Escrito por: @sunseokye
Notas Iniciais: FELIZ NATAL PESSOINHAS ♡
Tudo bem? Espero que sim galera, boas festas e aproveitem muito a comida e se cuidem!
Desde já quero agradecer pelo beta e pela capista da minha fic, agradecer pela paciência com minha escrita e pela capa incrível sério
Espero que vocês gostem da história pessoal!
Betagem: @YinLua
Capa: @LenaStuart
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Jimin estava com os pulsos doloridos e vermelhos por conta das várias sacolas que carregava consigo.
Não faltava muito para o Natal e naquele ano as compras tinham ficado por sua conta, além de estar sem emprego temporariamente.
Seu amigo, com quem dividia o apartamento, estava em casa, provavelmente já havia terminado de arrumar as coisas e estava descansando.
— Taehyung! — chamou assim que a porta do elevador abriu. Foi até a porta 95 e bateu; havia esquecido as chaves no carro e não voltaria para buscar tão cedo.
— Tá aberta, Ji.
E ela realmente estava. Quando o rapaz se ofereceu para ajudar com as sacolas e o cheiro do chocolate quente inundou suas narinas, Jimin teve certeza de que ele estava tentando comprá-lo de alguma forma.
Aí tinha!
— Desembucha.
— O quê?
— Você deixou a porta aberta, se ofereceu para pegar as sacolas na sua folga e ainda fez chocolate pra mim? Taehyung, onde você enterrou o corpo?
— O quê?! Jimin! — o amigo falou, rindo, sem acreditar, mas vencido. O mais velho o conhecia bem demais para ficar mentindo.
Então não teve para onde correr por muito tempo, mas enrolou o quanto pôde enquanto arrumava as coisas no armário, geladeira e freezer.
— Chegou uma carta pra gente.
— E? — Jimin perguntou, sem se importar muito com o conteúdo desta, apesar de ficar confuso. Para eles?
— Algum problema com os vizinhos ou o apartamento?
— Não, não.
— Então fala logo, Tae, onde que tá essa bendita carta?
— Certo, certo, só não sei como dizer isso sem te deixar bravo — falou com um sorrisinho amarelo. — Eu inscrevi a gente num programa de Natal que vai ser ao vivo e tem muitas chances de termos sido chamados, a resposta tá aí dentro, e eu ainda não tive coragem de abrir.
— VOCÊ O QUE, KIM TAEHYUNG? — o amigo mais velho gritou, sem acreditar no que seus ouvidos captaram do rapaz a sua frente. Estava pronto para pegar aquele pescocinho bonito de jeito e vê-lo suplicar por ar, ele iria matar seu melhor amigo.
Não estava conseguindo acreditar, e, mesmo sem abrir o papel, já podia imaginar no que ele tinha inscrito os dois. Taehyung há semanas falava de um tal programa de variedades que ele amava assistir, que unia casais, apresentado por um quarentão que fazia muita piada engraçada e era a única coisa que mantinha Jimin com ele no sofá. Qual era a graça de ficar aguando a boca vendo gente se beijar, enquanto ele não podia nem molhar o bico com uma bitoquinha? Já não bastava ter sido demitido na última leva em sua antiga empresa, tinha que ser humilhado por não ter ninguém também? Assistia uma vez ou outra por culpa do amigo.
E a verdade era que o castanho já tinha notado isso. Kim Taehyung sabia que, em outra época, o amigo ruivo sentaria consigo e ainda julgaria os casais na telinha, dizendo que beijaria muito melhor se tivesse a chance ou então dizendo que era um beijo técnico. A questão era que o mais novo era ator e sabia a diferença de um para o outro (a maioria não era), mas isso não era o caso naquele momento, já que seu melhor amigo parecia pronto para começar a lutar MMA com ele na cozinha.
— Por que você fez isso? — Jimin perguntou, enquanto bebia chocolate quente para ver se se acalmava, os dias já estavam mais frios na cidade deles.
Aí é que estava: o castanho fez isso para ver um sorriso no rosto do melhor amigo! Ele parecia tão para baixo e careta depois que fora mandado embora que imaginou que algo do gênero poderia animar o rapaz. Quem sabe ele realmente não encontrasse alguma paquera?
