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Quando Jimin pediu permissão aos pais para ir ao condado vizinho em busca de mantimentos e suprimentos, jamais pensou que fosse se perder pelo caminho. Tampouco imaginou que seria perseguido por dois homens, terminando por ter de correr em busca de abrigo e ajuda para se esconder daquelas duas figuras, assim como para se proteger da chuva que tinha começado a cair. E, ao final de tudo isso, também não imaginava que terminaria cercado pelos soldados do imperador, enquanto a figura imponente do governante vociferava: — Quem és tu? O que fazes no meu território? És um espião do Imperador Lee?


Fan-Fiction Bands/Sänger Nur für über 18-Jährige.

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Capítulo 01

Escrito por: giiviiana


Notas iniciais: História dedicada a PequenaMochii 💜

Essa é a minha primeira história publicada aqui no projeto, e espero muito que vocês gostem.

Boa leitura!


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— Mas, omma, não há mais ninguém por aqui que conheça tão bem as plantas e suas propriedades como eu. Qual o problema em me deixar ir? — A voz de Jimin soou mais aguda do que o normal, mostrando como ele já começava a se incomodar com a constante recusa de sua omma em deixá-lo ir a província vizinha atrás das plantas e ervas que estavam em falta no pequeno vilarejo onde residia.

O outono que passou foi extremamente rigoroso, tendo dias seguidos de chuvas, o que fez com que muitas plantações alagassem e viessem a não vingar em seu cultivo. E isso resultou não só na falta das plantas e hortaliças que usavam para seus alimentos, como também para aquelas que serviam para o preparo de medicamentos. Agora o pequeno ambulatório do vilarejo encontrava-se com seu estoque praticamente vazio, e a mudança repentina do clima da estação fez com que muitos cidadãos passassem a procurar Jimin, o curandeiro auxiliar da cidade, em busca de remédios que curassem os narizes escorrendo, as gargantas doloridas, os calores e calafrios que a febre proporcionava.

Mas ali, diante de sua omma, parecia que seus argumentos não estavam adiantando de muita coisa. A senhora Park seguia negando aos pedidos do primogênito, dizendo que não via motivos para ele se arriscar indo à província vizinha, que ela era longe demais e ele demoraria, no mínimo, 3 dias a cavalo até chegar a seu destino. E aí seriam mais 3 dias para retornar, fora o tempo que ele passaria na outra província em busca de tudo o que era necessário. Só a ideia de ter seu filho longe por tanto tempo em um lugar totalmente desconhecido já deixava o coração da matriarca apertado.

Eles viviam em Changwon, um pequeno vilarejo que fazia parte do império de Busan. E apesar de tudo fazer parte do mesmo território, o Sr. e a Sra. Park nunca deixaram os filhos conhecerem nada além do próprio lugar em que moravam.

Tanto Jimin quanto Jihyon eram pequenos demais para se lembrarem, mas uma guerra fria se instalara entre o império de Busan e o de Daegu depois que o território de Haman foi conquistado pelo de Daegu, sendo que Haman, na época, estava em processo de unificação com Busan. Acusações de traição e espionagem surgiram de ambos os lados, e desde então eles vivem à espera de um mínimo erro do outro para partirem para o ataque.

Devido a isso, o medo por uma iminente guerra fazia com que a Sra. Park temesse que um de seus filhos estivesse no lugar errado numa situação dessas.

Mas, quando a matriarca da família estava prestes a abrir a boca para negar novamente o pedido de Jimin, a porta da casa foi aberta pelo Sr. Park, uma expressão pesada sendo carregada em seu rosto junto ao olhar cansado. O mais velho deixou a bolsa transversal que usava apoiada na mesinha ao lado da porta e se arrastou até sua poltrona, deixando o corpo cair sobre ela ao que um suspiro fundo saia de si.

— Hoje chegaram mais 3 pessoas no ambulatório, e não tive o que fazer. O estoque zerou de vez, não tinha nem um saquinho de ervas para fazer um gargarejo — lamentou enquanto passava as mãos no rosto, um claro sinal de cansaço. — Acho que não tem mais jeito, teremos de mandar alguém ir até Myriang em busca de suprimentos.

Os olhos de Jimin dispararam do appa até a sua omma, um sorrisinho se erguendo nos cantos dos lábios após escutar o que foi dito pelo mais velho. Essa era a sua chance de conseguir convencer a senhora Park a deixá-lo ir, e ele sabia que o appa concordaria quando o ouvisse argumentar que dali ele era o mais capacitado para esta função.

