Ela encarava a boneca que tinha os olhos quase desbotados a encarando de volta. A raiva pulsante em seu peito passou para seus braços e, por fim, suas mãos. Ela começou a despejar socos na boneca, a jogou no chão, pisou e chutou, fazia tudo como se transferisse a culpa de tudo que ocorreu nos últimos meses para a boneca. Como se ver a boneca, vulgo causadora de tudo que deu errado em sua vida, toda quebrada, fosse trazer sua paz de volta.
Porém, contra todas as suas expectativas, a paz não veio. A raiva ainda a tomava e pensava consigo: "Será que esse sofrimento ainda não é o bastante? A coisa responsável por isso está sofrendo, não era para eu estar melhor?".
No fundo, ela sabia porque o ódio ainda a consumia, mas só percebeu quando em meio a sua destruição da boneca, um clique se fez ouvir vindo de sua cabeça, como se sua consciência tivesse ligado e nesse momento ela se viu na boneca.
Viu que ela estava vendo a boneca como a si mesma e quando percebeu isso, toda a força que a mantinha de pé se foi, juntamente da raiva, a fazendo cair de joelhos no chão do quarto. Ela olhou mais uma vez para a boneca, cujo um dos olhos estava caindo, o laço que prendia o cabelo da boneca parou do outro lado do quarto, algumas partes do rosto estavam amassadas. Lentamente ela levou os braços até a boneca e a pegou e abraçou, lágrimas caíam desenfreadamente de seu rosto.
Quando conseguiu melhorar o suficiente para parar o choro, ela virou sua cabeça para o grande espelho que tinha no quarto. Encarou sua imagem com os cabelos bagunçados como o do brinquedo em seus braços e seus olhos vermelhos que ainda lacrimejavam, disse baixinho: "Você não tem culpa".
Vielen Dank für das Lesen!
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