O papel, ainda fechado na mesa, não tinha nada que indicasse ser do programa; na real, era uma carta como as outras, até a primeira impressão. Sem nenhum preparo emocional, o rapaz mais velho apenas pegou o objeto e o abriu sem cerimônias. Taehyung foi cortado de seus pensamentos no instante que ouviu o barulho de papel rasgando na mesa e se virou de olhos arregalados.
— Sério? Nem um preparo emocional para esse momento, Jimin? E se a gente não tiver sido chamado?
— Eu vou glorificar de pé, pisando em você, então é bom você ficar bem longe se a gente tiver sido chamado mesmo.
O mais novo engoliu seco, rindo de nervoso sem saber mais se deveria ter inscrito Jimin em segredo também para aquela brincadeira, até que, em silêncio, viu o outro ler a carta, sentado em frente ao balcão, com a expressão mudando aos poucos.
— Você inscreveu a gente no Vai Dar Namoro mesmo, Tae? Isso é sério ou você tá me zoando?
— A gente passou? — perguntou, sem se importar com o drama do amigo. Havia esperado meses por aquela carta e nem a fúria incessante do amigo abalaria sua curiosidade. E quando o mais velho levantou o olhar, quase enviando raios na sua direção, ele já sabia a resposta.
A partir daquele momento, a questão era: ele comemorava como se seu país tivesse ganhado uma copa, ou ele corria por sua vida?
— Tem como cancelar minha inscrição?
— Na verdade, se você cancelar, tem que pagar uma multa meio salgada. — Era mentira, os candidatos podiam, sim, em até três dias úteis, desistir de participar. Taehyung julgou que não era necessário Jimin saber desse último detalhe.
— Kim Taehyung, é melhor você correr. Correr muito.
E foi exatamente o que o rapaz fez, em direção ao seu quarto. Estava rindo de nervoso, mas feliz. Eles iam participar do Vai Dar Namoro (especial de Natal).
[ . . . ]
No dia seguinte, o amigo de Jimin levantou primeiro, examinando o campo de visão e confirmando que não iria ser atacado assim que seu pé tocasse o tablado fora de seu quarto. Ao ir em direção à cozinha, Taehyung viu que o amigo tinha dormido na sala e acordaria desconfortável. Jimin não era pesado, então foi fácil abrir o sofá-cama, depois de tirá-lo por alguns segundos do sofá e pô-lo de novo no mesmo lugar.
Foi em busca da cozinha preparar o café da manhã para eles; vovó sempre falava que se conquistava um homem pela barriga, e era exatamente o que ele iria fazer: conquistar a fera adormecida no seu sofá com suas especiarias.
Preparou panquecas com mel e suco de uva, logo depois acordando o mais velho, que demorou para despertar. Taehyung estava realmente curioso por ele ter se negado tanto; sabia que tinha a ver com os últimos meses, mas naquele dia o mais velho parecia mais para baixo, não irritado como antes.
— Bom dia, flor do dia.
— Não enche, Tae, eu ainda tô bravo com você.
— É difícil ficar com medo de você pela manhã, fica muito fofo com os olhos inchados desse jeito.
O mais velho pegou a faca depois que adentrou a cozinha, com um olhar ameaçador.
— Ei, ei, já entendi o recado.
— Você é um doce. Mas agora é sério, por que você fez isso com a gente? Passar vergonha em rede nacional, Tae, você tem ideia disso?!
— Não exagera, Ji, vai ser divertido. O programa é legal e as pessoas gostam, o apresentador dança e faz piada. É sempre legal e você sabe disso. Você gostava.
— Falou certo, gostava.
Taehyung se aproximou, notando que o mais velho não resistiria a seu abraço, e o fez, descansando a cabeça em seu ombro com um sorriso.
— Você parecia desanimado, e eu queria ver um sorriso em você.
— Então você nos inscreve num Tinder ao vivo, seu canalha?!
— Ai, que saco! A gente só tenta amor e recebe essa xurumela de gratidão, não aguento mais!
— Então me solta.
— Não, de manhã é uma das horas do dia em que você mais está quente, e tá frio, você é meu aquecedor.
