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Os primos Jimin e Taehyung — ambos com 13 anos de idade — viviam em uma fazenda no interior de Daegu, onde a avó deles morava. Tinham uma vida simples e pacata, com toda aquela calmaria do interior. Até que, um belo dia, enquanto cuidavam das flores do lindo campo como faziam toda tarde, um barulho estranho vindo do meio da floresta acaba chamando atenção dos meninos. A floresta do bairro não era muito visitada, já que várias lendas rondavam aquele local, o que mantinha as pessoas afastadas. Porém, Chim e TaeTae eram muito curiosos e resolveram ir atrás do misterioso barulho e das luzes estranhas da floresta, apenas para encontrar dois animais mágicos nunca vistos antes: um coelho, que dizia ser uma fada, e um gato com chapéu de bruxa.


Fan-Fiction Bands/Sänger Alles öffentlich.

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Tem um coelho-fada e um gato-bruxo na floresta!

Escrito por: @mindokyu


Notas iniciais:

Oie, amorezinhos da Mari! Tudo bom com vocês?
Mais uma fanfic com esses dois projetos incríveis @2minproject e @SnowTK, que eu tenho o maior orgulho de fazer parte.
Espero que gostem dessa fofurinha que escrevi com todo o carinho!

Segue uma pastinha que fiz no Pinterest para ajudá-los a imaginar todos os cenários que eu descrevi nessa história. (link https://pin.it/2q7ndal no comentário)

Muito obrigada a @Im_Sky_ por ter betado mais uma fanfic minha, é sempre um baita aprendizado com você, meu amor! Muito obrigada a @jjkgirlll pela capa linda, ficou muito melhor do que eu algum dia pude imaginar.
Obrigada, de coração!

Boa leitura!


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Era uma vez um menino, quer dizer… Era uma vez dois meninos que moravam em Daegu, na casa da avó. Eles eram primos inseparáveis, visto que nasceram no mesmo ano, então, acabaram crescendo juntos. As mães de ambos fizeram questão de mantê-los sempre por perto. Sim, Kim Taehyung e Park Jimin eram primos inseparáveis.

Assim que fizeram 10 anos de idade — já eram praticamente adolescentes, entendam — tiveram a oportunidade de se mudarem para a fazenda da avó Kim, a favorita dos dois. A escola nova era uma das coisas que mais trazia anseio para os primos, que não viam a hora de conhecerem os novos amiguinhos.

Park Jimin era o mais “velho” dos dois, se é que podemos falar que 2 meses de diferença daria-o esse cargo, mas ele gostava de forçar Taehyung a chamá-lo de hyung sempre que possível. Jimin, mais conhecido por Chim, era o mais baixo dos dois, com os cabelos castanhos claros, bem puxados para o loiro, e bochechas grandes e apertáveis. Um adendo aqui: TaeTae amava apertar essas bochechas fofas. Jimin era praticamente um solzinho de tão alegre que era, sempre convidando Taehyung para fazer as brincadeiras mais loucas que a sua fértil imaginação o dava.

— TaeTae, vamos construir uma mansão com terra e água? — disse Jimin em um belo dia de verão.

Claro que seu primo aceitou na hora e a diversão foi garantida.

Kim Taehyung era mais quieto e, como já sabemos, o mais “novo” dos dois, mas ele amava irritar seu hyung fofo e teimar em não chamá-lo pelo honorífico que o outro tanto gostava de ouvir. Com os cabelos bem escuros e sorriso largo e quadrado, era o popular da escola e tinha muitos amigos, mas a sua preferência sempre era Jimin e suas ideias maluquinhas.

— Jimin-ssi, escuta uma coisa aqui — disse Taehyung um dia, sendo completamente ignorado pelo outro, que só fingiu não o ouvir de jeito algum. — Jimin-ah! — gritou.

— Aigo, quem será que está falando? — resmungou Jimin, irônico que só ele.

Jimiiiiinnn-ssiiiiii! — berrou taeTae, bem ao lado do pequeno hyung.

— Não. Estou. Ouvindo! — Jimin cruzou os braços e continuou a ignorar seu primo, que já estava perdendo a paciência.

O bico nos lábios de Taehyung seria adorável se não fosse trágico, as lágrimas estavam quase saltando os olhos. Ele queria tanto mostrar ao seu hyung favorito a flor que achou no jardim.

— Eu não quero te chamar de hyung, hyung! — falou bravo, segurando a florzinha que tinha em mãos ainda mais apertado.

— Ahá! Você acabou de me chamar de hyung, babo! — Jimin ria alto, apontando para a cara do primo como se fosse a coisa mais engraçada do mundo.

— Não tem graça, Chim! — resmungou Taehyung, segurando-se para não rir junto. A risada de Jimin era contagiante.

E assim iam passando-se os dias e meses. A vida dos primos era pacata e alegre, como toda vida no campo deveria ser. Jimin e Taehyung amavam morar no interior, onde o sol brilhava mais forte, a água dos rios eram mais claras e toda a alegria do mundo era facilmente encontrada.

-x-

Três anos se passaram num piscar de olhos de tão rápido, os meninos nem sequer viram como o tempo passou tão rápido. Agora, com 13 anos de idade, estavam bem maiores e as brincadeiras de antes já não eram tão legais assim. Fazer castelos de areia e terra já não os agradavam mais, fazer uma massinha com farinha e tacar um no outro também não.

Park Jimin e Kim Taehyung estavam naquela famosa fase do “nem tão criança, mas não tão adolescente”. Era, sim, uma fase complicada e era por esse motivo que os dois meninos estavam largados um em cada cama do quarto que dividiam, sem ter o que fazer. Taehyung não aguentava mais passar de canal e não achar nada para assistir. Jimin, por outro lado, mordia a ponta do dedo, provavelmente tendo mais uma ideia maluca. Ele sempre era o mais criativo dos dois, o que tinha as ideias mais mirabolantes do mundo todo.

E lá estava ela, a criatividade ativada pelo tédio puro.

Esse era Park Jimin.

— TaeTae! Eu tive uma puta ideia! — disse Jimin, diminuindo a voz e colocando a mão na boca, não querendo que sua avó escutasse que falou um palavrão. — Eu tive uma ideia para sairmos de casa um pouco!

— Mas, Chim, não tem nada de legal para fazer aqui! — Taehyung estava em uma posição um tanto quanto desconfortável, as pernas na parede, perto da janela, a cabeça pendida para fora da cama. Ele enxergava Jimin de ponta cabeça, era engraçado.

— A ideia que eu tive é demais, acredite em mim.

— Eu sempre acredito em você, meu docinho de feijão.

— Tae, você odeia feijão doce — disse Jimin, a voz saindo monótona, a feição era puro deboche.

— Detalhes.

Cansado de esperar Taehyung se animar, o menino que vestia um macacão jeans claro pulou com tudo na cama em que seu primo estava deitado.

— Vai me ouvir ou não?

— E tem outra escolha? — perguntou Taehyung, desvirando-se na cama e sentando corretamente, prestando atenção em Jimin. — Vai, manda!

Jimin se animou com seu querido primo lhe dando atenção. Ele teve essa ideia quando estava na escola no dia anterior, na aula de História. A professora deles contava alguns mitos e lendas que rondavam por toda Daegu, coisas que ninguém sabia se eram verdade ou não, mas que fez Jimin ficar mais do que curiosos, muito curioso para saber se eram verdades.

— Você lembra da aula de História de ontem, Tae?