O que se sucedeu dali foram os resmungos e choramingos da matriarca que finalmente deixou o real motivo de seu temer vir à tona, enquanto do outro lado tinha um Jimin que só faltava pular de tão empolgado que ficou ao ter a confirmação de que poderia sim ir, desde que cumprisse todas as regras que seriam impostas a si.

[...]

Quando o outro dia chegou, Jimin se dirigiu ao ambulatório junto ao appa para fazerem a relação de todas as coisas que precisariam serem trazidas, enquanto a senhora Park ficou em casa cuidando de ajeitar os preparativos para a viagem do filho, organizando seus pertences e preparando comida suficiente para que ele levasse até chegar a Myriang.

O céu ainda se encontrava escuro quando Jimin terminou de selar seu cavalo. Certificando-se de tudo estar em seus devidos lugares antes de se aproximar de sua omma e sentir os braços dela o apertando.

Jimin se despediu da mais velha, ouvindo novamente todos os avisos e pedidos por cuidado que ela proferia. Dirigindo-se ao appa e ao irmão, deu um ligeiro abraço em cada um e finalmente encaixou um dos pés no estribo e pegou impulso com o outro, passando a perna por cima do animal e sentando-se sutilmente em seu lugar, ajeitando a postura antes bater os pés duas vezes nas laterais do cavalo, fazendo-o começar a se mover.

À medida que o animal ganhava velocidade e se afastava da pequena residência dos Park, ele sentia uma euforia ir tomando espaço dentro de seu peito. A sensação de se sentir útil o deixava feliz, e junto a sensação de liberdade que o tomava, foi impossível conter o sorriso que crescia em seus lábios.

[...]

Parado sob a sombra de uma árvore, Jimin observava o mapa que tinha aberto à sua frente. Esse já era o início de seu quinto dia de estrada, e ele simplesmente não entendia o porquê de ainda não ter chegado a seu destino. Seguia exatamente a rota que seu appa tinha traçado no mapa, não tinha como ele ter se perdido. Ou tinha? Chacoalhando a cabeça para os lados, deu a última dentada na pera que tinha em mãos antes de voltar a enrolar o mapa, guardá-lo em sua bolsa tira colo e montar no cavalo, dando uma rápida olhada no céu nublado antes de voltar a seguir o caminho na estrada de terra.

Alguns minutos haviam se passado quando Jimin começou a se sentir estranho, como se estivesse sendo observado. Olhando para os lados, tentou ver se avistava mais alguém pelo caminho, mas a estrada parecia vazia.

Tentando ignorar aquela sensação, o rapaz voltou a seguir o caminho, mas novamente se viu preso a sensação de estar sendo não somente observado, como seguido também.

Segurando com mais firmeza as rédeas do animal, tentou apressar o passo, mas se sentiu paralisar quando escutou uma voz atrás de si.

— Para onde pensa que vai, gracinha? — A voz que soou fez um arrepio subir por toda coluna de Jimin, fazendo-o engolir em seco.

— O que foi? O gato comeu sua língua? — Outra voz surgiu, dessa vez à sua direita.

Jimin não conseguia explicar o motivo, mas algo nos tons daquelas vozes deixaram-no em alerta, sentindo que algo de muito ruim poderia acontecer caso ele não tentasse fugir dali o mais rápido possível.

Tomado pelo medo do pior lhe acontecer, o rapaz de cabelos escuros não pensou duas vezes antes de bater com força nas laterais do cavalo, fazendo-o ganhar força à medida que galopava para longe dos outros dois indivíduos, ouvindo-os xingar ao fundo.

Enquanto o cavalo seguia a toda velocidade pela estrada de terra, Jimin conseguia ouvir o barulho dos outros atrás de si, junto às vozes que diziam que era melhor que ele parasse, que assim não seria tão machucado, seguido de risadas que o deixavam completamente enojado.

Ainda tentando ir para longe daqueles indivíduos, ele começou a sentir grossos pingos caindo por seu rosto, mostrando que o céu nublado de mais cedo era um prelúdio para a chuva que cairia. Xingando baixinho ao que se sentia ficar mais nervoso a cada segundo que se passava, percorreu o olhar por toda sua volta antes de guiar o cavalo para fora do caminho da estrada, fazendo-o se embrenhar por entre as árvores, numa tentativa de despistar os outros dois.

