jace_beleren Lucas Vitoriano

Maria é uma caçadora habilidosa que adentrou o castelo do conde Drácula para destruir o senhor dos vampiros. Enquanto vaga pelos corredores do castelo, ela se admira com um belo quadro na parede e com sua beleza infernal.


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#castlevania #terror
Kurzgeschichte
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Capítulo único

Era a segunda vez que Maria adentrava no castelo do conde Drácula para enfrentar o senhor dos vampiros, apesar disso nunca entendera completamente o lugar e, não raras vezes, sentia um medo inexplicável do castelo. De um certo modo, os corredores sombrios e a mobiliá antiga e elegante escondiam mistérios e forças que intrigavam Maria. A morada de Drácula também era o berço para todo tipo de pesadelo e lenda de terror. Talvez ninguém, nem mesmo o próprio conde, entendesse totalmente a natureza do castelo.

Maria era uma caçadora experiente, com seus vinte e poucos anos e um arsenal de magias capaz de invocar poderosas bestas místicas. Usava roupas verdes e tinha longos cabelos loiros. No momento, vagava por uma das áreas mais “amigáveis” do castelo, o que não significava, nem de longe, que era um lugar agradável. O chão era belo e haviam mesas de madeira requintadas e decoradas, com cadeiras confortáveis para se sentar. No teto, lustres elegantes proporcionavam uma luz branca e serena.

Intrigada com aquele ambiente, Maria se permitiu parar por um momento e admirar aquele lugar. Nem parecia que fazia parte daquele castelo macabro, pois emanava paz e conforto. Ou talvez, representasse um lado cavalheiro e educado do conde Drácula, lado esse que, apesar de raramente demonstrar aos outros, existia.

Sentando-se em uma das cadeiras, Maria ficou a observar a mobiliá. Haviam tapetes ricamente trabalhados no chão, candelabros dourados com lindas velas brancas e alguns jarros contendo gravuras bonitas, geralmente retratando morcegos ou outros animais noturnos.

Mas foi um quadro em uma grande moldura o que prendeu a atenção de Maria. Nele, era possível ver a imagem de um imponente demônio, musculoso e alto, voando no vazio da noite. A paisagem embaixo dele era de uma floresta em chamas. O quadro possuía uma beleza apocalíptica que encantava os olhos, por mais assustadora que fosse. As chamas eram tão vividas, erguendo-se em tentáculos que se projetavam das árvores devastadas, que Maria quase podia sentir calor só de fixar seus olhos nelas. O demônio também era assustador, possuía uma nobreza de um príncipe dos mundos inferiores e, embora estivesse pequeno devido a distância, ainda era possível admirar os muculos fortes e o brilho maligno em seu olhar.

Após algum tempo fitando o quadro, a caçadora enfim levantou-se e começou a vagar pelos corredores daquela área do castelo. Fez uma rápida exploração pelos cômodos, mas encontrou-os todos vazios, embora não aparentassem abandono, pois estavam impecavelmente arrumados como se apenas esperando por hóspedes.

Ao retornar a sala de antes, com a mesa, os vasos e quadro, fitou o último mais uma vez e foi ai que sentiu algo estranho. No geral parecia a mesma imagem: um demônio voando sobre uma floresta em chamas arrodeado pelo céu noturno, mas, embora todos esses elementos estivessem presentes, havia algo diferente.

Curiosa, Maria aproximou-se da pintura e analisou-a minuciosamente. Nos primeiros instantes não conseguiu entender o que a causava aquela sensação de estranhamento e, porque negar, de arrepio na espinha, entretanto, seus olhos se arregalaram um pouco quando a compreensão por fim chegou.

As chamas estavam diferentes, pareciam ter oscilado, mudando de posição. Além do mais, Maria tinha certeza que uma árvore que antes estava em pé agora estava desabando, o que era uma visão bastante desconcertante, dava a Maria a sensação de uma pessoa presa em um momento de eterna agonia.

- Mas o que é isso? - perguntou-se em voz alta – até o demônio parece maior, como se tivesse aproximado-se mais em seu voo diabólico.

E, de fato, o demônio estava um pouco maior. Era possível ver seus músculos com mais detalhes e eles brilhavam em tons vermelhos a luz das chamas. Aquilo era estranho, mas considerando que Maria estava no castelo de Drácula, a personificação do mal que revivia de tempos em tempos, um local que abrigava todo tipo de criatura sobrenatural… então um quadro que se alterava não era nada.

Dando as costas ao quadro, resolveu sair dali e se preocupar com os problemas reais, não em pinturas nas paredes. Deixou aqueles aposentos sem olhar para trás, afastando-se a passos decididos.

Maria seguiu pelos corredores sombrios do castelo, o que era bem mais comum vindo daquele lugar do que áreas luminosas e acolhedoras como a sala aonde o quadro do demônio estava exposto. Enquanto andava, preocupada que alguma criatura surgisse para atacá-la, ouviu um grunhido colossal, um som tão forte e aterrador que parecia ter vindo direto do outro mundo.

Sua reação foi se preparar para um ataque iminente, mas nada aconteceu. De fato, o som parecia não ter vindo de dentro do castelo, mas sim de seu exterior. Maria foi até a janela e então viu, com uma mistura de fascinação e horror, um demônio grandioso voando sobre a floresta, jatos de chamas eram expelidos de sua boca incendiando as árvores em um festim infernal.

Então ela percebeu que, como uma profecia, o que era retratado no quadro agora repetia-se no mundo real. O demônio espalhara seu terror pelo mundo de tintas do quadro e agora, liberto deste mundo, viera para fora e levara consigo um rastro de chamas e destruição.

Essa era apenas mais uma das enigmáticas manifestações do poder daquele castelo. Quem era o demônio e o que era de fato o mundo na pintura? Isso ela talvez nunca soubesse. Por algum motivo, Maria sentia que aquela criatura só viera ao seu mundo porque ela própria fitara o quadro, pois caso não fosse assim, a criatura já poderia ter feito a travessia entre os dois mundos a muito tempo.

Talvez ela o tivesse chamado, inconscientemente, quando fitara a imagem pela primeira vez. Talvez, da mesma forma que ela própria se admirara pela criatura, a mesma houvesse se encantado por ela e então vindo em sua direção.

Se assim fosse, cedo ou tarde o demônio a encontraria e desse encontro ela talvez conseguisse algumas respostas as suas perguntas. Maria assustou-se com a ansiedade que a tomou. Queria encontrar o demônio, pois uma força a atraia para aquele ser com sua beleza tão horrendamente cativante.

Ela ficou a observar o ser alado voando pela floresta em chamas até sumir de sua vista. Por mais aterrador que fosse, a visão foi um espetáculo para os olhos da caçadora.

30. Juni 2020 03:25 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

Über den Autor

Lucas Vitoriano Sou escritor, tendo alguns contos publicados. Além disso, sempre que possível posto alguma coisa aqui também. Amo animes, filmes da disney e mitologia grega. Para acompanhar meu trabalho visitem meu perfil no instagram @l.vitoriano ou meu perfil de literatura @pensandoescritor. Espero vocêsl á!

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