— Eu mal me lembro o que eu comi hoje, Chim, imagina o que a Sra. Choi passou ontem — disse Taehyung, um bico formando-se nos lábios. Não queria acreditar que Jimin ia falar pra que fizessem lição de casa, não era possível. — Eu me recuso a fazer lição de casa, Jimin-ah!

Yah! Me escuta, menino teimoso! — gritou Jimin, fazendo o bico nos lábios de Taehyung aumentar ainda mais.

— Tá, desculpa, hyung — pediu Tae, ficando quietinho, juntando as mãos na frente do corpo, os lábios fechadinhos, sem deixar entrar uma mosca sequer.

— Ótimo! Agora vamos lá — disse Jimin, abrindo um sorriso sapeca. — Ontem, na aula da História, a professora nos contou algumas lendas que se passavam em Daegu.

— Mas são lendas, tudo mentira — retrucou Taehyung, esquecendo-se da promessa que fizera há pouco de ficar quieto.

— Eu juro que vou te bater — bradou Jimin. Taehyung levou a mão a boca, fazendo um sinal de “zip”. — Como eu estava dizendo… As lendas! Ela contou algumas, umas três, mas teve uma em especial que me chamou atenção.

— Qual? — quis saber Taehyung, a curiosidade de criança que ainda tinha em si começando a aflorar.

— A da floresta! — disse Jimin, glorioso.

— A floresta que tem perto aqui da fazenda? — perguntou Taehyung, começando a entender aonde Jimin queria chegar, os olhos se arregalando em realização.

— Sim, a própria! — disse Jimin, sorrindo ainda mais, sabendo que conseguiu aguçar a curiosidade do primo. — A Sra. Choi disse que ela é mágica, que nela habitam muitos animais encantados e flores mágicas, TaeTae! Imagina a gente encontrando as coisas mágicas!

Então essa era a ideia maluca de Jimin: ir até a floresta encantada!

— Você quer ir lá? — perguntou Taehyung, um pequeno medo mordendo a boca de seu estômago.

— E você não quer? — rebateu Jimin.

— Mas e se… E se for perigoso? E se as coisas mágicas forem do mal? — Por mais incrível que a ideia fosse, TaeTae estava com medo. Ele só tinha 13 anos, oras! Não queria morrer por flores mágicas com 13 anos de idade!

— É magia, Tae! Não vai ter nada do mau, eu te juro.

— De dedinho? — perguntou Taehyung, um bico grande nos lábios. Ele confiava em Jimin mais do que tudo nesse mundinho todo. Se seu primo jurasse de dedinho que daria certo, Taehyung iria com ele para a floresta.

— De dedinho, TaeTae!

E assim, com os dedinhos mindinhos juntinhos, a floresta encantada de Daegu os esperava.

-x-

As patinhas pequenas do coelho acinzentado corriam mais do que pensava ser possível. Os olhos, arregalados pela adrenalina, eram de uma cor rosa vibrante. As pequenas asas de fada que tinha atrás de seu corpo agitavam-se com o vento pela velocidade que corria. Em seus dentinhos avantajados segurava uma flor. Afinal, esta era a causa de tudo, a flor que acabara de roubar do gato mau humorado, que só queria tirar um cochilo debaixo da pedra de esmeralda.

— Se eu te pegar, Jeongguk, eu te quebro na porrada! — dizia o gato de cor branca e olhos castanhos, correndo atrás do coelho. Claro que ele nem se esforçava muito, estava deveras cansado e só queria aproveitar o tempo livre. E também é sabido por todos que coelho corre muito mais rápido do que um simples gato.

“Nem tão simples assim, use seus poderes de bruxo”, dizia uma voz em sua mente. Mas, a preguiça era muito maior e assim nada fez, parou de correr aos poucos, perdendo o coelho de vista. Achou um tronco convidativo o suficiente para fincar suas unhas, dar uma afiada nelas e se espreguiçar.

Yoongi estava com sono, nem ronronar ele conseguiu de tão cansado que estava. Deixaria para lidar com Jeongguk outra hora.

[...]

O pequeno coelho, não vendo que seu amigo de longa data parou de correr, continuou com toda a velocidade. Acabou por chegar em uma área da floresta desconhecida por si, os olhos cor de rosa observando cada pequeno detalhe.

Sabia muito bem que morava na floresta encantada, oras, ele era um coelho-fada e ele falava! Não tem como ser mais mágico do que isso, tem? Mas, especificamente nessa área, parecia que a magia se fazia mais presente ainda. Os troncos das árvores eram mais altos e densos, o chão tinha uma cor rubra, escura demais, e não se parecia nada com o caminho verde que as folhas criavam onde ele morava. Estranho, Jeongguk achou tudo aquilo muito estranho. Olhou para trás, não vendo seu hyung preguiçoso junto consigo, estava sozinho em um lugar desconhecido. As orelhas, que antes eram altas e ágeis, caíram como folhas de outono; os olhos antes confiantes e sapecas, agora se enchiam de lágrimas.

— Hyung? Cadê… Cadê você? — perguntou Jeongguk, a fina voz saiu trêmula pelo medo.

Olhou mais uma vez ao redor, reparando que, apesar do ar tenebroso que o lugar tinha, ao olhar para cima podia ver flores e mais flores coloridas, coisa que nunca vira antes. Elas eram de todas as cores, rosas e roxas de um lado, verdes e amarelas de outro, até mesmo azuis e vermelhas. Algumas borboletas, igualmente coloridas, voavam por entre as flores. Jeongguk estranhou, franzindo o pequeno nariz de coelho em confusão. Não era possível ver borboletas voando ao cair da noite, era?

— Uau! — suspirou o pequeno coelho, desenrolando as orelhas, deixando-as subir um pouco. Só um pouco, afinal, ainda estava com medo. Aquele lugar era estranho e encantador ao mesmo tempo, um mix de sensações instalando-se no pequeno corpo do coelho.

Um estalar de galhos pôde ser ouvido, assustando o bichinho, que se escondeu na primeira pedra que vira, com coração acelerado e tudo mais.

— É… É me-melhor eu voltar e pro-procurar meu hyung — disse para si mesmo, dando pequenos passos para trás, observando mais uma vez o lugar que fora parar sem querer.

Que parte estranha era aquela da floresta?

-x-

Taehyung e Jimin acordaram cedo naquele dia, o tão esperado dia, como dizia Jimin. Marcaram no calendário e tudo, de tão animado que estavam. Tomaram um café da manhã reforçado que a avó de ambos fizera logo que acordaram, precisariam de muita energia para o dia que estava começando.

— Eu amo o seu bolo de chocolate, vovó! — disse Taehyung, terminando de mastigar o pedaço que colocou na boca. Nessas horas ele se sentia uma criança, daquelas bem pequeninas, não um quase adulto, como já achava que era. O bolo de sua avó fazia qualquer um sentir-se criança.

— Está muito bom, halmeoni! — Era Jimin quem falava com a boca cheia, tomando um gole do seu leite com chocolate.

Com a quantidade de doce que estavam ingerindo, dificilmente ficariam sem energia.

Correram para terminar todo o café da manhã, queriam ficar prontos logo e sair para a grande aventura na floresta. Não tinham explicado exatamente o que iriam fazer para a avó, pensavam que se contassem qualquer coisa para a mulher mais velha, ela não os deixaria fazer nada. Provavelmente acharia muito perigoso e os manteriam em casa. Então, ao se levantarem da mesa, escutaram a senhora perguntar:

— Para onde vão com tanta pressa, meus amores?

