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Quando os sons das trombetas do império Rubrum ecoaram pelo campo de batalha, avisando a conquista da nação Pulchra, Park Jimin soube que estaria, a partir dali, sozinho no mundo. Ensinado a não chorar e guiado pelo instinto de sobrevivência, o rapaz aceitou a desgraça em seu destino e deixou-se ser guiado à nova capital, onde seria mais um órfão de guerra em meio ao mar de prisioneiros e cidadãos desolados. No entanto, quinze anos após tal conquista do Imperador Min, Jimin ainda conseguia se lembrar da face insatisfeita do príncipe ao observar os prisioneiros, além do porquê de ter se apaixonado por ele desde então.


Fan-Fiction Bands/Sänger Nur für über 18-Jährige.

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Escrito por: @LadyofSomething | @RedWidowB


Notas iniciais: Olá! Esta fic foi patrocinada pelos meus últimos neurônios, betada por @minie_swag e @YinLua, e a capa e banners lindos foram feitos por @TMessi | @ThalieMessi, então agradeço demais pelo esforço de todo mundo para esta bendita a nascer, incluindo toda a equipe do projeto que me auxiliou, avaliou e teve paciência comigo. Enfim, espero que gostem! Boa leitura <3


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Ainda que o mundo não se resumisse a uma só sociedade, cultura e crença, certos erros humanos repetiam-se, apenas provando que os instintos não controlavam somente aqueles que não têm consciência. Decerto, isto não tornava a vida mais fácil ou justa para qualquer indivíduo, mas, sob as vontades daqueles que regiam a ela, a antropologia assemelhava-se ao teatro celestial.

Dentre as peças regidas pelos fios conectados às pontas dos dedos do destino, as tragédias eram as mais benquistas, desenvolvidas em palcos de dimensões exorbitantes aos humanos e minúsculas aos telespectadores. Naquele ano, mais um show deífico se iniciaria sem que os mortais, protagonistas de tudo, soubessem.

Entre o deserto ao sul e a riqueza ao nordeste de Pulchra, existia a pequena cidade de Cultum, lugar de terra fértil e água abundante. Ali, onde a pobreza era apenas uma palavra repetida por estrangeiros para descrevê-los, viviam aqueles que tudo produziam e nada entesouravam, sujos de terra, suor e alegria ignorante. Dali não se esperava o surgimento de um grande líder, soldado ou qualquer que fosse a definição de poder empregada ao cargo, uma vez que a bonança era a maior ambição de seus cidadãos. Entretanto, ainda que os pulchros que povoavam a cidade fossem de tal forma, o país em nada condizia a eles. Aquela era terra de riquezas e ricos — diziam os governantes.

Eram povo de felicidade simplória e orgulho distinto.

Talvez por isso, pela crença de seus próprios líderes, no ano de 1652, a guerra que destruía a região norte prometia consumir tudo o que alcançasse, independente de quem ajoelhasse covardemente. O terror, antes inimaginável, se espalhava desde as estradas para o estrangeiro até o litoral salso. Não havia soldados impiedosos em seu exército, enquanto o Império Min, atacante, tinha sede de tudo aquilo e muito mais, pisando nos opositores e engolindo suas entranhas feito banquete.

Famílias eram devastadas, mortas ou escravizadas, enquanto boatos se espalhavam por toda parte, sobre como os sobreviventes preferiram não o ter feito, sobre como o norte envergonhava a pátria. O orgulho era destroçado simultaneamente à felicidade. E era sobre isso que, todos os dias, Park Jimin era aconselhado por seu pai, enquanto colhiam, plantavam e teciam.

Em um monólogo alheio, o menino ouvia-o divagar sobre não serem guerreiros, mas, acima de tudo, terem de lutar. Sobre como Pulchra não merecia perecer.

— Não existe maior desonra que a desistência, meu filho! — ele gritava contra o vento forte que balançava a plantação de trigo e seus cabelos grisalhos, mexendo as mãos magras em direção aos céus carregados de futuras tempestades. — Nunca se permita…

— Cale a boca, Park Jiwoo! — gritava a esposa de volta, discordando do homem por quem se apaixonara há tanto tempo.

