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Jorge Augusto Terrão


Uma origem conforme os jogos... O que o Grey Warden faria passando de um cenário para outro em toda Thedas? Leia e descubra. Eu não possuo quaisquer direitos sobre cenários e personagens da franquia Dragon Age. Esta história é apenas algo que escrevi, como fã da série que sou.


Fantasy Dunkle Fantasie Alles öffentlich.

#dragon-age #bioware #origins #inquisition #dragon-age-ii #new-character
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Origem: Infância

Havia um povoado próximo à Amaranthyne de Elfos Valeanos que viviam em paz, onde todos os elfos dali eram calmos e desenvolviam suas habilidades de forma extraordinária. Eram sempre os melhores no que faziam. Constantemente eram levados dali para muitos outros lugares, como Ferelden, Orlais e Reckon, ao sul de Ferelden, ou como os fereldanos os chamavam, o “povo selvagem”.

Neste povoado nasceu de uma elfa de muito poder um menino, de seu amor com um Alto-Elfo (que fora tragicamente assassinado enquanto caçava, por uma Cria das Trevas). Seu nome era Rhaegar, Rhaegar Surana. Tão logo aprendera a falar élfico, sua mãe, Aenys Surana, viu que o menino tinha uma facilidade imensa com magia, e logo já apontava das suas.

O vilarejo perto de Amaranthyne era imenso, em meio a uma densa floresta, onde os guerreiros dos Elfos Valeanos viviam em treinamento, seja pra caçadas ou pra combater as Crias das Trevas, que por vezes tinham a coragem de invadir o local e eram firmemente rechaçados pelos mais fortes. Muitos dos que passavam por ali concordavam que o lugar era mesmo muito bom de se viver.

Os primeiros anos foram muito difíceis para Aenys; O menino, além de ter facilidade imensa com magia, adorava aprender, e assim que aprendeu a ler começando pelos mais simples, começou a devorar mais e mais sobre a sabedoria de seu povo. Rhaegar era impossível no alto de seus seis anos.

Ao chegar aos 10, ele já tinha lido quase todos os livros que havia no vilarejo, e tinha um conhecimento invejável sobre a sabedoria do povo élfico. Todos se perguntavam se ele um diria viria a ser o Guardião do Clã, pois sabedoria e conhecimento pra isso ele já tinha, pois andava muito com o guardião atual, Aegon Surana. Ele adorava o menino e também sua sede de aprendizado. Nessa época, Rhaegar já fazia algumas magias simples, que praticara depois de ler livros antigos de elfos de seu clã que foram Magos Supremos.

Alguns mercadores ficavam intrigados com essa facilidade e assim o boato se espalhou rapidamente por toda Amaranthyne, e pelas reações, chegara surpreendentemente rápido em Ferelden, e aos ouvidos do comandante dos Templários do Coro, Gregoir. Nesse exato momento, quando soube, estava mesmo na Círculo de Magi, com o humano Mago Supremo Irving.

- Olhe só isso, Irving! Os Elfos valeanos amaranthinos têm um moleque de dez anos que já é um mago pronto, já conjura magias! - o Comandante dos Templários exasperava-se com aquela notícia. Um apóstata livre em Amaranthyne também significava a possibilidade de mais uma Abominação, e isso estava fora de cogitação para ele.

- Precisamos ir à Amaranthyne imediatamente e trazer esse elfo pra cá. O Criador dá o poder para que os magos sirvam aos homens, e não para destruí-los. Você já sabe de tudo isso, velho amigo. - Disse Gregoir, numa clara tentativa de pedir o apoio do Mago Supremo.

Irving não caiu naquela tentativa. Era assustadoramente inteligente e perceptivo. Mas ainda assim queria ensinar o menino a se proteger, senão não conseguiria proteger os seus. Avaliando quão traumático poderia ser à criança ser separada de sua mãe naquele momento, e quanto benefício aquela incursão traria, acabou chegando a melhor conclusão.

- Gregoir, o melhor nessa situação não é separar o menino de sua mãe. Você irá, sim, ao vilarejo dele, mas trará a mãe do garoto também. Ele aprenderá a se defender das Abominações e dos Demônios, para não se tornar um deles, mas terá a mãe ao lado. Essa é a minha condição pra concordar com essa incursão.

- Sempre pensando em todas as possibilidades, não, Irving? Está certo, a elfa virá junto com o filho, se isso te agrada. Então, sob essas condições você concorda com a incursão?