— Nós vamos brincar no parque no final da rua — respondeu Jimin, tentando ao máximo deixar seu rosto sereno para não levantar suspeitas. Taehyung estava mordendo os lábios e apertando os dedos de nervoso, ele não conseguiria segurar a mentira, então Jimin achou melhor que ele próprio lidasse com a situação.

— Nossa, tão longe assim? Mas por quê? — perguntou a senhora, desconfiada.

— Porque lá é mais legal, vovó! — respondeu Jimin, fazendo um bico manhoso com os lábios. Teria que jogar todo seu charme para a avó ceder e não fazer mais perguntas. — E nem é tão longe, é literalmente no fim da rua.

— Mas isso não é motivo, meu amor. Vocês podem muito bem brincar aqui, no quintal. — A senhora olhava sério para os meninos. Taehyung não movia um músculo sequer e decidiu que seria melhor contar os pisos de madeira do chão do que olhar para a avó.

— Vovó, por favorzinho, a gente quer muito brincar lá. — juntou as mãozinhas na frente do corpo, em sinal de “por favorzinho do Jimin”. Park Jimin era o menino mais fofo de Daegu todinha e era nessas horas que ele tinha que provar esse título.

— Vocês prometem tomar cuidado — disse a mulher, começando a ceder.

— Prometemos! — responderam os dois, Taehyung tirando os olhos do chão depois de tanto tempo, abrindo um sorriso. Não conseguia acreditar que Park Jimin tinha conseguido mais uma vez.

— E que não vão entrar na floresta.

O silêncio reinou na pequena cozinha, a senhora olhava com desconfiança para os dois.

— Sim, vó! Prometemos! — Apenas Jimin respondeu e percebendo o ato falho, Taehyung assustou-se e falou:

— Sim, vovó! Nós pro-prometemos! — disse TaeTae, rezando para não ser pego na mentira.

Odiavam mentir para a sua avó, mas não queriam desistir de entrar na floresta, queriam saber se tudo o que a professora de história falou era verdade. Teriam que quebrar uma promessa pela primeira vez na vida.

— Tá, eu acredito em vocês!

— Obrigada, vovó! — disseram juntos, erguendo os braços para abraçar a avó.

Subiram os degraus, dois por vez, a ansiedade de sair de casa correndo era gigante e tomavam conta dos dois meninos. Escolheram cuidadosamente a roupa que usariam, precisavam prestar atenção até mesmo nisso. Era uma floresta, oras, não tinham como ir de shorts. Taehyung escolheu uma de suas milhares de jardineira jeans e uma camiseta preta. A jardineira ia até seus calcanhares e, por mais que tivesse alguns rasgos no joelho, não seria impróprio para o que estavam prestes a fazer. Jimin escolheu uma calça jeans, também clara e larga, pegou uma de suas camisas de flanela xadrez, jogando-a por cima da camiseta branca que vestia.

Estavam prontos para começar a aventura.

[...]

Depois de andarem por alguns minutos chegaram ao parque no final da rua. Decidiram para um pouco e se sentar no balanço que tinha ali, um dos lugares favorito dos dois. Sempre que saíam da escola mais cedo, paravam ali para conversar entre si e com seus colegas. Cada um tinha uma mochila nos ombros, que prepararam em caso de emergência.

— Pegou a blusa de frio, TaeTae? — perguntou Jimin, sendo sempre o mais cauteloso dos dois. Taehyung tinha fama de avoado e seu primo sabia bem disso.

— Peguei sim, Chim. E também peguei o pacote de bolachas, caso a fome bater — respondeu Taehyung, abrindo um largo sorriso. Estava, finalmente, ficando animado de verdade para entrar na floresta e descobrir seus segredos. A curiosidade começava a crescer, deixando o medo cada vez menor.

— Ótimo, então acho que estamos prontos para ir — disse Jimin, levantando do balanço e pulando animadamente.

— Vamos! — Taehyung não conseguia tirar o sorriso do rosto.

Estavam ansiosos para saber o que iria encontrar na floresta encantada.

-x-

O chapéu de bruxo que levava consigo caía de sua cabeça, deixando Yoongi irritado. Ele gostava de exibir a aquisição que conseguiu do Chefe dos Magos sempre que podia, e hoje era um desses dias.

— Por que raios você gosta de andar com esse chapéu, Yoongi? — perguntou o coelho. Jeongguk e Yoongi eram amigos inseparáveis, mesmo com suas diferenças. Eles moravam juntos em uma caverna no meio da floresta e adoravam caçar as frutinhas que a mesma dava-os para encher a barriguinha de comida saudável.

— Pelo mesmo motivo que você anda com suas asas de fada. — respondeu Yoongi.

— Mas eu sou uma fada! Eu tenho que andar com elas, ou melhor, voar com elas.

— E eu sou um bruxo, quero andar com meu chapéu de bruxo e pare de me encher o saco. — Yoongi se espreguiçou, caminhando pela caverna enquanto falava com o mais novo. — E você não voa, não comece a inventar.

— Eu ainda não voo. Estou treinando para isso.

Min Yoongi não queria entrar na discussão que Jeongguk não iria voar, suas asas não aguentariam seu corpinho de coelho.

— Tá, tá. Vamos falar do que interessa — disse Yoongi, ajeitando mais uma vez o chapéu em sua cabeça. — O que vamos fazer hoje?

O coelho abriu um sorriso, tendo uma ideia genial para mudar a rotina dos dois.

— Lembra aquele dia que eu saí correndo porque você queria me bater?

— Qual dia? Tem tantos dias assim.

— O dia da flor.

— Ah, sim, claro. O dia que você praticamente roubou a minha flor que eu encantei!

— Ela era deliciosa e eu queria para mim! — rebateu Jeongguk.

— Exatamente, ela era minha! — O gato começou a perder a paciência novamente, respirando fundo para retomar a pouca calma que habitava seu ser. — Continue com sua ideia, coelho pirralhento.

— Então… naquele dia eu corri muito forte! — disse Jeongguk, começando a pular de um lado para o outro, imitando como correra das garras de Yoongi. — E acabei indo parar em um lugar que eu nunca vi.

— Um lugar que nunca viu? Mas era na floresta?

— Sim! E parecia mais encantada do que onde estamos, Min! — comentou Jeongguk, os olhinhos brilhando só de lembrar das flores coloridas e das borboletas que vira.

— Como assim? — questionou o gato, ganhando interesse na ideia do mais novo.

— As árvores não eram apenas verde como aqui, elas eram coloridas, hyung! — O coelho gesticulava com as pequenas patas, ficando cada vez mais animado. — Elas eram de todas as cores, hyung!

— Todas?

— Sim, todas! Rosa e azuis e amarelas! E as borboletas… Todas eram coloridas. O chão era vermelho, eu nunca vi nada igual.

Yoongi nunca admitiria, mas amava ver o pequeno animado assim, ele ficava ainda mais fofo quando ficava feliz e empolgado. Cuidava de Jeongguk desde que o achou na floresta, pequeno, praticamente recém nascido. Ele estava perdido, o coelho, e assim que viu Yoongi se aproximar, grudou que nem um carrapato. Yoongi jurou que cuidaria dele pela vida toda.

Até mesmo quando o segredo que ambos guardam tornasse realidade.

— E deixa eu adivinhar, você quer ir lá — concluiu Yoongi, segurando o sorriso na pequena boca de gato.

— Sim, hyung, sim!

Min Yoongi cederia sempre, só para ver a alegria nos olhos que carregavam o mundo todo de felicidade.