Ali, em meio à calmaria do campo, Jimin se perguntava se a guerra era real, se deveria realmente temê-la, ou buscar por honra dentro dela.

Tal diálogo, entre o pai de fidelidade intacta e a mãe temerosa, havia acontecido todos os dias após o primeiro sinal de guerra surgir no país, mas, ainda assim, ele continuava confuso. De um lado, o menino de apenas 11 anos escutava sobre como um homem nunca abaixava a cabeça em frente ao inimigo, enquanto, do outro, ouvia que sobreviver era o único motivo pelo qual havia nascido.

Seu pai não era um guerreiro, muito menos um dia seria chamado por tal alcunha, e a senhora Park parecia ser a única a enxergar que ninguém naquela cidade algum dia se identificaria como belígeros. Eles eram agricultores cheios de orgulho sobre o sucesso de suas plantações, não de suas conquistas com espadas e violência.

Quando Cultum foi invadida, em uma madrugada gelada no início do inverno, Jimin soube que sua mãe sempre fora a voz da razão.

Não fora sutil, ou ao menos um ataque planejado demais. Os soldados rubros invadiram sem medo da revanche, gritando como bestas em terreno sagrado, prontos para destruírem tal santidade. Os cavalos marcharam sobre as plantações, troteando e espalhando o solo antes fértil, anunciando que o orgulho indevido mataria a todos que se pusessem de pé. A morte era anunciada em forma de passos animalescos e cacofonia igual.

Jimin sentiu o chão batido vibrar sob seu corpo jogado nele, escondido pelo monte de palha recém-feito, escutando as súplicas da mulher que o criara, vendo a estupidez de seu pai tomar forma em sua postura desengonçada de luta, segurando um terçado sem fio, ameaçando fazer os soldados rirem de si.

O incômodo da palha pinicando sua pele juvenil se esvaiu assim que a primeira espada cintilou frente a sua vista e sujou-se de sangue de sua família. A lâmina, impiedosa como quem a empunhava, transpôs o corpo incapaz de defesa, virando-se em direção à companheira do cadáver recém-nomeado como. A cidade, pacífica e pobre, tornou-se terreno de sacrifício inocente e as paredes de barro da casa Park foram pigmentadas de rubro sanguinolento, assim como a de todos aqueles que prefeririam o expurgo ao rendimento.

A carcaça do que um dia fora seu pai caiu sobre o chão, como premeditação do que aconteceria à esposa, que suplicou pela morte em lugar de qualquer abuso. Machucada, suja e desesperada, nos últimos momentos de vida, os olhos molhados dela denunciaram o esconderijo do menino, quando a mulher quis ter o filho como lembrança levada ao submundo. Para ela, fora a última vez em que os olhos parecidos com os seus foram vistos. Para ele, fora o primeiro passo para o inferno na terra.

Rastejando tal qual lesma, de joelhos, mãos e olhos no chão, Jimin escutou ao longe o som estridente das trombetas da vitória inimiga, mescladas às risadas e comemorações dos soldados que mataram seus pais. Entretanto, nada fez. Nem mesmo quando seu corpo foi arrastado, maltratado e subjugado. Nem mesmo quando sua casa foi saqueada, os corpos de seus familiares queimados junto a ela, e tudo se tornou barulho de desespero ao seu redor.

Por que se importar? Cultum pertencia ao Imperador, assim como ele, seus vizinhos e toda a miséria deixada para trás pelo exército Min.

Enclausurado feito animal, em uma gaiola com rodas puxada por búfalos, rodeado de conhecidos desolados e desconhecidos em mesmo estado, foi levado aos lugares que nunca quis conhecer, subindo as montanhas, queimando sua pele em sol escaldante, chegando ao norte após acreditar que morreria de fome, ultrapassando-o desejando tê-lo feito realmente. Seu corpo já havia desistido do enjôo causado pelo balançar de sua prisão, talvez em percepção inconsciente que morreria caso não o fizesse. Em um mês, seu estômago o corroía por dentro, porém tudo o que sua mente conseguia focar era no passado, no quanto gostaria de retornar a ele, quando suas mãos machucavam-se pelo trabalho no campo e eram cuidadas por sua mãe, e não cortadas pelas brigas que precisava ter por comida e defesa pessoal, sendo cuidadas pela sujeira que as inflamavam. Não dormia, não confiava, não fechava seus olhos sem temor. O corpo doía como nunca, as lágrimas haviam o abandonado juntamente à esperança; a desistência desonrosa parecia finalmente fazer sentido para si, modificando apenas o adjetivo. A desistência era dolorosa.

