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Jimin jurou que nunca mais seria parceiro de ninguém em investigações. Ele trabalhava sozinho e não pretendia mudar isso tão cedo. Mas, com a chegada de Min Yoongi em sua delegacia, as coisas se tornaram um completo caos. Após o assassinato de um ex-policial acontecendo no primeiro dia de trabalho do novato, o Park se viu obrigado a trabalhar com ele para poder investigar o caso. Desenterrando casos antigos e perdas nunca superadas, o crime inesperado fez com que passassem a investigar também colegas de trabalho e histórias há muito esquecidas. E entre brigas, segredos e reviravoltas, Jimin descobre que trabalhar com Yoongi não era tão ruim quanto ele esperava.


Fan-Fiction Bands/Sänger Nur für über 18-Jährige.

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Capítulo 1

Escrito por: @bbmoonie

Notas iniciais: Oi :) tudo bem?
Escrever sobre esse tema foi muito divertido (um surto kkkk, mas ainda assim divertido). Foi a primeira vez que escrevi uma história nesse estilo, então foi bem diferente.
Muito obrigada @ksjtiny pela betagem e por me ajudar tanto a melhorar essa história <3 @xbusanjimin | @busanjimin pelas capas e banners tão lindos <3
Antes de ler, peço que vocês deem uma olhada nas tags para garantir que não vão ler nada que os faz se sentir mal. O foco da história é no caso/investigação, mas também tem um pouco de angst (não muito, mas está presente em algumas cenas), então por favor, tomem cuidado ^^
Espero que gostem! Boa leitura


~~



**

Jimin estava acostumado a chegar ao trabalho e já encontrar a delegacia agitada. Pessoas apressadas indo de uma sala para a outra, policiais correndo, civis irritados... Aquela era sua rotina desde que havia se tornado um investigador de polícia.

O que ele não esperava era chegar à delegacia naquela manhã de segunda e se deparar com seus colegas de trabalho quietos, atentos e amontoados em sua mesa.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntou, jogando de supetão a mochila sobre a cadeira, assustando-os.

— Que susto, Jimin — brigou Seokjin, com a mão sobre o coração. — Porra, bom dia para você também.

— Bom dia — respondeu com uma risadinha. — Mas, sério, por que estão todos aqui na minha mesa? Algum caso muito louco acabou de acontecer? Ou o Jungkook perdeu alguma coisa de novo?

Taehyung aproximou-se sorridente, passando o braço por seus ombros e puxando-o para um abraço desengonçado.

— Apenas novidades. Olhe ali, na sala da delegada.

Jimin desviou o olhar para a sala com paredes de vidro ao lado de sua mesa. As persianas estavam quase completamente fechadas, deixando visíveis apenas algumas frestas, por onde o grupo de colegas curiosos podia observar o interior.

Sentado na mesa, em frente à delegada Lee Jiyun, estava um homem baixo, aparentemente novo e de cabelos pretos. Poderia ser um civil qualquer se não fosse pela ficha e o distintivo colocados na superfície entre os dois.

— Um novato? — perguntou, estupefato. — Algum de vocês pediu demissão?

— Esse é o problema — sussurrou Jungkook, sem tirar os olhos do homem. — Não. E ele não está fardado como um policial.

Há dois anos a delegacia de Gangnam recebia apenas alguns funcionários que substituíam os poucos policiais que se demitiam ou se aposentavam. O fato de não haver ninguém da pequena equipe para ser substituído só tornava a situação ainda mais estranha.

— O nome dele é Yoongi, investigador da delegacia de Hongdae. Eu o conheço pelo nome porque ele trabalhou naquele caso do jornalista corrupto que dividimos com a delegacia dele, lembra?

O Park encarou Taehyung com os olhos arregalados, sem se dar ao trabalho de responder. Investigador. Se aquele homem realmente estava indo trabalhar em sua delegacia, isso só significaria problemas. Não precisavam de um novo investigador por ali.

— Vocês acham que ele vai trabalhar aqui?

— Eu não vejo outro motivo para apresentar a ficha e o distintivo para a nossa delegada — murmurou Jin, tamborilando os dedos na mesa para descarregar a ansiedade.

— Merda...

Assim que ambos se levantaram de suas cadeiras dentro da sala, o pequeno grupo dispersou-se correndo, tentando disfarçadamente se ocupar com alguma outra coisa. Jimin ignorou o coração disparado e engoliu suas dúvidas enquanto fingia arrumar a mesa, torcendo para tudo ser um mal-entendido.

A porta da sala se abriu com calma para que o homem passasse, logo sendo seguido pela delegada Lee.

