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Onde Min Yoongi passa dias sofrendo pelo fim de seu relacionamento com Park Jimin ao som de rocks antigos e garrafas de cerveja. Contudo, depois de mais uma noite se afogando no álcool, ele decide que se lamentar não vai trazê-lo de volta e toma a decisão de ir atrás do seu amor e reconquistá-lo para si.


Fan-Fiction Bands/Sänger Nur für über 18-Jährige.

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A luz no fim do túnel

Escrito por: @mygdxrk_angel | @Fernanda1236

Notas iniciais: Hi! Tudo bem com vocês? Eu volteei e com um tema um pouco fora do habitual, mas que foi bem legal escrever também! Enfim, boa leitura!



~~


Min Yoongi

Olhando para trás, eu nunca imaginei que o fim viria, mas ele chegou. No início, eu entrei em negação, mas nada apaga da minha mente o seu olhar decepcionado, os olhos inchados e vermelhos, com lágrimas escorrendo; e o adeus que você me disse antes de sair pela porta da frente sem nem olhar para trás. Ainda dói muito, mas sei que tudo foi por minha culpa.

Minha mente viaja para um universo paralelo onde eu não fiz merda e, consequentemente, você não passou a acreditar que o melhor seria ir. A casa parece vazia e fria sem você. Honestamente, me sinto como em "Always", do Bon Jovi.


"Now your pictures that you left behind

Are just memories of a different life

Some that made us laugh

Some that made us cry

One that made you have to say goodbye"


Solto um riso anasalado e sem humor, enquanto levo uma garrafa de cerveja aos lábios. No momento, eu estou na sala de casa, sentado desajeitado em uma poltrona vermelha e um pouco velha; os quadros com nossas fotos ainda estão pendurados aqui, assim como tudo que é seu e você não voltou para buscar depois daquela noite.

Tudo está uma bagunça, só não está pior que a minha vida. Sinto-me solitário nesta casa; sim, a mesma casa onde moramos juntos durante três anos e que por muito tempo achei aconchegante, mas que, no momento, é fria, sem vida, desorganizada e triste sem você aqui. Nada me deixa mais triste que saber que eu sou o responsável por tudo isso, a sua dor, suas lágrimas e o fato do nosso casamento chegar ao fim.

Eu sei que o culpado sou eu de não dar atenção a nós, sei que compor dia e noite não só me afetou, como te magoou no processo. O mais curioso nisso tudo é que eu não consigo compor mais nada desde que você se foi… Bom, pelo menos, nada que seja aceitável para os padrões que eu sempre mantive; não só perdi a qualidade do meu trabalho, como a minha felicidade em poucas horas quando você saiu.

Eu percebi o quanto eu sinto falta do sorriso que faz seus olhos formarem meia-lua; da sua boca carnuda e seu piercing; o som da sua risada, que é bela como as canções que eu nunca vou conseguir compor de tão perfeita. Seus dedos fofinhos e unhas com esmalte preto, e seu jeito de jogar o cabelo me encanta da mesma forma que seu gosto inquestionável por Bon Jovi e roupas escuras; até mesmo o seu maldito cigarro entre os lábios me faz falta. Tirando a parte estética, não posso deixar de pensar na forma quando morde os lábios ao ficar nervoso, o jeito como balança o pé quando está impaciente; a forma como mesmo estando mal tenta fazer todos sorrirem, o jeito como, mesmo eu sendo babaca, ainda sim, tentara ser compreensivo e amoroso...

Já na quinta ou sexta garrafa — eu realmente não ligo —, só consigo pensar na música de fundo: Since I don't have you, Guns N' Roses. Claro, porque a trilha sonora tem que combinar com a situação atual, maldita playlist!


"And I don't have fond desires,

And I don't have happy hours.

I don't have anything,

Since I don't have you."


Quando esse maldito refrão ecoa em meus tímpanos, eu só consigo chorar sofridamente, com meus ombros chacoalhando e soluços descontrolados saindo da minha boca. Solto um grito e, no momento de raiva, acabei jogando a garrafa quase no fim contra a parede, vendo cacos e até mesmo um pouco do álcool se espalhando por todo o lado. Puxo os meus fios de cabelo enquanto me ajoelho no chão e olho para cima, pensando no que fazer, concluindo que, no fim, não tenho o que fazer além de chorar e lamentar a merda que eu fiz. Penso assim, até que…

"Hyung, a gente não desiste de quem ama, não quando esse amor é recíproco."

