uma_chapeleira_maluca Lyne Gomes

(Historia totalmente revisada) Esta é uma ficção histórica sobre um laço bem improvável, o que a deixa mais ainda interessante de se acompanhar. Um rei viking e uma freira saxã se encontram de uma forma trágica, mas dessa tragédia algo curioso surge como uma forte, revolucionária e bela amizade.


Kurzgeschichten Nicht für Kinder unter 13 Jahren.

#conto #amizade # #deepoca
Kurzgeschichte
1
5.4k ABRUFE
Abgeschlossen
Lesezeit
AA Teilen

Dois Mundos.


De joelhos, ao lado da cama onde estava debruçada sua amiga Helena, o rei Siegfried a olhava com olhos vermelhos e marejados que indicavam a grande dor que se estendia em seu peito.

A companheira de olhos e sorriso radiantes, não sorria ali e tão pouco revelava sua íris negra. Encontrava-se com o rosto selado e pálido. Como ele queria que seu rosto se libertasse daquela expressão e cor... Mas nada mais podia fazer. A morte já a tinha capturado antes de mesmo do jovem viking ter tempo de resgatá-la.

Helena já estava pronta para seu último momento na terra, porém, Siegfried, não. Era doloroso imaginar sua velha amiga ser engolida pela terra que sustentava seus pés e nunca mais ouvi a sensata voz e ver o doce rosto da jovem antes freira e agora conselheira real, melhor dizendo, não estar mais ao lado daquela irmã que adotou.

Relembrou então de como sua fraternidade foi concretizada. Em um de seus muitos conflitos e invasões contra os saxões, ele a encontrou em uma fila de capturados e capturadas por um de seus soldados durante o saqueamento do dia.

O soldado viking informou-o que encontrou aqueles futuros escravos no convento escondidos. Ele também contou com desdém e surpresa como a jovem freira se prostrava como escudo protegendo os camponeses atrás de si, que se refugiaram ali durante os saqueamentos, e pedia misericórdia àquelas assustadas pessoas que tentava salvar.

Não adiantou, no entanto. Todos já estavam no navio do inimigo rumo às suas terras. Helena foi forçada a ser sua serviçal. Todas as noites, ficava à janela da cozinha real olhando e orando aos Céus para suportar e entender o seu martírio. E oferecendo sua confiança ao Deus Jesus que lhe tiraria de seu sofrimento. Ela foi aos poucos percebendo que havia um certo respeito para com ela, apesar de ser quem ela era naquele lugar.

Tinha o auxílio até mesmo da rainha em suas tarefas domésticas, dormia e trabalhava numa frequência nada cruel e exaustiva, e jantava com as majestades e seus filhos.

Tudo aquilo lhe confundia. Siegfried, conhecendo-a melhor, admirava sua atenção para com seus filhos mais novos e suas conversas reflexivas e engraçadas com a rainha, sua esposa. Curiosa, ficava assustada e interessada em saber os costumes daquele desconhecido povo para ela.

Pegava-a às vezes conversando com seus súditos durante compras e passeios que tinha com a rainha viking. Como se interessava em ouvi-los, e não esboçava nenhuma expressão de nojo ou superioridade, apenas estranheza.

"Sabe, algumas de suas filosofias, costumes e valores são parecidas com as minhas. Concordo com alguns pontos da sabedoria de seus deuses e venho tendo visões que o convento não me permitia enxergar."

"Refleti em Deus várias coisas que aprendi aqui e vi como estava ignorante."Helena dizia em uma das muitas noites em que Siegfried passou a visitá-la em seu recanto de reflexão na cozinha. Era muito hábil com as palavras, tinha um raciocínio e uma vontade de aprender admiráveis e até então, nunca vistos em um cristão que o guerreiro viking já topou.

Eles cresciam juntos ali, durante as conversas na janela e nos passeios ofertados. Não demorou para Helena fazer parte da família real. Sim, era enfim uma mulher liberta da condição submissa que antes se encontrava. Poderia enfim voltar à sua terra, mas seu coração dizia que ali era de fato seu lar. Todos a amava, e pelos cidadãos vikings era respeitada, mas também subjugada. Alguns não concordavam de uma cristã saxã fazer parte do império viking, porém o rei a protegia à qualquer custo de ataques.

No entanto, em um dia de invasão brutal e vingativa dos saxões, ela mostrou sua lealdade e bondade. Após o fim daquele pesadelo, incansavelmente Helena ajudava à todos a se recuperar daquele horror.

Sua aversão à violência deixava-a até ousada, ajudando guerreiros inimigos em seus ferimentos e fugas. Como ele ficou furioso quando descobriu... Mas compreendia a motivação, porquê conhecia o coração de sua irmã.