-x-

A entrada da floresta era como qualquer outra, árvores medianas e de folhas verdinhas. O sol conseguia adentrar por entre as árvores, deixando a sombra das duas crianças bem marcadas no chão. Taehyung amava ver como a sua própria sombra ficava junto com a do amigo e toda a vegetação em volta de si.

Quanto mais adentravam a floresta, mais empolgados ficavam.

— Você sabe que horas são, Chim? — perguntou Taehyung, assim que sentiu seu estômago dar sinal de vida. A fome começava a fazer-se presente.

— Não sei, Tae. Deixa eu olhar no meu celular. — Por mais crianças que fosse, Jimin tinha um celular, velhinho, daqueles que só mandam mensagem, para poder falar com sua mãe em Seul. Taehyung, por sua vez, não possuía nenhum, seus pais não ligavam tanto assim para o menino, as poucas vezes que se falavam foram pelo telefone fixo da casa da avó. — São quase uma da tarde, Tae!

— Uau, por isso minha barriguinha está faminta — respondeu o mais novo, passando a mão pela barriga. — Acho que a gente já pode comer alguma coisa, né?

Jimin, que prestava atenção no caminho em que faziam, apenas acenou com a cabeça.

— Vamos só achar algum lugar mais fresquinho para parar, tá?

— Okay, mas vamos rápido que eu tô com fome! — Taehyung bateu o pé na terra da trilha, fazendo um bico com os lábios.

— Aish, para de ser manhoso. Prometo que assim que acharmos um lugar melhor, comemos as bolachas.

Os passos ainda estava animados, a conversa dos dois meninos nunca cessava, não fazia muito tempo que ambos estavam andando e, sendo assim, o cansaço ainda não tinha se feito presente. Jimin apontava para algumas espécies de plantas, enquanto Taehyung olhava alguns insetos que nunca vira na vida. O motivo de sair de casa e vir para a floresta era provar se a mesma era encantada de verdade, mas a diversão por estar em um lugar diferente já era garantida.

Depois de mais uma hora andando chegaram a uma pedra, bem maior do que as outras que tinham visto pela floresta, e decidiram se sentar para finalmente comer alguma coisa.

Jimin tinha munido sua mochila de sucos, pães e bolachas, uma escolha nada saudável feita pelos dois meninos.

— TaeTae, a halmeoni não ia gostar nada de ver o que a gente está comendo — disse Jimin, dando a primeira mordida no pão, o suco pronto para ser bebido em seguida. Os cabelos castanhos claros caiam por seus olhos enquanto falava. — Ela não ia ficar nada feliz — continuou de boca cheia.

— Mas, Chim, ela não ia gostar de nada do que estamos fazendo! — O sorriso, que antes adornava seu belo rosto infantil, sumira. Lembrar que estavam desobedecendo a avó era um motivo de muita preocupação. Taehyung e Jimin nunca fizeram isso antes.

— Pensa que vai valer a pena, Tae! — Jimin largou a comida que tinha em mãos para segurar fortemente as mãos de seu primo. — Eu juro que vai valer a pena.

— E se ela brigar muito? — choramingou Taehyung. O Kim olhava ao redor, tentando achar de alguma forma toda a animação que tinha dentro de si durante toda a manhã e quando concordou em fazer essa loucura.

— Ela não vai brigar!

— Eu não quero ficar sem bolo de chocolate! — chorou mais um pouco, o menino de cabelos mais escuros.

— Taehyung, pelo amor de Deus, não vamos ficar sem bolo. — brincou Jimin, puxando seu primo para um abraço apertado. — No máximo… Vamos ter que fazer o dobro de lição.

— E não brincar de bola?

— Isso, e não brincar de bola! — Jimin passou o polegar perto dos olhos de Taehyung, coletando as lágrimas que queriam começar a cair.

— E nem de carrinho — continuou Taehyung, fazendo mais um bico fofo.

— Provavelmente nem de carrinho — disse Jimin, terminando de comer o pão que ainda estava em seu colo.

Não queria ver seu primo triste, concordaram em fazer essa aventura para deixar o dia de ambos mais alegre. Então, com o olhar mais determinado de todos, disse:

— E vai valer a pena, esse dia vai ser inesquecível, Tae.

[...]

De buchinho cheio, conseguiram aproveitar mais tudo o que a floresta tinha de bom. Desde a cachoeira até o cipó pendurado nas árvores — que começavam a ficar maiores e densas — eles achavam graça em todo canto. Risos e mais risos eram ecoados pela floresta, os dois primos correndo e brincando.

E com isso o tempo foi passando, passando, até que o sol começou a se pôr, e algo muito chato aconteceu.

Kim Taehyung é fascinado em bolachas de chocolate — tudo o que envolve chocolate, na verdade. Kim Taehyung ama muito, tanto que até mesmo entrar em uma briga com Jimin ele seria capaz. Exatamente o que acontecia entre os dois, assim que chegaram perto de uma ponte, que não esperavam encontrar.

— Eu não acredito que você não vai me deixar comer a última bolacha! — berrou Taehyung, pulando o máximo que podia em cima de Jimin, tentando arrancar o biscoito achocolatado de sua mãozinha.

— Yah! Kim Taehyung, ela é minha! — berrou Jimin, esquivando-se cada vez com mais dificuldade das garras do outro. Taehyung perdia as estribeiras quando o assunto era doce.

— Não, de jeito nenhum, mas não mesmo! Eu sempre como a última bolacha!

— Mas eu quero essa!

Jimin escondeu a bolacha no bolso da calça jeans que vestia, andando para cada vez mais perto da ponte.

— Mas eu também quero, Chim! — Taehyung avançava cada vez mais na direção do menino, tentando alcançar inutilmente o doce.

— Então, vem pegar!

Sem nem esperar um segundo, Jimin saiu correndo, passando pela ponte e entrando no outro lado da floresta, onde as árvores eram realmente muito mais altas. Não que na correria ele tivesse percebido isso, claro que não, muito menos Taehyung, que saiu em disparada quando percebeu que teria que, literalmente, correr para conseguir comer a bolacha que tanto amava. Jimin corria e olhava por cima de seus ombros, Taehyung logo atrás, praticamente colado no mais baixo. Se ele não se apressasse, com certeza perderia essa brincadeira. Taehyung, por sua vez, corria com toda a rapidez que aprendeu na escola, o sorriso sapeca não saindo de seu rosto, da mesma forma que Jimin.

De repente, Park faz uma virada brusca para direita e Taehyung não percebe, passando reto no exato momento que deveria ter virado.

Oh, que merda!

Taehyung arregalou os olhos, parando de correr, colocando as mãos no joelhos e respirando fundo.

— Jimin! — gritou bem alto, os pulmões faltando-lhe o ar de tanto que correra. Nada veio em resposta. — Park Jimin! — gritou novamente.

E só então olhou ao redor, percebendo que a floresta em que estava era muito diferente da outra. As árvores não eram apenas verdes, elas eram coloridas, como nenhuma outra retratada nos livros da escola. O chão era de um vermelho escuro como sangue. Taehyung deixou escapar um gritinho quando percebeu tal fato. Será que ele iria morrer ali, sem Jimin, ainda por cima?

— Onde eu estou? — falou para si mesmo, as mãos começavam a tremer de medo. Ele pressentiu que seria uma péssima ideia desrespeitar sua avó.