Caso tivesse morrido, a inexistência poderia ser pior que aquilo? Refletia quando seus companheiros de cela se permitiam dormir e deixá-lo minimamente em paz. E se a morte o buscasse depois de tudo o que sofrera, seria o melhor para si? Caso finalmente se rendesse, encontraria seus pais em algum lugar nos céus? Talvez ele começasse a temer menos a forma que aqueles homens o olhavam, como se ele fosse uma possível refeição. Talvez, aceitar que morreria em breve o fizesse ter menos medo.

Mas ele não teve. A morte lhe perseguia na mente, assombrando-o mais que os olhos sem vida dos adultos ao seu redor.

E em uma das manhãs em que, mais uma vez, viu o sol se pôr e nascer sem lhe trazer qualquer alento, temendo o expurgo de sua vida, enxergou igualmente os enormes portões da nova capital, grandes, vermelhos e impenetráveis, de onde o povo celebrava a volta dos opressores que chamavam de heróis, tocando músicas das quais ele não conhecia a letra ou idioma, sujando as estradas de pedra com sementes coloridas e alegria vergonhosa. Teve certeza que estava em Rubrum quando enxergou a fartura desperdiçada, a submissão do povo em frente ao palácio e, acima de tudo, o grande altar no centro do lugar, onde um trono gigantesco, adornado em ouro e pedras que brilhavam contra a luz solar, refletia o poder do Imperador.

Ainda preso, sujo e rodeado de homens sem fé, o menino se deixou observar o contraste entre sua vida reduzida ao nada e a vida que valia mais que a de todos ali. Pela primeira vez, em sapiência espontânea, soube o que era sentir ódio. Soube que seu peito não estava acelerado de medo ou admiração, que a vontade de chegar perto não condizia ao carinho.

Seu pai não era culpado, ou sua mãe, ou qualquer um dos miseráveis que tentavam sobreviver às custas de seu corpo e comida. O único culpado estava longe demais de seu tato imundo de suor, fezes e terra, sem nem ao menos poder vê-lo. O culpado vestia seda, ou então qualquer outro tecido caro demais para que ele conhecesse, enfeitado com ouro, prata e fios enormes, loiros, em seu couro cabeludo.

Aos onze anos, naquela manhã barulhenta, Jimin quis matá-lo. Quis deixar de ser apenas uma formiga, que poderia ser pisoteada, e se tornar aquele que oprime e destrói. Quis ser tudo aquilo que seu povo nunca tentou ser. Desejou ter em mãos a espada que levou seus pais de si e expurgar o governante da mesma forma, como praga que, para ele, o homem era.

No entanto, ao lado do alvo de todos os seus piores desejos, algo chamou-lhe a atenção. Um jovem, de cabelos negros e curtos, vestido em tecido brilhante e vermelho, como um príncipe, berrava algo que a música impedia o povo de ouvir. Em pé, apontando para os prisioneiros, retirando a expressão de alegria do Imperador, o pequeno não pareceu render-se à imponência do mais velho, nem mesmo ao levar um tapa na face, em frente à multidão que fingiu não ver.

Mas Park Jimin viu e fez questão de gravar aquela cena em sua mente.


[...]

O destino final da carroça abarrotada de moribundos foi o mercado da cidade, onde outras diversas prisões móveis haviam sido deixadas, como se os humanos ali fossem mercadorias em estoque. Jimin sabia contar números e escrever, mas não sabia se era sua capacidade de fazê-lo que era ineficiente, ou se realmente eram incontáveis as cabeças e gritos perceptíveis ali. Por todo lado, reconhecia a sujeira que também poluía e machucava sua pele, igualmente ao desespero que o consumiu e o rodeou por todos os dias que não conseguiu contar.

