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— Será que você gostaria de vir comigo? Digo, eu sou o único curador naquele vilarejo, e como eu já tinha lhe dito, não tem muitos médicos lá perto também. Muitas pessoas viajam dias para serem atendidas, às vezes eu tenho que viajar dias para outros vilarejos próximos, além de carregar tudo que eu possa precisar e- — Eu vou.


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#O-Clã-dos-Magos #Sonea #Dorrien #Soena-Dorrien #angst
Kurzgeschichte
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A Promessa na Nascente

Sonea deitou a cabeça na sua nova cama macia demais na casa do Lord Supremo, estava mais do que estressada aquele dia. Muita coisa aconteceu muito rápido de modo que a deixou tonta quando teve tempo de parar e finalmente tentar descansar.

O Lorde Supremo havia descoberto que ela o tinha visto praticando magia negra, e lido sua mente para saber se ela sabia de algo mais. Akkarin havia descoberto primeiro pelo Administrador Lord Lorlen. Não gostava nem de pensar como ele poderia ter descoberto e o que havia acontecido.

Pobre Rothen, pensava sem parar.

Seu guardião, a quem tinha se afeiçoado tanto que ele chegava a lhe parecer um tio ou um pai, estava no meio da confusão pois também sabia que ela havia visto Akkarin e agora corria perigo também. Akkarin tinha lido a mente dele na sua frente e ela o viu fraquejando, uma cena terrível que ficaria marcada em sua mente para sempre. Mal podia imaginar como teria sido para Rothen ver o Lord Supremo lendo a mente dela na sua frente, vendo-a lutar inutilmente contra Akkarin mentalmente. Sentia-se extremamente culpada por colocá-lo em perigo.

Agora Akkarin havia reivindicado sua guarda, tirando-a de perto de Rothen e restringindo seu contato, assim como o contado com o Lord Lorlen, e os ameaçara de machucar um deles caso qualquer um revelasse algo sobre a magia negra. Pensava em como Rothen estaria inquieto em seu quarto, andando de um lado para o outro pensando no que fazer e chegando sempre a mesma conclusão: nada.

E pensar que aquele dia teria começado com uma surpresa inacreditável e o despertar de um sentimento gostoso. Ah, Dorrien, choramingava mentalmente Sonea. Ainda bem você que foi embora. Imaginava como teria sido para Rothen se seu filho também estivesse no meio dessa confusão, e sentiu-se um pouco aliviada. Desde que o tinha visto a primeira vez, tinha notado que ele era como seu pai, não ligava que tivesse vindo das favelas e não das Casas. Tinha passado o inverno ali no alojamento do Clã, sempre a animando e a divertindo, pregando peças naqueles que a tinham importunado, até tinha lhe ensinado a levitar!

Relembrou lentamente enquanto mantinha os olhos fechados quando ele a surpreendera com um beijo. No mesmo instante seus lábios se curvaram num sorriso. Porém, sentiu um certo gelo em seu sangue. Não poderia deixar que Akkarin soubesse disso ou ele usaria ao seu favor. Se sentiria pior se ele estivesse correndo risco também. Seria mais fácil fazer com que a morte de um mago que mora em um vilarejo distante parecesse com um “acidente”. Estremeceu. Colocou a coberta sobre a cabeça e respirou fundo, limpando a mente para tentar dormir.




— Dorrien! — Exclamou Sonea. — Era inverno de novo, e ele saíra de seu vilarejo onde trabalhava para ir ao Clã novamente, mas dessa vez, sem que o Clã pedisse, e mais como uma visita. Sentia-se feliz ao vê-lo.

Em pé no portão do Clã ao lado de Rothen, observava Dorrien montado no cavalo, sua túnica verde seca devido à barreira de calor que criava ao seu redor. Mesmo de longe, podia sentir o sorriso que carregava ao vê-la esperando por ele.

Ao passar pelo portão principal, Dorrien entregou seu cavalo para um criado e caminhou para o Alojamento dos Magos como seu pai e Sonea, ambos fazendo perguntas sobre como estava em seu vilarejo, e Dorrien comentando dramaticamente que no verão uma garota havia sido infectada com uma doença rara e que ele tinha pedido ajuda para Lady Vinara urgente pela conversa mental.

