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Passar uma semana toda sem dormir direito com certeza não foi uma escolha de Park Jimin, e estar acordado no meio da madrugada com uma sensação esquisita, como todos os outros dias, também não era o que ele mais queria. Porém, depois de ver alguém no topo do prédio vizinho prestes a se jogar, Jimin se viu diante de uma escolha, e esta faria com que ele descobrisse um dos sentimentos mais lindos do mundo: o amor. E tudo isso, por eles estarem conectados por um fio vermelho.


Fan-Fiction Bands/Sänger Nur für über 18-Jährige.

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Acaso

Escrito por: @agustcandyy


Notas Iniciais: Hey, espero que vocês gostem da estória, sinceramente, eu amei escreve-la hahaha.

Enfim, fiquem com esse Yoonmin cheiroso, e boa leitura <3


~~~~

Aquela semana não havia sido uma das melhores na vida de Jimin, na verdade, foi bem o contrário disso. Para começar, a faculdade estava tirando-o do sério; professores chatos que pegavam no seu pé, uma montanha de trabalhos sem fim, e exatamente quatro noites mal dormidas que rendiam dores de cabeça infernais pelo resto do dia — e tudo isso, por conta de uma péssima sensação de que algo estava prestes a acontecer. Aquela angústia, se é que podemos chamar assim, tirava toda a concentração que Jimin precisava ter para estudar, e só piorava com o passar dos dias. Mas o estopim de tudo aquilo foi na madrugada de quinta-feira, quando, pela quinta vez consecutiva, Park despertou de um sonho muito conturbado e confuso, e não conseguia se lembrar exatamente o que era, só sabia que estava com uma dor horrível no peito e que o suor frio fazia seu corpo arrepiar.

Esfregou os olhos e passou a mão pelos fios ruivos de seu cabelo, olhou ao redor, as coisas estavam como ele havia deixado. As roupas pelo chão — largadas por conta do desespero de se jogar na cama —, o celular carregando em cima da cômoda, tudo aparentemente normal. A única coisa que chamou sua atenção foi o vento frio vindo da janela aberta. Meio tonto de sono, Jimin andou pelo quarto para fechá-la e poder voltar a dormir.

A noite estava clara e tranquila, as luzes dos apartamentos vizinhos estavam apagadas, muito provavelmente todos estavam descansando — como Jimin queria estar também — para o próximo dia de suas rotinas. Porém, Park ainda tinha a sensação de que algo estava errado. Ao olhar novamente para fora, o garoto prendeu o ar. Não era possível, era? Alguém estava prestes a pular do topo do prédio vizinho.

Enquanto calçava os chinelos na maior agilidade que conseguia, desviou sua atenção para uma estranha linha vermelha, muito clara — quase como se estivesse desaparecendo — que estava amarrada em seu dedo mindinho. Entretanto, ele não podia se preocupar com aquilo naquele momento.

Saiu de casa correndo e logo já estava subindo as escadas do outro prédio de dois em dois degraus, o mais rápido possível, até que finalmente chegou ao topo, rezando para não ser tarde demais. Abriu a porta de ferro bem devagar para não assustar quem quer que estivesse ali e a sensação de alívio tomou conta de seu corpo quando percebeu que havia chegado a tempo.

Um garoto estava sentado na borda do terraço, seu cabelo preto balançava com o vento enquanto ele observava o mundo debaixo de seus pés, um cigarro pendendo entre seus dedos. Ao ouvir o barulho de alguém entrando, direcionou sua atenção para sua nova companhia, fazendo seus olhares se encontrarem e muitas sensações estranhas eclodirem em ambos os corpos. Era como se uma energia tivesse penetrado suas peles; um simples olhar trouxe uma pontada de paz que não sentiam há tempos.

O garoto não disse nada, apenas se virou para frente e passou a observar o céu, e Jimin atravessou o espaço cautelosamente e se sentou ao lado do desconhecido. O silêncio permaneceu entre os dois, e era estranhamente confortável, pelo menos até o ruivo quebrá-lo.