O mais velho não conteve a risada, sem acreditar no que estava ouvindo. Aquilo era sério mesmo? Sabia que o amigo estava fazendo isso por bem, então apenas aceitou… depois de alguns dias.
Ele realmente aceitou a ideia, apesar de querer se afundar na terra toda vez que se lembrava de onde o rapaz mais novo os tinha enfiado. Que programação de Natal maneira, não era? Da casa de praia dos sonhos para um auditório inteiro torcendo pra te ver beijar na boca. Por alguns segundos, sentiu-se na escola de novo, e os espectadores eram seus colegas na torcida, espiando no mato o desenrolar de uma paixão. A única diferença era que apenas aquelas cinco pessoas viam, não o país inteiro.
— Que bom que você aceitou.
— Se eu matar você antes do programa, vai ficar muito suspeito e vão descobrir rápido demais quem foi. Meu primo, o advogado, não está na cidade também. Vou esperar ele voltar — falou ao terminar seu jantar.
Esse era um dos momentos em que o melhor amigo se assustava, por conta do quão sério Jimin poderia ser, mesmo sabendo que o que ele falava não passava de puro nervosismo e ideias malucas. Porém, acalmou-se ao vê-lo rir de si.
— Eu sou inocente, tá?
— Certo. Você sabe que eu tô brincando, bobo. Suas intenções foram boas, mas eu gostaria que tivesse conversado comigo antes de tudo.
O Kim acenou. Ele preferia assim, no entanto; Tae sabia que não convenceria o amigo de forma tão fácil assim e talvez não conseguisse.
[ . . . ]
A semana fora um verdadeiro preparo psicológico, até chegar a sexta-feira e uma van do próprio programa vir buscar os rapazes. Um deles estava muito ansioso, e o outro já tinha perdido a conta de quantas vezes tentara fugir, apenas para não participar do programa de televisão. Contudo, havia sido em vão, porque seu amigo sempre estava lá para impedi-lo de tentar qualquer coisa.
Como um dos traços fortes do programa era a espontaneidade dos participantes, mas o apresentador chegou a entrar em contato com as pessoas e conversar um pouco antes de tudo começar.
Depois de um tempo, o ruivo desistiu de fingir seu nervosismo. Não que estivesse fazendo a função com sucesso, seu amigo que o dissesse. Já estavam arrumados e esperando sua vez para sair. Por ser uma surpresa, a equipe que ficaria nas cadeiras esperando os outros participantes saírem não se via, então era tudo de fato uma surpresa ao chegar no auditório.
E quanto mais pessoas iam saindo, mais nervoso Jimin ficava. Ele não tinha nem mesmo preparado uma cantada!
O Park seria o próximo e estava nervoso. Os efeitos sonoros eram muito altos, então uma coisa ou outra ele conseguia ouvir, e parecia que seu amigo havia se dado bem. Ele torcia para que sim.
Estava a ponto de roer suas unhas quando foi chamado para o palco.
— Eu?
— Sim, você é Park Jimin, não é?
Ele chegou a pensar na possibilidade de mentir e mandar outro em seu lugar, porém, para seu azar, na prancheta do rapaz tinha a foto do participante.
Enquanto era levado em direção ao corredor que daria na plateia, questionou-se se já haviam feito isso antes ou se ele foi o primeiro a pensar em mentir sobre quem era só para não subir ao palco. De qualquer forma, com a foto sua que o rapaz possuía, não havia chances nem de tentar. Sem muita escolha, ele começou a andar pelo corredor azul e roxo do jeito mais lento que conseguia... até ouvir os gritos e empolgação do pessoal com sua chegada.
Céus, Jimin deveria estar parecendo um paspalho em rede nacional! “Eu vou pegar Kim Taehyung!”, foi o que ele pensou ao chegar quase ao meio do programa com um sorriso apologético no rosto. Pode reparar dez assentos e três já estavam vazios.
— Bem vindo, Jimin — o apresentador falou, animado, ao ler o nome do pequeno crachá que estava em sua blusa.
O rapaz agradeceu sem muita opção, enquanto encarava os participantes, também com seus nomes em suas roupas. Quase nenhum chamou sua atenção na verdade, apenas uma mulher e dois carinhas. Mas ele nem queria estar ali nem sabia o que ia dizer.