A população livre, que circulava pelo local os inspecionando com os olhos e julgando, parecia mais preocupada com a lama e fezes que manchavam seus corpos e roupas, e o incômodo auditivo causado por seus gritos, do que pela falta de humanidade que a imagem representava.

Seria o menino muito novo para entender como as pessoas funcionavam? Seria ele o incorreto por sentir-se apreensivo, não só por si mesmo? Sua mente infantil, despreparada para tamanhos dilemas e sofrimento, parecia novamente se forçar a funcionar, impulsionando-o a gritar como os demais, exigindo por liberdade e dignidade.

Por que sua vida valia menos? Por que ele precisava estar ali, e não no conforto de um lar?

Não demorou para que seus gritos, assim como os demais, fossem ouvidos por aqueles intitulados responsáveis, guardiões da segurança. De um a um, Jimin os viu adentrar sua prisão, com grandes pedaços de madeira que utilizaram contra os prisioneiros. Junto à sujeira que os transformava em menos que humanos, o sangue se misturou, tornando-se cor de vinho impuro e de sabor desnobre. Unidos pela violência da qual eram alvos, o Jimin foi acertado igualmente, agredido e desacordado.

A dor do golpe em sua nuca tornou-se dormência, o calor de seu sangue se esvaiu.

Sob a inconsciência induzida, não havia gritos de angústia, não havia dor própria, nem mesmo medo do que estava por vir. Mesmo que involuntário, era a primeira vez em que os olhos do menino se fecharam verdadeiramente, em que sonhou com o sorriso de seus pais e a vida que acreditou que teria em Cultum. Era novo demais para pensar em bem ou mal, amor, guerras e ódio, mas, de repente, havia sido empurrado a entender, de uma só vez, o que cada um realmente representava a si.

Dentro de si, a confusão de saudade e medo parecia mais amena, mas não inexistente. Ainda que menos explícita que a realidade, sua mente refletia que nada retornaria ao normal, que aqueles sorrisos e amores não estariam muito longe de apenas sua imaginação. Era como enxergar tudo aquilo através de uma película monocromática, que o distanciava do colorido, mesmo que terrível, do mundo real.

Nos últimos segundos em que seu subconsciente o tomou, a criança se perguntou se os deuses o odiavam tanto assim. Se eles odiavam a todos os que estavam ali, reduzidos a nada. Não obteve resposta.

Então, foi acordado por uma onda gigantesca de assombro e frio, quando água gelada fora jogada em si. Seu tronco solavancou do chão, erguendo segundos e trazendo a realização de tudo. A cabeça doía, o chão parecia acompanhar a temperatura do líquido que o maltratava sem empecilho de roupas.

— Ninguém vai comprar uma criança podre desse jeito, seus idiotas — o homem que o molhou gritou, apontando um balde de madeira em direção aos soldados que balançavam a cabeça feito cães. — Além do mais, ainda é uma criança! Não é um ferido de guerra, não é uma mulher! UMA CRIANÇA! Vocês tiveram sorte por ter sido eu a encontrá-lo, não o capitão Kim, ou pior, o Imperador!

Os olhos de Jimin estavam pesados, doloridos como todo seu corpo minúsculo e magricela. De repente, se sentia dormente, mas seus braços e pernas tremiam fortemente, buscando por calor que ele era incapaz de produzir por si só. Não estava entendendo ao certo o que acontecia ao seu redor, até o homem forte, de pele branca e cabelos castanhos, que ainda gritava, se agachar em frente a si, retirando um pano de dentro do recipiente com água. O pano foi esfregado em sua cara com menos brutalidade do que esperava, mas de forma alguma com delicadeza. Ele o limpou, então, sem reclamar ou falar muito mais que ordens para que se mexesse e expulsando os outros dali.

— Qual seu nome? Você entende o que eu falo? — o homem perguntou ao terminar de lavar seus cabelos e finalmente entregar uma toalha para secá-lo. Estavam sozinhos em um lugar que Jimin acreditou ser um banheiro grande.