— Ei, o que está fazendo?

— Pensando. — Depois de algum tempo sem resposta, uma voz grossa bem baixinha preencheu os ouvidos de Jimin, fazendo alguns de seus pelos se arrepiarem.

— Tem certeza que é só isso?

— Por que te interessa? — As sobrancelhas se franziram, mas o moreno não desviou os olhos do céu, dando uma última tragada no cigarro antes de pressioná-lo contra o concreto.

— Só te vi aqui em cima, e queria saber se você precisava conversar. — Jimin manteve a voz baixa, estranhando o tom seco usado pelo outro.

— Mas por que eu conversaria com você?

— Não sei, pode ser bom conversar com um desconhecido. — O tom de Park subiu um pouco mais do que ele gostaria e suas bochechas coraram. O garoto desviou a atenção do céu, mas, dessa vez, diretamente para Jimin. Os olhos dele eram lindos, pequenos, escuros e penetrantes, e o ruivo se perdeu neles pelo tempo que ficaram se encarando, fazendo-o corar mais. — M-mas só se você quiser, claro…

O silêncio voltou por mais um tempo e Jimin abaixou a cabeça, distraindo-se com seus pés ao balançá-los. Era bom observar a cidade do alto, era como estar voando e-

— Tudo bem… Você pode estar certo.

Aquela frase pegou Jimin de surpresa, pois ele realmente achava que o cara dos olhos bonitos não se abriria com ele, afinal, eles eram apenas desconhecidos no alto de um prédio. Park murmurou algo em concordância e disse que ele poderia começar quando quisesse, o que não demorou muito para acontecer.

— Já se comparou com as nuvens? — O ruivo franziu as sobrancelhas ao negar. — Bom, as nuvens são apenas o resultado de uma das transformações físicas da água, uma substância tão pura que passa tanta calma, uma coisa muito frágil que se desfaz tão facilmente. — Suspirou. — É como um depósito onde se guarda tudo, porém, com uma gota a mais, pode desmoronar em uma tempestade tão forte capaz de destruir tantas coisas que construímos e amamos. Isso me faz pensar no quanto nossa existência é insignificante, basta uma gota e podemos perder tudo o que temos.

Aquilo tirou o folego de Jimin, pois era tão profundo. Não sabia o que pensar sobre o que ouvira.

— Pensamentos assim me mantêm afastado das pessoas. Normalmente gosto do silêncio, me fecho em um mundo meu, onde só tenho a mim. Apesar de parecer solitário, é o meu conforto, me sinto seguro. Não quero me apegar às pessoas sabendo que eu vou perdê-las. É só um escudo que eu ergui contra o mundo. É por isso que estou aqui, não aguento mais viver só dentro disso, eu fiquei preso em uma rotina infinita e estou cansado de tudo isso. Desculpe, eu falei dema-

— O-o quê?! Não, de forma alguma, colocar o que está sentindo para fora nunca é falar demais, disse que vim aqui para ouvir, então eu vou te ouvir. — O moreno balançou a cabeça ao concordar e murmurou um “obrigado” tão baixo que Jimin quase não pôde escutar. — Sobre os seus sentimentos, acho que o que você está fazendo agora já é um avanço, não? Tipo, você me conheceu literalmente uns quinze minutos atrás e está se abrindo comigo enquanto estamos sentados na borda de um prédio, no meio da madrugada. Não acho que isso faça parte da rotina de alguém, quer dizer, quem se abre para um desconhecido?

Um som parecido com uma risada surgiu entre os dois.

— Ya, você disse que eu podia...

— Eu sei, só estou brincando. — Jimin sorriu. — Enfim, não é fácil transformar nossos pensamentos, principalmente quando estamos sozinhos. Acredite, eu já tentei. Pode ter dado certo por um tempo, mas tudo volta depois. Não estou falando isso para te assustar, espero que entenda. Um dos meus hyungs sempre diz que, quando queremos morrer, precisamos nos esforçar para viver o mesmo tanto que desejamos morrer.