Isso pareceu ter funcionado, visto que já não ouvia mais com tanta clareza as vozes alheias, mas o som alto e estridente de um tiro próximo a si fez tudo desandar e seu desespero aumentar exponencialmente.

O cavalo se assustou com o barulho, ficando agitado e se erguendo apenas nas patas traseiras, fazendo com que Jimin ficasse igualmente assustado e perdesse a firmeza com a qual vinha segurando as rédeas. O animal relinchou e ficou ainda mais agitado quando o segundo barulho de tiro foi ouvido, balançando-se para os lados completamente desnorteado pelo estrondo.

As mãos de Jimin vacilaram nas rédeas e, por fim, a soltaram, o corpo do rapaz escorregando pela cela e indo de encontro ao chão.

O rapaz conseguiu se erguer e se aproximar do animal, mas sua movimentação pareceu deixar o animal ainda mais fora de si, fazendo-o bater os cascos com força no chão antes de se afastar a trotes ligeiros.

Jimin ainda pensou em gritar e correr atrás, mas ao ouvir as vozes novamente próximas a si, fez a única coisa que podia fazer no momento, correu o mais rápido que suas pernas permitiam para longe dali.

O barulho do solado de seu sapato indo de encontro ao chão junto aos ruídos de sua respiração acelerada e ofegante era a única coisa que conseguia ouvir no momento, fora alguns xingamentos atrás de si, mas não se atreveu a olhar para trás. Esforçando-se ao máximo para continuar correndo para o mais longe que conseguisse dos outros rapazes que lhe perseguiam, seu único pensamento era o de continuar correndo sem parar, por mais que não fizesse ideia de onde estava ou para onde estava indo.

Avistou mais à frente uma espécie de templo, com uma grande porta central, tendo duas janelas igualmente grandes em cada um de seus lados. Dando a volta pela estrutura, esgueirou-se entre um vão que havia em meio a algumas placas de madeira que tapavam uma das janelas.

Puxando o ar profundamente, Jimin deu uma olhada a sua volta e foi surpreendido por todos os objetos que pareciam reluzir ali. Algumas peças pareciam ser de porcelana, adornadas por detalhes em dourado e verde, assim como algumas pedrarias nos mesmos nuances. Havia também alguns pergaminhos espalhados por uma mesa grande e retangular que havia próxima a uma estante que ficava na parede contrária à da entrada, indo do chão ao teto, repleta de vários livros e mais alguns pergaminhos, fora alguns objetos espalhados por ela. Numa das paredes do canto havia um grande quadro com a imagem pintada de um homem sentado no que parecia ser um trono, os fios longos quase brancos de tão claros que junto à expressão séria e ao olhar gatuno astuto que carregava, deixava-o com um ar impiedoso e intimidador.

Enquanto analisava a imagem à sua frente, ouviu o som de passos se aproximando. Girando no próprio eixo e tentando achar algum lugar para se esconder, se sentiu tropeçar nos próprios pés, o corpo pendendo para trás e indo de encontro a uma vitrine que continha uma urna em seu topo.

O choque de seu corpo com o objeto o levou ao chão, assim como o recipiente que nele estava apoiado, fazendo-o se espatifar por inteiro e seu conteúdo, que era um pó escuro, levantar fumaça assim como um cheiro forte, envolvendo Jimin.

Imediatamente, o moreno se viu num impasse entre tossir para afastar todo o pó e odor que o cercava, enquanto tentava puxar o ar para seus pulmões, sentindo suas vias respiratórias se comprimindo.

Tentando buscar um jeito de respirar, se arrastou para longe da bagunça que tinha feito, escorando-se na parede oposta enquanto tentava limpar o rosto com as partes que não estavam molhadas da chuva ou sujas de terra e grama devido à queda do cavalo na manga da camiseta que usava.

Resmungando baixinho ao que tentava controlar a respiração, ouviu a porta do cômodo ser aberta e por ela passar o que parecia ser um soldado. As vestimentas formais adornando o corpo alto e esguio do desconhecido que o olhava com olhos arregalados, empunhando uma arma em sua direção.

Antes mesmo que Jimin conseguisse reagir, ouviu o outro gritar pedindo por reforços, dizendo ter um invasor no palácio. E em questão de segundos Jimin se viu sendo encurralado por vários outros soldados, todos apontando para si seus revólveres.