Havia se passado muito tempo desde a última vez em que o menino falara com alguém realmente. Na cela, apenas gritava. Com os companheiros dentro dela, a única palavra que realmente utilizava era o “não”. Precisou limpar a garganta, com medo de represália, forçando o ar a transformar-se em fala por seus lábios.

— Jimin — disse baixinho, rouco, balançando a cabeça positivamente. Piscou várias vezes, aceitando que havia conseguido, que aquele ainda era seu nome, que ele ainda era alguém.

— Eu sou o capitão Choi, Jimin — ele respondeu, olhando nos olhos minúsculos do menino. — Deve ter sido difícil até aqui, não é?

O Park não entendeu, então olhou para o chão ainda molhado sob seus pés. Esperou que o capitão não o entendesse errado, ou o agredisse como os outros.

— Olhe, eu não tenho dinheiro para lhe comprar e eu perderia meu posto caso te levasse mesmo assim, mas talvez eu consiga alguém que o faça e não tente te colocar em um bordel ou algo do tipo.

A criança continuou sem entender, voltando a tremer de medo e frio quando a toalha já estava encharcada. Sem dizer algo mais, o adulto foi até uma pequena mesa disposta ali e trouxe dela o que o garoto reconheceu como roupas. Vestiu-as sem pensar demais, escondendo até mesmo os pulsos finíssimos, as canelas machucadas e dedos pequeninos com a enorme camisa e os calções claramente de outrem.

— Oh, pelos deuses, você é pequeno demais — o militar disse, sem qualquer maldade ou malícia na voz, esfregando o rosto com frustração estampada nos gestos. — Você não vai mais sofrer, entendeu?

O menino não acreditou, ciente de que seus pais não voltariam à vida para fazer isso acontecer.


[...]

Por três dias, o banheiro grande serviu de moradia a Jimin, isolando-o do que ocorria do lado de fora e tendo o capitão Choi como seu provedor de comida. Até escutá-lo novamente resmungar sobre a irresponsabilidade de terem trazido uma criança como escravo, o Park acreditou que aquele homem poderia ser bondoso, mas logo percebeu que não se tratava disso, apesar de não saber nomear o que era.

No terceiro dia, o Choi retornou com um homem grande de todas as formas que o garoto poderia descrever. Seus braços eram fortes e arredondados, assim como sua cintura corpulenta. Ele tinha a pele negra e olhos claríssimos, como Jimin nunca havia visto antes, e parecia tão impressionado com o menino quanto ele estava em relação a si.

— Ele tem olhos como os do filho do Imperador. — Ouviu-o comentar, mais espantado do que admirado. — Você fez muito bem em escondê-lo. Os vagabundos do centro iriam transformá-lo em uma…

— Ele não precisa ouvir isso — o militar o interrompeu. — Você vai levá-lo?

— Sim. — O estranho balançou a cabeça, logo se aproximando da criança com um sorriso adornado por dentes incisivos e caninos de ouro. — Eu vou te transformar no melhor ferreiro dessa maldita nação, garoto! — exclamou, rindo. — Me chame de Adavor.

Sem esperar resposta, Adavor o pegou pelo braço, levantando-o e o levando. Ainda o viu entregar o dinheiro ao Choi, que nem ao menos olhou uma última vez para o menino, sem se preocupar com despedidas ou bons desejos. Entregue ao homem que cumprimentava todos que via pelo caminho, ele se deixou novamente levar. O que ele poderia fazer? Fugir parecia uma opção estúpida até mesmo para seu eu de onze anos.

Naquela manhã, Jimin reviu o sol nos céus, queimando suas córneas e aquecendo sua tez, caminhando em direção ao que seria seu novo lar, ainda que nunca o chamaria de tal forma. Sabia, mesmo que não tão bem, que aquilo não significava liberdade. Ainda tinha medo, estava apavorado por tudo que o rodeava, que poderia o tocar e machucar, mas as mãos calejadas do homem que o comprou tocaram em seus ombros e pediram calma, transmitiram isso, reafirmando em voz alta que, ali, ele estava seguro.

Finalmente seguro.

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Notas finais: Obrigada por ler!

17. Dezember 2021 20:29 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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