— Ah, então esse era o seu chamado aquele dia — Comentou Rothen.

Sonea o observava atentamente. Por mais que tivesse passado um ano entre o que acontecera e o agora, parecia que aquele peso do tempo havia se excluído e só o que restava era ele, ali perto dela. Dorrien de vez em quando a olhava de canto de olho e ela sorria timidamente. Rothen sorria, muito feliz com essa ligação entre eles. Já havia explicado para Sonea que aprovava o que eles iriam começar, mesmo Dorrien tendo 25 anos e Sonea, hoje, 18. Quando dissera isso, não havia reparado que não dissera “favelada” e “Casa” para comparar os dois, somente a idade, isso a fizera se sentir ainda melhor perto dos dois.

O sol se levantava devagar por detrás das montanhas de Kyralia quando eles chegaram ao quarto de Rothen. Tania, a criada de Rothen, havia deixado raka para Sonea beber e vinho para Rothen e Dorrien.

— Como eu adoro vinho! — Exclamou, tomando uma segunda taça. — Ficar no Clã tem lá seus privilégios. — Deu uma rápida olhada para Sonea. — Como foi seu segundo ano, Sonea? As provas finais inverno estão aí, não é? Está preparada?

— Hm? Provas? — Estava viajando enquanto olhava paras mãos de Dorrien segurando a taça. — Nossa, as provas!! — Disse colocando o copo de raka em cima da mesa. — Tenho muita coisa pra estudar! Desculpe-me, preciso ir. Tenho muita coisa mesmo. — Olhou para Dorrien com as sobrancelhas franzidas. Queria muito ficar mais tempo com ele.

Dorrien pousou sua taça na mesa.

— Relaxa, pequena Sonea. Eu estou aqui. Ano passado não a ajudei? — Levantou-se da cadeira. — Você precisa relaxar de novo. As provas não vão te matar, não faz mal tirar o Dia Livre para, bem, ficar livre. — Soltou uma risada que foi seguida por Rothen. — Se me permite, meu pai, vou roubar sua aprendiz por hoje.

A partir dessa frase algumas coisas na mente de Sonea começaram a não fazer sentido. Ser chamada de aprendiz do Rothen era normal, não era? Então, o que era aquele sentimento?

Sonea fez uma reverencia para Rothen e seguiu Dorrien para fora do quarto. Quando chegaram às escadas viu-o levitar para descê-las. Parou por um segundo, pensando.

— Que é? — Perguntou ele, parado no meio do caminho. — Vai dizer que pegou as manias de meu pai? “Corpo saudável, mente saudável”, é isso mesmo que ele fala, não é? — Sorriu. — Vamos, me acompanhe. Eu mesmo lhe ensinei como levitar, garota. Vamos, me mostre se ainda se lembra.

Revirando os olhos diante o sorriso de Dorrien, concentrou um pouco de sua magia nos pés, criando um círculo sob eles, e em seguida manipulou sua magia interior para força-lhe algo que se assemelharia a um degrau debaixo de seus pés. Desceu as escadas ao seu lado, Dorrien a olhando de cima. Colocaram os pés no chão, ao chegarem ao final.

Conversaram sobre o ano de Sonea enquanto andavam sem olhar para onde. Só se deu conta de que estava sendo guiada quando percebeu a floresta ao seu redor. Parou no meio de um comentário, o coração pulando uma batida e se lembrando do ano anterior.

— Espero que meu esconderijo tenha sido útil no último ano. — Dorrien comentou. — Regin e o grupo deles voltaram a te atormentar?

— Não, não... Na verdade eles pararam de mexer comigo por que... — A mente de Soena ficou em branco, não se lembrava do por que. Novamente sentiu aquela sensação estranha. Dorrien pareceu não notar, continuou andando como se tivesse dado uma explicação.

Chegaram à árvore caída, que marcava parte do caminho para o esconderijo de Dorrien. Depois de andarem metade do caminho, quando Sonea já estava meio ofegante de tanto subir o morro com neve, Dorrien pareceu ficar quieto demais. Prensava os lábios, parecendo pensar muito sobre algo.

— Sonea... — Chamou, a voz ficando rouca por falhar um pouco.

— Hm? — Respondeu, correndo alguns passos para chegar ao lado dele.

