moonna Lua Baldonado

Sarah deseja somente que sua vida não seja controlada e monitorada de perto pela irmã mais velha, mas se vê presa, mais uma vez, às decisões de Kate.


Horror Nur für über 18-Jährige.

#295 #terror #arrepiainks #gatilho
Kurzgeschichte
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Nos Confins da Mente

Sarah pegou o telefone e discou o número do psiquiatra, era a sua primeira consulta com o profissional que fora recomendado por sua irmã. A preocupação excessiva de Kate a irritava, compreendia o porquê, mas estava farta de todos tomarem decisões por ela.

Dois meses antes, Sarah tentara se matar com uma alta ingestão de antidepressivos misturados com álcool. Sua irmã encontrara seu corpo inerte no chão frio do banheiro, estava pálida e não respirava. Kate notara as cartelas vazias espalhadas pelo chão e, de imediato, colocou dois dedos na garganta da irmã para forçar o vômito. Porém, alguns comprimidos foram digeridos por seu corpo e Kate não poderia saber a quantidade exata. Sendo assim, correu com Sarah para o hospital mais próximo, onde permaneceu por um tempo pela alta dosagem que ingeriu.

Sarah ouviu a voz de uma mulher no outro lado da linha, informou sobre a sua consulta e perguntou se o médico ainda a receberia, após a confirmação por parte da mulher,

Sarah agradeceu e desligou. Sentiu uma súbita raiva invadir o seu corpo e queimar o seu peito. Não queria de forma alguma dirigir até o outro lado da cidade para conversar sobre a sua tentativa de suicídio com um homem que não conhecia e se quer sabia como era. Ao olhar o relógio, notou que se atrasaria se não saísse naquele exato momento. Bufou, pegou sua bolsa e as chaves do carro, se aproximou da porta e olhou para trás por alguns instantes. "Talvez hoje seja um excelente dia para uma nova tentativa…", pensou e destrancou a porta, saindo de encontro ao gélido vento de outono.

Após um percurso de quase cinquenta minutos, Sarah estacionou o carro em frente ao endereço que estava anotado em sua agenda. Admirou a arquitetura do prédio por alguns instantes e destrancou o carro, saiu e caminhou até a porta de entrada. Interfonou e esperou até ser atendida.

— Sim? — a voz rouca de um homem saiu pelo aparelho.

— Eu tenho uma sessão com o Dr. John. Meu nome é Sarah Hawthorne.

— Eu não estou esperando… Ah, sim! Sarah. Sarah Hawthorne.

O homem ficou em silêncio por um momento e Sarah pensou ter errado o endereço. Em seguida, liberou a porta para ela, que subiu de encontro ao psiquiatra. Ao adentrar o consultório, notou que o local estava um pouco desorganizado e um cheiro estranho estava impregnado no ar.

O homem a cumprimentou e indicou a cadeira a sua frente, Sarah se sentou. Notou que suas roupas estavam amarrotadas, além de uma pequena mancha em sua camisa social branca. Iniciaram uma conversa descontraída e o homem perguntou o principal motivo da ida de Sarah ao consultório. Porém, antes de responder, ouviu um barulho vindo de trás de uma porta que estava próxima a ele.

— Nós estamos sozinhos? — Sarah perguntou, desconfiada.

O homem respondeu afirmativamente, notou que ele a encarava fixamente e Sarah estava desconfortável, olhou em seu relógio e ainda faltavam vinte minutos para o fim da sessão. Perguntou se poderia ir ao banheiro e o homem indicou a porta no fim do corredor. Ele ofereceu um copo de água a ela, que aceitou, o homem se retirou em seguida. Sarah, ainda desconfiada, foi de encontro ao barulho que ouvira e, ao destrancar a porta, viu uma cena que quase a fez vomitar.

O cheiro de podridão era insuportável e o corpo de um homem estava fatiado logo a sua frente, Sarah notou que faltavam várias partes; havia sangue por toda parte. Estava amordaçado e preso a uma cama. Ouviu grunhidos escaparem de sua boca. "Meu Deus, ele ainda está vivo!", pensou. O medo e o desespero lhe invadiram, se viu a ponto de gritar, não sabia o que fazer; não conseguia respirar. Precisava sair dali o mais rápido possível.