Mais uma movimentação veio da porta, e então todos os soldados ficaram em posição de sentido quando um outro rapaz, que Jimin reconheceu como sendo o mesmo do quadro da outra parede, parando em sua frente e o analisando minuciosamente antes de perguntar:

— Quem és tu? O que fazes no meu território? És um espião do Imperador Lee? — A voz, apesar de rouca e baixa, soou extremamente fria, um tom que se assemelhava muito ao de desprezo.

Franzindo o cenho, Jimin se viu confuso. Imperador Lee era o nome de seu Imperador, o Imperador de Busan. E se aquele homem à sua frente alegava que Jimin havia invadido seu território, então ele havia ido parar onde?

Negando com a cabeça, o moreno apressou-se em gesticular com as mãos ao que tentava se aproximar, o que foi um erro. Logo tinha novamente as armas apontadas em sua direção, barulhos raivosos escapulindo de alguns guardas. Percebendo seu erro, Jimin ergueu as mãos para o alto.

— N-não, senhor. E-eu me chamo P-park Jimin. Sou um cidadão de Changwon, e vim a pro-província de Myriang em busca de suprimentos — murmurou com a voz trêmula, tentando ignorar aqueles 5 revólveres erguidos em sua direção e focando seu olhar no homem a sua frente.

O outro escutou atentamente sua resposta, uma sobrancelha sendo erguida.

— Myriang? — Foi tudo o que o homem de cabelos claros e longos disse, vendo o moreno acenar positivamente com a cabeça. — Acho que estás bem longe de Myriang, senhor Park.

— L-longe? Não é possível! Eu segui todo o caminho que appa tracejou no mapa, olhe! — E baixando os braços, o jovem fez menção de abrir sua bolsa, mas seus movimentos foram interrompidos quando um dos guardas puxou seus braços para trás, prendendo-os ali com uma das mãos enquanto forçava Jimin a se ajoelhar, a outra mão segurando firmemente em seu pescoço, impedindo-o de se mover. — P-pelos deuses, calma! — conseguiu murmurar em meio ao aperto, sentindo o ar falhar.

O outro rapaz o analisou, desde o rosto jovial com grandes olhos amendoados, nariz pequeno e arrebitado e lábios volumosos, até as vestes simplórias que cobriam o corpo magro e baixo, numa tonalidade clara de verde, mas que no momento estavam sujas de grama, terra e o que parecia ser pó.

Yoongi sentiu vontade de praguejar ao reparar que esse pó provinha da urna que guardava as cinzas de seu avô, o Imperador Min I, esta que agora encontrava-se aos pedaços no chão. Mas ao voltar seu olhar para o rosto do Park e ver a expressão amedrontada que o mesmo carregava, desistiu.

Os olhos grandes encaravam-lhe de volta, lágrimas começando a surgir nos cantos deles, Yoongi só não sabia se elas eram provenientes do medo que o jovem sentia ou da força com a qual seu guarda o mantinha imobilizado no chão. Decidindo seguir seu instinto, Yoongi aproximou-se do guarda e tocou seu ombro, ordenando que soltasse o intruso.

— Fazes ideia de onde estás, senhor Park?

— Agora não mais… — respondeu incerto, as mãos alisando os locais onde foi segurado.

— Imaginei que não — murmurou Yoongi, mexendo a cabeça ao que endireitava a postura, voltando a ficar ereto antes de tornar a falar — Eu me chamo Min Yoongi, sou o Imperador de Daegu. E nesse momento, o senhor se encontra em meu território — finalizou e viu os olhos do jovem tornarem-se ainda maiores quando ele os arregalou, a pele que já era clara adquirindo um tom ainda mais pálido.

De repente, tudo fez sentido na mente de Jimin. Seu appa havia dito como era o caminho até Myriang, dizendo que ele passaria por outros três vilarejos antes de chegar à província. Mas, pelas contas de Jimin, ele passou apenas por dois antes de embarcar pelo caminho de terra que parecia inabitado. E o fato dos perseguidores terem deixado de segui-lo à medida que se aproximava do suposto templo também evidenciava isso.

Provavelmente eles sabiam a quem pertencia e não tinham coragem de entrar ali. Um ofego escapuliu por entre seus lábios, perguntando se agora seria o momento em que seria acusado de invasão e levado à prisão, ou pior, se agora ele seria executado.

Vendo como o moreno parecia ainda mais assustado após saber quem estava à sua frente, Yoongi sinalizou a um dos guardas.