A voz doce invade os meus tímpanos como um conforto para o meu coração, confesso que uma determinação me domina, e, quando "This ain't a love Song" do Bon Jovi toca em mais uma tirada com a minha cara vindo embalado pela vida, eu decido agir. Ouvindo cada trecho da música, tomo cada palavra como um incentivo, mesmo que, no fim, ela seja triste.

Arrumo as minhas coisas rapidamente — mesmo que tudo esteja girando — na mala e corro na direção do celular para marcar o primeiro voo que consigo até Busan. Só de pensar nisso já sinto minhas mãos tremerem. Por sorte, tem horário para amanhã à tarde. Eu me jogo no sofá aliviado, pensando no dia seguinte.

(...)

O pior de encher a cara é o dia seguinte, onde eu tenho que lidar com os problemas e a ressaca infernal que me atormenta a cada segundo. Tento esquecer o fato da minha cara estar como a de um morto e que, mesmo com a maquiagem, isso fica evidente só ao me olhar.

Suspiro e olho ao redor, o aeroporto está bem movimentado, pessoas passam de um lado ao outro sem parar, umas se despedindo e embarcando, enquanto outras desembarcam e correm em direção a um grupo de pessoas, bem animadas ao vê-las. Solto um suspiro, minhas mãos tremem; tento inspirar e expirar com calma e funciona por um minuto, porém, ao ouvir o sinal de embarque do avião que me aguarda, eu sinto que poderia morrer ali mesmo.

Tudo está muito sufocante, mas eu vou conseguir! Já fiz isso antes, não vai ser agora que eu vou amarelar. Ele estava com você na hora! Minha mente gritou, mas eu a ignorei e segui o caminho de embarque.

(...)

Sim, a sensação de quase morte esteve presente durante todo o voo, mas eu já estou muito orgulhoso de mim mesmo só por não ter corrido ao me sentar ou por não ter gritado durante toda a truculência. Respirando fundo, eu carrego a minha mala na direção do táxi, enquanto rezo para ser atendido por ele.

A pequena e simples casinha está do mesmo jeito que me lembro, talvez um pouco mais antiga, mas ainda sim da mesma forma de anos atrás. Observo ao redor, com suas janelas na cor azul escuro e estrutura com pintura amarela, que me lembram de lar e conforto. Sorri ao constatar que ela ainda me traz esse sentimento.

Nem ao menos notei estar parado e divagando em pensamentos dentro do táxi, apenas quando o taxista resmungou que tem pressa que eu me toquei que estava ali parado como um bobo. Pego a carteira que está no bolso da minha calça e lhe entrego alguns wons. Desci do carro, empurrando a minha mala, e parei em frente à porta. Mesmo com receio, dei duas batidas leves.

— Já vai! — Uma voz doce pôde ser ouvida e, ao abrir a porta, eu pude ver o olhar incrédulo da senhora Park ao me ver ali. Ela tem as mesmas feições de que me lembro: olhos castanhos, cabelos escuros com alguns fios brancos, a face com sinais da idade e o jeito gentil, mesmo com aqueles que não gosta ou, no meu caso, aqueles cujas ações com o filho foram as de um idiota e que a presença a faz se sentir desconfortável. — Oh, olá, Yoongi. Bom, quanto tempo… O que o traz aqui? — Sua voz, apesar de simpática, ainda carrega certo incômodo.

— Olá, senhora Park, o Chi… Jimin, o Jimin está? — perguntei, sentindo as mãos suarem. Estava ansioso com sua resposta, mas quando ela abre a boca para falar algo, uma voz a interrompe.

— Mamãe, você viu o meu all star preto em algu… — Sua voz para abruptamente e seu rosto mostra incredulidade ao me ver. — Yoongi-ssi? — A sua escolha de honorífico me abalou um pouco, eu me senti tão distante dele... Acabo engolindo em seco, enquanto o observo de cima a baixo. Ele continua lindo, seu rosto que se assemelha a um anjo, em contraste com o seu olhar felino. Seu gosto por roupas escuras continua o mesmo e eu solto um sorriso ao constatar isso.

— Chim — digo com carinho.

— O que está fazendo aqui, Yoongi-ssi? — Sua voz é inquisitiva e séria. A senhora Park se afasta ao perceber a situação.