- Concordo, desde que ela também seja o mais pacífica o possível. Peça uma audiência com o Guardião do Clã, exponha nossos motivos e peça autorização para levá-los, o que é mais importante. Eles se ofendem fácil e são mortais.

- Parece que você ou já estudou muito sobre ou já viveu entre eles, Irving.

- Já vivi entre eles, Gregoir. Eu era jovem, tinha uma missão que me fora passada pelo antigo Mago Supremo do Círculo de Magi, que era ficar nas proximidades de Amaranthyne, não importando onde eu ficasse. Aprendi muito com eles, e a eles sou muito grato.

- Então venha comigo, Irving. A abordagem será muito mais fácil se um rosto conhecido pedir por isso.

Gregoir tinha razão. Estrategista que era, conseguira chegar a esta conclusão apenas por ouvir as histórias do velho Mago Supremo. A lógica era irrefutável.

- Só vou precisar de tempo pra me liberar de alguns afazeres para poder ir contigo, velho amigo.

E Irving precisou de duas semanas inteiras para conseguir aliviar sua agenda. Como diretor e regente do Círculo de Magi, era muito requisitado. Mas quando conseguiu, partiu imediatamente com o Templário Comandante.

A viagem entre a fronteira de Amaranthyne e o Círculo de Magi em Ferelden demoraria, mesmo a cavalo, seis meses. O menino não sairia dali, pois a dupla contava com o elemento surpresa. Mas o mago não queria fazer mal ao garoto. Só queria mostrar a ele como usar o dom que o Criador lhe dera para fazer o bem e deixar sua marca no mundo.

Enquanto isso, próximo a Amaranthyne, Rhaegar explorava a floresta, mesmo a contragosto de sua mãe e do Líder do Clã. Andava lentamente, olhando demoradamente a tudo que lhe despertava a atenção. Árvores, folhas caídas, frutos diferentes, animais de que nunca tinha ouvido falar ou mesmo só tinha visto em livros...

Até quando, em sua caminhada, Rhaegar encontrou a entrada de uma gruta. A entrada em si era colossal em tamanho, e o eco era bastante forte ali. Andando com cuidado, o jovem elfo chegou à entrada do lugar, e se maravilhou com o que vira. Pedras brilhantes do tamanho de um dedo polegar brotavam do chão como se fossem estalactites, e teias de aranha pendiam do teto, algumas como redes, outras tão duras quanto estalagmites de pedra.

O jovem Surana continuou andando, pé ante pé, tendo cuidado e atenção para não ter problemas. Mas ainda assim, olhava para todos os lados, com seus olhos brilhando de excitação. Foi quando ele achou uma parte da caverna onde o chão se nivelou, formando um piso. Assustado, Rhaegar recuou alguns passos, escondendo-se atrás de uma parede de pedra fossilizada e ficando ali por alguns minutos.

Depois de perder o medo por não ter acontecido nada, o menino seguiu em frente. Mas logo voltou correndo para a floresta, e por consequência para o Clã: havia o cadáver de uma Cria das Trevas na gruta e todos precisavam saber daquilo. Ao correr desordenadamente, Rhaegar tropeçou e caiu várias e várias vezes até chegar na entrada do vilarejo onde morava - e nisso ele havia ficado sujo, suas roupas continham vários rasgos e uma feição de desespero era constante no rosto do jovem elfo.

Ao ver seu protegido naquele estado de aflição, e calmo como sempre fora, Aegon esperou Rhaegar sair do estado de choque para perguntar a ele o que ocorrera, o que não aconteceu mesmo depois de várias horas que se passaram após sua chegada à aldeia. Ele se encolheu no peito de sua mãe assim que esta chegou à Caravana do Líder, e ali ficou até que se acalmasse e pudesse falar com ele.

Logo quando Rhaegar saiu do estado de choque, Aegon perguntou se o pequeno estava bem.

- Estou bem, senhor. Se quiser, agora eu consigo falar o que vi.

- Certo. O que você viu que te chocou tanto assim?

- O corpo de uma daquelas coisas ruins que vocês se livram delas com ódio e medo.

Aegon assentiu com a cabeça. Embora ele ainda não soubesse nada sobre as Crias das Trevas (porque ele havia escondido os livros da aldeia que falavam sobre estas bestas, todos eles, até que o menino pudesse entender a maldade do mundo), aquelas criaturas pestilentas chegaram nele primeiro, mesmo mortas. Ele já entendia o ódio ao apenas observar os irmãos de clã, então já era meio caminho andado.