Tentou procurar entre os galhos mais perto de si, não era possível que em uma pequena curva feita errada ele poderia perder-se de Jimin, não era possível! Passava as mãos pelas folhagens azuis e amarelas, flores rosas e laranjas. Assim que afastou um galho para o lado muitas borboletas levantaram vôo, fazendo o pequeno cair no chão de susto. Taehyung se encolheu, começando a chorar de medo.

— Jimin, por favor, aparece! E-eu… Eu não gosto dessa brincadeira. — Não tinha mais forças para gritar, mas tentava falar o mais alto que podia. As lágrimas eram tantas que banhavam seu rosto por completo, embargando sua voz. — Chim, por favor!

Quando ia soltar mais um grito de socorro, ouviu uma voz fina, bem fina, falar perto de sua orelha.

— Quem é Chim? — perguntou.

E mais uma vez assustou-se, saltando da posição que estava e se sentando com os joelhos dobrados no peito.

— Q-quem… Quem está aqui? — disse Taehyung, a voz saía trêmula, os olhos procurando atentamente quem dissera aquilo.

— Eu! Olha aqui! — disse mais uma vez a voz.

Na visão periférica, bem no seu canto direito, pode ver um vulto cinza, pulando para cima e para baixo. Era um coelho.

Um coelho com asas de fada e falante.

— Vo-você… Você é um coelho? — perguntou incrédulo, apontando para o pequeno coelho como se ele fosse uma aberração.

— Claro, sou um coelho-fada. E você, o que é, coisa estranha? — perguntou o ser peludinho, enrugando o nariz, ficando bravo. Estava tentando ajudar aquele ser e ele já vinha sendo grosso.

— E-eu… Eu sou um humano, oras! Um menino.

Os olhinhos rosas do coelho se abriram ainda mais em surpresa. Era a primeira vez que ele via um humano. Meu Deus, Yoongi ia pirar!

— Você é um humano de verdade? — O coelho pulava de alegria para cima e para baixo. — Eu sempre… Eu sempre quis conhecer um humano!

— Sim! Eu sou um humano.

— Qual seu nome? Você tem nome?

— Claro que tenho nome, coelho. Me chamo Kim Taehyung — disse Tae, estendendo a mão para o coelho. — Você tem nome, coelho-fada?

— Sim, meu chamo Jeongguk. Jeon Jeongguk. — Jeongguk esticou uma pata, encostando na mão esticada do outro, achando muito estranho aquilo. Sentiu o menino balançar sua mão para cima e para baixo, que menino engraçado.

— Mas olha, tem até sobrenome! — disse Taehyung, surpreso com a nova informação. Jimin não iria acreditar no que ele tinha achado.

— Claro que sim, pensa que somos o que, rapaz! Tenho família — retrucou Jeongguk, ficando bravinho mais uma vez.

— Mas você tá bravo? — zombou o menino, percebendo como o pequeno animal era esquentadinho.

— Eu tô, oras! Você fica aí me tirando.

— “Me tirando” — imitou Taehyung, rindo da cara de bravo do coelho.

— Para, Kim Taehyung humano de…

— De o quê?

— De onde você é?

— Ah, eu sou de Daegu — respondeu Taehyung, começando a sentir-se mais à vontade, tirando os joelhos que antes estavam grudados em seu peito. Sentou-se de frente para o coelho, que batia agitadamente os pés no chão vermelho.

— E onde é Daegu? — perguntou o coelho, curioso.

— Ué… É aqui, essa floresta fica em Daegu.

— A floresta encantada?

— Sim, a floresta encantada!

— Uau, eu nem sabia que eu também morava em Daegu. — Jeongguk riu baixinho, observando mais uma vez o humano em sua frente — Taehyung, me responde uma coisa. Por que você estava chorando?

E como se, de repente, lembrasse do porquê estava ali, o sorriso sumiu da face do menino.

— E-eu… Eu estava com meu primo e acabei me perdendo dele. Estou com muito medo de não encontrá-lo. Eu… Eu não conheço nada aqui.

— Mas eu conheço, posso te ajudar!

— Vo-você me ajudaria? — Taehyung ficou de pé, animado com o novo amigo coelho que fez, que ainda por cima iria lhe ajudar.

— Claro! Vamos voltar pelo caminho que você fez e aí a gente tenta achá-lo.

— E no caminho você me conta como que um coelho pode ser uma fada? — perguntou Taehyung, começando a andar na direção que lembrava ter chegado na floresta.

— Claro, claro. Vamos andando que logo mais anoitece.

— Muito obrigado, seu coelho fada.

— Muito de nada, seu humano… humano.

-x-

De todas as merdas que poderiam ter acontecido com Park Jimin, a pior delas era perder-se de Kim Taehyung. E, pior ainda, perder-se do menino em uma floresta que ambos não conheciam.

— Merda, merda, merda, merda… — dizia Jimin, quase como um mantra de desespero. Ele estava tão cego pelo medo que nem sequer percebeu que a floresta que estava era completamente outra, como se naquela maldita viradinha errada, apenas para pregar uma peça em Taehyung, ele tivesse entrado em outra dimensão. Jimin andava de um lado para o outro, mas rodava em círculos, sempre caindo no mesmo lugar, o mesmo lugar que não tinha Taehyung.

— Pelo amor de Deus, Tae, aparece! Eu te dou a bolacha, merda, eu te dou quantas bolachas você quiser.

Com os olhos cheios de lágrimas e desespero, não percebeu o que tinha bem ao seus pés e acabou tropeçando, dando de cara no chão avermelhado.

— Porra, mas que merda é essa? — disse uma voz, vinda quase exatamente debaixo de Jimin.

Num pulo, o menino se levantou do chão, procurando de onde vinha a voz de boca suja. Quanto palavrão!

— Quem… Quem está falando tudo isso de palavra feia? — Por algum motivo olhava para cima, como se a voz estivesse vindo do céu. Achou patético, então, sentiu garras finas como as de um gato fincarem em sua perna, que mesmo por cima da calça grossa doeu para caramba.

— Eu aqui, seu merdinha! — disse o gato.

O quê? O gato estava falando?

— Mas que… Mas... um gato que fala! — gritou Jimin, levando as mãos à boca, espantado com o gato de pelagem branquinha que falava. Ele falava!

— Eu falo, eu xingo e no momento estava dormindo quando, do nada, levo um chute com você caindo em cima de mim! — Jimin não sabia que era possível um gato berrar, mas aquele gato estava berrando e seus olhos não acreditavam nisso.

— M-mil desculpas, senhor gato… Gato de chapéu de bruxa? Mas quê?

— Gato-bruxo, eu mesmo, por que o espanto? — perguntou o gato.

— Eu nunca vi… Eu nunca… Meu Deus eu estou ficando louco! — Jimin levou as mãos aos cabelos, puxando os fios castanhos claros.

— Para de frescura, menino… Menino, humano?

— O quê?

— Você é humano?

— Sim, eu sou humano! O que você esperava que eu fosse?

— E eu sei lá, porra. Nunca vi um humano antes.

Se Jimin contasse para alguém que achou no meio de uma floresta toda colorida um gato com cara de poucos amigos e que falava palavrão, além do fato de que o mesmo era um bruxo, ninguém nunca acreditaria em si. Eles com certeza levariam Jimin para se tratar.

— E eu nunca vi um gato que fala antes.

— Gato-bruxo, já disse — rebateu o gato. — Mas, pode me chamar de Yoongi, esse é meu nome.

— Você tem um nome? — berrou Jimin, espantado. O gato, por outro lado, só olhava-o com desdém.

— Claro que tenho, assim como você também deve ter. Qual é o seu?