— Precisamos conversar.

— Ah, claro, agora você quer conversar? Engraçado que, quando eu surgiria isso, você não estava nem aí, e agora quer conversar? Não temos nada para conversar, Yoongi-ssi. — Seu olhar vazio na minha direção me diz o quão irritado ele está, e eu não o julgo, já que, considerando tudo, a culpa é minha mesmo. Ele fecha os olhos, inspira e expira lentamente, e solta um sorriso que eu sei que é de pura raiva. — Vai embora! — Ele bate a porta.

Merda!

Sinto as lágrimas se formarem, mas eu as impeço antes de escorrerem.

Bato novamente na porta e ela é aberta por um Jimin, possesso de raiva.

— Eu não vou desistir!

— Acabou, Yoongi! Você não entende? — Seu rosto está completamente vermelho e sua voz perigosa.

— Diz que não me ama mais, diz que parou de pensar em mim e que nunca mais pensou em nós depois do término! Me diz isso, Jimin, diz que eu juro nunca mais pisar os pés aqui, sumirei da sua vida e você nunca mais vai ouvir falar de Min Yoongi. — Observo seu rosto e percebo seus olhos ganharem um brilho diferente. Ele abre a boca para dizer algo, mas nada sai dela, então ele vira o seu rosto para o lado, evitando o meu olhar.

— Acho que já tenho a minha resposta. — Dou um sorriso e antes que ele diga algo, eu saio dali, na direção do hotel onde me hospedei.

(...)

Park Jimin

"De: Min idiota Yoongi

Para: O homem mais incrível do mundo

Querido Jimin, sei que sou bom em palavras, mas, quando o vejo, sinto que elas evaporam da minha mente como se não fossem nada. Eu me sinto bobo ao te ver, pois sua beleza é mais do que surpreendente. Nesse mundo tão imenso, me sinto triste só de pensar que estamos longe um do outro e eu tenho culpa no altar. Peço desculpas se nunca o ouvi antes, mas estou disposto a mudar nesse instante; juntos, podemos tudo, então volte para mim e vamos passar adiante, pois sem você me sinto frio e não paro de beber nem por um instante.

Eu te amo muito, mas isso você já sabe. Mesmo longe de ti, me sinto sempre como se estivesse ao meu lado. Você faz parte de mim, como minha alma gêmea; sempre está ao meu lado quando só tenho problemas. Obrigado por existir, pois sem você eu não seria nada, você guiou o cara sem rumo por aquela longa estrada.

O príncipe perfeito se apaixonou pelo cara problema e, apaixonados pelo rock, eles viveram um grande amor intenso, daqueles que conquistam e vivem para sempre. Juntos, eles se guiam, baseando-se no amor que sentem.

Não sei se ficou muito bom, príncipe, mas espero que tenha gostado! Eu te amo, viu? Nunca se esqueça disso! ;)"

Meu coração dispara, borboletas descontroladas voam no meu estômago e não consigo controlar um enorme sorriso que surge sem permissão. Minha mente viaja para um mundo onde nós dois voltamos… Quando percebo o rumo dos meus pensamentos, não consigo controlar a raiva e mágoa presentes em mim.

— Merda! — Todos ao meu redor me olham com uma feição estranha, e eu acabo corando por um momento ao notar que disse isso em voz alta no meio do vestiário dos garotos! — Hurum... então, garotos, estão dispensados. Mantenham a ordem ao sair do vestiário, me ouviram? Não quero ver nem um resquício de desordem, me entenderam?

Todos responderam com um longo e sonoro "Sim, professor" e logo arrumaram tudo para sair. Eu estou muito feliz e emocionado, mas não posso me deixar levar dessa forma tão facilmente. Não posso esquecer de uma hora para outra tudo o que passamos quando estávamos juntos.

Todas as brigas, ciúmes desnecessários, os dias em que nem o vi por causa do trabalho, ou até mesmo quando passamos semanas sem nem olhar um para o outro. Não! Nada me garante que não vamos voltar para a mesma situação infeliz. Pensando nisso, amassei a carta e a joguei dentro do meu armário, logo o fechando com raiva, trancando tudo e saindo dali pisando firme com a minha mochila nas costas.

Eu não vou cair nessa, Min Yoongi! — pensei.

Caminho até minha casa, pensando sobre a carta largada dentro do meu armário. Na verdade, por que eu não rasguei e joguei fora logo essa maldita carta?