À sua volta, a plateia prestava atenção, com suas plaquinhas e tentando passar dicas ao apresentador, que ria animado por ter acabado de contar uma piada muito boba. A parte do lugar onde os participantes que perdiam tinham que ficar parecia bem interessante, havia também um Papai Noel com tanquinho dentro do seu trenó, com renas de mentira, e uma árvore que chegava quase ao teto. A Mamãe Noel estava num vestidinho sexy, segurando aquele doce que parecia uma bengala. O gorro do Papai Noel era fofo e grande, parecia um véu. Outro rapaz se vestia de duende, com mais uma moça, e já tinha um perdedor lá, que estava sendo muito bem cuidado.
Jimin cogitou ir direto para lá sem falar ou tentar passar essa vergonha.
— Fale um pouco sobre você — Jin pediu, como o amigo que tentava te desencalhar naquela festa de sábado que você nem mesmo queria ir.
Sorrindo amarelo, o mais novo jogou os cabelos para trás e tentou se concentrar, com o microfone na mão. “Apenas finja que é mais uma entrevista de emprego, Jimin, a diferença é que você quer pegar seu provável futuro chefe…”, ele pensou. “Bem, não é tão diferente daquela vez que… Certo, isso não vem ao caso agora.”
— Boa noite, tudo bem com vocês? — Céus, o que era aquilo? Um vídeo para o YouTube? “Vai pedir pra passar a thumbnail agora, Jimin?” Com as respostas meio caídas, ele continuou, sem pensar muito sobre. — Sou arquiteto, no momento estou sem trabalho, gosto de sair ou apenas passar o fim de semana vendo algo no sofá com a pessoa que eu gosto. Amo conversar, mas prezo por aqueles momentos silenciosos. Gosto de artes marciais e dançar, de resolver as coisas na conversa e evoluir como um casal.
Que brega, por que estava dizendo essas coisas tão óbvias?!
— Certo, Jimin. Você não namora há muito tempo?
Por que precisavam saber disso também? Se ele estava nesse programa, existia um motivo específico, certo? Apenas acenou, enquanto Seokjin esperava que ele falasse algo mais.
— Uns dois anos? Acredito que por volta disso.
Uma música fúnebre, mas muito engraçada, tocou de fundo, fazendo a careta enfezada do rapaz apenas aumentar. Ele não conseguia disfarçar.
— E beijo? Há muito tempo?
“O quê?! Vão querer saber disso também?”
— Talvez uns cinco meses?
E a música fúnebre voltou a tocar, fazendo Jimin quase ir até o rapaz que organizava os sons para contar umas verdades. Algumas pessoas da plateia riam, porque era claro que ele estava trocando sua vergonha pela raiva. Taehyung, por sua vez, parecia um dos pinguins de Madagascar, estava praticamente fazendo "sorriam e acenem, pessoal, sorriam e acenem" para o seu amigo. Ele estava com um rapaz, bem bonito, com algumas tatuagens.
Antes que o apresentador pedisse para que ele fizesse sua cantada aos participantes, seu amigo resolveu que seria uma ótima hora para beijar o rapaz. Jimin agradeceu, porque foi o exato momento em que ele olhou para o corredor e pensou em desistir daquilo tudo. Também foi quando ele viu um dos brutamontes ir para perto da saída com aquele olhar divertido e dançando.
Ele poderia confessar que riu um pouco quando o apresentador molhou o amigo e o mais novo peguete, pelo visto (que beijo foi aquele, Coreia?!). E a plateia foi à loucura com aquilo, céus. Ao seu lado mais uma vez, o apresentador encorajou o rapaz a dar sua cantada. Jimin ficou sem saber o que dizer, e se lembrou de tudo o que Taehyung havia falado para ele nos últimos dias. Ainda não estava acreditando que iria fazer aquilo, fez:
— Estou fazendo uma campanha de doação de órgãos! Então, não quer doar seu coração pra mim?
Até mesmo os efeitos sonoros debocharam de si, enquanto a câmera focava no rosto do apresentador, que não sabia bem o que dizer.