Guerras sempre entristeciam intensamente a alma de Helena, ela não via a glória e propósito heroico que ele e seus companheiros viam naquela dança de espadas e escudos. Sempre enxergava apenas o outro lado dos conflitos. O lado nada bonito que gritava pela humanidade desses seres. Mas ela precisava saber que seu ato geraria consequências graves a seu novo povo se continuasse. Ela aprendeu duramente a fazer renúncias que não queria, pois, nem sempre as coisas acontecem por escolha.
Assim, Helena conseguia cada vez mais a ganhar o coração de sua nova comunidade. Se tornou a primeira diplomata real, pois Siegfried abraçou as vantagens que teria se tivesse um, bem como seus inimigos. E claro, porquê sabia o quão inteligente e esforçada era sua irmã. Aos poucos ela fazia sua fama de grande diplomata com a ajuda de sua filosofia pacifista e de seu Deus, além de aprender com seu irmão a arte da loucura. Ela precisava às vezes arriscar, ser julgada de louca, mas por ter feito uma incrível ação. O rei ganhou esse título por suas estratégias mirabolantes e arriscadas nos campos de batalha. Estratégias essas que por vezes, resultava em vitórias. Se moldar para ser um grande guerreiro e um grande protetor de seu povo era sua religião. Siegfried era o Louco, Protetor e Astuto rei.
Como Helena discutia com ele sobre esses seus atos imprudentes..."Você parece uma criança teimosa que sobe no teto de sua casa para provar que é capaz de voar."Óbvio, ele era prudente, mas nem sempre prudência estava entre as opções quando estava encurralado.
Ela então foi contra as probabilidades e tinha seus sucessos, afinal, sua determinada atitude de evitar conflitos horrendos era a energia que a impulsionava. Como era fiel às suas verdades... Inteligente, sempre tentando entender as entrelinhas de cada acordo ofertado, de cada palavra das outras majestades que cruzavam o caminho de sua família, e sabiamente dava um jeito de alcançar seus objetivos. Ou, loucamente. Ganhou a admiração de muitos reis, rainhas e diplomatas, porém, também inveja e ódio. Fez seus inimigos, seu trabalho recorria à esses riscos e Siegfried se encontrou ainda mais determinado a protegê-la.
No entanto, um difícil inimigo surgiu e conseguiu deixar sua companheira sob aquela cama imóvel. O general Augustus. Tão inteligente quanto o rei viking, mas ele o subestimou, e isso lhe custou dolorosamente caro. Articulou com seu rei e corte um plano de paz, que Siegfried bem sabia se tratar de um golpe em suas costas. Porém, acreditou que o alvo direto era ele, e esse foi seu terrível erro.

Na celebração do plano, Siegfried não hesitou em se defender e a batalha ali começar. Nunca seria a presa. Mas para seu espanto, o general mirava em sua diplomata. Apesar do esforço de Helena em pôr em prática as táticas de defesa e ataque que aprendeu com o companheiro, foi ainda sim, derrotada, sem ao menos consegui o reforço que Siegfried pretendia lhe dar. Tudo foi tão rápido... Ele não sabia como chegou até ela e como tentou estancar o sangramento. O mundo estava devagar e ruindo perante o viking.
Ela se foi dando-lhe um beijo na testa e um leve e sincero sorriso.
Agora, ele estava ali, tentando engolir aquela cruel verdade de que sua irmã foi morta. Augustus viu o que todos em sua arrogância não queriam ver, uma mulher poderosa, capaz de esmagá-los ao lado de reis e guerreiros notáveis. Ao lado dos temíveis vikings, e tratou de derrubar a rainha daquele xadrez. Conseguiu enfraquecer o imparável e louco Siegfried.

Era estranho para ele ver não só a sua comunidade, como muitas outras distintas, prestar homenagens à sua irmã."Você é arrebatadora, Helena."Dizia Siegfried brincando a ela por conquistar a simpatia de famílias nobres e mais pobres, que acreditavam em Deus ou em Odin. De guerreiros a pacificadores. Ela foi uma heroína, de um jeito diferente que costumava definir. Ela foi e ainda é. Como também ainda era sua irmã e sua conselheira. Sempre seria. E sonhava que o Céu não fosse tão longe de Valhalla.

15. März 2023 15:30:45 2 Bericht Einbetten Follow einer Story
4
Das Ende

Über den Autor

Lyne Gomes Amante de livros, sorvete e girassois^^ Uma jovem nordestina de cidade pequena que sonha grande. Um tanto estranha, atrapalhada, insegura e esperançosa, e é nas palavras que ela lida melhor com tudo isso. 🎩🫖 •●.°

Kommentiere etwas

Post!
Bisher keine Kommentare. Sei der Erste, der etwas sagt!
~