— Bom dia — cumprimentou ela, com o mesmo sorriso cordial que os lançava todas as manhãs. — Começaremos essa semana com uma grande novidade. Há muito tempo não recebemos um novo interno.

Automaticamente, a atenção de todos que os rodeavam voltou-se para o homem ao seu lado, fazendo com que ele engolisse em seco e desviasse o olhar.

— Este é Min Yoongi, investigador de polícia. Ele está sendo transferido da delegacia de Hongdae para cá e começará a trabalhar hoje. Deem as boas-vindas a ele.

Alguns acenos de cabeça tímidos e uns murmúrios de “bem-vindo” soaram pela sala principal da delegacia. Jimin apenas respirou fundo, tentando manter o pouco de calma que ainda tinha. Não havia motivo para terem um novo interno, não depois de dois anos sem mais ninguém. O Park sabia que conseguia tomar conta da maioria dos casos por conta própria e ainda tinham outro grupo de investigadores mais velhos para cuidar do que não conseguia.

Min Yoongi não tinha motivos para estar ali.

Enquanto o novato cumprimentava seus novos colegas de trabalho, Taehyung debruçou-se sobre a pilha de pastas e livros que servia como uma barreira entre sua mesa e a de Jimin.

— Ei, relaxa — sussurrou com um sorriso divertido nos lábios. — É o nosso primeiro novato em anos. Vamos botar um pouco de terror nele.

— Tae, você sabe que nós não precisamos de...

— Jimin? — A voz da delegada interrompeu a conversa. — Apresente a delegacia para Yoongi.

O investigador abriu a boca para contestar, mas, antes mesmo que pudesse dizer qualquer coisa, sua chefe falou novamente:

— Vai ser bom termos um investigador novo. Não podemos depender só de você e dos investigadores de outras divisões para cuidarem dos nossos casos, não é? — A pergunta retórica dispensava qualquer resposta de sua parte. — Aproveite para conhecer o novato e explicar como as coisas funcionam por aqui.

Jimin engoliu em seco e assentiu, observando-a voltar para sua sala e fechar a porta atrás de si. Ele entendia muito bem o que aquilo significava: não adiantava contestar suas decisões.

Bufando, virou-se na direção de Yoongi, que o encarava com atenção.

— Vamos? — resmungou entredentes.

Sob os olhares de seus companheiros de equipe, os dois seguiram pela sala principal da delegacia.

— Eu sou Jimin, prazer.

— Prazer. — A resposta curta foi o suficiente para fazer sua sobrancelha arquear ao ouvir a voz rouca e grave do Min.

— Como você já sabe, aquela é a sala da delegada Lee. — Apontou para a porta fechada. — Eu também sou investigador e aquela é a minha mesa. Ao lado, Taehyung.

— Espero que você faça um bom trabalho, novato — falou o Kim em um tom grave, com o cenho franzido. Jimin revirou os olhos com a brincadeira, logo ouvindo a risada do amigo. — Estou brincando, não consigo ficar sério, estou animado demais. Prazer, Yoongi! Eu sou Taehyung, escrivão. Não sei se você me reconhece.

— Eu acho que não. Eu deveria? — perguntou, confuso.

— Eu fui escrivão do caso do jornalista em que nossas delegacias trabalharam juntas há um tempo, lembra?

Yoongi trocou o peso de um joelho para o outro, crispando os lábios antes de assentir:

— É, lembro sim.

Mesmo com as respostas curtas, Taehyung pareceu ficar satisfeito, lançando um sorriso largo para ambos antes de se voltar para o monitor.

— Aqueles são Seokjin, perito, e Jungkook, agente de telecomunicação.

O Min os cumprimentou com um simples gesto, logo sendo respondido com um menear de Seokjin e um aceno tímido de Jungkook, que se escondia por trás da tela de seu computador.

— Vem, vou te apresentar o resto do pessoal e das salas. Se tiver alguma dúvida, pergunte.

Aos poucos, Jimin guiava o novato por entre os outros funcionários, apresentando-os brevemente. Yoongi pouco falava, restringindo-se a algumas perguntas, o que era um grande alívio para o Park. Não queria papo com o novo investigador tão cedo. Para ele, quanto mais afastados ficassem, melhor.

— Esta é a sala de descanso, mas quase nunca ficamos aqui. Não sei como as coisas funcionavam em Hongdae, mas nós só vimos aqui quando os policiais não estão por perto para fazer baderna ou quando precisamos ficar sozinhos.

— Okay, entendido.

— Ah, uma dica: o café é horrível — comentou, sentindo-se na obrigação de avisar, mesmo que dispensasse qualquer conversa com ele. — Sério, se quiser tomar café, traga de casa ou vá a alguma cafeteria. Isso aqui é horrível, tome por sua conta e risco.