— Soldado Jung, peça que preparem um dos aposentos para o senhor Park. Creio que ele precisa se limpar e se acalmar antes que possamos prosseguir com essa conversa.

E, dando uma última olhada para o jovem que ainda se encontrava em pânico, Yoongi deu meia volta e seguiu para fora do cômodo, deixando aos cuidados de Jung o jovem Park.

[...]

Depois que Min se ausentou, Jimin foi escoltado pelo guarda até um dos cômodos. Sua mente ainda estava confusa pensando em tudo o que tinha acontecido nas últimas horas, e uma dor começava a se espalhar por sua testa e têmporas. O rapaz não sabia o que pensar de tudo isso, muito menos conseguia imaginar o que aconteceria consigo em seguida.

Quando a água na banheira ficou pronta e uma das empregadas se aproximou de si para ajudá-lo a se despir para entrar na água, Jimin se afastou apressadamente, estranhando a atitude da mulher. Ela iria despi-lo e banhá-lo?

— Não preciso de ajuda nisso, consigo fazer sozinho.

Ainda viu o olhar incerto da mulher sobre si por alguns segundos antes dela abaixar a cabeça e se afastar, deixando-o sozinho no banheiro. Dando uma rápida olhada ao seu redor, observou como tudo dentro daquele cômodo gritava riqueza, assim como a saleta onde esteve antes.

Alguns objetos enfeitavam o espaço, lindos vasos de porcelana carregando detalhes em dourado e outros em verde, assim como as paredes dali eram de um mármore claro, a bancada onde se encontrava a pia sendo do mesmo material. E mais ao canto do banheiro havia uma banheira branca, o vapor da água quente subindo e deixando o ar mais denso.

Jimin se despiu e deixou suas roupas sujas na bancada ao lado da pia, aproximou-se da banheira aos poucos, estranhando demais aquele tratamento, mas não resistindo à gostosura da água quando mergulhou seus dedos nela para testar a temperatura.

Enquanto se ensaboava e retirava toda a sujeira do corpo, aproveitando-se daquele momento de paz para se acalmar, se deixou analisar toda a situação com mais calma.

Apesar de ter realmente invadido uma propriedade que não lhe pertencia e ser alguém de território inimigo, o Imperador Min não o tratou de maneira rude. Até disse que era melhor Jimin estar calmo para quando fossem continuar aquela conversa. Então ele lhe daria a chance de se explicar, certo? Sendo assim, tudo o que lhe restava fazer era se acalmar e contar como tudo aconteceu.

Se ele tinha sido misericordioso até aquele momento, talvez não fosse prendê-lo nem o acusar de nada.

Agarrando-se naquela fagulha de esperança que cresceu dentro de si, terminou seu banho e vestiu o roupão que estava disposto na banqueta ao lado da banheira, calçando também o par de chinelos dispostos ali e indo até o quarto.

No cômodo, encontrou estendida na cama um traje que se assemelhava bastante ao que usava antes. Um par de calça e camiseta no estilo bata, ambos em tons claros de lilás, e uma cueca em tom branco, o que fez suas bochechas adquirirem um leve tom rosado pensando em quem dispôs as vestimentas ali e sentindo-se constrangido ao pensar que quem o fez, saberia o que ele usava.


Vestiu-se rapidamente e retornou ao banheiro para arrumar os cabelos, secando-os bem no roupão antes de penteá-los. Avistou uma colônia próxima à pia e deu duas esguichadas nela, o leve cheiro de lavanda surgindo no ar.

Terminado de se ajeitar, deu uma última olhada em seu reflexo no espelho antes de dar meia volta e alcançar a maçaneta da porta do quarto, girando e dando de cara com o guarda que ficou encarregado de guiá-lo.

— Já estou pronto, senhor. — falou timidamente, recebendo um olhar analítico antes do guarda menear a cabeça e murmurar um "Siga-me, senhor Park.", antes de sair andando pelo corredor, rumo às escadarias.

Três batidas na porta e um “entre” pôde ser ouvido, fazendo Jung abrir a mesma e dar passagem a Jimin, antes de Yoongi o olhar e o dispensar com um aceno de cabeça.

— Aproxime-se e sente-se, senhor Park.

O anfitrião apontou para a cadeira à sua frente, disposta do outro lado da mesa. E Jimin logo a ocupou, a postura ereta demonstrando como ele se sentia tenso naquele momento, apesar dos olhos curiosos perpassarem por todo o ambiente, notando ser o escritório do outro.