Chegando em casa mais rápido que o esperado, me surpreendo com Min Yoongi sentado à mesa da varanda, tomando um chá com a minha mãe como se fossem amigos de anos, o que não seria mentira, mas ainda sim a mamãe tem que ficar do meu lado! Como assim? Até pouco tempo atrás, ela estava chateada com as atitudes do Min!

— Mamãe! — chamei, com evidente confusão na voz.

— Ah, que bom que chegou, filho! — Ela sorriu. — Vamos, sente-se à mesa com a gente. Yoongi está me contando sobre o seu trabalho como produtor! — conta animada, e eu não a julgo. Sento-me ao seu lado e em frente a Yoongi, enquanto coloco a minha mochila no chão.

Eu me lembro perfeitamente de quando Yoongi voltava do trabalho e me contava sobre os seus sucessos e artistas que conheceu. Eu sempre amei ouvi-lo falar sobre como surgiu a inspiração de suas letras, principalmente as românticas, já que ele sempre dizia que as fez pensando… em mim. Mas isso ainda não explica essa situação toda!

Saio dos meus pensamentos ao ouvir uma risada particularmente alta da minha mãe e olhei-a surpreso. Eu sei que ela sempre amou o Yoongi, mas compactuar com ele nisso já é demais! Ela sabe tudo o que eu passei com ele, dos dias em que passei chorando sem parar, onde nem conseguia dormir, passando noites e mais noites em claro. Eu me sinto… traído.

Sou cortado dos meus pensamentos por uma voz.

— Então ele disse: "Você trabalha para mim! Então eu decido como, quando e onde trabalha" — diz engrossando levemente a voz e gesticulando de forma exagerada na tentativa de imitar o homem. — E aí eu disse: "Bom, se você quer alguém como capacho, senhor, sugiro que arrume outro. Eu sou um produtor, estou aqui para fazer o meu trabalho, que é criar letras, mas como e onde eu faço isso não diz respeito ao senhor. Então, se me der licença, eu já estou de saída".

Eu já ouvi essa história antes. No fim, o Min levou uma bronca do chefe, que não gostou de como ele lidou com o "artista de ouro", que, vale ressaltar, era um babaca com o meu Yoon; mas acabou não o demitindo por ele ser o melhor do ramo na empresa e ser sempre presenteado com elogios. Na verdade, seria burrice do chefe o despedir. Yoongi pode arrumar um emprego onde ele quiser!

— Meu Deus, querido! Você fez o certo, ninguém merece ficar ouvindo isso não. — Ela pegou a xícara com as duas mãos e a levou aos lábios, ingerindo o líquido delicadamente. — Mas como andam os projetos recentes? — Ela colocou a xícara em cima da mesa novamente e depois o encarou nos olhos.

— Bom… — Ele pareceu ficar bem nervoso com a pergunta, o que realmente é estranho vindo dele, que sempre teve orgulho em falar do seu trabalho que faz sempre com muito amor. Seus olhos se fixam nos meus, mas ele logo volta o olhar na minha mãe. — Eu estou tendo um pequeno bloqueio com relação a isso no momento. É que fica difícil escrever romances cheios de amor e carinho, quando só se sente a saudade avassaladora. — Ele me olha de novo, e eu me sinto com as bochechas quentes pelo seu comentário.

Eu me sinto claustrofóbico por um minuto, me sinto em um cubículo sem saída onde há túneis que me levam a lugar nenhum. Quanto mais eu penso, mais confuso eu fico. Sinto uma leve dor de cabeça.

— Então, querido, como foi no trabalho? — A pergunta ecoou na minha mente várias vezes, é uma frase diária vinda da minha mãe, mas agora parece tão… Eu não sei o que pensar. O olhar de Yoongi é curioso. Meu Deus! Eu preciso sair daqui e agora.

Desesperado, eu me levanto desajeitadamente e pego a minha mochila, logo seguindo o corredor e desejando desesperadamente chegar o quanto antes no meu quarto. Na minha mente, passam-se vários pensamentos conflitantes, e no meu peito, sentimentos aterrorizantes. Estou caminhando pela sala na direção das escadas, mas antes que eu pudesse ao menos pisar no primeiro degrau, uma mão segurou firmemente o meu braço, impedindo-me de prosseguir o meu caminho. Eu nem preciso olhar para trás para saber quem é.