Yoongi soltou uma risadinha, assentindo, e o Park automaticamente sentiu o clima ficar mais leve. Determinado a não deixar aquilo tornar-se uma brecha, andou em direção à próxima sala.

— Aqui ficam os arquivos dos casos encerrados ou arquivados. Eu imagino que você já entenda muito bem como mexer com isso, mas, ainda assim, tome cuidado para não bagunçar nada. Se precisar de algo e não encontrar, pode falar com qualquer um de nós ou com algum dos investigadores mais antigos. Eles não lidam muito bem com tecnologia, mas conhecem cada uma destas caixas como se fossem deles próprios.

— Tudo bem. Obrigado, Jimin — disse o Min com um sorriso cordial nos lábios. — Estou animado para trabalharmos juntos.

Imediatamente, o Park sentiu o corpo tensionar. Respirou fundo para conter a raiva irracional que crescia em si e mediu bem as palavras antes de responder:

— Eu não quero ser grosso com você, Yoongi, mas nós não vamos trabalhar juntos de forma alguma.

O homem não pôde deixar de se sentir culpado com o olhar baqueado do novato, porque sabia que não era sua culpa — afinal, ele havia acabado de chegar —, mas aquela era uma certeza sua. Não trabalharia com Yoongi. Não trabalharia com ninguém. Há dois anos, investigava sozinho e não permitiria que isso mudasse.

— O quê...?

Jimin apenas balançou a cabeça em resposta, querendo evitar o assunto.

— Vem, eu vou... — Ele congelou diante das próximas palavras, mal acreditando que iria dizê-las. — Eu vou te mostrar a sua mesa.

Andou de volta apressadamente, tentando conter as lágrimas que queimavam em seus olhos. Ainda era cedo e não queria começar o dia chorando. Aquela não era a primeira impressão que queria passar para Yoongi.

Quando avistou as mesas da sala principal, agradeceu silenciosamente ao ver que algum de seus colegas já havia limpado a que estava livre, sabendo que não conseguiria fazer aquilo sozinho. Mas sua gratidão logo se transformou em confusão ao ver a forma agitada como todos se moviam.

— O que está acontecendo? — perguntou para Taehyung, que parecia o procurar.

— Um chamado urgente. — O Park sentiu o coração disparar. Uma movimentação como aquela logo cedo só poderia significar uma coisa. — Um assassinato.

— Porra — rosnou, fechando os olhos brevemente. — Que merda.

— Isso é o que eu chamo de boas-vindas — grunhiu Yoongi, ironicamente.

Apesar de ainda se sentir deslocado, o homem rapidamente se adequou à correria do ambiente, acostumado com a rotina que já tinha há anos em Hongdae.

— Mas, Jimin... — A voz do Kim vacilou.

— Tae? O que foi? — Seu coração acelerou no peito diante da hesitação do amigo, prevendo uma notícia ruim. — É alguém que eu conheço?

O escrivão o encarou com os olhos cheios de preocupação. Ele respirou fundo, tomando coragem, e descansou a mão sobre seu ombro.

— Kim Sanghun. A vítima é o Sanghun, Jimin.

O Park sentiu o mundo à sua volta parar. Aquilo não podia ser real. Só podia ser uma brincadeira de mau gosto.

O dia que já estava indo mal acabava de se tornar um completo pesadelo.

Jimin não conseguia processar nada. Tudo o que percebia era a tremedeira nas mãos e os ouvidos tampados, o nome da vítima se repetindo em sua cabeça.

Kim Sanghun. Kim Sanghun. O pai de seu melhor amigo morto agora estava morto também. Não podia ser real.

Antes mesmo que percebesse, sentiu o corpo ser puxado e mãos o empurrarem pelos ombros até que se sentasse em uma cadeira. Ouvia alguém falando, mas não conseguia entender as palavras. Tudo parecia estar turvo enquanto processava o que ouvira.

O toque de uma mão gelada pesou em sua nuca seguido de uma voz calma:

— Jimin, respire fundo e se acalme. Você precisa ir para outro lugar?

Sem conseguir falar nada, apenas balançou a cabeça. Ele sabia que precisava se recompor para poder entender o que havia acontecido, ir para outro lugar só atrasaria as coisas.

— O quê...? Quem...?

— Acalme-se primeiro. Eu sei que é inesperado, mas você não vai conseguir fazer nada se não se acalmar.

Jimin fechou os olhos e focou em sua respiração. A negação inicial lentamente se dissipou e o choque passou a tomar conta de si.

Era quase irreal a forma como tudo parecia estar dando errado ao mesmo tempo. Como se não bastasse ter que lidar com um novo investigador na divisão, agora tinha o caso do pai do seu melhor amigo para lidar.