— Entendo, seu hyung parece ser bem inteligente.

— Sim, ele é a pessoa mais inteligente que conheço. — O moreno concordou com um aceno e o silêncio durou por alguns segundos. — Pois bem, eu não te conheço, não sei nada sobre sua vida, nem ao menos sei seu nome. Mas também não quero que você lide com isso sozinho. E-eu quero te ajudar, isso se você aceitar, claro. Eu estou falando demais? Acho que sim, desculpe. — Jimin cobriu o rosto com as mãos para disfarçar o constrangimento.

— Yoongi. — Ao escutar aquilo, o ruivo ergueu a cabeça franzindo as sobrancelhas em confusão. — Meu nome, Min Yoongi.

— Ah...! Park Jimin, é um prazer te conhecer. — Jimin sorriu, o sorriso mais bonito que Yoongi já tinha visto em sua curta e monótona vida.


Os dois não esperavam que a partir daquele dia tudo mudaria. Encontravam-se frequentemente no mesmo lugar da primeira vez, sempre desabafando um com o outro, falando sobre os acontecimentos do dia, rindo juntos, ou até mesmo, ficando em silêncio observando o céu. Era reconfortante para Yoongi saber que agora tinha alguém para conversar sobre tudo, e eles realmente falavam sobre tudo; as coisas fluíam tão facilmente entre os dois que era como se conhecessem há anos, e não há apenas semanas.

— Vamos, Yoon, por favooooor! — implorava o mais novo com um biquinho. Aquela cena era realmente fofa, e o Min até poderia se deixar influenciar, mas precisava manter-se forte. — Eu juro que se você não gostar, a gente pinta de preto de novo.

Estavam no terraço como todos os dias, Yoongi aproveitava a brisa fresca enquanto Jimin reclamava sobre o quanto queria retocar o cabelo, que já estava bem desbotado e com um tanto de raiz castanha crescida, até que o mais novo teve a grande ideia que começou aquela discussão.

— Você ficaria tão fofo de cabelo verde, por favorzinho.

— Aish, Jiminie, vai ficar esquisito.

— Não vai, não, hyung. Você mesmo me disse que está cansado da mesmice e que queria mudar, então olha a oportunidade chegando e você batendo a porta na cara do entregador adorável que a trouxe para você. — Yoongi não conseguiu segurar a risada. O Park estava bravo, o que só o deixava mais fofo, mas, ao ouvir seu hyung rir, não conseguiu se aguentar também.

— Você é o entregador adorável? — Jimin concordou com um aceno, enquanto tomava fôlego. — É, não mentiu. — Yoongi se surpreendeu ao sentir um soco de leve no braço e se virou a tempo de ver as bochechas coradas de seu dongsaeng.

— E então? O que me diz? — O ruivo o encarava com os olhos esperançosos.

— O que você não pede sorrindo; que eu não faço chorando? — O mais novo deu pulinhos de alegria enquanto batia palminhas e não parou de falar no quanto Yoongi não se arrependeria pelo resto do dia.

E foi assim que Min Yoongi acabou de cabelo verde menta pelos próximos meses. Por livre e espontânea vontade, é claro, e não porque certo ser baixinho o havia convencido com um biquinho fofo.

Com aquela amizade se fortalecendo, eventualmente, Jimin iria querer que Yoongi interagisse com seus outros amigos também. O mais velho não gostou muito da ideia, principalmente porque se sentia muito nervoso em socializar com outras pessoas e estava com medo de não gostarem dele, mas, ao perceber seu receio, Park já foi logo adiantando que não precisava daquilo, que seus amigos eram bem tranquilos e nunca julgariam alguém assim.

Com o Min tranquilizado, não demoraram para marcar uma data; seria algo simples, comprariam umas pizzas, algumas bebidas e assistiriam a algum filme na casa de Jimin mesmo. Todos estavam ansiosos por conhecer a famosa nova companhia do ruivo, pois já havia um tempo em que ele não parava de citar um mesmo nome, e isso causava curiosidade em todos do seu grupo, principalmente em Taehyung, que nunca vira o melhor amigo falar de alguém com tanto brilho no olho e empolgação.

