. Com muito custo determinaram uma distância confortável entre eles, envergonhados.

— E agora? — perguntou Jimin, com o rosto parecido com um morango.

— Você é minha penicilina, e eu sou seu gato de chita — respondeu, sugestivo, esperando que ele entendesse.

— Isso quer dizer que... — Abriu um enorme sorriso. Compreendia o que aquilo significava para os dois.

— Você sabe.

— Eu sei.

Com isto, não fora necessário dizer mais nada. Jimin e Yoongi entendiam perfeitamente o que aquilo significava: pertenciam um ao outro, como o destino havia escrito nas estrelas.

“O universo se move para nós

Não houve nem uma pequena falta

Nossa felicidade era pra ser

Porque você me ama

E eu te amo."

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Notas Finais: Obrigada a todos que leram até o final! Espero que tenham gostado da fic.

Até logo! 💛