Suspirando uma última vez para tirar um pouco da tensão de seus ombros, Jimin cerrou os punhos e olhou para Seokjin, que o encarava com o rosto pálido. Ele parecia estar tão chocado quanto a si.

— Melhor?

— Sim, obrigado.

— Tome, Jimin. — A voz suave de Jungkook soou enquanto ele lhe estendia um copo de água.

Seus orbes sempre tão brilhantes agora estavam arregalados e opacos. O Jeon mordiscava os lábios ansiosamente, tentando conter os sentimentos quietamente.

— Obrigado — repetiu, aceitando a água. — O que aconteceu?!

Percorreu a sala com o olhar, buscando Taehyung para conseguir as informações que tanto precisava, e encontrou-o do outro lado da sala, falando com Yoongi.

— A empregada dos Kim ligou. Ela tinha acabado de chegar e encontrou Sanghun na sala, caído. Aparentemente, baleado ou esfaqueado, pela quantidade de sangue. Os policiais estão indo para lá agora, e eu já vou também — explicou Seokjin, vestindo sua jaqueta com pressa.

— E a senhora Kim? Tem algum sinal de arrombamento?

— Jimin, nós acabamos de receber o telefonema. Ninguém sabe de nada ainda. Por que você não vai tentar conseguir mais informações com o Tae? Foi ele quem atendeu o telefone.

O Park assentiu, tentando lançar um último sorriso de agradecimento para o colega.

— Eu preciso ir agora... Logo volto com notícias.

Seokjin e Jungkook olharam-se de esguelha, fazendo um acordo mudo, e, assim que o Kim se afastou, o agente tomou seu lugar ao lado de Jimin.

— Eu queria ter a frieza dele — sussurrou o Jeon, acompanhando o perito com os olhos. — Não sei como ele consegue.

— É a forma dele de lidar. Mas admito que eu queria ser assim também.

Apesar de ser investigador de polícia há anos, Jimin não conseguia lidar com os casos da forma que o mais velho lidava. Seokjin parecia se fechar para o mundo quando algo o abalava. Ele, por outro lado, não conseguia parar a corrente de pensamentos e sentimentos que o abatia na maior parte das vezes.

— Eu não consigo acreditar.

Os olhos marejados de Jungkook fizeram seu coração doer. Rapidamente, levantou da cadeira, sentindo uma nova determinação em se manter centrado. Tentando confortá-lo, apertou seu ombro com carinho.

— Vem, vamos falar com eles. Preciso saber o que aconteceu.

Ao se aproximarem de Yoongi e Taehyung, perceberam a feição séria do novato. O olhar amigável que tinha enquanto conversavam havia sido completamente apagado para dar lugar ao afiado e o maxilar travado. Jimin não pôde deixar de imaginar se ele mantinha a mesma expressão enquanto investigava.

— Choi Jangmi, empregada doméstica e governanta da casa dos Kim, telefonou para a delegacia logo após vocês saírem — começou Taehyung. — Assim que entrou na casa, chamou pelo nome de Sanghun e achou estranho não receber nenhuma resposta. Quando chegou à sala, ele estava morto.

— Ferido, mas não dá para ter certeza do motivo até a análise da perícia — completou Yoongi.

Taehyung assentiu, preocupado com Jimin. Sabia que o amigo se afetaria como ninguém. O Park, apesar de trabalhar com aquilo há anos, sempre sentia o peso de uma morte. Esta morte, sendo a de alguém que conhecia e estimava, era ainda mais pesada.

— Eu vou pegar esse caso — falou, determinado. Ele sentia o corpo quente e o coração disparado. A vontade de justiça falando alto.

— Não.

De repente, todos se viraram em direção à delegada Lee, que se aproximara do grupo em meio ao caos.

— Você o conhecia, Jimin. Não posso te deixar ficar com o caso, isso vai se tornar pessoal demais.

— O quê?! Mas isso não é justo! Eu nunca tive problemas, senhora Lee. Você sabe que eu posso pegar esse!

— Eu não vou voltar atrás na minha escolha. Não acho que você tenha condições de trabalhar nisso sozinho.

— E o que você vai fazer? Entregar para algum dos investigadores antigos? Você sabe que eles também o conheciam! — bradou, cerrando os punhos para se conter. Apesar da raiva, aquela ainda era a sua chefe e a respeitava acima de tudo. — Eles eram amigos, então também não podem ficar com o caso!

Kim Sanghun era uma figura conhecida naquela delegacia, tendo trabalhado por anos como policial até se aposentar, abatido para continuar por muito tempo após a morte do filho. Então, se ele não pudesse cuidar do caso, Jimin se recusava a deixar qualquer outro investigador o pegar sem um pouco de luta.