— Sobre o que eu disse ano passado... — Sua túnica verde farfalhou ao vento forte que passou, Sonea puxou o capuz de sua túnica marrom, que havia sido jogado em sua cabeça pelo vento. — Eu sei que disse que você não precisava me esperar nem nada...

— Não existe ninguém. — Interrompeu, sorrindo. — Eu disse que não haveria ninguém. E não há ninguém.

— Você não precisava. — Pensava que a havia restringido de algo que pudesse ter acontecido.

— Eu não preciso de nenhum aprendiz pirralho no meu pé, Dorrien. Mesmo que eu tentasse, eu não preciso de ninguém daqui. Eu te disse aquela vez, você me divertiu, foi o único que me fez relaxar e esquecer os problemas.

— Sonea... — Curvou as sobrancelhas pra cima, sorrindo.

Passou a mão pelo rosto dela e ouviu-a respirar fundo. Imediatamente ela sentiu um alívio físico. Dorrien havia aliviado o cansaço dela, para que eles continuassem a subir. Ficou surpresa.

— Eu sou um Curador, oras. Não posso cuidar da minha pequena quando ela precisa?

Sonea não tinha o que falar, as palavras “minha pequena” rodavam na sua mente.

Recomeçaram a caminhar, Sonea corando às vezes quando ele a olhava nos olhos. De longe, avistaram a nascente do rio que cortava o Clã, o esconderijo dos dois. Sentaram-se nas pedras e assistiram o sol se levantar.

— Meu pai me contou que você tem um interesse especial pela Cura. — Comentou sorrindo, visivelmente aprovando a escolha dela.

— Ah, eu não vejo muita utilidade nas Artes Guerreiras, e não sou muito boa em Alquimia. Além disso, eu não vejo porque perder tempo com essas outras artes quando eu posso estar ajudando alguém. E ainda, tem poucos curadores. — Fez um barulho de desaprovação. — Não sei o que todo mundo vê nas Artes Guerreiras. Nós não estamos em guerra, precisamos muito mais de curadores do que de guerreiros.

— Sei como se sente. Eu me sentia igualmente frustrado quando era aprendiz. — Pigarreou. — Hey... Será que... quando você se formar, não sei...

— Diga. — Colocou a mão em cima da de Dorrien, encorajando-o a continuar.

— Será que você gostaria de vir comigo? Digo, eu sou o único curador naquele vilarejo, e como eu já tinha lhe dito, não tem muitos médicos lá perto também. Muitas pessoas viajam dias para serem atendidas, às vezes eu tenho que viajar dias para outros vilarejos próximos, além de carregar tudo que eu possa precisar e-

— Eu vou. — Respondeu, decidida.

— Eu sei que você quer ser uma Curadora, e pode querer ficar aqui para ajudar sua família a seus amigos e- — Abaixou a cabeça.

— Eu vou com você, Dorrien. — Apertou a mão dele. — Eu quero ficar com você.

Os olhos de Dorrien brilharam com essa expectativa. Inclinou o rosto para perto de Sonea, puxando o rosto dela para junto dele. Sonea sentiu aquele frio no estômago enquanto aproveitava os lábios quentes de Dorrien.

Se afastou e a olhou.

— Eu ainda não me sinto muito bem fazendo isso com você. — Passou uma mão nos cabelos. —Você ainda vai se demorar por aqui, e ainda não temos certeza sobre o hoje e o “só deus sabe quando”...

— Vai passar rápido. Eu nem me lembro o que fiz esse ano direito. Só o que me importa é que eu estou com você aqui. — Sentiu aquela sensação de novo, de que algo estava errado.

Sonea ouviu o som de botas na neve entre as árvores e olhou desconfiada. Uma túnica preta farfalhava ao vento.

— Lord Supremo... — Dorrien se levantou e se curvou.

Sonea imediatamente puxou Dorrien para trás dela.

— Saia daqui, Dorrien. — Avisou, lembrando-se da imagem do homem de túnica preta coberto de sangue.

— É apenas o Lord Supremo, pequena Sonea...

— Não! Ele não... ele não... — De repente Akkarin parou de andar e encarou Sonea com um sorriso simpático. — Dorrien, você precisa-

Se virou, mas ele não estava acima dela. Olhou para os lados e o viu deitado na neve, um corte horrível em sua barriga deixava o sangue banhar o branco do gelo.