A primeira pessoa a responder sobre o que disse foi uma moça chamada Sayuri, de fios azuis e pretos, com olhos tão escuros quanto a parte não pintada em seus cabelos. Era uma moça fofa, que aparentava ser nova demais para estar naquele programa, e o sentimento que Jimin teve ao olhar para ela não foi algo relacionado ao desejo que ele deveria ter; ele a enxergou quase como a prima distante que precisava que alguém socializasse com ela na festa para não ficar só. Ela disse “não” de forma muito educada. Jimin nem conseguiu se sentir levando um fora.
O próximo foi um rapaz que parecia ser europeu, com olhos claros, fios loiros e um maxilar menos oval. Ele tinha uma carinha de nojo, e o ruivo achou sua voz bem entediante; Jimin também levou um não dele.
A próxima pessoa foi uma chamada Bora, que tinha o cabelo loiro e olhos grandes, um nariz mais achado e um sorriso que a deixava soberba. A voz enjoada fez Jimin quase agradecer de joelhos que ela não queria nada, ao mesmo tempo que começava a ficar preocupado. Ainda faltavam quatro pessoas, mas o “não” mais amigável que recebera havia sido o da primeira garota. A cantada era tão ruim assim?
O próximo rapaz era uma das pessoas que ele tinha se interessado apenas por vista. No seu crachá, vinha escrito "Yoongi". Seu nome combinava consigo. Seu maxilar não era tão marcado e seu rosto era fofo, assim como o nariz. Os fios pretos e longos que chegavam ao queixo fizeram Jimin querer saber qual shampoo o outro usava, porque eles pareciam tão hidratados! E os olhos o lembravam um gato, ele sentia saudades de gatinhos em casa. Não se importaria de ter um tal Yoongi andando por lá.
Espera um pouco, no que estava pensando? Viu o rapaz ajeitar a roupa escura que vestia e levar o microfone aos lábios.
— Se for pra não precisar escutar mais nenhuma cantada ruim assim, eu te dou meu coração com todo prazer, cara.
Espera, o quê?! O gatinho era do time dos babacas?
"Que que é isso, meu filho?! Calma!"
— Não é como se eu tivesse algum interesse em você também.
— Não perguntei.
— Não ligo.
— Pois deveria.
— Se for pra ficar com qualquer coisa, eu prefiro ficar sozinho.
O rapaz na cadeira abriu a boca sem nem acreditar, olhando do ruivo em pé para o apresentador, até acontecer o que ninguém esperava.
— Eu quero você.
O quê?! Seokjin já estava afastado com os braços cruzados sem acreditar no que estava vendo, junto de toda a plateia. Eles iam ficar juntos?
Jimin ainda parecia em choque, contradizendo-se quando disse que não ligava para o rapaz, que sorriu vitorioso ao constatar que o rapaz verdadeiramente tinha interesse em si.
Praguejando baixo, os dois foram juntos até um sofá do outro lado do palco, e Kim Seokjin continuou parado olhando para câmera, até que foi dada continuidade para o programa por ele mesmo.
— Não precisa fingir que está gostando.
— Não, Yoongi, minha cara é bonita assim mesmo, eu não tô gostando, não, pode ficar tranquilo. Mas você deveria, sorte sua estar comigo.
— Oi? — O rapaz de fios negros riu, sem acreditar. — O sortudo aqui é você, não confunda as coisas.
— Eu? Por quê? Olhar pra sua cara até o fim do programa sem poder dar um beijo?
— Isso nós podemos resolver.
— Vai me deixar ir embora?
— Vou fazer algo melhor.
— Calar a boca?
— Você é muito chato, Jimin, tá todo mordido por causa daquilo. Que ego frágil.
O ruivo o ignorou.
Conforme o tempo ia passando, mais pessoas ficavam juntas, e solteiros iam para o trenó do Papai Noel. Ele notou sua cadeira sendo puxada. Não precisou de muito para reparar no que estava acontecendo quando quem puxava o objeto era o rapaz à sua frente — infelizmente, seu par.
— O que pensa que está fazendo, Yoongi?
— Algo melhor.
— Tipo? — Podia imaginar a careta em seu rosto. "Céus, estou reclamando tanto, será a idade?" Não percebeu que, ao invés de pensar, havia falado em voz alta e recebido uma resposta malcriada de Yoongi.