— O meu é Jimin… Park Jimin.

— E o que o senhor, que ama chutar gatos, estava fazendo na floresta encantada?

— Eu não amo… O que disse?

— Que ama chutar gatos.

— Não, não, bocó, depois disso.

— Na floresta encantada?

— Puta que pariu, a floresta é realmente encantada? — berrou ainda mais alto o menino, só então realmente parando para olhar em volta. As árvores grandes e de folhas coloridas, os pássaros e borboletas que seguiam as mesmas cores. Então, era assim que era a floresta encantada de Daegu.

— Como você grita, por Deus — resmungou Yoongi, revirando os olhos. — Bom, foi um desprazer imenso te achar aqui, ou melhor, ser atropelado por você, mas eu tenho que ir.

— Não! — berrou Jimin. Sabia que aquele gato-bruxo, ou seja lá o que for, era a única esperança que tinha de andar pela floresta sem se perder mais. — Você precisa me ajudar! Por favor!

— Ajudar com o quê?

— A achar meu amigo, por favorzinho — implorou Jimin, juntando as mãozinhas pequeninas em sinal de por favor.

— E o que eu ganho com isso? — perguntou o gato, espreguiçando-se tão felino quanto podia ser. — Não vou te ajudar de graça.

Jimin pensou e pensou, o que ele poderia dar para que o gato o ajudasse?

Então, teve uma brilhante ideia.

— Uma bolacha de chocolate!

-x-

Alguns diriam que Kim Taehyung enlouqueceu, com razão. O sol já quase não conseguia mais ser visto, o céu ficando cada vez mais escuro, tomado pelo dia virando noite. Mas ele continuava a seguir seu amigo coelho, a conversa leve rolando entre eles, como se fossem melhores amigos há anos.

Nunca pensou que teria tanto em comum com um coelho-fada, mas até mesmo bolo de chocolate os dois gostavam.

— Eu nem sabia que você conseguia fazer um bolo! — comentou Taehyung, soando surpreso com essa nova informação.

— Eu não faço, tenho um amigo que é bruxo e peço para ele evocar um bolo — disse o coelho, dando de ombros. Como Taehyung achou que ele faria um bolo no meio da floresta?

— Um amigo bruxo? — perguntou curioso.

— Sim! Estou te levando para conhecê-lo nesse exato momento, na verdade.

Uma das coisas que ajudavam os dois a andarem pela floresta eram algumas espécies de flores de cores neon, elas mostravam o caminho a ser feito, não deixando que a escuridão da noite caísse sobre eles.

— M-mas… Mas eu preciso achar meu primo! — ditou Tae, a voz começando a embolar pela vontade de chorar. Ele queria muito achar Jimin, pedir desculpas por ter feito tudo aquilo acontecer por conta de uma bolacha de chocolate.

— Por isso mesmo, Yoongi com toda certeza vai ajudar a gente.

— Com os poderes dele?

— Se ele estiver de bom humor, sim, com os poderes dele.

Agora só restava a Jeongguk rezar para que o menino estivesse mesmo de bom humor e ajudasse o pobre humano perdido.

[...]

Jimin estava emburrado, oras, ele estava deveras emburrado. O maldito gato disse que iria ajudar o menino a achar seu primo, mas, no caso, ele deitou embaixo de uma folha verde neon e pôs se a dormir. Ele. Estava. Dormindo! Tipo, literalmente dormindo. Jimin sentou-se de frente para ele, as pernas cruzadas, igualmente a seus braços e ficou observando a barriguinha do gato-bruxo subindo e descendo, um leve ronronar podia ser ouvido.

— Eu não acredito que vou bater em um gato. — falou em voz alta, para ninguém em específico. — Eu vou realmente bater em um gato.

Assim que levantou a mãozinha para dar um tapão no bumbum do gato, ouviu uma voz ao longe.

— Yoongi hyung! Yoongi hyung! Preciso da sua ajuda! — disse a voz ao longe.

Jimin levantou-se, assustado, pegou o primeiro galho de árvore caído no chão vermelho e ficou em posição de ataque. Quem quer que estivesse chegando estava prestes a levar uma galhada.

— Quem é? — perguntou bravo, forçando a voz a ficar mais grave, tinha que meter medo.

— Yoongi hyung?

Afastando mais uma folha verde néon do galho mais baixo, o coelho entrou no campo de visão do menino fofo de cabelos castanho claro, assustando ao ver o que tinha em mãos.

— Você não é Yoongi hyung! — pontuou o coelho, assustando-se e correndo para trás da perna do menino que vinha logo atrás de si.

— Jimin? Jimin, é você? — disse Taehyung, pegando o coelho no colo para proteger o coelho de seu primo, que ainda estava com uma cara brava, sem entender muita coisa.

— Tae? — arregalou os olhinhos pequenos que tinha, largando o pedaço de galho e correndo para abraçar o primo. Acabou por, sem querer, esmagar o coelho no colo de Taehyung.

— Me… Me deixem sair daqui! — O coelho se debatia no colo do menino mais novo, as pequenas asas de fada também debatendo-se, quase alçando vôo.

— Calma, Gukkie, já vou te soltar.

— Gukkie? — perguntaram Jeongguk e Jimin ao mesmo tempo.

— Sim, Gukkie, meu coelho fofo! Acabei de inventar esse apelido, o que acharam? — disse Taehyung, apertando Jeongguk nos braços. — A gente acabou de se conhecer, mas eu já gosto de você, coelho-fada.

— Alguém pode me explicar o que está acontecendo? — perguntou uma outra voz, que não era de nenhum dos três ali.

Yoongi se alongou, o rabo branco indo bem para cima, as patas de unhas afiadas amassando a terra avermelhada.

— Yoongi hyung! Você também está aqui! — gritou Jeongguk, movendo-se tanto que Taehyung teve que soltá-lo no chão. — E-eu te explico!

— Então vai, explique. — A cara amassada do gato, de quem acabara de acordar, era a coisa mais fofa que Jimin já tinha visto na vida.

Jeongguk tomou folego e começou a falar:

— Lembra que eu te disse da floresta e tudo mais? Bom, claro que lembra né, estamos aqui. Mas isso não vem ao caso. — chacoalhou a cabeça de coelho, tentando focar no que iria falar. — Então, eu saí rapidinho de perto de você para tentar achar uma flor bem bonita, bem mais bonita do que aquela que eu sem querer peguei de você e saí correndo.

— Você roubou de mim, sim.

— Não vem ao caso, foca em mim — disse Jeongguk, gesticulando com as pequenas patas cinzas. — Eu saí para achar essa flor e acabei encontrando com TaeTae aqui, chorando.

— Você estava chorando, Tae? — perguntou Jimin, olhando para Taehyung com preocupação. — Tá machucado ou…

— Deixa eu terminar de falar? — interrompeu Jeon, que queria só terminar de contar sua incrível história. — Então… Eu achei Taehyung na floresta e ele me contou que estava atrás do primo dele, que agora eu sei ser o menino que queria me bater com o galho.

— Te bater? Ninguém rela no meu menino! — miou alto Yoongi, avançando na direção de Jimin.

— Eu não queria realmente bater nele! — retrucou Jimin, dando alguns passos para trás. — Jeonggukkie, coelho fofo, diz pro seu hyung aqui que eu sou só um menino inocente de 13 anos.

— Você queria me bater, Jimin!

— Eu estava com medo! — agachou, cobrindo a cabeça com as mãos, enquanto Yoongi parava na sua frente.