O silêncio perdurou por alguns minutos.

De um lado Jimin sem saber o que dizer e nem como começar a falar algo, e do outro Yoongi o observando, tentando entender a si mesmo ao agir de maneira tão calma perante aquela situação, estranhando o fato de olhar para o outro e enxergar que ele realmente parecia dizer a verdade ao alegar não saber onde estava.

— O senhor está mais calmo?

— Sim.

— Ótimo! Acredito que agora possa me explicar melhor toda essa confusão que culminou no senhor invadindo meu palácio.

Dando uma respirada funda, Jimin concordou com a cabeça antes de começar a falar, contando sobre todos os acontecimentos dos últimos dias.

Contou sobre como o outono foi rigoroso e pôs a perder todas as plantações em seu vilarejo, o que ocasionou a falta de suprimentos e mantimentos. Disse como os cidadãos apareciam no ambulatório de seu appa e as medicações estavam escassas, até que por fim vieram a esgotar e eles não tinham como tratar os pacientes.

Então relatou sobre a conversa que teve com seus pais e em como a decisão dele ir até a província de Myriang foi tomada, visto que ele era o único que conhecia verdadeiramente as plantas, suas propriedades e o tanto que seria necessário para reabastecer o estoque no ambulatório até a próxima colheita.

E, por fim, contou como a viagem de ida durou dois dias a mais do que o previsto, e em como ele terminou naquela estrada vazia e se deparou com aqueles dois homens que o perseguiram.

Falou de como eles diziam coisas asquerosas e atiraram contra si, assustando seu cavalo, fazendo o animal derrubá-lo no chão antes de correr em disparada para longe daquele caos, restando ao jovem Park apenas correr o mais rápido que suas pernas e cansaço permitiam, até que ele se deparou com aquele templo à sua frente e não pensou duas vezes antes de procurar refúgio ali contra a chuva que caia e os perseguidores.

Yoongi mantinha uma das mãos em frente ao rosto, o queixo apoiado no dedão enquanto o indicador passava por seus lábios, a atenção voltada para as palavras proferidas pelo outro. Definitivamente ele conseguia enxergar sinceridade nas palavras de Park, e isso o deixava confuso, visto que agora não sabia como proceder.

Deixaria o outro ir? Manteria ele por mais tempo ali, a fim de ter certeza que ele realmente estava sendo verdadeiro e que aquilo não fazia parte de um plano do Imperador Lee de tentar obter informações?

Mais três batidas na porta e novamente Yoongi proferiu um “entre” novamente vendo um de seus servos passar pela porta e se aproximar.

— Vossa Majestade Imperial, encontramos um cavalo sozinho pelas redondezas. Ele parecia bem agitado e tinha um machucado numa das patas, mas conseguimos controlá-lo e o levamos até o estábulo.

— Cavalo? Machucado? O quão machucado? Um cavalo negro, senhor? Carregando uma bolsa de couro marrom junto à sua cela? — Jimin disparou a perguntar, lembrando-se só agora que seu cavalo havia fugido e que podia ter se machucado em meio à fuga, tamanho seu desnorteamento.

O guarda o olhou, antes de desviar a atenção para Yoongi e, recebendo um aceno de cabeça, voltar a olhar para Jimin antes de responder.

— Sim, senhor. O capataz está cuidando de seu ferimento, mas tirando o machucado na pata, não parece ter mais nenhum outro.

— Posso vê-lo? — apressou-se a perguntar, já se levantando da cadeira e se aproximando do guarda.

Minutos depois, Jimin se encontrava entrando no estábulo sendo guiado pelo guarda e acompanhado do Min. O ambiente era enorme, bem organizado e arejado, apesar de ser completamente coberto.

Tinha inúmeras baias, cada uma delas sendo ocupada por um cavalo diferente, e numa das últimas baias a porta estava aberta, e de lá era possível ouvir os murmúrios de alguém tentando acalmar o animal que não parava de relinchar.

Apressando o passo e passando na frente dos outros dois, Jimin alcançou a porta a tempo de ver o animal relinchar mais uma vez ao que tentava se afastar do homem que segurava um balde cheio d'água numa das mãos.