Antes que ele pudesse fazer algo de fato, ele viu acontecer. Parecia ter algo fazendo volume no chão, o que fez seu sofá inclinar e ele quase cair sobre o rapaz, que calou suas futuras reclamações com um beijo.
E que beijo!
Jimin se apoiou no sofá entre as pernas do rapaz quando a cadeira terminou de cair, fazendo-o ficar ainda mais perto. O tal Yoongi o puxava pela nuca e, depois de alguns segundos, o Park não poderia se importar menos que estava entre as pernas do cara que lhe deu um fora em rede nacional, dando-lhe um beijo.
Continuaram até que sentiu água entre os dois, o que os fez separar um do outro. O que tinha acabado de fazer? Jimin encarava Yoongi, que tinha um sorriso convencido. Quase o fez desfazer aquele sorriso com outro beijo. Mas Seokjin estava em cima deles, pronto para jogar mais água e acabar com todo aquele fogo. Foi quando se levantou e se afastou dele. Ajeitou a cadeira e se sentou, permitindo que o apresentador desse continuidade ao programa.
Mais casais iam sendo formados, e mais solteiros continuavam sozinhos. De alguns, Jimin até ria, e de outros, ele sentia pena, porque via como pareciam interessados e esperançosos para que tudo desse certo. Também não deixou de reparar no amigo, que estava muito bem acompanhado por um gatinho tatuado de sorriso gentil que, por ironia do destino, parecia ser amigo do seu concorrente… quer dizer, par.
[ . . . ]
Mais perto do final, os dois rapazes estavam se falando melhor, apesar de todas as farpas; eram o casal com mais risinho também. Foi engraçado para todos, no final quando era descoberto se de fato o casal existia, descobrir que sim.
Eles queriam tentar.
Com outro beijo que quase mudou a faixa etária do programa por alguns segundos, enquanto os dançarinos seguravam a caixa, Yoongi retirou uma plaquinha redonda escrito "beijo de despedida" e foi andando em direção a Jimin de um jeito engraçado, que fez o rapaz mais novo (eles descobriram que Yoongi era mais velho enquanto conversavam) até ele. Ele o abraçou pelo pescoço, enquanto Jimin lhe segurava pela cintura e aproveitava do ósculo junto com ele.
— Ei! Esqueceram de onde estão? — o apresentador falou, brincando sem os molhar nem usar o extintor de incêndio neles, e segundos depois o fez quando não fizeram menção de parar.
Foi engraçado. Apesar da vergonha, a ideia do programa era essa, então eles apenas ignoraram tudo.
— Só vou perguntar mesmo porque tá no roteiro — Seokjin falou, brincalhão. — Mas vai dar casal?
Os dois concordaram, dando a vez para o próximo casal e se encontrando com os amigos. Na verdade, por coincidência, Jungkook (o rapaz que fez par com o amigo do ruivo) também era amigo de Yoongi.
— Céus, vocês dois! O que foi aquilo?
— Até parece que vocês só ficaram de mãozinha dada lá, né, Taehyung?
— Eu e o Jungkook não caímos de cadeira nenhuma.
— Eu vi quando ele levantou querendo saber se os dois podiam ir ao banheiro porque estavam muito "apertados", tá? — falou Yoongi, causando riso no rapaz ao seu lado e vergonha nos outros.
— Prestando atenção demais na gente — Jungkook falou, desconversando e seguindo para fora com os outros, afinal já tinham acabado suas participações no programa.
Jimin não queria confessar, mas havia gostado bastante da experiência. Não queria repetir de novo e nem sabia no que iria dar com o rapaz, mas pensou que de fato valera a pena. Foi divertido no fim de tudo e era uma boa história para contar no fim das contas.
Abraçou o amigo de lado e juntos seguiram para comemorar o Natal, os quatro, com o dinheiro recebido como prêmio por terem ficado juntos até o final. No fim, a experiência havia sido mais divertida que o esperado.
— Valeu a pena? — Yoongi perguntou.
— É o que vamos descobrir — Jimin respondeu.
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Notas Finais: Então gente, o que vocês acharam? Gostaram? Espero que sim!
Boas festas ♡
Vielen Dank für das Lesen!
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