- Aenys, vou precisar adiantar aquela conversa e aquela história que eu disse que contaria a Rhaegar um dia. Acho que o que ele nos provou hoje é que tem a cabeça no lugar e o senso de sobrevivência acima da curiosidade. Isso é uma atitude sábia.

- Tudo bem, Aegon. Não tem mais o que fazer, não é? Ele já viu o corpo um desses monstros... E tão perto daqui...

- Obrigado, Aenys. Eu sei que você não queria, mas compreende a necessidade.

A mãe de Rhaegar assentiu com a cabeça e foi atrás da brigada curandeira para tomar seu lugar.

Logo o pequeno Rhaegar começou com o seu já esperado festival de perguntas. Elas eram tantas que Aegon pediu calma ao pequeno para proteger seus ouvidos. Mesmo que sofresse as mesmas consequências de perguntar outras coisas de outras áreas do conhecimento, e isso seria inevitável. Aegon tomou coragem e começou.

Primeiro, contou com detalhes o que resumo aqui, do que é largamente difundido pelo Coro:

"Há milênios, quando o povo ainda falava com o Criador, os seres do mundo todo tinham acesso à Cidade Sagrada, morada Dele. Todos os sentimentos ruins da humanidade a contaminaram, tornando ela o que é hoje, a conhecida como a Cidade Negra.

O Criador, desapontado com suas crias, fechou a antiga Cidade Sagrada e a trancou, deixando todos os que não saíram de lá a tempo presos. O tempo de exposição àquele poder os corrompeu, fazendo destes as primeiras Crias das Trevas. Depois, com as mortes, mais numerosos eles se tornavam. Sem opinião, agindo apenas por suas lembranças mais sombrias e suas habilidades de luta - que não evoluíam, eles iam atrás de suas vítimas, que poderiam estar em qualquer lugar, bastando estar vivos.

Em uma época sombria, onde todas as raças estiveram às portas da aniquilação total, surgiram os Guardiões Cinzentos. Homens e mulheres de todas as raças, tipos e credos se uniram, e com um poder avassalador desconhecido, lutaram o Primeiro Flagelo, exterminando e rechaçando os que sobraram. Claro, foram festejados, mas todos os Guardiões Cinzentos restantes sabiam que as Crias das Trevas se reagrupariam e devolveriam a derrota em mil vezes.

E assim seguiu-se a história. Houve mais um Flagelo, e agora estavam às portas do terceiro."

Depois, Aegon continuou contando, ainda sobre os livros que ele havia retirado daqui e dali, formando uma pilha de mais ou menos 20 livros, e todos bastante extensos. Alguns estavam entre os maiores que Rhaegar havia lido.

Sem perder muito tempo, o menino começou a ler. Cada vez mais ele ficava, ao mesmo tempo, maravilhado e brutalizado com todo aquele conhecimento. Como os magos que não se cuidavam se tornavam Abominações, como se aliavam a Demônios... Tudo o que ele precisava saber estava ali, nas palmas de sua mão.

Os seis meses que Gregoir e Irving demoraram pra chegar foi o tempo suficiente pra Rhaegar ler todos aqueles livros. Quanto mais o pequeno elfo lia, mais centrado e menos ingênuo ele se tornava. Embora Aenys não gostasse disso, ela entendia que era pro bem dele, que era benéfico ele saber. Mal ela sabia que a vida dela também mudaria drasticamente dali a pouco tempo.

Enfim a dupla fereldana chegou ao povoado élfico de Amaranthyne. Gregoir foi observado com desconfiança, enquanto Irving foi calorosamente bem recebido por todos, mesmo pelos mais carrancudos, era um dos poucos humanos bem-vindos ali. A primeira parada da dupla foi ir falar com o Guardião do Clã, e este estava à espera do velho amigo.

- Ora, ora! Se não é o Irving! - Recebeu calorosamente Aegon. Os dois se cumprimentaram com um aperto de mão e um semi-abraço.

- A surpresa é toda minha, Aegon. Guardião do Clã? - perguntou o Mago Supremo.

- Sim, velho amigo. E você? Conseguiu ser promovido a Mago Sênior?

- Atualmente sou o Mago Supremo do Círculo de Magi de Ferelden, Aegon.

- Você foi muito além do que eu esperava! Que maravilha! Mas creio que você não tenha se abalado de Ferelden até aqui só pra saber como eu estava, certo?