— Me solta, Min — rosno.

— Primeiro me chamou de Yoongi-ssi e agora me chamou de Min... Olha, príncipe, eu quero te provar que nós podemos funcionar juntos, que podemos nos acertar se conversarmos, por favor, eu te peço só uma conversa. Eu prometo que se você ainda não quiser ou se convencer, eu juro que nunca mais vou vir atrás de ti. — Olho na sua direção e seus olhos estão suplicantes, eu diria até mesmo brilhantes. Eu sei quando ele mente e esse, felizmente, não é o caso. Contudo, eu não estou disposto a ceder tão facilmente.

— Me solta, eu preciso sair daqui e agora! — Empurro a sua mão para longe com o meu braço e subo correndo as escadas na direção do meu quarto, logo largando a mochila em qualquer lugar e me jogando de qualquer jeito sobre a minha cama. Suspiro de alívio, finalmente! Eu, meus pensamentos e a minha cama.

Pensando em tudo o que aconteceu, eu acabo dormindo, só percebendo isso ao abrir os olhos e limpar a baba que escorreu, sem eu perceber, com as costas da mão.

Eu me espreguiço ao levantar e olho o relógio, percebendo que eu dormi por horas, pelos céus! Não sei se quero encarar a situação lá fora.

Tomando coragem, eu saio pela porta, já olhando para todos os lados, e saio lentamente pelo corredor, na intenção de não o ver.

— Jimin, meu filho! Não banque o palhaço! — Eu me viro na sua direção com os olhos arregalados e a boca entreaberta.

— Mamãe, quase me matou do coração! — Coloco a mão no peito e tento controlar a minha respiração. Ela revirou os olhos.

— Não seja dramático, eu sei o que está fazendo — me acusa. — E, pelos céus, você é igualzinho ao seu pai!

— Mamãe, você ficou do lado dele! — contrapus, ignorando a frase anterior. — Eu cheguei do trabalho e lá estava você, rindo e falando com ele como se ele não tivesse me machucado. — Eu fiz um bico em lábios, demonstrando a minha chateação perante a situação. Ela suspirou, antes de me olhar e dizer com cautela.

— Ele veio aqui atrás de você, eu disse que você tinha saído para o trabalho e ele perguntou se podia esperar e, bem, eu não queria ser mal educada, então disse que tudo bem. Em determinado momento, ele me contou tudo, na sua versão. Pelo que eu entendi, ele apenas quer conversar sobre tudo e, quem sabe, se resolver com você. Olha, Jim...

— Eu não quero falar sobre isso agora, mãe!

— Jimin, querido, espera! Deixa-me terminar! — diz, e eu suspiro.

— Tudo bem, fala, mamãe.

— Só pense sobre isso, o que custa uma conversa? Ouvir a versão dele dos fatos... Sério, se não quiser nada, tudo bem; mas no fundo, eu sei que quer uma resposta, então, por favor, pense muito antes de tomar uma decisão.

Ela está certa, eu sempre quis, na verdade, eu quero uma resposta para tudo aquilo do passado. Na verdade, eu preciso saber!

Engulo em seco.

— Eu prometo pensar sobre o assunto, mamãe. — Viro-me e começo a descer as escadas, mas, antes de chegar ao último degrau, ouço o som da campainha. Vou atender e vejo um entregador de pizzas.

— Boa noite. Seu pedido. — Ele sorriu gentilmente, antes de colocar duas caixas de pizza nas minhas mãos. Meu Deus! Por que minha mãe comprou duas pizzas? Ou melhor, quando foi que ela pediu isso?

— Ahn, obrigado. Quanto ficou? — questionei, já procurando a minha carteira nos jeans da minha calça.

— O valor já foi pago, senhor. Muito obrigado pela preferência e bom apetite! — foram as suas palavras antes de subir na sua moto e ir embora, sem que eu tivesse chances de dizer algo.

— Ok… — disse e coloquei as duas pizzas na mesa da cozinha. — Mamãe, 'pra que duas pizzas? Somos apenas nós dois! — gritei.

— Pizzas? Que pizzas, querido? Tudo isso é fome? — diz em um tom brincalhão. Olho confuso para as duas caixas na minha frente.

Como assim? Eu não estou entendendo mais nada!