No dia do tão esperado “encontro”, Yoongi estava mais do que nervoso, pois, para ele, aquilo seria uma verdadeira catástrofe. Já havia separado sua roupa doze horas antes do horário marcado e tentava matar o tempo daquela tarde de sexta-feira de todas as formas possíveis, porém nada adiantava, nada afastava a ansiedade que perturbava os pensamentos do Min.

Era o segundo filme que passava na televisão e ele não prestava atenção em uma palavra que saía da boca dos atores. Sua cabeça não estava ali, não com a situação tão nova que sua vida se encontrava; seu subconsciente o sabotava com todas as cenas ruins que poderiam vir a acontecer. Ele estava quase ligando para Jimin para dizer que não poderia comparecer por conta de uma dor de barriga inesperada, mas sabia que aquilo era importante para o ruivo, e poxa, Jimin fizera tanto por ele, nada custava o esforço de retribuir o efeito que o mais novo causou em sua vida.

Então, devidamente trocado com seus jeans azuis claros rasgados, um par de coturnos pretos e uma camiseta de mesma cor, Yoongi encarava a porta da frente do apartamento que tomou conta de seus pensamentos durante o dia todo e, antes mesmo de pensar em desistir, seu dedo já estava pressionando a campainha.

Não demorou para a porta se abrir, revelando uma pessoa que nunca tinha visto antes, era um cara mais alto, de aparência jovial, a franja castanha caindo sobre os olhos grandes e inocentes, ele até mesmo parecia ser um tanto tímido.

Sua análise foi interrompida quando o garoto à sua frente finalmente disse algo.

— Jimin hyung, tem um cara gato de cabelo verde parado na porta, devo deixá-lo entrar?

As vozes e risadas que antes podiam ser ouvidas do lado de fora deram lugar ao silêncio, depois de Jimin dizer “ah, o Yoongi hyung chegou” ainda lá dentro. Min pôde ouvir alguns comentários como: “finalmente vamos conhecer o namorado do Minie”, “o Jungkook disse que é bonito” e “calem a boca, idiotas, ele pode ouvir vocês”. Quando o ruivo finalmente apareceu na porta com um sorriso tímido, Yoongi segurou a respiração. Ok, ele iria realmente fazer isso.

Depois de alguns comprimentos, eles finalmente entraram. Havia, no total, cinco pessoas espalhadas pela sala, um sentado no chão enquanto aparentemente jogava vídeo game e bebia, sorrindo quadrado ao perceber que estava sendo observado — o garoto da porta se juntou a este no chão também — e os outros três sentados no sofá com cartas de baralho nas mãos.

— Bom, hyung, estes são Taehyung e Jungkook. — Apontou para os dois no chão. — E estes são Hoseok, Seokjin e Namjoon — nomeou os outros do sofá. — Pessoal, esse é o Yoongi hyung.

Em geral, a noite não foi tão horrível como Yoongi achou que seria, pois todos estavam se divertindo e não haviam bebido muito até aquele momento. Ele já tinha se enturmado bem e conversava com Namjoon sobre algo relacionado a música, apesar de ser mais novo, o cara era realmente inteligente como Jimin dizia que era. Por falar no ruivo, este estava sentado conversando com Taehyung e olhando bobo para seu novo hyung interagindo com seus amigos.

— Hey? Chim? — O mais velho estava alheio à conversa, deixando Taehyung falando sozinho enquanto sua mente nem ali estava. — Pode parar de babar no seu namorado por dois minutos?

— Hã? O que disse? — O Kim revirou os olhos e repetiu a frase anterior. — Ele não é meu namorado.

— Não é seu namorado ainda, né? A tensão entre vocês é palpável...

— Claro que não, somos apenas amigos, TaeTae — respondeu Jimin, fazendo um bico.