- Sempre muito rápido, velho amigo. Ouvi falar de uma jovem promessa aqui, em sua aldeia. Quero ensiná-lo a se proteger.

No momento seguinte, o olhar de Aegon endureceu. Sabia que o velho conhecido não estava ali pra cortesias. Sabia, inclusive, de quem fora a culpa pelo boato ter começado, embora não sabia de que forma havia se alastrado. Agora ele sabia que era hora de consertar os estragos.

- Olhe, Irving, você pode ser meu irmão de coração, mas a nossa amizade vem depois das minhas obrigações como Guardião. Só liberarei o menino a ir com vocês sob duas condições... - Tudo aquilo ele disse olhando feio para Gregoir.

Porém, antes que Aegon continuasse, Irving tomou a iniciativa, com um sorriso sério no rosto.

- Sim, Aegon, e eu me lembro bem quais são: A primeira, é levar a mãe e o pai com ele, e a segunda é que ele queira ir.

Gregoir interrompeu, como Irving previra assim que Aegon endureceu a voz.

- Quer dizer que há a possibilidade de ele não ir? Saiba que viemos buscá-lo, e ninguém, nem mesmo você vai nos impedir.

Um olhar sombrio perpassou o olhar de Aegon, e um ódio profundo pôde ser sentido em sua voz:

- Escute aqui, Templário. Se quiser sair vivo daqui, sugiro que siga os conselhos de Irving.

Vendo que eclodiria uma batalha - primeiro verbal, depois física - entre aqueles dois, Irving se adiantou:

- Gregoir, calma. Viemos aqui em paz, e continuaremos em paz. E Aegon, eu sei as regras, pode ficar tranquilo que não as quebrarei.

A tensão se desfez parcialmente, e Aegon sorriu para o velho amigo:

- Sempre sensato, hein, velho amigo? Pois bem, vou pedir que chamem os dois, e nós cinco vamos conversar adequadamente.

Irving sorriu em agradecimento. Sabia que o Criador estava ao seu lado quando viu quem era o Guardião daquele povo. Gregoir continuou com o semblante carregado, com toda certeza estava ultrajado.

- Gregoir, você tem de ter em mente que aqui estamos pisando em ovos. Um passo em falso e eles nos exterminam. A nossa sorte é que o Guardião é meu amigo de longa data, e eu pude contornar. Controle os nervos, homem!

- Sim, Irving. Sei que quase coloquei a missão a perder, me desculpe. E desde quando você é ágil assim com as palavras? - O semblante do Templário acalmou e deu lugar a um sorriso e uma piadinha.

Não foi preciso esperar muito tempo, alguns minutos foram suficientes para que Aenys e Rhaegar fossem chamados à presença do Guardião, dos Chefe dois Templários e do Mago Supremo. A reação de mãe e filho, não poderia ser mais diferente: a mãe ficou aterrorizada, com todas as possibilidades que poderiam ocorrer, típico de um adulto.

A reação de Rhaegar foi a esperada dele: uma curiosidade sem limites. Ele sentia que Irving também tinha magia em si, e mais: era totalmente consciente! O jovem elfo tinha consciência, naquele momento que o que ele sabia não era obstáculo para mesmo o mais fraco dos demônios, teria sua alma destruída e seu corpo tomado sem qualquer dificuldade. E aquele controle demonstrado por aquele humano era magnífico.

Irving, por sua vez, sentiu um poder mágico latente absurdo naquela criança. Se o menino fosse apropriadamente treinado, ele poderia vir a ser o melhor mago de todos os tempos. Sequer a aura mágica ele conseguia esconder direito. A este respeito, Irving teria de se incumbir pessoalmente.

Depois de algum tempo de conversa, todos, exceto Gregoir, estavam bem à vontade. Aenys e Rhaegar riam, Aegon estava feliz e Irving também exibia um sorriso franco, feliz com o fato de tudo correr bem até o momento. E, para a surpresa do Mago Supremo, partiu de Aegon a despedida:

- Aenys, Rhaegar, acho que adeus é muito, posso dizer a vocês um até logo, pois eu visitarei vocês uma vez por ano. Até porque, a distância entre este nosso acampamento e Ferelden é bastante longa, e não dá pra ficar sempre indo lá. Aqui me despeço de vocês.

Abraçou Aenys, e abraçou Rhaegar com afeto. O menino era como um filho pra ele. Apertou a mão de Irving e...

- Cuide bem de meu protegido, velho amigo. Ele é valioso.