— Eu, ei! Se acalme, Lancelot! — Erguendo as mãos à frente do corpo, o moreno foi se aproximando aos poucos, como se tentasse dar tempo ao animal de reconhecê-lo. Aos poucos o cavalo foi se acalmando, permitindo a aproximação e aceitando o afago que recebia no topo da cabeça.

— Você me deu um baita susto, sabia? Ficando agitado daquele jeito e fugindo… — continuou a falar, a voz soando calma e baixa enquanto seguia com o carinho, agora também passando o olhar por todo o corpo grande do animal, se certificando de que tudo estava bem com ele.

— Me falaram que você machucou a pata, é verdade? — Jimin agora descia as mãos pela perna esquerda dianteira do bicho, observando um corte que ia desde um pouco acima do joelho até alguns centímetros antes do casco. Mesmo em meio à pelagem escura dele, era possível ver quanto sangue seguia saindo pelo corte, o que começava a formar uma pequena poça de sangue no feno que cobria o chão.

Analisando melhor a profundidade e irregularidade do machucado, o rapaz começou a pensar no que poderia ser feito para sarar aquilo o mais rápido possível.

— Vocês têm ervas?

— O quê?

— Vocês têm ervas para poder cuidar dos machucados? — tornou a perguntar, dessa vez girando a cabeça em direção ao dono da voz que o respondeu, fixando os olhos amendoados nos escuros do Min.


— Temos nossa plantação, o senhor pode encontrar vários tipos diferentes por lá. E algum dos guardas pode levá-lo também ao nosso armazém, lá há o estoque de várias já cultivadas e separadas, isso pode ajudar.

Acenando positivamente com a cabeça, Jimin voltou a olhar rapidamente para o animal, analisando mais uma vez o corte antes de se erguer e se aproximar do Imperador.

— Gostaria de dar uma olhada nas do estoque, se possível. Creio que precisarei de um pouco de calêndula, camomila e talvez aloe vera. Se tiver óleo de girassol, isso seria de grande ajuda também.

Logo, Jimin estava sendo guiado pelo campo aberto em direção a uma outra área do território onde ficava a casa imperial, adentrando numa construção de concreto e tamanho mediano, bem simplória. Por dentro, haviam inúmeras estantes e divisórias, todas indo do chão ao teto, repletas dos mais variados tamanhos de vidros e caixas, todas carregadas com os mais variados tipos de plantas, ervas, sementes, raízes e óleos.

Jimin sentiu-se maravilhado em meio a toda aquela riqueza de suprimentos, desejando muito que o estoque do ambulatório de seu pai pudesse ficar tão cheio como aquele cômodo onde se encontrava.

Com a ajuda do guarda, conseguiu encontrar tudo o que buscava, até mesmo alguns outros óleos e ervas que ele sabia que precisaria mais adiante, à medida que o ferimento do animal fosse melhorando e chegando em outras fases. Após pegar tudo o que era necessário, perguntou se seria possível arrumarem um pilão para ele, para que pudesse bater os ingredientes antes de misturá-los para ministrar no ferimento. Não tardou a ter seu pedido atendido, voltando em seguida ao estábulo.

Encontrou o animal deitado no chão, a parte direita do corpo de encontro ao piso, provavelmente porque o cavalo não estava aguentando manter o peso na pata machucada. Rapidamente espalhou tudo o que foi pego à sua frente e passou a manusear os ingredientes, misturando um pouco de cada coisa até obter uma pasta densa.

Alcançando o balde d'água que o capataz havia deixado por ali, passou a lavar a região do ferimento com muita calma e cuidado, fazendo o possível para não deixar o animal agitado novamente e nem o fazer sentir alguma dor que fosse desnecessária.

O rapaz estava tão concentrado em sua tarefa que sequer percebia o olhar curioso que Yoongi mantinha sobre si, quase sem piscar de tão atento que estava a cada gesto dele.

Após limpar e espalhar a pasta sobre o machucado, puxou sua bolsa de couro marrom que estava largada numa banqueta, mexendo na mesma em busca de bandagem para enrolar em volta do machucado, a fim de impedir que sujeiras entrassem em contato com a ferida.

Erguendo-se e levando o balde vazio consigo, Jimin se aproximou do cocho e encheu o recipiente com água, voltando a se aproximar do animal, depositando o objeto na frente do mesmo para que ele pudesse beber o conteúdo.

— O corte é bem profundo e irregular, o que fará com que demore alguns dias para cicatrizar, talvez semanas. Não sei como será possível retornar a Changwon com ele nesse estado. — Seu murmúrio saiu baixo, o cenho franzido mostrando como ele se via confuso agora.