— Mas bem que você queria que fosse mais. Qual é, Chim, ele te olha como se você fosse a coisa mais preciosa do mundo, e no seu caso não é tão diferente. Eu estava aqui te contando sobre o dia que o Kookie me levou para conhecer os pais dele, e você todo boiola babando no Yoongi hyung. — Park arqueou a sobrancelhas e pensou um pouco antes de responder.

— Ai, Taehyung, é que eu gostei de ver como ele está confortável, só isso, para de falar essas coisas. — Kim murmurou um “se você diz” com um dar de ombros, não acreditando em nada do que acabara de ouvir. Jimin nunca admitiria, mas ficou realmente intrigado com as palavras do melhor amigo. Parecia tanto assim que eles se gostavam? Não, claro que não, Yoongi não o enxergava daquela maneira, eram amigos e apenas isso. Resolveu deixar isso de lado e passar a beber um pouco mais para tentar se livrar daqueles pensamentos.

Depois que a pizza chegou, eles finalmente colocaram um filme para assistir, todos se acomodaram na sala, e obviamente Jimin e Yoongi se sentaram bem próximos, tanto que, em determinado momento, um dos braços do Min estavam jogados sobre os ombros do mais novo em um abraço meio desajeitado. O ato fez o ruivo começar a pensar na relação deles. Se Taehyung havia percebido aquilo, todos perceberam também e logo o próprio Yoongi também perceberia.

Pensou sobre isso pelo resto da noite, chegando à conclusão que só havia uma alternativa. Com toda a certeza, o Min não o enxergava daquela maneira, e, por não querer o fim daquela amizade tão importante para si, decidiu que o melhor seria se afastar — não totalmente, claro, mas teria que fazer isso. A ideia fazia seu peito doer, porém era necessário para preservar aquilo que os dois tinham.

Depois de refletir mais um pouco, decidiu que começaria naquele momento mesmo, desfazendo aquele abraço e se sentando um pouco mais longe. Automaticamente sentiu falta do conforto e do calor humano que Yoongi exalava, este ficando bem confuso e até um pouco triste com a ação do mais novo.

O cansaço tomou conta dos corpos alheios e todos começaram a se despedir e a ir para casa descansar. O “encontro” havia sido bem agradável e tudo correu bem, ao contrário do que Yoongi esperava, e ele se divertiu bastante com todos. A única coisa que o incomodou foi como Jimin ficou estranho de repente — a forma como ele se despediu foi fria, um “tchau, Yoongi-ssi” nada carinhoso como ele era acostumado, e o honorífico fazendo tudo ficar pior na mente de Min.

Depois desse dia, as coisas pioraram; eles não se viam tanto quanto antes, não trocavam tantas mensagens como antes, nada era como antes, tudo porque Jimin sempre dizia estar ocupado demais e, quando finalmente conseguiam se ver, era muito seco, o Park mal se aproximava, falava pouco e muito formalmente. Essa situação estava levando o esverdeado à beira da loucura, pois ele não conseguia pensar em nada que tivesse feito de errado, e a dor no peito que estava sentido era insuportável. Ele não aguentava mais esse comportamento distante que chegou repentinamente para atrapalhar suas noites de sono, transformando-as em péssimas como eram antes de conhecer Jimin. Estava tudo tão ruim que até cogitou não ir à festa surpresa de aniversário que Taehyung e os outros organizavam para Park — já que a data estava próxima —, mas talvez as coisas poderiam melhorar até lá, ele só precisava arrumar coragem para perguntar o que estava realmente acontecendo.

Já Jimin, não estava diferente, se culpava cada vez mais por ver o olhar de Yoongi tão triste, sentia falta das longas conversas que tinham todos os dias, seu peito queimava toda vez que agia de forma fria. Sua vontade, na verdade, era pedir perdão, abraçar o mais velho e encher seu rosto de beijos, entretanto, ele não queria estragar as coisas alimentando um sentimento que certamente não era mútuo, por isso ele chorava todos os dias antes de dormir. Culpa, saudade, amor... Claro que seus amigos perceberam e tentaram ajudar, mas Jimin não queria falar, doía demais.