Ao se virar, o homem estava a sua espera. Uma faca ensanguentada pendia de sua mão direita. Sarah implorou por sua vida e se afastou do homem, olhou em direção a porta e tentou correr. O homem a segurou pelos cabelos e cravou a faca em suas costas. Sarah caiu ao chão e viu tudo a sua volta escurecer.

29. Oktober 2020 02:12 4 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

Über den Autor

Lua Baldonado Sou a Lua e sou estudante de Letras pela UNIFESP. Sou escritora, canto, toco e amo artes no geral. Espero que aprecie o que escrevo.

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Olá, Luana! Primeiramente, gostaríamos de agradecer a sua participação no #arrepiainks! Ter vocês, autores, nos apoiando com suas histórias incríveis e participando ativamente deste desafio, nos deixou realmente felizes. Logo de cara já gostaríamos de destacar algo: você nos deixou com medo de ir a um psiquiatra. Se algum dia precisarmos, lembraremos de você e de como nos mostrou que até alguém que deveria ser a nossa pessoa mais confiável pode fazer uma coisa horrível assim. Sua história está muito bem detalhada, as personagens estão tão próximas da realidade, com um problema mais que presente hoje em dia, que pudemos sentir a proximidade entre elas e os leitores. Não é difícil se identificar com Sarah ou sua irmã, visto que atualmente o índice de depressão está altíssimo (principalmente entre as mulheres) e até mesmo aqueles que sofrem dessa doença se preocupam com quem partilha do mesmo problema. Kate é apenas uma irmã preocupada, que quer acima de tudo que Sarah fique bem. Mas não foi bem por esse caminho que as coisas foram, não é! Parabéns pela sua história e obrigada, novamente, por participar deste desafio! No mais, reiteramos que os vencedores do desafio serão anunciados em 29/10 — hoje — através do Facebook. Fique de olho! Seu nome pode estar na lista. (; Um abraço, Equipe de Comunidade da Embaixada Brasileira do Inkspired.
October 29, 2020, 19:22
𝐏𝐒𝐘𝐂𝐇𝐎𝐂𝐀𝐓 . 𝐏𝐒𝐘𝐂𝐇𝐎𝐂𝐀𝐓 .
Olá, Luana. Como vai? Eu sou a Amy, uma das embaixadoras responsáveis pelo #arrepiainks! Em breve você receberá um comentário mais completo, feito através do perfil oficial da Embaixada, mas vim aqui deixar minhas impressões individuais sobre a sua história. Afinal, excesso de incentivos é o único que não faz mal. ♡ Gente... que horripilante! Eu diria que como poderíamos imaginar tal índole de um psiquiatra, mas sendo eu uma fã de carteirinha de Hannibal, seria hipócrita da minha parte. hahaha Amei a premissa do seu conto, uma primeira consulta no psiquiatra depois de uma tentativa de suicídio já bastaria para atiçar os nervos de qualquer um, mas um desfecho desses... macabro! No mais, gostaria de lembrar que os resultados do desafio saem ainda hoje. Ansiosa? A gente se vê em breve! Abraço. :D
October 29, 2020, 14:37
Karimy Lubarino Karimy Lubarino
Caramba, uma pessoa que deveria ser extremamente confiável! Não sei se fico mais assustada por causa disso ou pela imagem que ficou na minha cabeça do homem torturado na cama. Canibalismo? É só no que consigo pensar! Sarah foi traída por alguém que deveria ajudá-la e ainda corre o risco de ter o corpo devorado. Céus! Parabéns pela história e boa sorte no desafio.
October 29, 2020, 14:02
CC C Clark Carbonera
Olá, Luana Baldonado, tudo bem? Vi que é nova na plataforma, seja bem-vinda :) Que bom que resolveu participar desse desafio da Embaixada Brasileira (os desafios propostos são a melhor maneira de conhecer o potencial dos escritores no Ink além do nosso próprio potencial)!! Seu conto ficou bem estruturado e a história muito interessante. Uma pena que não deu para Sarah...mas também, esse é um desafio de terror né! Parabéns pela publicação e por participar do desafio ^^ Até mais o/
October 29, 2020, 11:17
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