— Esse caso é do Yoongi.

— Meu? — perguntou o novato, com os olhos arregalados.

O pequeno grupo a encarava em descrença. Entregar um caso grande como aquele para alguém que nem sequer estava familiarizado com a delegacia parecia loucura.

— Ele acabou de chegar — murmurou Jungkook, perplexo.

— O Min pode ser novato aqui, mas já é investigador há anos. Não vai ser nenhuma novidade, tenho certeza de que ele pode aguentar o peso desse caso por conta própria.

— Eu achei que fôssemos trabalhar juntos — falou ele, encarando Jimin, confuso.

— O Jimin trabalha sozinho. Ele não pega nenhum caso com outro investigador — explicou Jiyun, analisando o Park. — Imaginei que ele já tivesse lhe contado.

Jimin ignorou os olhares sobre si e afundou o rosto nas mãos, puxando os cabelos para trás para conter a frustração.

— Você pode trabalhar com Yoongi se quer tanto participar disso — disse ela, dando de ombros. Ambos sabiam que aquela não era uma possibilidade real.

— Não. De jeito nenhum.

— Então eu sinto muito. — Deu de ombros, mantendo a feição fechada. — Vamos logo atrás de mais informações. E você, Park, vá tomar um ar. Volte quando estiver mais calmo. Temos os arquivos de um caso de roubo da semana passada, você pode cuidar deles quando voltar.

O investigador cerrou o maxilar, sentindo o gosto de sangue na boca. Ele queria brigar, gritar com alguém, ser ouvido, mas sabia que fazer isso só o traria problemas, então assentiu e virou-se, caminhando para a saída da delegacia sem trocar mais nenhuma palavra com ninguém.

Não se permitiria cuidar de qualquer outro caso enquanto a morte do pai de Namjoon estivesse sendo investigada.

(...)

As filas das cafeterias durante as manhãs eram tão longas que Jimin quase cogitava tomar o café da sala de descanso. Quase.

O barulho alto das conversas, os empurrões, e os espaços apertados que sobravam em meio a tantas pessoas normalmente o irritavam, mas, naquele momento, tudo aquilo parecia estar em segundo plano. Afinal, para que ficar bravo com o homem que acabara de furar a fila quando podia ficar furioso por ter perdido um caso para alguém que acabara de chegar?

Jimin bufou pensando na conversa com a delegada. No fundo, sabia que ela não estava completamente errada, mas a ideia de deixar o assassinato de uma pessoa importante nas mãos de outro — nas mãos de um novato — o deixava inquieto.

— Bom dia. Um café, por favor — pediu quando finalmente alcançou o balcão.

Ele sequer pensava nas perguntas que respondia para a atendente, funcionando em modo automático. Nem mesmo o copo de café quente em suas mãos foi o suficiente para distraí-lo. Sua mente teimava em voltar para a delegacia, como se ele nunca tivesse saído de lá.

Dois anos antes, quando receberam o caso de Namjoon, o Park nem havia se importado com pegá-lo. Não conseguia sequer acreditar em sua morte, investigar o caso, então, era uma possibilidade ainda mais distante.

Lidar com mortes sempre fora algo complicado para si. Ele constantemente sofria na resolução dos casos, compadecendo-se da dor de todos os envolvidos. Mas perder Namjoon, seu melhor amigo, seu companheiro de trabalho, sua dupla, foi como perder uma parte de si.

Na época, Jimin não queria saber do processo de investigação, não queria ouvir notícias, não queria aceitar que aquilo realmente havia acontecido. Foram necessárias longas semanas para que conseguisse deixar a negação do luto.

Anos depois, o investigador se arrependia de não ter canalizado toda a sua raiva e dor em uma resolução, porque saber que o caso havia sido arquivado só fazia tudo doer mais. Tudo o que buscava com seu trabalho era a justiça para as vítimas de qualquer crime que aparecesse na delegacia. Saber que não conseguira fazer isso por Namjoon, que, por tanto tempo, havia buscado a mesma coisa ao seu lado, fazia com que sentisse que havia falhado com o amigo.

Perder a possibilidade de trabalhar no caso de seu pai o fazia reviver esse sentimento como nunca. Jimin sabia que nunca se perdoaria se o deixasse cair em esquecimento como o de Namjoon havia caído.

Respirando fundo para juntar coragem, o Park tomou uma decisão: abriria mão da promessa que havia feito para si mesmo de nunca mais trabalhar com outro investigador para poder trazer justiça ao pai do melhor amigo.

Trabalharia no caso de Kim Sanghun com Yoongi.