Foi numa noite que tudo desabou. Park estava deitado na cama refletindo sobre o rumo que sua vida havia tomado e como, mesmo querendo fazer o contrário, de certa forma tinha estragado as coisas. Acordou de seus devaneios quando a campainha tocou. Estranhando o horário da visita, levantou-se e foi atender quem quer que fosse. A surpresa, foi encontrar Min Yoongi parado em sua porta com o rosto vermelho e os olhos inchados. Seu ar faltou ao ver as lágrimas escorrendo pelo rosto do mais velho.

Rapidamente, puxou-o para dentro e tratou de pegar água para acalmá-lo, mas, antes que pudesse entregar o copo, mãos trêmulas o agarraram num abraço apertado, os soluços se tornaram mais intensos e Jimin conseguiu ouvir murmúrios de “Por quê? O que fiz de errado?”. Sem entender a situação, apenas esperou por um momento mais calmo, por parte do mais velho, para questioná-lo.

— O que aconteceu, hyung? — Não conseguia agir como planejado naquela situação, então apenas ignorou tudo o que passava por sua cabeça durante semanas.

— E-eu não entendo, Jiminie... — A voz falhada e chorosa cortava o coração de Jimin em pedaços ainda menores do que já estavam.

— Não entende o quê?

— O que eu fiz de errado? Por que está tão frio e distante de mim? Isso dói muito, me diga o que eu fiz de errado e eu te prometo que nunca mais vai se repetir. Por favor, Jiminie, apenas volte para mim. A fazer parte da minha vida. — Aquelas palavras devastaram Jimin, pisotearam-no até transformá-lo em nada mais que poeira e sentimentos, e quando percebeu, lágrimas grossas escorriam por seu rosto.

Yoongi se assustou com aquele choro, mas Park não o deixou se afastar para olhá-lo como desejava.

— Você não fez nada, hyung, nada...

— Então... por quê? — Min ficou mais confuso ainda.

O silencio permaneceu até que Jimin tivesse coragem para responder aquela pergunta e estivesse mais calmo para isso também. Àquela altura, o mais velho já havia parado de chorar e só buscava por respostas sobre aquelas atitudes, que aparentemente, não eram culpa dele. Mas então, o que estava acontecendo?

— Porque... eu estou apaixonado por você. — O ruivo voltou a chorar ainda mais e se agarrou mais forte naquele abraço, como se não quisesse que Yoongi se afastasse e fosse embora. O mesmo tentava acalmar o mais novo e processar as informações. — E-eu me afastei porque estava com medo, pois não queria que nossa amizade acabasse, não te queria longe de mim por conta dos meus sentimentos idiotas, m-mas eu estraguei tudo do mesmo jeito. Me p-perdoe, Yoon. Por favor, não vá embora, eu não suportaria. Tem sido tão difícil, eu não consigo mais, dói muito te ter longe, me perdoe...

— Shh, está tudo bem, Jiminie, eu te perdoo e não vou a lugar nenhum, eu prometo.

Deitados confortavelmente na cama do mais novo, Yoongi acariciava o cabelo de Jimin, aproveitando para sentir o cheiro que tanto sentia falta. Ficaram assim por algum tempo, até que o Park adormecesse nos braços do mais velho, sentindo-se mais leve por ter contado o que sentia. O Min então, levou-o para a cama, deixando-o o mais confortável possível. Trancou a porta da frente, jogando a chave por debaixo, e foi para sua própria casa com uma ideia em mente.


Com o tempo, as coisas melhoraram entre os dois, as conversas no terraço voltaram a ser frequentes e o distanciamento diminuiu consideravelmente, porém, o assunto “sentimentos” ficou intocado. O silêncio de Yoongi quanto a isso só deixava Jimin mais frustrado e pensando se realmente deveria ter contado. Jimin tentava ignorar ao máximo esse tipo de pensamento e só curtir o tempo ao lado do seu hyung. Seu aniversário estava cada vez mais próximo e seus amigos estranhamente atarefados, incluindo o Min, mas isso também não importava muito, pois o ruivo mesmo estava bem ocupado com a semana de provas da faculdade.