— Eu sei, bobo, só estou brincando com você — disse Yoongi, quase subindo no menino encolhido no chão.

— E agora estamos aqui — concluiu Taehyung, por fim, chamando a atenção dos três presentes no local. — Em uma floresta claramente encantada, com nossos amigos animaizinhos fofos.

— Fofos uma ova! — respondeu Yoongi, sentando-se bem perto de Jimin, que já tinha voltado a posição normal, não mais com medo.

— Fofo sim, não se deixe enganar por essa carinha emburrada do Yoongi hyung. — disse Jeongguk, rindo ainda mais da feição marrenta do bruxo.

— Eu vou transformar todos vocês em sapos fedorentos! — ameaçou Yoongi, tentando soar o mais severo possível.

Os outros três seres não conseguiram segurar o riso e caíram na gargalhada.

Taehyung e Jimin nem viram o tempo passar de tanto que se divertiram com os dois amigos novos que fizeram. Yoongi evocou alguns doces, já que ganhou de presente a última bolacha de chocolate e assim que comeu na frente de Taehyung quase fez o menino chorar. Jimin jurou de pés juntos que esse foi o único jeito de convencer o gato malvado a ajudá-lo, e que mesmo assim o gato só dormiu. A lua banhava com seu forte brilho toda a floresta, deixando suas cores ainda mais chamativas. As duas crianças ficaram encantada com tudo o que viram naquele dia. Yoongi e Jeongguk ainda contaram mais histórias sobre os encantos da floresta, muito mais legais do que as que tinham nos livros da escola.

Jimin e Taehyung estava muito felizes pelo dia que tiveram, por mais que o susto de se perderem na floresta foi grande, acabou tudo bem no final.

E a promessa de que o dia seria inesquecível fez-se realidade.

[...]

— Eu queria muito passar mais tempo com vocês, mas temos que ir para casa — disse Jimin, um bico nos lábios de tristeza. Sabia que sua avó estaria louca de preocupação, tinham que voltar, por mais que tenha amado seus novos amigos e queira passar mais tempo com eles.

— Ah, não! — choramingou Jeongguk, pulando no colo de Taehyung antes que ele pudesse se levantar. — Não quero que vão embora! Eu sempre quis conhecer um humano, quero que fiquem mais — continuou, escondendo a carinha nos braços de Tae.

— Mas nós temos que ir. — resmungou Taehyung, também não querendo largar do pequeno em seus braços, mas não tinha como evitar a despedida.

— E se… — começou Yoongi, pensativo. — E se a gente levasse vocês até sua casa?

— Vocês fariam isso? — perguntou Jimin, amando a ideia.

— Claro, né Jeongguk? — questionou, olhando para o coelho embolado no colo de Taehyung.

— Claro, claro. A gente ajuda vocês a acharem o caminho de volta.

Assim que começaram a caminhar em direção à ponte, Jimin pega o gato no colo e fala apenas para que ele ouvisse.

— Confessa que você gostou da gente, que só teve essa ideia para passar mais tempo comigo — sorriu arteiro, sabendo que isso irritaria o gato. Mas a resposta que teve não era a que esperava.

— Claro que sim, eu gostei de vocês — respondeu Yoongi, soando o mais verdadeiro possível. — Principalmente de você, Jimin.

Park Jimin sentiu as bochechas pegarem fogo, quase literalmente, de tanta vergonha.

Aish, gato bobo! Não me faça ficar envergonhado — brigou Jimin, dando um leve tapinha no gato, soltando Yoongi no chão para que voltassem a andar. — Eu também gostei de você.

— Eu sei, Jimin. Eu sei.

[...]

O que era para ser apenas uma caminhada até a entrada da floresta, acabou se tornando uma ida à casa dos meninos. Jimin e Taehyung convenceram os dois a passar pelo menos um tempinho com eles em casa. Jimin colocou os dois animais, apertadinhos, dentro da mochila que carregava, rezando para que sua avó não perguntassem o porquê de estar tão cheia.

Assim que chegaram, tarde da noite, a primeira coisa que receberam foi uma bronca enorme, daquelas de quase fazer chorar. A senhora gritava e abraçava os meninos ao mesmo tempo, não sabendo se ficava feliz ou triste por finalmente achar os netos.

Tudo foi resolvido depois de algumas horas, até que finalmente os dois puderam subir para dormir, mas apenas após prometerem que avisariam da próxima vez que demorariam mais para voltar. Já que agora ficaria impossível para ambos parar de ir até a floresta encantada.

— Então vamos fazer assim… — começou Jimin, entregando Jeongguk para Tae. O coelho tentava a todo custo morder o único pão que tinha sobrado, mas Taehyung tirou das ávidas patas do pequeno. — Jeongguk dorme com você, Yoongi dorme comigo.

— Feito — respondeu Taehyung, sem pestanejar. Estava muito apegado a Jeongguk para que deixasse o outro de lado. Ele realmente amou o amigo coelho.

— Então, até amanhã, TaeTae.

— Até, Chim.

-x-

Era uma vez uma bruxa. Não daquelas malvadas, ela apenas sabia muito sobre magia e amava usá-la. Não era porque se chamava de bruxa que tinha que ser malvada. Essa bruxa tinha uma gato branquinho, peludinho e fofo, que chamava Min Yoongi. Um belo dia, seu gato aparece trazendo um coelho junto, ainda um filhote e indefeso. A bruxa achou estranho, mas acabou adotando o coelho para si, já que percebeu o quão apegado ao bebê o gato estava, parecendo até mesmo uma cria dele próprio. Deu o nome de Jeon Jeongguk para o coelho.

Mas, a bruxa tinha um medo. E esse medo era grande o suficiente para fazer a bruxa tomar algumas precauções, mesmo que isso significasse encantar seus dois animaizinhos. Ela tinha medo de perdê-los para os humanos, que de vez em quando apareciam na floresta para caçar animais indefesos.

O encanto era bem simples:

Ao toque de um humano

Não recuará

Mas um humano também virará.

Se proteger até o fim

E então, retornar para mim.


Se como animais indefesos e pequenos não conseguiriam proteger-se sozinhos, em forma humana conseguiriam fazer isso com facilidade e maestria.

-x-

O sol brilhava alto no céu, forte e quente, entrando livremente pela janela de Taehyung, que ainda se encontrava dormindo e enrolado nas cobertas macias de sua cama. Não importa o clima, TaeTae amava dormir cobertor, por mais calor que passasse. Tentou puxar o edredom um pouco mais para cima, sendo impedido por alguma coisa que fazia peso ao seu lado. No estado sonolento que se encontrava, não conseguia raciocinar direito, apenas puxando mais uma vez com toda a força que encontrava dentro de si.

— Ai, para de puxar, tá quentinho. — disse uma voz que nunca ouvira na vida.

Taehyung abriu os olhos, assustado, com medo de se virar e descobrir que tinha algum estranho dormindo do seu lado. Poxa, ele era apenas uma criança indefesa.

— J-Jeongguk? — perguntou Tae, ainda sem coragem de se virar, o coração batendo acelerado.

— Sim, Tae! Para de puxar a coberta e me deixa dormir mais um pouco — respondeu Jeongguk.

Taehyung não estava louco, aquela voz não era do coelho, muito menos todos aquele peso que fazia na coberta. O coelho era pequeno demais para tudo aquilo. Respirou fundo, teria que virar e ver que merda estava acontecendo. E, assim que seus olhos caíram sobre o menino deitado ao seu lado, berrou.