— Dorrien, não, não...— Suplicava, reprimindo as lágrimas.

Ainda estava no primeiro estágio nas Artes da Cura, não conseguiria curar um ferimento como aquele.

— Você consegue se curar? — Perguntou, mas a única coisa que recebeu em resposta foi um olhar vago, encarando Akkarin, com as pupilas dilatadas.

— Não. Dorrien, não... — Se abaixou sobre o seu corpo, como que para protege-lo.

Akkarin. O que ela tinha feito para ele?

As memórias voltaram como um soco no estômago. Akkarin no quarto de Rothen, a leitura da mente, a troca de guardião...

...

— NÃO! — Gritou, sentando-se assustada na sua cama. Colocou uma mão sobre o peito e tentou controlar a respiração. Estava suando, apesar de ser inverno. Levantou-se da cama e abriu a janela, respirou fundo o ar gelado da noite. Será que Akkarin teria escutado isso? Se tivesse, não se importava.

Não posso ficar aqui. Viu a claridade do início do nascer do sol e tratou de sair rápido daquela casa. Teria que arrumar um jeito de evitar Akkarin ao máximo para que ele não achasse algo para ameaçá-la. Teria que encontrar um jeito de ficar fora o dia todo e parte da noite após as aulas.

Saiu da casa e sentiu olhos em suas costas. Andou rapidamente até os Banhos, para pensar em como matar o tempo fora. Correu naquele final de madrugada a fim de esquecer o pesadelo.

Como precisava de Rothen agora!

Assim que se sentou na banheira, deixou sua mente vagar para longe daquele lugar, para longe do pesadelo, para longe de Akkarin. E pela única vez no dia, não sentiu nada. Se lembraria de fazer isso todos os dias, até que ela soubesse o que Akkarin decidiria o que fazer com ela e com os outros.

2. Juni 2020 05:58 4 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

Über den Autor

Writtinway Bem-vindo ao meu cantinho. Eu nunca sei o que falar em apresentações, sempre entro em panico quando me pedem para falar sobre mim. Não vou entrar em detalhes sobre as minhas inseguranças, não é importante. Então, vou simplificar de uma forma que importa para a internet: Ela/Dela; Pan; Ravenclaw; Sagitariana; INTP; Preto; Café; Gatos e noites sem dormir. Sim, eu sei que é clichê, mas lide com isso.

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Isís Marchetti Isís Marchetti
Olá, tudo bem? Faço parte do Sistema de Verificação e venho lhe parabenizar pela Verificação da sua história. Apesar de não saber muito sobre a trilogia do Mago Negro, sua história me despertou uma curiosidade enorme! E estou ansiosa por conhecer os livros e saber os segredos por trás de seu texto. Para mim ficou um pouco confuso, mas acredito que isso seja porque eu não estou familiarizada, mas que vai fazer total sentido para quem conhece. Apesar disso, não deixou de me cativar por ser uma história bem escrita e ter uma estrutura boa. A sinopse está atiçando bem a curiosidade, nos trazendo a esse texto, limpo, bem escrito e repleto de segredos. Quanto aos seus personagens, Dorrien parece ser uma pessoa maravilhosa e amável, e pelo que eu consegui ver em alguns lugares no google, ele é um homem muito bonito! Não consigo entender porque Akkarin gostaria de matar uma pessoa como ele. E Sonea parece ser alguém super carismática, que pensa sempre no próximo e dá para entender porque ela gostaria de ser uma curandeira. Já Akkarin ainda é um completo mistério para mim, mas acredito que ela deve ter seus propósitos e motivos para cometer tais crimes, assim como usar a magia negra também. Seu texto realmente me despertou a curiosidade, estou mais do que animada em ler esses livros e assim compreender sua história com mais afinco. No mais, eu desejo sucesso em suas fanfics, e assim que eu ler os livros voltarei com um comentário melhor! Abraços.
June 08, 2020, 02:37

  • Writtinway Writtinway
    Que ótimo que eu consegui passar essa sensação mesmo pra quem não conhece! Estou muito feliz que isso fez você se interessar pela trilogia! Que bom que foi uma leitura agradável. Muito obrigada. <3 June 08, 2020, 03:59
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