Os dias se passaram arrastados e cansativos, até que finalmente, a última prova foi feita na manhã de sábado de seu aniversário. Suspirou aliviado ao passar pela porta da sala de aula e não tardou em puxar o celular na tentativa de marcar para comemorar com seus amigos em algum lugar legal, porém nenhum deles atendeu, nem Taehyung ou Yoongi. Ele estava mesmo sendo ignorado no seu aniversário? Automaticamente, repreendeu-se pelo pensamento, pois ninguém era obrigado a lembrar da data e eles podiam estar só ocupados naquele momento. Aproveitou, então, aquela tarde para descansar; normalmente ficava o dia todo com Tae, mas era bom mudar as coisas às vezes e estava realmente precisando disso depois da semana que tivera.

Seus pais ligaram algumas horas depois para desejar-lhe os parabéns, mas não houve nenhuma ligação de seus amigos até aquele momento. Jimin não queria se sentir triste quanto a isso, considerando que estava perto de anoitecer e seu dia acabar, mas estava um pouco difícil ignorar a vontade de chorar. Contudo, antes mesmo da primeira lágrima cair, sentiu seu celular vibrar em cima da cama onde estava deitado e rapidamente pegou o aparelho, abrindo uma mensagem estranha, enviada por Jungkook, que continha apenas um endereço que ele não conhecia.

Depois de tomar um banho e se arrumar, chamou um motorista pelo aplicativo e esperou ansioso a viagem até o local. Parecia que a estrada era infinita, de tanto que demorava.

Chegou a um casarão que estava estranhamente escuro e silencioso, Jimin encarou o motorista, que já ficava impaciente pela enrolação do passageiro, saiu do carro devagar e andou pela entrada da casa em passos temerosos. O que seus amigos estavam aprontando, afinal?

Isso ele não demorou para descobrir, pois, ao dar a volta pelo terreno, Park encontrou um jardim cheio de árvores grandes decoradas com luzes amareladas, almofadas jogadas pelo chão em forma de roda, uma mesa cheia de suas comidas favoritas e, é claro, seus amigos gritando “surpresa” em coro.

O sentimento de felicidade inundou o peito de Jimin, ele não conseguia parar de sorrir, mesmo que suas bochechas doessem e não conseguisse enxergar muita coisa por conta da ação. Abraçou cada um de seus amigos e murmurou tantos “obrigado” que a palavra deixou de fazer sentido em seu vocabulário. Entretanto, algo parecia errado.

Olhou confuso para os amigos ao dar por falta de Yoongi. Toda a euforia que sentira minutos antes perdendo um pouco da intensidade e uma dor chata no peito marcando presença, só pela hipótese do mais velho não ter participado da surpresa, porém ao perceber olhares se direcionando para a casa, ele entendeu tudo. Enquanto subia as escadas apressado, de dois em dois degraus, como naquela noite, todas as hipóteses possíveis já passavam por sua cabeça do que aconteceria quando chegasse ao topo.

E lá estava ele, o cabelo esverdeado meio desbotado se balançando com o vento enquanto olhava para fora apoiado na sacada, a pele clara sendo iluminada pelo luar, tendo apenas aquela fonte luz para iluminar o lugar. A cena era simplesmente perfeita, como se estivesse sonhando, e ficou ainda mais perfeita quando Yoongi se virou e abriu aquele sorriso gengival que o Park amava. Ambos os olhos varreram os rostos alheios, aproveitando a presença um do outro, até o Min quebrar o silêncio.

— Sabe, Jiminie, eu te devo desculpas por te deixar sem resposta naquele dia, mas eu queria fazer tudo certo. — Suspirou. — Muito obrigado por ter subido cinco andares de escada no meio da madrugada. Você entrou na minha vida e, de repente, tudo parecia certo. Me acostumei com a sua presença e quando você ficou longe, aquilo doeu tanto que foi impossível de ignorar os meus sentimentos. Seus sorrisos, Jiminie, eles iluminam tudo ao redor e afastam meus pensamentos ruins, sua voz me acalma, você me revive e eu percebi que estava perdidamente apaixonado quando não te tive por perto. Na verdade, acho que você me encantou no momento em que passou pela porta enferrujada daquele terraço. Eu te disse naquela noite que não queria me apegar às pessoas para não sofrer com a perda delas, mas eu não pude evitar com você.