- Sei bem, Aegon. Vou cuidar dos dois como se fossem de minha família.

- Gregoir, sei que não tivemos um bom começo, mas você também é bem-vindo a nos visitar sempre que quiser. E que as bênçãos do Criador lhes sejam duradouras.

Assim Irving, Gregoir, Aenys e Rhaegar saíram do acampamento onde o jovem elfo nasceu e cresceu até aquele momento. Aenys deixou duas grossas lágrimas brotarem de seus olhos dourados, tamanha a tristeza que sentia por ter que deixar seu povo... Mas era por um bom motivo: era pelo bem de seu filho que ela se sacrificava, para que ele pudesse deixar sua marca no mundo.

Meses de viagem foram necessários para que eles chegassem até Ferelden, e da fronteira até o Círculo de Magi foi mais um mês, o que totalizou 200 dias de viagem. Nesse meio tempo, Gregoir aprendeu a gostar do menino, mas não da mãe, por pura implicância. Irving, se era possível, gostou ainda mais do garoto, por sua simplicidade e vontade de aprender - o Mago Supremo já viera ensinando algumas coisas no meio do caminho, o que o adiantara em relação aos outros novatos - o que poderia ser tanto uma benção como uma maldição.

Ao chegar, o tamanho da torre do Círculo de Magi pareceu a Rhaegar uma imensidão sem fim. Alta, larga, ricamente trabalhada em seus maiores e menores detalhes... Uma arquitetura impressionante até mesmo para os padrões de Tevinter, porém a obra era de um fereldano, o primeiro Mago Supremo, chamado de Construtor ou mesmo de Pai do Círculo de Magi. Todo aquele conhecimento vagueava pela mente do jovem elfo, e o maravilhou, desde sempre.

Os aposentos dos dois, no primeiro ano seria conjunto com o de sua mãe. Assim que Rhaegar viu algumas crianças junto de si, percebeu que sua vida seria melhor do que antes que poderia, enfim, viver uma vida bem tranquila. Ledo engano.

Magos, quando bem provocados, podem virar abominações sem que de fato ocorra a transformação mágica. Uma semana depois de Rhaegar e Aenys terem chegado à torre, cativaram a amizade de todos os magos seniores, o que era decididamente ruim para o Templário Josh. Ele era novato e chegou no dia anterior em que soube dos dois elfos.

Este sempre adorou saber histórias sobre este povo mágico, o que contribuiu quando aconteceu o que aconteceu. Mal pusera os pés dentro da Torre quando ele foi tomado, possuído por um demônio. Era aula de demonologia, e, por um descuido, um dos aprendizes acabou invocando um deles, um da luxúria. Aos poucos Josh, que não possuía uma mente tão forte, foi perdendo o controle de seu corpo até que sua alma foi destroçada por aquele ser maligno.

Enquanto destruía a alma do Templário, o demônio aprendeu tudo sobre a personalidade deste, e o seu amor pelos elfos, o que seria perfeito, na opinião do demônio, pra chamar a atenção de Rhaegar - seu recipiente desejado. Mas primeiro teria que se livrar da mãe dele; E, como sempre pensando em atos de luxúria, somando-se ao fato de odiar Aenys por ela ter conseguido atenção sem apelar e estar de posse de um corpo masculino, um plano lhe veio rapidamente à mente: seria muito rápida.

E sim, Rhaegar ficou sabendo mais tarde que o Templário tinha sido possuído por uma succubus.

O plano foi relativamente simples, que logo passou à execução. Aenys sempre foi bem tratada e respeitada por todos os templários, que a admiravam por ela ser muito bela, e isso foi o gatilho. Foi imediatamente conversar com ela.

- Senhorita Aenys?

- Quem é você? - Perguntou a elfa, estranhando.

- Eu sou Josh, sou um templário novato que chegou esses dias.

- E você já deve ter ouvido falar de mim, não é mesmo? - Perguntou ela, interessada. A atenção demasiada sempre foi sua fraqueza.

- Sim, e eu desejei, de coração conhecer e conversar com você. Amo os elfos e sua cultura.

Aenys ficou maravilhada. Então existiam shemlens que gostavam do conhecimento élfico. E ela sempre se sentia compelida a ensinar tudo o que sabia.

Este foi o erro dela.

Os dois foram em direção à única sala que quase não era usada, e ficava no último andar: a Câmara da Perturbação. Passariam pelo andar dos Templários, mas ela não chamaria a atenção por causa da quantidade de poder mágico ali presente e por ela ter possuído o corpo de um deles. Passou com ridícula facilidade.