(...)

Quando voltou à delegacia, as coisas pareciam estar um pouco mais organizadas. Tendo o surto inicial acabado, todos se preparavam para exercerem seus trabalhos como de costume.

Determinado, Jimin andou até a mesa de Yoongi, onde o novo investigador folheava uma pasta, concentrado.

— Yoongi? — chamou, engolindo em seco ao se tornar o foco dos olhos de lince. — Hipoteticamente, você aceitaria um parceiro no caso?

— Hipoteticamente, esse parceiro tornaria o processo mais difícil para mim? — retrucou, com uma sobrancelha arqueada.

— Não, mas ele pode te ajudar. Hipoteticamente, quer dizer.

— Você disse que não trabalharia em dupla de forma alguma. Por que mudou de ideia agora?

— Acho que você já percebeu que eu realmente quero esse caso — disse, ajeitando-se inquieto. — Eu posso abrir uma exceção.

— “Abrir uma exceção”? — repetiu, revirando os olhos. — Uau, obri...

— Para mim. Uma exceção para mim mesmo, Yoongi.

Os dois sustentaram um olhar intenso por alguns segundos antes do Min respirar fundo e assentir.

— Tudo bem. Só... não torne tudo mais complicado, okay? Eu não te conheço, Jimin, mas não quero que o meu primeiro caso aqui seja um desastre.

— Não vai ser. Eu te garanto que quero resolver isso tanto quanto você.

Jimin não sabia se havia feito uma boa escolha de palavras ou se havia soado tão sincero quanto pretendia — era difícil aceitar trabalhar com outro investigador quando havia se acostumado a investigar sozinho —, mas sentiu o alívio tomar conta de seu corpo quando viu o novato assentir, chamando-o para perto com um menear.

— Nós não temos muitas informações ainda — resmungou, mexendo nos papéis com informações da vítima. — Kim Sanghun, ex-policial aposentado da delegacia de Gangnam. Encontrado morto, baleado, em sua casa por Choi Jangmi.

— A equipe já conseguiu mais alguma coisa?

— Seokjin informou que não parece haver sinais de arrombamento e que grande parte do sangue já estava seco.

— Merda. Deve ter acontecido no meio da noite, então.

Yoongi deu de ombros, batucando na mesa.

— Ainda estão levando o corpo para o necrotério. Não dá para ter certeza de nada por enquanto.

— E a empregada?

— A caminho da delegacia. Nós vamos ter que interrogá-la.

Jimin bufou, passando as mãos pelo cabelo em um gesto nervoso. Ao mesmo tempo que sabia que aquele era um processo lento, não podia deixar de desejar que as informações chegassem rápido. Quanto mais rápido entendessem, mais rápido resolveriam.

De repente, uma ideia cruzou-lhe a mente, fazendo-o arregalar os olhos e se endireitar, alarmado.

— Yoongi, e a senhora Kim? Por que ela não deu queixa?

O investigador sorriu com escárnio, girando na cadeira de rodinhas para encarar Jimin afiadamente.

— Ela sumiu.

— Sumiu? — repetiu, chocado.

— Ela não estava em casa e não atende o telefone. Ninguém sabe onde está.

— Puta merda — murmurou, puxando a cadeira da mesa ao lado para se sentar, sentindo as pernas fraquejarem.

— Você sabe o que isso significa.

— É óbvio... Nós precisamos achá-la. Ela é a nossa principal suspeita agora, não é?

— Ela é. Mas temos algo mais urgente para fazer agora — alegou o Min, olhando por cima do ombro de Jimin.

A comoção logo pôde ser escutada. Os passos apressados dos policiais e o choro descontrolado da mulher que era escoltada pelos corredores. A primeira testemunha havia chegado.

— Vem — chamou, levantando-se. — Está na hora de começarmos a trabalhar no nosso caso.

(...)

Por trás do vidro da sala de interrogatório, Jimin bufou alto, abaixando seu punho contra a mesa.

Apesar de toda a calma de Yoongi, Jangmi mal conseguia responder as poucas perguntas para as quais praticamente já tinham resposta.

Sem arrombamento. Nada fora do lugar. Sangue seco. Senhora Kim fora de casa. Isso era tudo o que sabiam e tudo o que pareciam ter no momento.

— E se foi ela? — questionou Taehyung, encurvado sobre a mesa enquanto transcrevia a conversa. Ele encarava os dois dentro da sala atenciosamente, em busca de qualquer controvérsia.

— Olhe como ela está — respondeu o policial que a escoltou. — Aposto que ela não vai conseguir dormir o resto da semana.