A emoção era tanta que o Park soluçava, o coração batia descompassado, as pernas estavam moles como gelatina e tudo parecia girar, então, num ímpeto de coragem, puxou o rosto de Yoongi e selou seus lábios com os dele. Era eletrizante, indescritível, se encaixavam como se fossem predestinados a isso. Era certo, calmo e muito, muito bom, infinitas vezes melhor do que o Park chegou a imaginar. O mais velho cortou o beijo para olhar nos olhos do ruivo, passando as mãos por suas bochechas para secar algumas lágrimas que ainda escorriam.

— Você quer namorar comigo, Jiminie?

Jimin agarrou o Min e murmurou vários “sim” em seu ouvido, e então se beijaram novamente, com a sensação de que finalmente estavam completos.

A festa começou depois que eles voltaram de mãos dadas, todos parabenizaram e comemoraram o novo casal. Foi um dos melhores dias na vida de Park, com certeza não se esqueceria nunca daquela sensação. Eles dançaram, cantaram, comeram... Estar ali com seus amigos e com seu namorado — era muito bom falar aquilo — foi tão maravilhoso. A paz tomava conta de seu interior enquanto estava deitado sobre o peito de Yoongi meio sonolento, pois ele não queria que aquilo acabasse, queria aquela noite se repetisse infinitamente.


Alguns meses se passaram, Yoongi procurou ajuda profissional com o apoio do namorado e seus novos amigos, estava se renovando a cada dia, embarcou na faculdade de música que tanto queria e conseguiu emprego em uma cafeteria. Com Jimin não era diferente. Ele estava quase se formando e mais feliz do que nunca com o relacionamento dos dois. Contudo, a situação de meses atrás voltou a se repetir, pois o Park não pegava no sono por muito tempo e, quando conseguia, era algum sonho agitado, que ele nunca se lembrava de como era, vindo para atrapalhá-lo. Era horrível acordar cedo para a aula e estar extremamente exausto, ele só não entendia o porquê de seu corpo estar reagindo assim.

Até que, novamente, numa madrugada de quinta-feira, Jimin acordou no meio da noite após mais um de seus sonhos estranhos, sentou-se na beirada da cama e passou as mãos pelo rosto. As batidas de seu coração estavam descompassadas e uma imensa vontade de chorar tomou conta de seu corpo, mas não era tristeza, sentia-se feliz, eufórico e aliviado. Permitiu que as lágrimas escorressem, fechou os olhos e aproveitou o vento fresco que vinha da janela, abaixou a cabeça e, ao desviar o olhar para sua aliança de compromisso, a linha estava ali novamente, amarrada ao dedo mindinho, mas diferente da outra vez, era de um vermelho forte, vibrante e bonito. Seguindo-a com os olhos, mais uma onda de lágrimas inundou seus olhos. Ela se conectava a Yoongi, que dormia tranquilo ao seu lado na cama.


“Tudo isso não é uma coincidência

Apenas, apenas eu pude sentir isso

O mundo inteiro está diferente do que era ontem

Apenas, apenas com sua alegria

[...]

Porque você me ama

E eu te amo


Você é minha penicillium

Me salvando

Meu anjo

Meu mundo

Eu sou seu gato de chita

Aqui para te ver

Me ame agora

Me toque agora


Apenas deixe-me te amar”


(Serendipity - BTS)

~~~~


Notas Finais: E foi isso, vou sentir saudade de narrar esses dois, mesmo que tenha sido só por um capitulo. Quero agradecer à @Sra_Lovegood pela betagem, a @peartae pela capa perfeita, e ao projeto pela oportunidade. <3

30. Juli 2021 22:37 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

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