Abro a primeira caixa notando ser de Romeu e Julieta, um dos meus sabores favoritos quando se trata de doces, mas o diferencial é que tem confeitos coloridos escritos: "Eu te amo!". Franzi o cenho confuso, será que entregaram errado? Fechei a caixa e abri a outra, chocolate com morango, outro dos meus sabores favoritos. Os confeitos também estão presentes, mas nesta caixa está escrito: "Me perdoe, príncipe! — MY".

Meu rosto está pegando fogo e eu sinto a minha respiração e coração parar! Eu nem sei definir o sentimento que me consome no momento, involuntariamente eu acabo sorrindo ao olhar isso. Meus Deus, como Mon Yoongi consegue ser tão fofo assim?!

Idiota! É isso o que você é, Park Jimin, um grande e fodido idiota, um idiota totalmente apaixonado por Min Yoongi. Observo a pizza sorridente, mas disfarço ao ouvir a minha mãe descendo as escadas e perguntando do que eu estava falando.

(...)

Min Yoongi

Eu me sinto perdido e desesperado só de imaginá-lo nem ao menos aceitando conversar uma última vez comigo, sinto as minhas mãos suarem e o meu peito pesar, então faço exercícios de respiração na intenção de me acalmar.

Eu espero muito que ele tenha gostado da pizza, eu sei que isso não prova nada, mas eu sei que ele gosta de coisas clichês, então por que não o agradar com as suas duas pizzas favoritas? Aos poucos, eu pego o jeito e logo vou ter coragem para fazer coisas mais grandiosas para ele, principalmente porque Park Jimin merece o melhor, e eu vou me esforçar ao máximo para isso. Eu só espero que seja bem recebido, pois ele já deixou bem claro com aquela atitude dele que o amor ainda existe e está vivo nele tanto quanto em mim.

Eu não vou desistir tão facilmente!

(...)

Park Jimin

Na minha playlist toca Slipknot, eu gosto bastante dessa banda. Eles têm um ar agressivo e alguns podem até dizer que é um rock muito pesado, mas eu realmente não ligo para isso. Psychosocial ecoa nos meus tímpanos, mais alto que o recomendado para se ouvir nos fones de ouvido. Caminho pela rua com a minha mochila costumeira, encaminhando-me para a escola onde trabalho como professor, pronto para iniciar mais um dia.

Chego em frente à construção, passo pela porta e cumprimento os diversos "Olá, professor Park" com um aceno simples de cabeça e um leve sorriso no canto da boca. Vou à sala dos professores, já ouvindo Duality tocar, não consigo tirar Min Yoongi da minha mente. Sim, o meu ex-marido babaca que me machucou no passado. Sento-me em uma cadeira de madeira e largo a minha mochila em qualquer lugar no chão.

Sem conseguir evitar, a minha mente viaja para o passado. O dia em que nos conhecemos, o primeiro beijo, a forma como nos demos tão bem que nem eu, nem os meus amigos acreditamos. O seu jeito tão simpático e tão divertido... Eu saí do evento com o número dele e mantivemos contato, nos encontrávamos sempre, e eu nunca me senti tão bem como me senti nos meses que se seguiram. Logo já namoramos e, depois, dois anos de um relacionamento que, apesar das brigas, nós sempre nos acertávamos; tinha amor, compreensão, diálogo e respeito.

Então, depois desse tempo, nos casamos por dois longos e felizes anos, compramos uma casa e fomos morar em Seul. Mantivemos toda a relação como no namoro; mas, no terceiro ano, tudo mudou quando Yoongi ficou muito famoso e passou a trabalhar sem parar. Eu sempre tentei sentar com ele e conversar sobre como o nosso relacionamento estava se desgastando, mas, no fim, ele sempre dizia estar ocupado e eu sempre desistia. Em uma briga feia, a maior briga que tivemos durante todo o nosso relacionamento, eu disse: "Adeus" e saí pela porta sem me importar com mais nada. A mágoa e tristeza estavam demais para eu suportar, mesmo o amando muito.

Eu sofri durante dias e, quando o vi na porta, senti que era uma alucinação. Eu fiquei feliz e emocionado, mas, ao mesmo tempo, eu tive raiva, principalmente quando ele disse querer conversar. Quando eu quis conversar, ele me ignorou. Eu sofri muito com as suas rejeições, sentia como se facas fossem enfiadas no meu coração.