— Não dá para saber, as pessoas enganam demais — ponderou Jimin, balançando a cabeça em negação. — Mas ela disse que passou a noite no asilo com a mãe, e o álibi bate. Jungkook conseguiu a gravação das câmeras com o dono do asilo. Ela realmente esteve lá o tempo todo e só saiu hoje pela manhã para ir trabalhar.

— Já determinaram a hora da morte?

— Não. É por isso que estamos segurando-a lá. Só precisamos dessa última confirmação. E, sinceramente, ela não é a pessoa que mais me preocupa agora.

— Já conseguiram localizar a senhora Kim? — perguntou Taehyung.

— Não. Kim Namkyu sumiu do mapa — disse o policial, soltando um suspiro resignado.

Jimin apenas suspirou e voltou a focar nas duas pessoas do outro lado do vidro. A mulher enxugava as lágrimas enquanto Yoongi a assistia calado, estendendo-lhe lenços de papel.

Era interessante vê-lo trabalhando. Ele parecia ter entendido muito rápido quais eram os botões certos a pressionar para conseguir as respostas que precisava.

O Min respeitava o tempo da testemunha, como se entendesse cada emoção que ela sentia. Era como se nos poucos minutos de conversa tivesse sacado o que precisava falar e como se portar para tornar aquele ambiente um local onde se sentisse segura para falar, apesar de toda a desconfiança e repetidas perguntas sobre seu álibi.

Querendo ou não, Jimin tinha que admitir que Yoongi trabalhava bem.

Uma batida na porta o fez sair de seus devaneios. Seokjin entrou, fechando-a cuidadosamente atrás de si.

— Novidades? — perguntou sarcasticamente. O homem parecia estar cansado após o dia corrido.

— Álibi confirmado.

— O Jungkook comentou. Como o novato está se saindo?

— Bem. Muito bem, na verdade. Ele é bom com isso.

— Menos mal — resmungou, pegando o copo de café que alguém havia deixado em cima da mesa, tomando rapidamente.

Reparando em sua feição cansada e em seus ombros caídos, quem quer que fosse o dono daquele café, decidiu não reclamar.

— Já saiu alguma coisa da necropsia?

— Aqui. — Estendeu a pasta com algumas folhas para Jimin. — Não é muito, mas já é alguma coisa. Hora da morte entre vinte e três horas e meia-noite de ontem para hoje. Talvez um pouco mais tarde, mas definitivamente não mais do que duas horas.

— Vamos ter que liberá-la — comunicou Taehyung. — A gravação das câmeras confirma que estava no asilo. É impossível que tenha sido ela.

O Kim concordou, encostando-se na parede ao lado do policial e suspirando, mais calmo do que quando entrou. Apesar de toda a tensão na pequena sala, aquela ainda era uma pausa no desespero do lado de fora.

— Eu vou avisá-los — proferiu Jimin, largando a pasta em cima da mesa. — Não adianta segurá-la aqui.

Em poucos minutos, Yoongi e ele observavam Jangmi sendo escoltada até a saída pelo mesmo policial que a trouxera para dentro da delegacia.

— Eu não estou surpreso que o álibi tenha batido, mas, porra, quem me dera fosse tão fácil.

— Pois é — resmungou, desviando o olhar para o rosto cansado do Min. Ele tinha se esforçado para segurar a mulher na sala por horas. — Você se saiu bem.

— Obrigado. Não é nenhuma novidade, afinal.

— Você é investigador há muito tempo?

— Alguns bons anos. O suficiente para ver um pouco de tudo nesse mundo.

— Eu também — murmurou, sentindo o peso das próprias palavras.

Antes que o clima pudesse pesar mais, Jungkook aproximou-se dos investigadores, cheio de curiosidade e expectativa.

— E aí? Algum avanço?

— Nadinha, só liberamos ela.

— Que merda — grunhiu, bufando baixinho. — Estamos tentando rastrear o telefone da senhora Kim, mas parece estar desligado. Já estamos enviando policiais para todos os lugares que ela costuma frequentar, mas ninguém sabe de nada ainda.

— Ela vai ter que aparecer alguma hora.

— Ei, Kook! — cumprimentou Taehyung enquanto se aproximava, lançando um sorriso largo em sua direção. — Como estão as coisas?

— Um caos. — Sorriu de volta.

— Uau, que coincidência. — Os dois trocaram uma risada curta, sem muito ânimo. Estendendo uma pequena resma em direção aos investigadores, falou: — Fiquem com uma cópia da transcrição do interrogatório. Deem uma olhada de novo, se quiserem.

O Park rapidamente pegou o pequeno amontoado de papéis, folheando as páginas, cansado demais para relê-las após as horas seguidas de interrogatório.