Chegando na câmara, foi tarde quando ela ouviu a trava da porta trabalhar, e viu o olhar maligno vindo dele. Tentou se defender, mas sequer conseguiu se mexer: o templário a paralisou. Ele começou rasgando sua roupa, desnudando seu belo corpo. Nesse momento, o lado masculino da succubus aflorou, fazendo dela, naquele momento, um inccubus.

Ele conspurcou o corpo dela de todas as maneiras possíveis, imagináveis e inimagináveis... Quando sua mente estava quebrada, a succubus destruiu o corpo de Aenys, sobrando apenas um cadáver mutilado e queimado, dificilmente reconhecível por alguém. Porém Rhaegar sentiu quando a energia mágica de sua mãe sumiu, e onde sumiu. Ele sempre sentia a energia dos entes queridos. Pediu que Gregoir o acompanhasse, e não deu outra, eles encontraram o que deveria ser Josh perto do cadáver.

E com a experiência conseguida com os anos como templário fez Gregoir perceber que Aenys não foi a única perda, seu pupilo também havia sido consumido. O que estava à frente dos dois era um demônio usando uma casca vazia. As lágrimas saíam em abundância dos olhos de Rhaegar. Sua mãe jazia ali, morta, desfigurada e com uma expressão de sofrimento evidente.

Quando o jovem elfo olhou para o demônio, com um olhar de puro ódio, o ser gargalhou com insanidade...

- Quer ter poder para evitar isso, jovem elfo? Una-se a mim, eu te farei mais poderoso do que qualquer mago jamais sonhou em ser.

Rhaegar olhou para o demônio com evidente repugnância, o que surpreendeu Gregoir, e, no momento seguinte... Irving sempre disse ao templário que magos jovens, quando colocados sob um grande stress e um cenário de aparente fraqueza psicológica é que aconteciam algumas coisas inacreditáveis. O templário nunca acreditara nas palavras do amigo, mas só até ele ver aquilo: Rhaegar ergueu as mãos, concentrou sua magia, e uma luz dourada foi se formando, e quando ele estava preparado, um clarão se fez.

Quando Gregoir pôde olhar novamente, o corpo de Josh estava ao chão, e acima, a succubus estava em estado suspenso, dentro de uma esfera de magia dourada e opaca. O ser aparentava estar, ao mesmo tempo, surpresa e em grande sofrimento.

- Você não quer fazer isso, não é, jovem elfo? - Perguntava a demônio, com a voz entrecortada de terror - Eu já lhe disse, posso fazer de você o mago mais poderoso de todos os tempos, nenhum templário poderá pará-lo...

Com uma voz cheia de fúria, o que assustou Gregoir, que nunca viu tamanha fúria em uma criança, Rhaegar respondeu à succubus:

- Não quero nada de ninguém que esteja com as mãos sujas com o sangue da minha mãe. Volte para onde você veio, criatura abominável!

E a esfera de luz dourada foi encolhendo, e quando chegou a um dado tamanho, começou a esmagar o corpo da succubus, dilacerado sua carne e esmagando seus ossos. Quando a esfera chegou ao tamanho de cerca de 50 centímetros de diâmetro, o corpo do demônio se desfez em pó.

Quando acabou de exterminar o demônio, Rhaegar desabou em cima do corpo da mãe e chorou copiosamente, de soluçar. Embora chocado com o que ele fez no momento anterior, lembrou-se que aquele elfo era apenas uma criança, e ele havia acabado de perder a mãe. Com isso, ele fez a única coisa que podia no momento: chegou perto e o abraçou.

Rhaegar se sentiu confortável e parou de soluçar, enquanto continuava a chorar.

Irving chegou pouco tempo depois, e viu a cena que se apresentava: Gregoir abraçando Rhaegar, que havia dormido, com o rosto úmido, provavelmente de tanto chorar e os corpos de Aenys, desfigurado, e o de Josh, caído e já macilento.

Assim que Rhaegar acordou do sono, Irving prometeu a ele que, mesmo que havia prometido cuidar de Aenys e não tinha conseguido cumprir, o mago supremo cuidaria dele com sua vida, agora mais do que nunca. Gregoir contou ao amigo o que aconteceu, e o mago explicou ao templário que havia muita coisa na magia élfica que era desconhecida, e que quase todos os registros dela haviam sumido com o Império de Tevinter.

16. August 2022 18:50 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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