Ainda assim, no fim, eu quero muito esquecer tudo o que aconteceu e gritar vários "Sim", para ele, porque eu sei que, se conversarmos, vamos nos resolver. Contudo, eu nem sei mais se ele realmente me ama ou está mais sentido com a quebra da rotina…

— Droga! — reclamo frustrado, colocando as mãos no rosto e me autoxingando baixinho por ser tão idiota.

Depois de alguns minutos, eu pego e abro a minha mochila, estranhando quando vejo uma caixa de chocolates com um bilhete grudado por fita em cima.

"Eu trouxe os seus favoritos, anjo, espero que goste e que possamos conversar. Te espero amanhã, naquele restaurante de sempre. — Min Yoongi."

Meu Deus, meu Deus, meu Deus! Eu sei que o melhor para nós dois é conversarmos, mas eu estou bem confuso com tudo isso… Ouço o som do sinal e vou na direção da sala, buscar os alunos e levá-los para a quadra de esportes.

O dia foi cansativo, principalmente comigo com o emocional abalado. Novamente, vou até o meu armário e encontro algo, dessa vez um buquê de flores. Sorri, não consigo segurar. Mesmo que eu negue, no fim eu vou ceder a ele e, surpreendentemente, eu não estou preocupado com isso. Percebi que tem um post it grudado em meu armário, mas, diferente do que eu esperava, eu não senti borboletas no estômago; na verdade, eu acabei franzindo o cenho para o que li.

"Me encontre, Jiminie! ;) — Min Yoongi"

Como assim? Observo ao redor, mas não vejo nada. Os alunos já saíram, a escola estava quase vazia. Será que ele veio mais cedo e foi embora porque cansou de esperar pela minha vinda? Bom, seja como for, acho melhor eu ir embora logo.

Estava caminhando pelos corredores quando, no megafone da escola, ecoa uma música. Mas, não é qualquer música, é a minha música favorita do Bon Jovi: Always. E sendo cantada por… Min Yoongi.


And I will love you, baby, always

And I'll be there forever and a day, always

If you told me to cry for you, I could

If you told me to die for you, I would

Take a look at my face

There's no price I won't pay

To say these words to you


Eu não acredito nisso, ele está cantando o finalzinho da música, socorro! Eu sinto uma imensa vontade de chorar. Sua voz rouca parece inundar o meu coração com sentimentos bons, mesmo que ele desafine às vezes, nada se compara à imensidão de sentimentos que ele mostra a cada letra cantada. Eu sei que, apesar de também curtir rock, Yoongi também curte rap e é muito bom nisso, inclusive, mas saber que ele está cantando a minha música favorita no estilo colegial americano dos filmes antigos me deixa emocionado, pois eu sei que ele não é muito bom em se expressar.

Agora acho que eu entendi a frase da carta. Um sorriso surge no meu rosto. Bom, baseado nos clichês, ele deve estar no ginásio!

Corro em direção ao ginásio, ainda ouvindo a voz rouca e baixa inundar o meu coração.


Well there ain't no luck in this loaded dice

But baby if you give me just one more try

We can pack up our old dreams and our old lives

We'll find a place where the sun still shines


Sinto lágrimas embasar a minha visão, enquanto abro portas e mais portas até chegar ao ginásio. Local que, quando chego, sinto o meu coração e minha respiração pedirem arrego pelo tanto de emoções que estão sendo transmitidas por eles.

Yoongi está na arquibancada com um microfone na mão, vestido com uma blusa escura e calças jeans rasgadas. Nos pés, tem um all star vermelho, e eu só consegui sorrir ainda mais, com a minha mochila nas costas e o buquê em mãos. Ele olha fixamente nos meus olhos antes de cantar o último refrão:


And I will love you, baby, always

And I'll be there forever and a day, always

I'll be there till the stars don't shine

Till the heavens burst and the words don't rhyme

And I know when I die you'll be on my mind

And I'll love you, always


Lágrimas rolam pelos meus olhos e eu só consigo pensar que eu consigo lidar com o orgulho e aceitar conversar com ele. Não importa o que aconteça, Park Jimin sempre vai amar Min Yoongi. Ele coloca o microfone de lado e se aproxima de mim aos poucos. Eu fico parado apenas o observando se aproximar de mim com cautela. Ele segura o meu rosto nas suas mãos e ficamos ali sem dizer nada, pois nossos olhares já dizem tudo: "Eu te amo".