Com o animal ferido e o inverno anunciando que havia chegado com o ar gelado que circulava por ali, Jimin se via sem saber o que fazer. Até o momento, Min estava sendo paciente e benevolente para consigo, mas não sabia se isso seria estendido por mais tempo.

Acreditava que ele estivesse agindo assim só para tentar entender toda a situação e se certificar de que Jimin não era um espião ou coisa do tipo. E agora que o moreno já havia contado toda sua trajetória até ali e o outro parecia ter acreditado em si, talvez a hora de seguir seu caminho tivesse chegado. O problema era que ele realmente não sabia como proceder se precisasse sair do território do outro naquele instante.

Encarando o homem de postura ereta e semblante inexpressivo que o olhava de volta, o jovem Park tentava pensar em quais palavras usar para falar o que queria a seguir. Não tinha alternativa a não ser pedir por abrigo pelos dias que viriam enquanto esperava pela melhora de Lancelot. Mas antes mesmo que conseguisse formular a frase em seus pensamentos, a voz do outro soou, fazendo-o arregalar um pouco os olhos em surpresa.

— O senhor pode permanecer no quarto que lhe foi oferecido enquanto isso ou, se preferir, posso solicitar outra instalação que seja do seu agrado ou até mais perto daqui, para que o acesso possa ser mais rápido.

Definitivamente Jimin não esperava que o outro fosse aceitar algo assim de maneira tão fácil, principalmente partindo dele próprio tal sugestão. Mas a constatação de que o convite era real o fez balançar a cabeça em concordância junto aos murmúrios de agradecimento.

— Isso seria ótimo, senhor! Creio que no máximo em duas semanas Lancelot estará recuperado e poderemos retornar à viagem.

— Retornar à viagem? Para Myriang? — Dessa vez foi Yoongi quem franziu o cenho, dando uma rápida olhada para o céu, constatando que o dia seguia nublado assim como o anterior, mostrando que realmente o inverno já se fazia presente.

E se levasse em consideração o tempo chuvoso e frio que os cercava, ele tinha certeza de que nos próximos dias isso só aumentaria, principalmente quando a neve começasse a cair. Seria impossível para o outro rapaz seguir viagem com as estradas cobertas de neve e um cavalo recém recuperado de uma lesão na perna.

— Sim, senhor. Ainda preciso ir lá para buscar todo o necessário para que seja possível enfrentarmos a estação. Se o outono foi capaz de fazer o estrago que fez, não consigo nem imaginar como será esse inverno. Realmente estamos sem suprimento algum no vilarejo e eles estão fazendo falta, e farão mais ainda à medida que o tempo for esfriando e as pessoas adoecendo.

Cerrando ligeiramente os olhos, Yoongi pensou nas alternativas que tinha, vendo quais poderiam ser vantajosas para ambos os lados.

— Posso lhe fazer uma proposta? — perguntou, vendo o outro concordar com a cabeça. — O senhor pode ficar pelo tempo que precisar e levar os suprimentos necessários daqui e, em troca, pode ensinar a meus homens sobre seu ofício. Apesar deles serem bem treinados, não possuem tanto conhecimento sobre as plantas e seus poderes. Isso era algo que a Imperatriz costumava cuidar pessoalmente, mas desde seu falecimento tudo ficou um tanto quanto incerto. Seria de grande ajuda se o senhor pudesse ensiná-los.

— Se o senhor estiver falando sério, eu aceito. — Apesar das sobrancelhas arqueadas em surpresa pela proposta, Jimin se via incapaz de recusá-la. Se fosse esperar o tempo necessário para Lancelot ficar bem e seguir viagem, terminaria demorando ainda mais para retornar. Essa saída o pouparia do cansaço e mais tempo gasto.

Com um pequeno sorriso brincando no canto dos lábios, Jimin curvou-se agradecendo ao outro, vendo o Min menear a cabeça antes de girar nos próprios pés e seguir para longe dali, deixando-o apenas na presença do guarda.

~~~~


Notas finais: Chegamos ao final do primeiro capítulo, e espero muito que vocês tenham gostado.

Voltamos logo com o próximo capítulo.

E aproveito pra agradecer a Nutella_Kpop_pela capa linda, me deixou muito boiola. E também agradeço a Honeyboy__ pela betagem 💜

10. Dezember 2021 23:15 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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