— Jungkook, quer me ajudar a catalogar os últimos documentos dos internos?

O agente resmungou, tentando esconder o sorrisinho que teimava em se abrir em seu rosto. Apesar do trabalho ser chato, passar um tempo com Taehyung nunca era ruim.

— Vamos, eu te pago um café quando terminarmos.

— E me dá carona?

O Kim riu, revirando os olhos.

— Tudo bem.

Jungkook parou de lutar contra o sorriso, logo sendo correspondido pelo escrivão.

— Vamos, vamos — chamou, puxando-o pela manga da blusa. — E vocês, vão descansar! Já está tarde e duvido que esse caso tenha alguma atualização até amanhã.

— Mas e se encontrarem a Namkyu? — O Park trocou o peso de um joelho para o outro, sentindo-se inquieto. — Vou ficar mais um pouco.

— Jimin — articulou o Kim, soando severo. — Vá para casa. O dia foi cheio hoje. Você também, Yoongi. Que belo primeiro dia, em?

O Min riu com a ironia, enfiando as mãos no bolso em um gesto descontraído. Até que aquele lugar não era tão ruim. Não se sentia tão deslocado quanto imaginava que se sentiria.

— Um ótimo começo — brincou, revirando os olhos. — Mas acho que você está certo. É melhor descansar e voltar com a mente mais tranquila amanhã.

Jimin sabia que aquelas palavras eram destinadas a si também, e, após trocar um rápido olhar com o outro investigador, decidiu render-se.

— Tudo bem. Chega por hoje.

Os mais novos trocaram um high-five animado antes de se despedirem da nova dupla.

— Então... Até amanhã? — perguntou Yoongi.

— Até amanhã. Descanse bastante. Eu sinto que amanhã vai conseguir ser ainda mais cansativo do que hoje.

O Min sorriu, assentindo.

— Eu não sei se isso é bom ou ruim.

— Acredite, eu também não sei, Min. Eu realmente não sei.

Enquanto juntava suas coisas em meio a bagunça, Jimin não pôde deixar de pensar que trabalhar com Yoongi não era agradável, mas definitivamente não era tão ruim quanto esperava.

(...)

Assim que o sol raiou na manhã seguinte, Jimin chegou na delegacia. Após uma noite mal dormida, tudo o que queria era voltar para o lugar em que passava a maior parte de seu tempo.

— Bom dia! — cumprimentou, sendo respondido com alguns resmungos sonolentos de seus colegas. — Alguma atualização?

— Só o relatório da necropsia. A área da casa foi isolada, vamos retomar as investigações logo mais. — Taehyung estendeu-lhe um copo de café sobre as dezenas de pastas em sua mesa. — É da cafeteria do outro lado da rua, relaxa.

— Obrigado. — Entre goles, rapidamente passou a se sentir mais alerta.

— Se você quiser, pode ir até o local do crime para averiguar assim que Yoongi chegar.

— Bom dia, pessoal — disse o Min, acenando brevemente enquanto andava até sua mesa.

— Falando no diabo... — resmungou o Park. — Bom dia.

— Jimin — chamou a delegada, abrindo a porta de sua sala. — Conclua aquele caso de roubo até o fim da tarde, sim?

— Na verdade... — começou, engolindo em seco. — Eu estou trabalhando com Yoongi no caso do Kim.

Jiyun congelou no lugar, estupefata.

— Você está trabalhando com outro investigador? É isso mesmo que eu entendi?

Jimin sentiu as bochechas esquentarem.

— Isso, senhora Lee.

— Uau — expressou, rindo pela surpresa. — Um baita choque para começar o dia.

A atenção de todos foi desviada para a voz trêmula de Jungkook.

— É... pessoal? Acho melhor vocês se prepararem para sair — falou, olhando para Jimin e Yoongi, que o encaravam de volta, confusos.

— O que aconteceu?

— Encontraram Kim Namkyu. Ela está na casa. Entrou de madrugada e se recusa a sair ou conversar com os policiais.

Jimin se levantou com o coração disparado. Não imaginava que depois de um dia inteiro de busca, a mulher se deixaria ser encontrada tão facilmente. Aquilo era no mínimo estranho.

— Vamos lá, Jimin — chamou Yoongi, com um sorriso no rosto. — Vamos encontrar nossa primeira suspeita.

E, apesar de sentir o estômago embrulhar ao se referir à mãe de Namjoon daquela forma, não podia negar o que ela realmente era: a principal suspeita da morte de seu marido.


~~


Notas finais: Esse foi o começo dessa história (e desse caso kkkk). Espero que tenham curtido!
Muito obrigada por lerem <3 Até o próximo capítulo.

14. Oktober 2021 20:17 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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