— Eu sei que o seu sonho era que isso acontecesse com várias pessoas ao redor e tals, mas eu fiquei receoso de fazer isso, então me desculpe se eu te decepcionei; mas o que eu quero te dizer mesmo é que eu te amo muito, muito, muito! — A cada palavra que ele diz, ele dá um selar delicado pelo meu rosto; primeiro na testa, depois na bochecha e, por último, na testa. — Eu sei que eu te magoei muito, mas, por favor, eu te suplico, vamos conversar! — Seus olhos brilham em expectativa, e como negar a ele?

— Eu também te amo, Yoon. — Dou um beijo na testa dele e depois nas suas duas bochechas, antes de suspirar. — Mas precisamos conversar sobre tudo antes de tomar qualquer decisão. — Olho seriamente para ele, deixando claro que não estou brincando.

— Sim, eu sei, príncipe, mas eu não quero esperar mais, vamos conversar agora mesmo? Por favor! — Seu olhar me machuca, ele parece sofrer, assim como eu sofri. Engoli em seco.

— Tudo bem, Yoon. Vamos conversar — respondo, sorrindo levemente.

Passamos horas ali — sim, horas —, sentados na arquibancada. Não vou mentir em dizer que foi pacífico do começo ao fim; na verdade, foi bem complicado. Tiveram momentos em que gritamos, choramos e depois esfregamos a responsabilidade do término um no outro, mas logo a gente manteve a calma e concluiu que foi culpa dos dois. Yoon ficou tão focado em crescer e dar mais condições para nós dois que se esqueceu que, no fim, dar atenção ao relacionamento também é muito importante, e no meu caso, o problema foi que, apesar de sempre tentar conversar, eu nunca insisti realmente naquilo, se ele dizia estar ocupado, eu não debatia. No fim, a culpa foi dos dois.

Eu sinto que, se a gente tivesse conversado antes, nada disso teria acontecido, mas eu não vou me martirizar por isso e eu sinto que nem o Yoongi, até porque estamos vivendo e aprendendo. Ninguém é perfeito, e isso nos inclui.

(...)

Min Yoongi

Dias se passam e seguimos com tudo devagar. Estamos trabalhando a parte da conversa. Quando eu digo que não posso conversar e que preciso trabalhar, mas é um assunto sério, Jimin deixa claro agora e não me esconde, então resolvemos a situação. Já eu, tento não me afundar no trabalho e ouvir mais Jimin; quando estamos juntos e eu percebo o seu desconforto ou algo do tipo, eu pergunto e tento conversar sobre o assunto.

No fim, voltamos a normalidade aos poucos, assistimos Netflix sempre que temos tempo, às vezes saímos juntos para um restaurante ou um parque de diversões. Voltamos a ouvir playlists de rock enquanto faxinamos a casa e fingimos ser superartistas com uma vassoura ou espanador na mão, terminando tudo rindo da performance do outro. Bom, claro que de vez em quando brigamos, mas, depois de uma conversa, logo voltamos ao normal. Inclusive, hoje o Jimin está planejando algo para mim.

— Onde vamos, príncipe? — questiono confuso.

— Comprar chiclete — se limitou a dizer, e eu não disse mais nada. Ele comprou os chicletes e caminhamos até uma praça próxima.

— Não que eu esteja reclamando, Jiminie, mas por que estamos aqui? — Ele sorriu e pegou o papel de plástico, logo o grudando e esfregando no meu braço.

— Eu não acredito nisso, Jimin! — Solto uma risada, mas não reclamo.

— Você vai ficar lindo com uma tattoo, Yoonie! — diz animado e, depois de um tempo, retira o plástico do meu braço, evidenciando uma tattoo preta com uma flor pequena.

— Ela é linda! — Eu sorri e, quando fui olhar para Jimin, sinto os meus lábios serem pressionados levemente com carinho. Ao sentir todo o seu amor e cuidado direcionados para mim, eu pude confirmar duas coisas:

Sim, nós vamos dar certo juntos; e, se eu gostava de Always, Bon Jovi, agora eu amo.

Sorri dentro do beijo.


~~


Notas finais: Foi isso espero que tenham gostado!
Quero agradecer a @jupteryoon pela betagem e dicas, sério mto obrigada Sam! E @peartae pela capa incrível, eu ameei! Um obrigada especial para a Vic que teve paciência e me ajudou muito na hora de desenvolver essa fic, mto obrigada anjinho.

27. September 2021 21:44 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

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