— O que foi, Taehyung? Pelo amor de deus para de gritar! — Jeongguk levou as mãos os ouvidos, sentando-se na cama igual Taehyung estava.

— V-você! Você! É…

— Eu o que? Taehyung, para de me olhar assim! — pediu Jeongguk, ficando preocupado com a situação e em como seu hyung parecia muito assustado. O que será que ele fez agora?

— Você… Você é um humano! — disse Tae, apontando bem para o rosto fofo de Jeongguk, que sim, estava na forma humana.

Jeongguk ainda tinha o sorriso de coelho, as orelhinhas cinzas ainda estavam na sua cabeça, mas agora muitos e muitos fios de cabelo preto faziam-se presente também. Não queria se certificar se ainda tinha o rabinho de pompom fofo.

— Eu o quê? — berrou Jeongguk, esquecendo que tinha acabado de acordar e que sua cabeça doía com o berro que o outro deu. Como assim humano?

Desengonçadamente, levantou-se correndo, tropeçando nos próprios pés de humano. Parou na frente do espelho, observando toda sua forma humana. Por algum milagre, estava de roupas, seria muito constrangedor estar em forma humana e pelado.

— Eu sou um humano — pontuou Jeongguk, passando as mãos no rosto, não acreditando no que estava acontecendo. Seria um sonho?

— Você é um humano! Quer dizer… — comentou Taehyung, pausando apenas para se levantar e ficar do lado de Jeongguk no espelho, olhando o reflexo das duas crianças. — Quase né, ainda tem as orelhas.

— E o rabinho — afirmou Jeongguk, chacoalhando o bumbum, fazendo Taehyung rir muito alto. — E olha, minhas asas de fada!

Realmente, as asas estavam presentes nas costas fofas do menino que aparentava ser pouco mais novo do que Taehyung. Não querendo demorar-se a observar o menino, continuou:

— E os dentinhos — disse Taehyung, ainda rindo. — Está muito bonito. — Tae nem percebeu o que acabou de falar.

— Você acha?

— S-sim… Quer dizer, está, né? — Taehyung coçava a parte de trás do pescoço em sinal de vergonha. — Já era um coelho fofo, continua fofo sendo humano.

— Obrigado, hyung.

Taehyung sorriu para o menino na frente de si, ainda perplexo com tudo o que estava acontecendo.

Jeon Jeongguk era um humano e estava no seu quarto. Tinha como ficar mais legal do que isso?

[...]

Ao contrário do quarto de Taehyung, o de Jimin não tinha a entrada do sol com tanta facilidade, então, este ainda dormia como um anjinho. Os cabelos castanhos claro caíam pelo travesseiro branquinho, deitado de lado, as mãos embaixo do rostinho fofo.

Yoongi estava sentado na cama, observando o menino dormindo ao seu lado. O coração batia forte, a vontade de passar os dedos pelo cabelo macio era gigante.

Sim, Min Yoongi sabia do encantamento, ele sabia que iria ficar em forma de humano assim que Jimin chegou perto de si. Yoongi sabia que sua forma humana se faria presente e, por algum motivo, sabia que era a hora. Assim que seus olhos de gato pousaram no menino, no meio da floresta, seu coração bateu diferente. Ele nunca tinha se sentido assim antes e alguma coisa dentro de si sabia que era hora.

Sem resistir mais um minuto, passou os dedos pelo cabelo, matando a vontade que estava desde que acordara, fazendo um carinho. Sentindo o toque, Jimin se mexeu na cama, coçando os olhos, como se estivesse finalmente despertando. Yoongi estava nervoso para saber da reação do menino, estava com muito medo.

Lentamente, Jimin abre os olhos, espreguiçando na cama e amando a mão que massageava seu cabelo. Piscou algumas vezes, aproveitando o carinho. Não tinha ouvido Taehyung entrar no quarto, mas tinha certeza que era o primo.

E como ele estava errado. Ao olhar para seu lado esquerdo, deparou-se com um lindo par de olhos pretos, em formato de olhos de gato. O menino de cabelos loiros, quase brancos, era quem massageava seu cabelo com todo carinho do mundo. As orelhas de gatinho aparecia no meio dos fios de cabelo. Era Yoongi, ele tinha certeza.

— Yoongi? — perguntou o menino sonolento, a voz rouca de tanto que dormiu.

— Sim — respondeu o menino-gato, nervoso demais para falar outra coisa. Estava esperando um surto, mas isso parecia longe de acontecer. — Como sabe que sou eu?

— Ué, você que dormiu do meu lado — respondeu rindo. Não sabia de onde tirou tanta força para não surtar. — E você ainda tem suas orelhas — apontou, divertido.

— Ah, sim! Minhas orelhas.

— E seus olhos, eles são iguais a sua forma de gato. — Jimin levou as mãos até o rosto do menino, acariciando-o. O que deu em Park Jimin e por que ele estava agindo assim? — O que você é?

— Sou um híbrido.

— Meio humano, meio gato?

— Hum… Não… Bem… Eu sou os dois, acho que fica melhor de entender assim. — sorriu, inclinando o rosto na mão de Jimin.

— Entendi. Quer dizer, não… Não entendi muito, mas tudo bem — disse, retirando a mão do rosto de Yoongi, fazendo o menino soltar uma reclamação sonora pelos lábios.

— E você não está com medo? Ou assustado?

— Por que eu estaria? Estou surpreso, mas não assustado — respondeu Jimin, sentando-se na cama, de frente para Yoongi. — E toda sua marra de brabo fica menos pior quando está assim, na forma humana.

— Ah, nem vem. Eu sou bravo humano também — retrucou Yoongi, enrugando o nariz e a testa, fazendo cara de bravo.

— Zero medos dessa braveza, Yoongi. — Riu Jimin. — Fica ainda mais fofo assim, na forma humana.

— É só não me tirar do sério, Park Jimin.

— Mas isso eu quero ver.

Os dois meninos caíram na risada, tacando-se na pequena cama de solteiro, ficando deitados mais uns minutinhos.

-x-

Era uma vez em Daegu, dois meninos que eram primos inseparáveis, Kim Taehyung e Park Jimin. Um belo dia, resolveram entrar na mais encantada das florestas, atrás de toda a mágica que ela poderia oferecer. O que eles não esperavam achar era um gato-bruxo, marrento demais, e um coelho-fada, muito amoroso. Não esperavam também que esses dois seres entrariam na vida de ambos para ficar por muito tempo, fazendo com que os anos passassem e que o amor entre eles cresce.

Kim Taehyung e Jeon Jeongguk se tornariam amigos inseparáveis de começo, para um belo amor crescer como as folhas fortes e saudáveis de uma árvore centenária.

Park Jimin e Min Yoongi sentiram o amor assim que os olhares se cruzaram, no dia em que o híbrido tomou sua forma humana. Aos trancos e barrancos um amor forte foi nascendo, com algumas ressalvas e brigas, porém, verdadeiro.

Quando Jimin disse que este dia seria inesquecível, nem ele mesmo acreditou no poder de suas palavras.

O dia em que suas vidas mudaram para sempre.


Fim.


~~~~


Notas finais: Espero que tenham gostado da leitura e que ela tenha sido leve, que tenha te ajudado a viajar para um mundo fantasioso pelo menos um pouquinho, aliviar a mente. Estamos precisando disso em um momento tão complicado, não é mesmo?
Muito obrigada a todos que tiraram um tempinho para ler essa fanfic.

Amo vocês!
Mari.

20. Januar 2022 21:11 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

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